Rainha Elizabeth II aprova suspensão do Parlamento britânico
A Rainha Elizabeth II aprovou o pedido do governo e suspendeu o Parlamento britânico, solicitado pelo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, nesta quarta-feira (28). O movimento inédito pode confirmar o Brexit sem um acordo com a União Europeia.
O Legislativo do Reino Unido não vai se reunir do dia 9 de setembro, quando inicia o recesso de verão, até o dia 14 de outubro. Dessa forma, não poderá votar emendas contrárias ao Brexit. Essa é a suspensão mais longa desde 1945, segundo o The Guardian.
Parlamento britânico não poderá votar o Brexit
Os membros do Parlamento britânico deveriam voltar do recessão de verão no dia 3 de outubro, porém, agora com o pedido acatado pela Rainha, o período do dia 14 de outubro a 31 de outubro, data limite para a conclusão do Brexit, é insuficiente para os contrários à retirada do bloco europeu consigam aprovar leis bloqueando-a.
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O prêmio britânico afirmou que não gostaria de aguardar até depois do Brexit “antes de continuar com nossos planos para levar o país adiante” e disse que ainda teria “tempo suficiente” para os parlamentares debaterem a separação da União Europeia, de acordo com a BBC.
A moeda britânica, a libra esterlina, apresentou queda de 0,9% em comparação ao dólar e o euro na última terça-feira (28) após as notícias da suspensão. Os investidores estão preocupados com a economia do país, que pode perder seus principais parceiros comerciais.
Repercussão da decisão
Suspender o Parlamento próximo ao discurso da Rainha é comum, entretanto, limitar a votação semanas antes de uma decisão crucial para o futuro do Reino Unido trouxe preocupação sobre a possibilidade de uma crise constitucional em um dos países mais estáveis da Europa.
A decisão de Johnson está sendo criticada pela oposição ao Brexit, por colegas do seu partido e também por Nigel Farage, um dos principais mentores do Brexit e líder do recém-criado Partido do Brexit, que quer a saída britânica da UE, não importando as condições.
“O anúncio torna uma moção de confiança certa e uma eleição geral ainda mais provável”, afirmou Farage no Twitter.
The government’s announcement today makes a confidence motion now certain, a general election more likely and is seen as a positive move by Brexiteers.
The unanswered question is whether Boris Johnson intends to pursue the Withdrawal Agreement.
— Nigel Farage (@Nigel_Farage) 28 de agosto de 2019
Anna Soubry, líder do The Independent Group, fundado este ano, que é contrário ao Brexit e possui cinco membros do Parlamento na Câmara dos Comuns, é uma das principais críticas na ainda recente gestão de Johnson.
“Ele está suspendendo o Parlamento deliberadamente para impedir que os nossos representantes eleitos façam nosso trabalho”, afirmou Soubry.