A Raízen (RAIZ4) estreou em alta na B3 nesta quinta-feira (5). Em sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), as ações da companhia operavam com um avanço de 1,08%, negociadas a R$ 7,48, por volta das 10h21.
Na última terça-feira (3), a Raízen precificou suas ações em R$ 7,40 cada, no piso da faixa indicativa, apresentada no prospecto preliminar arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A operação movimentou R$ 6,9 bilhões, caracterizando a maior abertura de capital do ano no Brasil.
Inicialmente, a ideia era levantar cerca de R$ 13 bilhões, o que colocaria o IPO da Raízen no panteão das maiores operações da história o mercado brasileiro. Entretanto, a volatilidade e incertezas globais fizeram com que os dirigentes mantivessem os pés no chão.
Mesmo assim, a empresa chegou à Bolsa avaliada em R$ 76 bilhões, após vender pouco mais de 8% de suas ações.
Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, a demanda chegou a R$ 30 bilhões, sendo R$ 14 bilhões apenas de pessoas físicas. A oferta total contou com o lote principal e o suplementar. O adicional não chegou a ser exercido.
A companhia, inclusive, terá um market cap maior do que a Cosan (CSAN3), que a controla com mais de 44% de participação. A Raízen planeja investir os recursos líquidos da seguinte forma:
- Construção de novas plantas para expandir a produção de produtos Renováveis e capacidade de comercialização (80%);
- Investimentos em infraestrutura de armazenagem e logística para suportar o crescimento de volume comercializado de renováveis e açúcar (15%);
- Investimentos em eficiência e produtividade nos parques de Bioenergia (5%).
A oferta foi coordenada pelo BTG Pactual (BPAC11), Citi, Bank of America, Credit Suisse, Bradesco BBI, J.P. Morgan, Santander Brasil (SANB11), XP, HSBC, Safra e Scotiabank. A empresa será listada no Nível 2 de governança corporativa da B3.
Sobre a Raízen
A Raízen, com faturamento anual de R$ 115 bilhões, tem seu controle dividido igualitariamente entre a Cosan e a Shell. Ela foi constituída como uma joint venture em junho de 2011 e hoje é a líder mundial no mercado de biocombustíveis.
A empresa opera com um modelo de negócios integrado em todas as etapas da cadeia de valor, desde o plantio, colheita, processamento, armazenamento, logística, distribuição e comercialização de produtos e serviços até o consumidor final.
No ano passado, a Raízen inaugurou a primeira planta de painéis fotovoltaicos em Piracicaba (SP), de olho na diversificação da geração de energia limpa, além de comprar 81,5% da Cosan Biomassa.
Em distribuição de combustíveis, o trabalho tem sido na direção de se posicionar melhor no mercado, que é bastante competitivo.
Conforme o último boletim da Agência Nacional do Petróleo (ANP), a BR Distribuidora tem cerca de 23% de participação, seguida de perto pela Raízen, licenciada pela marca Shell (20,5%) e pela Ipiranga (19,3%).