A Berkshire Hathaway (BERK34), de Warren Buffett, comprou cerca de 55 milhões de ações do Citigroup (CTGP34) – equivalente a 2,8% do capital social da companhia – ao longo do primeiro trimestre de 2022.
No total, a participação da holding no final de março era de US$ 3 bilhões. Este é um dos maiores investimentos dos últimos tempos da companhia de Warren Buffett, que decidiu ir às compras pelas ações do Citi enquanto elas estavam com desempenho inferior em relação ao resto do setor financeiro nos últimos 12 meses.
A compra foi divulgada pela Berkshire Hathaway via fato relevante à Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, na noite de segunda-feira (16). As ações do Citigroup passaram a sessão desta terça-feira (17) em alta. O BDR da companhia também subiu: 4,71%, para R$ 42,06.
A aquisição de ações do Citigroup ocorre após Buffett vender o restante de sua posição acionária na Wells Fargo (WFCO34), concorrente do grupo, o que já foi um marco dentro do portfólio do investidor por três décadas.
A companhia também investiu na seguradora Markel e no grupo de mídia Paramount Global, além de Ally Financial, Celanese e McKesson. Antes, Buffet já havia anunciado investimentos em Chevron (CHVX34), Occidental Petroleum (OXYP34) e HP (HPQB34) no primeiro trimestre. O megainvestidor ainda comprou quase 4 milhões de ações na Apple (AAPL34).
Além de todos os novos investimentos, a Berkshire vendeu quase US$ 10 bilhões em ações, reduzindo suas participações na Kroger e na Verizon Communications (VERZ34), e eliminando aportes nas farmacêuticas Abbvie e Bristol Myers Squibb.
Além do Warren Buffett, confira outros destaques desta terça-feira:
Cielo (CIEL3) aumenta valor por ação de JCP no total de R$ 65 milhões; confira
- A Cielo (CIEL3) divulgou nesta terça-feira (17) que vai corrigir o valor dos Juros Sobre Capital Próprio (JCP) a serem pagos na semana que vem, dia 24 de maio.
- Em fato relevante, a Cielo informa que o valor dos proventos por ação corrigido será de R$ 0,02420743314. Anteriormente, o valor que seria pago aos acionistas da empresa seria de R$ 0,02421156928.
- A mudança no valor do JCP da Cielo ocorre com a alteração na quantidade de ações detidas em tesouraria pela companhia, para atendimento das obrigações decorrentes do seu programa de remuneração baseado em ações. O valor total a ser pago a título de JCP, no montante de R$ 65,1 milhões, não sofreu alteração.
- Apenas os investidores que possuíam ações da Cielo no dia 10 de maio terão direito de receber os rendimentos. No dia 11 de maio, as ações negociadas já eram “ex-juros”.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022, referentes aos primeiro trimestre.
- Valor total: R$ 65.137.798,5
- Valor por ação: R$ 0,02420743314
- Data de corte: 10 de maio
- Data do pagamento: 24 de maio
- Rendimento (dividend yield): 4,03%
Maxi Renda (MXRF11): distribuição de dividendos do FII é regular, decide CVM por unanimidade
- O colegiado da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu reconhecer por unanimidade nesta terça-feira (17) a regularidade do tratamento contábil dado à distribuição de proventos pelo FII Maxi Renda (MXRF11).
- A ata da reunião do colegiado, divulgada no início da noite, informa que o tratamento contábil na distribuição de lucro caixa excedente em prejuízos ou lucros acumulados, e não como amortização de cotas integralizadas, tem caráter legal.
- Em janeiro, o Maxi Renda (MXRF11), fundo imobiliário com o maior número de cotistas do mercado – são 506 mil –, publicou um fato relevante em que apresentava uma decisão da CVM sobre o Fundo, determinando a distribuição de rendimentos somente em caso de lucro contábil, não pelo regime de caixa.
- Segundo a área técnica da CVM disse à época, a administração do Maxi Renda vinha distribuindo aos cotistas rendimentos com base no lucro caixa do Fundo, mesmo quando esses valores excediam o lucro contábil. O que não poderia ser feito na classificação de rendimento e, sim, como amortização ou devolução do capital investido pelos cotistas.
- A decisão causou impacto no mercado. O caso era específico sobre o FII MXRF11, mas repercutiu nos fundos imobiliários pela possibilidade de jurisprudência da decisão da CVM, levando o modelo a todos os FIIs.
- Em fevereiro, contudo, a CVM suspendeu o efeito da decisão sobre a distribuição de rendimentos pelo FII MXRF11, a pedido do administrador do Fundo, o BTG Pactual (BPAC11).
- A CVM afirmou, naquele mês, que iria cessar o efeito suspensivo – e a decisão voltaria a valer -, caso não houvesse apresentação do pedido de reconsideração em até 15 dias úteis ou se o colegiado deliberasse pela rejeição ou não reconhecimento do pedido feito pela administração do MXRF11.
- A CVM acabou decidindo pela revisão nesta terça (18). O colegiado reconheceu a existência de “obscuridade e contradição” na primeira decisão tomada pela autarquia.
Eletrobras (ELET3): presidente da empresa diz que privatização pode ocorrer até agosto
- A privatização da Eletrobras (ELET3) deve ocorrer até meados da agosto. A opinião é do presidente da companhia. Rodrigo Limp: “A conclusão do processo pode ocorrer até meados de agosto, em um cenário otimista,” O processo aguarda decisão do Tribunal de Contas da União, que julga nesta quarta (18) se dará ou não prosseguimento à etapa de capitalização da companhia.
