A Raízen (RAIZ4), joint venture entre Cosan (CSAN3) e Shell na área de distribuição de combustíveis, estima que a faixa indicativa da sua oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) estará situada entre R$ 7,40 e R$ 9,60. Considerando o teto da faixa, IPO pode movimentar até R$ 7,7 bilhões, o que a credenciaria entre as maiores da história da B3.
Segundo o prospecto da Raízen, a oferta consistirá na distribuição pública primária de, inicialmente 810,8 milhões de novas ações a serem emitidas pela companhia. O preço por ação será fixado no dia 3 de agosto e o início de negociação dos papéis na B3 está estimado para acontecer dois dias depois, 5 de agosto.
A Raízen solicitou o registro Nível 2 da bolsa brasileira. A oferta será de ações preferenciais, sem direito a voto, mas com preferência no pagamento de dividendos, com o BTG Pactual (BPAC11) como coordenador líder, além da atuação do Citi, Bank of America e Credit Suisse.
Também participam Bradesco BBI (BBDC4), JP Morgan, Santander (SANB11), XP, HSBC, Morgan Stanley, Safra e Scotiabank.
De acordo com o prospecto, a companhia pretende utilizar os recursos líquidos provenientes da oferta para:
- construção de novas plantas para expandir a produção de produtos renováveis e capacidade de comercialização;
- investimentos em eficiência e produtividade nos parques de bioenergia da empresa;
- investimentos em infraestrutura de armazenagem e logística para suportar o crescimento de volume comercializado de renováveis e açúcar.
A oferta deve buscar investidores interessados no tema de sustentabilidade, principalmente ao mostrar ao mercado a presença da companhia no setor de biocombustíveis. Segundo o jornal Estado de S.Paulo, estrangeiros que já investem nas controladoras da Raízen teriam demonstrado interesse em fazer aportes na oferta.
“Nós nos consideramos um líder mundial em biocombustíveis e uma referência global em sustentabilidade, na vanguarda de importantes tendências internacionais em transição energética desenvolvendo soluções com baixa emissão de carbono”, informa a companhia em seu formulário de referência, que foi atualizado junto com o protocolo da oferta.
Sobre a Raízen
A Raízen foi constituída em junho de 2011 como uma joint venture entre a Cosan (50%) e a Shell (50%), incorporando ativos de ambos os acionistas e visão estratégica de longo prazo fundamentada no mercado.
No exercício social encerrado em 31 de março de 2021, a receita operacional líquida totalizou R$ 114,6 bilhões, se posicionando entre as cinco maiores empresas do Brasil em termos de receita, segundo o documento. O Ebitda (lucro antes de juros impostos depreciação e amortização) totalizou R$ 6,6 bilhões
“Esses valores são resultado de um investimento de R$10 bilhões em iniciativas de crescimento nos últimos 10 anos, possibilitando o aumento de nossa receita líquida em mais de 2 vezes e EBITDA em mais de 3 vezes nesse período”, informou o documento da Raízen.