Nos últimos dias, instaurou-se um clima de aversão ao risco nas bolsas ao redor do mundo, em linha com a percepção de que uma recessão nos EUA pode estar próxima de acontecer. Entenda a seguir quais são as reais chances desse cenário se concretizar, bem como proteger sua carteira nesse contexto.
O temor quanto a uma recessão nos Estados Unidos cresceu, sobretudo, após o relatório de emprego payroll, divulgado na última sexta-feira (02) ter mostrado que o desemprego por lá está em 4,30%, nível mais alto de 2021.
No entanto, Alessandra Gontijo, CCO e sócia da Investo, chama a atenção para o fato de que esse receio já existe no mercado há cerca de três anos.
“O mercado teme por uma recessão nos Estados Unidos desde 2021. Até agora, não existem dados robustos o suficiente que sustentem essa suspeita, mas isso ainda é um tema de debate entre analistas e investidores”, diz.
Nesta quinta-feira (08), os pedidos de seguro desemprego nos Estados Unidos caíram para 233 mil, ante expectativa de 240 mil, o que ajudou a acalmar um pouco os ânimos do mercado.
“Enquanto não é possível descartar totalmente esse cenário futuro, os dados econômicos mais recentes indicam que a possibilidade de uma recessão não é iminente”, afirma Gontijo.
Ainda que o cenário não se concretize, o fato do risco existir já é um motivo para o investidor se preocupar e tentar proteger seu patrimônio.
Segundo Gontijo, algumas das alternativas envolvem diversificar o portfólio e optar por ativos menos voláteis, que ofereçam proteção em momentos de incerteza econômica.
“O dólar tende a se valorizar em períodos de aversão ao risco global, o que beneficia investimentos dolarizados. Fundos de investimentos em ativos de alta qualidade, como títulos do tesouro dos EUA ou títulos corporativos com grau de investimento, podem servir como boas alternativas neste cenário”, explica.
O investidor também pode optar por alguns ETFs como forma de diversificação e proteção de carteira. Um deles, citado por Alessandra Gontijo, é o WRLD11.
“O fundo oferece exposição a um amplo índice global de ações, permitindo que os investidores se beneficiem do desempenho de empresas de diversos países e setores, o que pode mitigar riscos específicos de mercados individuais, como o americano”, explica.
Uma outra opção citada pela CCO e sócia da Investo é o ETF USDB11, ETF de renda fixa dos Estados Unidos com mais de 1000 títulos.
“O USDB11 oferece exposição a títulos da renda fixa americana, emitidos em dólar americano, sendo uma proteção contra a depreciação do real e instabilidades no cenário econômico nacional. Este ETF, inclusive, pode se beneficiar diretamente do possível corte de juros americanos previsto para setembro”, diz Gontijo sobre como se proteger de uma possível recessão nos EUA.