A Raízen, joint venture da Shell e da Cosan (CSAN3) para biocombustíveis, teria começado a formar um grupo de bancos de investimento para organizar a sua abertura inicial de capital (IPO). As informações são do jornal Valor Econômico.
Segundo fontes escutadas pelo veículo, a Raízen já começou a receber pedidos de propostas das instituições financeiras e espera movimentar de R$ 8 a R$ 13 bilhões no processo.
A notícia vem um dia após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a compra da Biosev (BSEV3) pela Raízen. Esta manifestava planos para fazer uma oferta desde o ano passado, quando a Cosan realizou uma reorganização societária, mas queria finalizar a aquisição antes de iniciar uma nova movimentação. Além disso, era necessário também chegar a um acordo com a Shell.
A aquisição da Biosev, apesar de já aprovada pelo Cade, precisa agora cumprir algumas outras condições do contrato para ser finalizada, que envolvem a reestruturação societária e da dívida da adquirida. Por isso, apesar da busca por um sindicato de bancos, a oferta da Raízen deve levar ainda alguns meses para acontecer.
Tamanho da Raízen deve “blindar” IPO
O IPO da gigante da cana-de-açúcar, quarta maior empresa do Brasil ao se excluir bancos da lista, não é o primeiro que a Cosan tenta aplacar. No ano passado, ela deu início aos processos de abertura de capital da Compass e aos estudos para levar a Moove à bolsa. O mau momento do mercado, entretanto, fez a controladora adiar as estreias.
Com a Raízen, segundo as fontes, a percepção é outra. Pelo tamanho da companhia, os sócios acreditam que a oferta deve ser menos suscetível a oscilações de mercado, como foi percebido nas mega-ofertas do ano passado.
A Raízen tem mais de R$ 120 bilhões de vendas. É a terceira maior distribuidora de combustíveis do país, atrás da BR e do Ipiranga. No diesel, sua fatia é de 18,4% e na gasolina de 16,8%.