Raízen (RAIZ4) oferece a sauditas parcerias para produção de biocombustíveis; saiba mais
De olho no objetivo da Arábia Saudita em transformar sua matriz energética e aumentar a descarbonização de sua economia até 2030, o vice-presidente da Raízen (RAIZ4), Paulo Neves, ofereceu a empresários sauditas parcerias na produção de etanol, biodiesel renovável e biogás.
“Já oferecemos soluções para descarbonização da indústria de transporte e de energia em mais de 50 países”, destacou o executivo, em palestra a empresários dos dois países na “Brazil Saudi Arabia Conference“, realizada pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide) na sede da Federação das Câmaras de Comércio Saudita, em Riad.
Neves lembrou que o Brasil é autossuficiente na produção de petróleo, mas ainda depende da importação de derivados, chegando a 20% da necessidade anual de diesel. “Isso demonstra a complementaridade entre nossos países. O Brasil e a Arábia Saudita têm muitas oportunidades para explorar o setor de energia no comércio bilateral”, completou.
O ex-presidente da Eletrobras (ELET3), Wilson Ferreira Junior, destacou que o Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo e tem uma indústria crescente de outros biocombustíveis, como o biodiesel e o Combustível Sustentável de Aviação (SAF).
O executivo também detalhou a capacidade brasileira de produzir hidrogênio verde com o uso de eletricidade proveniente de fontes renováveis. “Atualmente, 86% da capacidade instalada do Brasil para produção de eletricidade é renovável, sendo que as fontes eólica e solar já respondem hoje por 25% da produção nacional. A possibilidade de o Brasil crescer nesta área e oferecer energia para o mundo é enorme”, completou.
Raízen (RAIZ4): com demanda em alta, empresa vê espaço para reajustar etanol; veja
O CEO da Raízen, Ricardo Mussa, avalia que há espaço para o aumento do consumo de etanol no País, assim como para a alta dos preços do biocombustível ao longo dos próximos meses. O preço mais baixo do etanol e a competitividade frente à gasolina, segundo ele, têm contribuído para elevar a demanda.
De acordo com resultados divulgados na última semana, a Raízen teve queda de 17,6% nos volumes de etanol vendidos no terceiro trimestre do ano-safra 2023/24 (que corresponde ao quarto trimestre do ano passado) ante igual período do ano anterior.
A empresa, porém, buscou justificar o resultado com o argumento de que se tratou de um reforço do estoque para venda futura, em razão dos preços ainda em baixa – no período, a queda foi de 31%, na comparação anualizada.
“O que estamos vendo é um consumo muito elevado, está surpreendendo”, disse Mussa, em entrevista. A Raízen, como indicou o executivo, trabalha com a perspectiva de continuidade do aumento do consumo de etanol. “Vai continuar alto, ainda há uma diferença, com um preço que atrai o consumidor. Não vejo arrefecimento até março, a não ser com um grande aumento do preço”, afirmou.
Com a diferença atual entre o preço da gasolina e do etanol, Mussa acredita que há espaço para aumento do valor cobrado pelo etanol, em função da alta procura. “O quanto mais tivermos de consumo de etanol vai determinar até qual patamar irá a alta do preço”, disse ele, afirmando que a Raízen está bem posicionada para aproveitar esse cenário positivo dos preços. Nos postos de combustíveis, o preço médio chegou a R$ 3,55 por litro.
Etanol e açúcar
A Raízen registrou lucro líquido ajustado de R$ 754,4 milhões, uma alta de 195% ante o lucro anterior de R$ 255,7 milhões. A receita líquida no trimestre caiu 3,1% na comparação anual, chegando a R$ 58,49 bilhões. Na mesma base de comparação, o resultado operacional medido pelo Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de R$ 3,92 bilhões, alta de 32,5%.
Ao longo do trimestre, a Raízen processou 18,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, volume 36,2% maior que o de igual período de 2022. O mix de produção foi de 50% de açúcar e 50% etanol, ante proporções de 48% e 52%, respectivamente, um ano antes.
Em comunicado sobre o balanço, Mussa classificou o trimestre como um “dos melhores resultados da história” da empresa. “Em renováveis e açúcar, batemos recorde de moagem com substancial recuperação da produtividade. Temos comercializado nosso açúcar em um novo patamar de preços com importante melhora nos resultados”, disse ele.
Ao tratar especificamente do etanol, o CEO da Raízen afirmou que, ” mesmo neste ambiente de preços mais pressionados, nosso portfólio diferenciado sustentou preços superiores à média do mercado e nossa estratégia de comercialização vem se mostrando acertada”.
Desempenho das ações de Raízen
Cotação RAIZ4
*Com informações de Estadão Conteúdo