- Limp afirmou que, em um cenário positivo, a conclusão da operação de privatização da empresa poderá ocorrer até agosto, em um cenário mais favorável. O CEO dessa declaração em entrevista coletiva online sobre os resultados do primeiro trimestre de 2022.
- A Eletrobras anunciou ter obtido lucro líquido de R$ 2,7 bilhões no primeiro trimestre de 2022. O resultado, divulgado nesta segunda-feira (16), é 69% superior ao mesmo período de 2021 e foi impactado positivamente pelo aumento de 12% da receita bruta, e também pelo desempenho financeiro da companhia, com destaque para o efeito positivo da variação cambial.
- O presidente da Eletrobras acrescentou que agosto é a melhor janela de mercado, coincidindo com as férias no Hemisfério Norte e antes do período eleitoral no Brasil — o que representa, no seu entender, mais benefícios para a empresa e para a União.
- Limp afirmou que aguarda a decisão do TCU. Depois da aprovação do tribunal, será necessário ainda concluir a elaboração de toda a documentação do prospecto e realizar avaliação de auditoria independente.
- A diretora Financeira e de Relações com Investidores, Elvira Presta, afirmou ser precipitado falar em datas para o road show (apresentação de uma empresa e seus produtos para investidores). “Nós só conseguiremos montar a agenda [do road show] depois da aprovação pelo TCU”, acrescentou Elvira.
Fleury (FLRY3) faz parceria para criar empresa de serviços oncológicos; investimento é de R$ 678 mi
- A Fleury (FLRY3), companhia de diagnósticos médicos, divulgou nesta terça-feira (17) que formou uma parceria com a Atlântica Hospitais, controlada indiretamente pelo Bradesco (BBDC4), e com a Beneficência Portuguesa para criar uma empresa especializada em serviços de tratamentos contra o câncer.
- De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a iniciativa prevê investir cerca de R$ 678 milhões nos cinco primeiros anos, a serem aportados pelos parceiros, para abrir clínicas oncológicas para tratamentos preventivos e de maior complexidade, em diferentes cidades do Brasil.
- O Bradesco é controlador também Bradesco Diagnósticos, que por sua vez detém cerca de 30% da Fleury.
- Empresas de saúde no Brasil estão se movimentando para diversificar receitas, explorando mercados especializados de alto crescimento e maiores margens, ao mesmo tempo em que um processo de consolidação no setor avança rapidamente.
- “A nova companhia será o veículo de uma associação paritária, tanto em relação aos percentuais de participação econômica quanto em relação aos direitos de governança, e nasce com a ambição de se tornar uma das grandes referências do País em Oncologia, contando com corpo técnico e clínico de excelência para proporcionar aos pacientes cuidado e desfechos adequados a cada caso”, diz a Fleury, em nota.
- O acordo entre as empresas se baseia em um modelo de operação “focado na jornada completa e com ênfase no diagnóstico precoce, emprego de tecnologia e acolhimento do paciente, oferecendo uma forma de pagamento baseado no desfecho e na gestão das vidas em carteira”.
- A conclusão da transação precisa de aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e do Banco Central (BC).
Com perda de assinantes, Netflix (NFLX34) demite 150 funcionários
- A Netflix (NFLX34) vai demitir 150 funcionários neste mês, quase 30 dias após anunciar, em seu balanço do primeiro trimestre de 2022, a perda de 200 mil assinantes no seu serviço de streaming. A saída desses empregados equivale a menos de 2% dos 11.000 contratados da empresa, diz reportagem da CNBC. Esse número de desligamentos equivale à maioria dos cortes que estão sendo feitos em outras companhias nos Estados Unidos.
- “Como explicado no balanço do primeiro trimestre, o nosso crescimento lento impacta os custos da empresa”, justificou um dos representantes da empresa em entrevista à CNBC. “Então, infelizmente, precisamos demitir 150 dos nossos funcionários hoje, a maioria dos Estados Unidos. Essas mudanças são movidas mais pela necessidade da companhia do que por motivos de desempenho pessoal, o que torna o processo ainda mais difícil. Nenhum de nós quer se despedir de bons colegas. Estamos realmente nos esforçando para apoiá-los durante essa difícil transição”, acrescentou o executivo da Netflix, não identificado pela CNBC.
- A redução do quadro de funcionários, que era esperada, veio menos de um mês depois de a Netflix ter reportado a sua primeira perda de usuários em uma década e prever mais baixas no próximo trimestre. As ações da empresa caem mais perto de 70% desde janeiro, lembra a CNBC,
- De acordo com o portal de notícias dos EUA, durante os balanços da Netflix do mês passado, o co-CEO Reed Hastings disse que a empresa procura vender espaço para anúncios publicitários para trazer novos assinantes, depois de anos resistindo a propagandas na plataforma.
- A Netflix também está trabalhando para reprimir o compartilhamento de senha: além de seus 222 milhões de assinantes, existem mais de 100 milhões de casas que acessam a plataforma por meio do compartilhamento de perfis do streaming.
- As demissões da Netflix, ligadas à perda de assinantes, são parte de uma contração muito maior de empregos na indústria tecnológica, assinala a CNBC. Diversas empresas do setor vêm anunciando, recentemente, congelamento na contratação de novos empregados e demissões, incluindo Amazon (AMZO34), Uber (U1BE34), Meta (FBOK34), ex-Facebook, e Robinhood, segundo a CNBC.
Do Warren Buffett ao Netflix, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.