As ações da Raízen (RAIZ4) figuraram as maiores quedas do Ibovespa de hoje, recuando 4,97% no fechamento do pregão. E o principal motivo foi o anúncio de que a acionista Louis Dreyfus Commodities (LDC) deve fazer “block trade” [venda de ações em bloco] na próxima quarta (1), segundo revelou o Brazil Journal.
Em relatório divulgado nesta segunda-feira, a XP Investimentos afirmou que o leilão deverá ser feito para a Hédera, que faz parte do grupo, vender sua participação integral na joint venture entre a Shell e Cosan (CSAN3).
O plano é levantar aproximadamente R$ 1,1 bilhão com a venda de cerca de 330 milhões de ações da Raízen (24,32% dos papéis), a R$ 3,15 cada. O objetivo da Hédera, segundo o BJ, é pagar dívidas com bancos — entre os credores estão o Bradesco (BBDC4), Santander (SANB11) e outros bancos internacionais.
No entanto, para os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, da XP, a venda total da participação na Raízen pela Hédera, por meio da LDC, trouxe impactos negativos à empresa por ser “um negócio nesses tamanho e nível de preço”.
“É preciso esclarecer se o motivo da venda da Hédera se deve a preocupações macro, como incertezas quanto à política de preços da Petrobras (PETR4), ou específicas da empresa”, apontou.
Segundo os analistas da XP, as indefinições sobre a política de paridade de preços da Petrobras junto aos impostos sobre os combustíveis geram um alto grau de incerteza para a Raízen no curto prazo.
“O alto nível de incerteza aliado ao aumento das avaliações negativas em relação à Raízen tem afastado os investidores da tese, enquanto os novos negócios (E2G, Biogás, Pellets) ainda possuem alto risco de execução ao seu redor”, apontam.
Cotação da Raízen
Nesta segunda-feira (30), as ações da Raízen fecharam o pregão com queda de 4,97%, cotadas a R$ 3,25. No acumulado dos últimos 12 meses, os papéis tiveram uma desvalorização de 48,66%.