A Raízen (RAIZ4) fechou sua primeira venda de gás natural renovável, ou biometano, para a Yara Brasil Fertilizantes, em um contrato de cinco anos. As informações constam em comunicado divulgado pela empresa na noite de segunda-feira (20).
Maior produtora global de energia renovável a partir da cana-de-açúcar, a Raízen irá entregar 20 mil metros cúbicos do biometano por dia, ao longo de cinco anos, para a Yara, produtora mundial de fertilizantes. O acordo está previsto para início em 2023.
“O fornecimento do biometano será efetuado por meio do portfólio da Raízen, utilizando os resíduos do processo de produção de etanol, vinhaça e torta de filtro, nos parques de bioenergia do grupo”, disse a empresa em nota.
Quimicamente igual ao gás natural, o biometano será usado para a fabricação de amônia “verde”, que pode ser destinada para a produção de fertilizantes nitrogenados e servir como alternativa de combustível marítimo renovável.
De acordo com o Valor Econômico, o biometano será injetado nos dutos da Comgás (empresa da Cosan (CSAN3), assim como a Raízen) até a planta de amônia da Yara em Cubatão. O volume acertado supre 5% da demanda da unidade por gás natural, que alcança 700 mil metros cúbicos ao dia.
A Raízen não deu detalhes de como será a produção para cumprir o contrato, mas, antes de seu IPO, afirmou que planeja expandir suas plantas de biogás anexas às usinas que possui. Isso poderá culminar na construção de 39 unidades até a safra 2030/31, pelo menos.
De acordo com a análise da Guide Investimentos, esse primeiro passo é importante para a joint venture entre a Cosan e a Shell, por abrir ao mercado a tecnologia de bioenergia da companhia.
Última cotação da Raízen
Às 13h15 desta terça-feira (21), a cotação da Raízen na bolsa de valores operava em alta de 2,39%, com as ações RAIZ4 sendo negociadas a R$ 7,28. Desde o IPO, em agosto deste ano, os papéis da Raízen acumulam desvalorização de 1,49% frente ao valor de precificação de R$ 7,40.