Raízen (RAIZ4): Ações vão triplicar? XP diz que sim

Em novo parecer sobre as ações da Raízen (RAIZ4), os analistas da XP Investimentos estimaram ‘resultados fracos’ em todas as linhas, mas não alteraram a recomendação para os papéis da companhia.

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Atualmente a recomendação da XP é de compra para as ações da Raízen, com preço-alvo de R$ 9,60, ao passo que a cotação atual é de R$ 3,15.

Assim, se concretizada, a estimativa da XP para as ações RAIZ4 implicaria numa alta de mais de 200%.

A expectativa da casa é de que a empresa tenha um incremento em menos de 1% no seu lucro em relação ao trimestre anterior, para atuais R$ 350 milhões.

Vale lembrar que no último trimestre de 2021, a Raízen apresentou um lucro de R$ 1,38 bilhão.

“Projetamos que a referida quebra de safra direcionou o volume de vendas de açúcar para baixo. Como resultado, projetamos queda de 32% na receita líquida em relação ao ano anterior, apesar dos preços sólidos. Portanto, projetamos menor diluição de custos e menores margens. Para Açúcar, projetamos EBIT de R$ 180 milhões e EBITDA Ajustado de R$ 642 milhões”, estima a XP.

“Devido aos preços mais baixos do etanol, estamos prevendo uma queda de 19% na receita líquida de Renováveis. Devido à menor diluição de custos, projetamos margens também para baixo. Projetamos EBIT de R$ 479 milhões e EBITDA Aj. de R$ 1,2 bilhão”, completa, sobre outro meio de negócios da empresa.

A expectativa é de que menores produtividades de cana-de-açúcar ocasionem uma menor moagem e menor volume de vendas de açúcar e etanol – o que pressionaria as margens da Raízen.

Além disso, a XP destaca que a unidade de distribuição de combustíveis enfrenta uma concorrência mais acirrada, pois o mercado está com oferta acima da média – sendo outro fator que pressiona a margem da companhia.

“No consolidado, estamos prevendo um aumento de 4% na receita líquida, mas a margem EBITDA Aj. deve cair 114bps, traduzindo-se em uma queda de 16% na base anual do Ebitda Ajustado, enquanto a margem EBIT deve cair 307pb no comparativo anual com uma queda de 64% no EBIT”, analisa a XP.

Segundo a casa, esse contexto deixará mais difícil para a Raízen atingir o guidance anual que foi divulgado, de um Ebitda entre R$ 13 bilhões a R$ 14 bilhões.

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Analistas da XP também mantém otimismo com Raízen

Em análise recente sobre a empresa, os analistas do BTG Pactual reiteraram seu otimismo e destacaram que o patamar de preço atual dos papéis preferenciais fica bem abaixo do que a casa considera justo.

O preço-alvo para as ações da Raízen em 2023 é de R$ 8, ao passo que os papéis são negociados pouco acima dos R$ 3 na bolsa.

“Ao todo, estamos projetando uma receita de R$ 56 bilhões da companhia no 4T22, ex-EBITDA ajustado de R$ 3,1 bilhões e lucro de R$ 306 milhões”, dizem os analistas do BTG.

Segundo a casa, “alguns trimestres são menos significativos do que outros”, e a sazonalidade deste, em específico, mostra menor importância para companhia de açúcar e etanol de um modo geral, dada a dinâmica de venda dos estoques.

Para empresa, contudo, será um resultado para prestar atenção.

“Para a Raízen, isso não é verdade apenas desta vez, pois os resultados tendem a refletir um custo mais difícil e uma realidade de preços que pensamos que a companhia irá experimentar no futuro. No negócio de distribuição de combustível, as margens possivelmente também foram impactadas por perdas de estoque em Brasil e também custos pontuais associados à expansão e modernização da capacidade da refinaria na Argentina”, destacam os especialistas.

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Eduardo Vargas

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