Segundo Ray Dalio, as bolsas de valores podem estar à beira de uma “década perdida” para os investidores. A declaração do fundador da Bridgewater Associates foi data em uma nota da empresa a seus clientes, na última terça-feira (16).
Como reportou a agência “Bloomberg”, que teve acesso ao comunicado, Ray Dalio e sua esquipe ressaltaram que as margens das empresas, que fornecem grande parte dos retornos aos investidores, “podem enfrentar uma mudança que iria além da atual desaceleração cíclica dos lucros”.
A Bridgewater argumenta dizendo que isso ocorre devido à “globalização, talvez o maior fator de lucratividade do mundo desenvolvido nas últimas décadas, ter atingido seu pico”.
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Segundo os analistas do hedge fund, a guerra comercial entre China e Estados Unidos, além dos impactos da pandemia do novo coronavírus (Covid-19) em escala global, estão acelerando as iniciativas das multinacionais em resgatar e duplicar suas cadeias de suprimentos próximos do seu local de origem, “com foco na confiabilidade e não apenas na otimização de custos”.
Em determinado momento do comunicado, Dalio e sua equipe de analistas salietam que, mesmo que os lucros gerais se recuperem, “algumas empresas morrerão ou suas ações se desvalorizarão ao longo do caminho”. “Com níveis mais baixos de lucros e escassez de caixa, as empresas provavelmente sairão mais endividadas”, diz a empresa.
A Bridgewater citou a Inter Corp. (NASDAQ: INTC) e a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (NYSE: TSM) como dois exemplos de companhias que revelaram suas intenções de levantar instalações de produção nos EUA, apesar dos maiores custos envolvidos.
Segundo um levantamento da LCH Investments, a BridgeWater já faturou US$ 58,5 bilhões (cerca de R$ 312,65 bilhões) desde sua criação, em 1975. Todavia, com a crise gerada pela pandemia, o fundo viu seus ativos sob custódia desvalorizarem 15% entre março e abril.
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A empresa de Ray Dalio viu o volume sob sua gestão cair de US$ 163 bilhões no final de fevereiro, para US$ 138 bilhões no final de abril, segundo informações da U.S. Securities and Exchange Comission (SEC).