A Boeing (NYSE: BA) registrou, nesta quarta-feira (29), um prejuízo líquido de US$ 2,4 bilhões (cerca de R$ 12,37 bilhões) referente ao segundo trimestre deste ano. A baixa é resultado de uma receita 25% menor na comparação anualizada, de US$ 11,8 bilhões (cerca de R$ 60,81 bilhões).
Devido as restrições impostas aos voos comerciais em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19), a Boeing sentiu o impacto da queda nas entregas de aeronaves.
O CEO da empresa, Dave Calhoun, disse que a fabricante reduzirá sua carga horária de produção de aviões e deixará, aos poucos, de fabricar o modelo 747, o modelo mais antigo ainda em operação, chamado de “Jumbo Jet“. O executivo também salientou que a empresa tem de “avaliar ainda mais o tamanho” de sua força de trabalho.
A fala do presidente da empresa abre caminho para mais uma possível leva de demissões na Boeing. Em maio, a empresa informou que desligaria 6.770 funcionários nos Estados Unidos, e que 5.520 pedidos no programa de demissão voluntária haviam sido aprovados. Com isso, cerca de 10% de toda a força de trabalho mundial da empresa foi descontinuada.
“Estes últimos meses foram diferentes de tudo o que vimos”, afirmou Calhoun em nota na manhã desta quarta-feira. “A realidade é que o impacto da pandemia no setor de aviação continua grave.”
Calhoun também ressaltou que a empresa aumentará a produção do modelo 737 MAX mais lentamente do que o previsto na estimativa anterior. As aeronaves foram impedidas de operar desde março do ano passado, depois de dois acidentes fatais.
A empresa reservou US$ 2,5 bilhões em encargos para cobrir compensações pelo MAX, indenizações, custos de produção anormais e baixa de ativos. Todavia, após vários meses inativos, a empresa voltou a produzir o modelo em maio deste ano.
A companhia disse que vai cortar a taxa de produção de aviões modelo 787 para seis por mês no ano que vem, frente à orientação anterior de uma redução gradual para sete por mês em 2022. A taxa de produção mensal para os aviões 777 e 777X caiu de três para dois.
Veja também: Boeing volta a registrar mais cancelamentos de pedidos do 737 Max
Embora o segmento de aeronaves comerciais tenha sido fortemente afetado pela crise, o CEO disse que a empresa manteve o mesmo volume de receita nos setores de defesa e espaço em relação ao segundo trimestre de 2019.
Por volta das 11h20 desta quarta-feira, as ações da Boeing na Bolsa de Valores de Nova York caíam 4,56%, cotadas a US$ 163,05. No acumulado do ano, os papéis da fabricante apresentam uma desvalorização de mais de 50%, enquanto no mesmo período o S&P 500 caiu menos de 1%.