Com expectativas de recessão nos EUA e na Europa, o Fitch Ratings cortou drasticamente as previsões para o desempenho da economia mundial este ano e no próximo.
A piora nos números se deve, em parte, às expectativas de que zona do euro e Reino Unido entre em recessão no final deste ano e a recessão nos Estados Unidos aconteça no ano que vem.
Em relatório divulgado nesta quarta-feira, a agência revela ter reduzido a estimativa para alta do Produto Interno Bruto (PIB) global em 2022, de 2,9% a 2,4%, e em 2023, de 2,7% a 1,7%.
A instituição revisou para baixo a projeção de avanço da atividade econômica nos EUA em 2022 (de 2,9% a 1,7%) e em 2023 (de 1,5% a 0,5%). O risco de recessão nos EUA deixa o mercado na ponta dos pés.
Para a zona do euro, o cálculo é de uma queda de 0,1% no próximo ano, 2,2 ponto porcentual a menos que o previsto anteriormente.
A Fitch também diminuiu a estimativa para expansão do PIB chinês em 2022, de 3,7% a 2,8%, e em 2023, de 5,3% a 4,5%.
“Tivemos uma tempestade perfeita para a economia global nos últimos meses, com a crise do gás na Europa, uma forte aceleração nos aumentos das taxas de juros e uma queda cada vez maior no mercado imobiliário na China”, disse Brian Coulton, economista-chefe.
Risco de recessão nos EUA? Inflação volta a subir e mercado vê mais aperto nos juros
A inflação nos EUA, medida pelo índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), subiu 0,1% em agosto ante julho, contrariando as expectativas iniciais do mercado de queda de 0,1% no período.
O mercado fica atento a uma possível recessão nos EUA.
Apenas o núcleo do indicador, que exclui preços mais voláteis como os de alimentos e energia, avançou 0,6% no mês passado, também superior às previsões de analistas (de 0,3%).
No acumulado dos últimos 12 meses, o CPI ficou em 8,3% ao fim de agosto, desacelerando frente aos 8,5% de julho.
Apesar disso, a surpresa com os dados mensais do indicador empurrou as Bolsas para o vermelho – Dow Jones recuou 3,94%, enquanto a Nasdaq desabou 5,1%; no Brasil, a B3 registrou queda de 2,3% – e levou o mercado a prever maior aperto nos juros.
Segundo levantamento da Associação Nacional de Economia Empresarial em agosto, 72% dos economistas americanos esperam recessão nos EUA em 12 meses.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
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