A Raízen, joint venture entre a Cosan (CSAN3) e Shell na área de distribuição de combustíveis, protocolou o pedido de registro de sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A companhia prevê destinar recursos da oferta para construção de novas plantas e investimentos em eficiência e logística.
Apesar de ainda não ser precificado o valor das ações que serão distribuídas, o mercado estima que esse pode ser o maior IPO da história da B3. A expectativa é que a oferta da Raízen movimente entre R$ 10 bilhões e R$ 13 bilhões.
De acordo com o prospecto, a companhia pretende utilizar os recursos líquidos provenientes da oferta para:
- construção de novas plantas para expandir a produção de produtos renováveis e capacidade de comercialização;
- investimentos em eficiência e produtividade nos parques de bioenergia da empresa;
- investimentos em infraestrutura de armazenagem e logística para suportar o crescimento de volume comercializado de renováveis e açúcar.
A Raízen solicitou o registro Nível 2 da bolsa brasileira. A oferta será de ações preferenciais, sem direito a voto, mas com preferência no pagamento de dividendos, com o BTG Pactual (BPAC11) como coordenador líder, além da atuação do Citi, Bank of America e Credit Suisse. Também participam Bradesco BBI (BBDC4), JP Morgan, Santander (SANB11), XP, HSBC, Morgan Stanley, Safra e Scotiabank.
Nos últimos dias, a companhia promoveu uma série de alterações na preparação para a oferta. Uma delas foi a alteração da razão social: a Raízen Combustíveis S.A. passou a ser denominada apenas Raízen S.A.. A companhia tem como controlada a Raízen Energia.
Segundo o jornal Estado de S.Paulo, a oferta deve buscar investidores interessados no tema de sustentabilidade, principalmente ao mostrar ao mercado a presença da companhia no setor de biocombustíveis. Estrangeiros que já investem nas controladoras da Raízen teriam demonstrado interesse em fazer aportes na oferta, cujo preço das ações deve ser definido em meados deste mês.
“Nós nos consideramos um líder mundial em biocombustíveis e uma referência global em sustentabilidade, na vanguarda de importantes tendências internacionais em transição energética desenvolvendo soluções com baixa emissão de carbono”, informa a companhia em seu formulário de referência, que foi atualizado junto com o protocolo da oferta.
Sobre a Raízen
A Raízen foi constituída em junho de 2011 como uma joint venture entre a Cosan (50%) e a Shell (50%), incorporando ativos de ambos os acionistas e visão estratégica de longo prazo fundamentada no mercado.
No exercício social encerrado em 31 de março de 2021, a receita operacional líquida totalizou R$ 114,6 bilhões, se posicionando entre as cinco maiores empresas do Brasil em termos de receita, segundo o documento. O Ebitda (lucro antes de juros impostos depreciação e amortização) totalizou R$ 6,6 bilhões
“Esses valores são resultado de um investimento de R$10 bilhões em iniciativas de crescimento nos últimos 10 anos, possibilitando o aumento de nossa receita líquida em mais de 2 vezes e EBITDA em mais de 3 vezes nesse período”, informou o documento da Raízen.