O Banco Central (BC), durante transmissão ao vivo nesta segunda (7), anunciou que a iniciativa do Real Digital irá se chamar Drex.
“Estamos dando um passo a mais nessa família do Pix que a gente criou e fez tanto sucesso”, disse o coordenador da iniciativa do Real Digital, Fabio Araujo.
“Parente” do Pix, o Drex é uma combinação entre Digital Real, a palavra eletrônico e a letra “x” que, segundo o Banco Central, dá continuidade às soluções digitais feitas pela autoridade monetária.
Além disso, o Banco Central destacou que o nome Drex forma uma palavra “com sonoridade forte e moderna”. A área de marketing responsável pela criação foi a mesma que ‘batizou’ o Pix.
“A solução, anteriormente referida por Real Digital, propiciará um ambiente seguro e regulado para a geração de novos negócios e o acesso mais democrático aos benefícios da digitalização da economia a cidadãos e empreendedores”, diz o BC, em comunicado.
A expectativa, segundo Araujo, é de que o uso da moeda digital deve ter um custo enquanto serviço financeiro, mas a tendência é que o patamar de preço seja inferior aos da atualidade.
Com a ferramenta, o BC espera ter uma redução no número de intermediários.
“Não precisa mais ter advogado, tem um pedaço de código garantindo que os valores estão de acordo com o que foi registrado no contrato. Baixa muito o custo”, disse Araujo.
“Hoje, toda vez que eu contrato um advogado, tenho um custo da pessoa, mas a partir da construção de um smart contract, o próximo uso tem custo zero. Tem um custo, mas parece que será mais barato do que o que temos hoje. Estamos trabalhando para construir essa tecnologia para que seja muito mais barata”, completou.
Atualmente o Drex está na segunda fase do seu projeto de desenvolvimento, com um teste pilotado rodando. A fase inclui um teste piloto e é fruto de propostas de 16 instituições financeiras.
A projeção é de que essa fase termine no primeiro trimestre de 2024.
O foco, aqui, é garantir todos os elementos de segurança e uma escalabilidade viável, mantendo a privacidade dos dados dos usuários.
“O início antecipado possibilita vários testes, evitando principalmente problemas de segurança para quando a moeda for lançada”, destaca Henrique de Castro, especialista em inovação e CEO New Rizon.
“Novas tecnologias sempre trazem novos riscos. Quanto antes iniciar o processo de desenvolvimento do sistema, mais testes podem ser realizados. É importante criptografar todos os dados para que, em caso de invasão, os dados do cliente sejam apenas textos sem sentido ou chaves”, completa.
Caso essa fase tenha problemas, o Real Digital deve finalizar essa fase somente no fim de 2024.
Entenda como funciona o Drex, Real Digital
A moeda é digitalizada e gerada em uma rede blockchain, sendo uma criptomoeda tokenizada.
A classificação é de Central Bank Digital Coin (CBDC), ou Moeda Digital de Banco Central, em tradução livre.
A moeda é semelhante a uma stablecoin – tipo de moeda digital cuja finalidade é oferecer uma volatilidade menor para o investidor.
A diferença é a emissão, garantia e paridade atrelada a uma autoridade central governamental.
Com isso, um Drex sempre será equivalente a R$ 1, sem risco de volatilidade – assim, o Real Digital fica estavelmente atrelado à moeda oficial do país.