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Futuro do dinheiro? Entenda o que é o Real Digital e como ele funcionará

VGHF11 vai realizar oferta de até R$ 1,5 bilhão

VGHF11 vai realizar oferta de até R$ 1,5 bilhão. Foto: Getty Images

O Banco Central (BC) deu mais detalhes sobre o Real Digital na última segunda-feira (10. O projeto piloto já teve início e, segundo a instituição, deve ser concluído em março de 2024. 

O BC planeja tokenizar [transformar ativos reais em ativos digitais] três tipos de ativos: a moeda brasileira, depósitos bancários e títulos públicos federais. Esses serão passos importantes para viabilizar transações no ambiente de blockchain. 

Isso porque, conforme aponta Rogério Lucca, chefe do departamento de operações bancárias e de sistema de pagamentos do BC, a instituição tem observado que, mesmo sem uma infraestrutura oficial, a tokenização é uma realidade e moedas digitais privadas têm sido utilizadas.

“Não temos uma infraestrutura, mas acontece que, muitas vezes, quando há o desenvolvimento de ativos tokenizados, essas transações acabam tendo que ser liquidadas por meio de stablecoins privadas, trazendo uma insegurança para o sistema financeiro nacional”, explica Lucca.

Mas, afinal, o que é o Real Digital e quais serão os impactos no sistema financeiro do Brasil? Com base no workshop promovido pelo BC o Suno Notícias trouxe as respostas. Confira a seguir:

O que é o Real Digital?

O Real Digital é uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC, do inglês Central Bank Digital Currency). A primeira moeda virtual oficial do Brasil deve ser disponibilizada ao público até o final de 2024. Ao contrário das criptomoedas, ela terá o mesmo valor e constitucionalidade do real tradicional.

Segundo o BC, o Real Digital contará com duas moedas, uma de atacado (para bancos e instituições financeiras) e outra de varejo (para pessoas físicas ou jurídicas), podendo ser acessado por meio de uma carteira digital de responsabilidade de bancos e outros tipos de instituições financeiras autorizadas pela entidade. 

“A ideia do projeto é que o Real Digital seja utilizável em qualquer país do mundo, sem necessidade de conversão, e possa inibir crimes como a lavagem de dinheiro”, explica Lucca.

Como vai funcionar?

O Real Digital contará com um meio de pagamento similar ao Pix. A moeda digital poderá ser acessada por meio de uma carteira digital de responsabilidade dos bancos e outras instituições financeiras autorizadas — tais como cooperativas, empresas de pagamento e infraestrutura do mercado financeiro

Embora não tenha a necessidade de conversão, o BC destaca que esse dinheiro virtual não poderá ser convertido em cédula.

Ainda em fase de testes, o Real Digital deve estar à disposição da população até o fim de 2024. Os testes começaram em março de 2021 e seguirão até dezembro, quando os resultados serão avaliados.

Venda e compra de títulos

Outro ponto detalhado no workshop do BC foi o teste de compra e venda de títulos públicos federais nos mercados primário e secundário. Utilizando o Real Digital, serão simulados emissão, negociação, transferência e resgate de ativos financeiros, inicialmente com um título público federal, fragmentado em até 1 centavo.

Segundo Marcus Sucupira, chefe-adjunto Departamento de Operações do Mercado Aberto do BC, a intenção é reproduzir o ecossistema do sistema financeiro brasileiro, com representações de todos os tipos de instituições.

“Queremos exercitar o mercado secundário, com a compra e venda de título público entre instituições. O título que nasce na carteira do Tesouro volta para ela e é destruído lá. Assim como já acontece na Selic”, explica Sucupira, salientando que isso ocorrerá dentro de uma tecnologia de contabilidade distribuída (DLT).

Vantagens do Real Digital

Segundo o BC, o Real Digital visa trazer diversas vantagens para o mercado financeiro e ao brasileiros em geral, como:

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