Dona da Casas Bahia e do Ponto, a Via (VIIA3) divulgou nesta quinta-feira, 10, o seus resultados do segundo trimestre de 2023. A varejista apurou um prejuízo líquido de R$ 492 milhões.
O resultado da Via no 2T23 reverte o lucro de R$ 6 milhões apresentado no mesmo período de 2022. A empresa garante, porém, que um novo ciclo está por vir e aproveitou o momento para divulgar o plano de ação da nova gestão da companhia.
“No segundo trimestre, ainda não tivemos impactos das mudanças que começamos a implementar. Ele ficou dentro das expectativas do mercado. Com a companhia do tamanho que estava, o resultado é de prejuízo”, disse o CEO da empresa, Renato Franklin, ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado.
O Ebitda ajustado da Via (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 469 milhões, com queda de 32% frente ao reportado entre abril e junho de 2022, com margem de 9%, 2,7 pontos porcentuais (p.p.) menor do que um ano atrás. A receita líquida da Via, por sua vez, caiu 2%, chegando a R$ 7,5 bilhões.
Franklin diz que o período foi prejudicado pela menor demanda por itens de maior valor agregado, que sofrem em momentos de restrição de crédito ao consumo, dado que a população estava altamente endividada. Além disso, a margem bruta da empresa – que caiu 2,9 pontos porcentuais (p.p.), para 31,4% – teve impactos marginais do início da venda de estoque em promoção que a nova gestão começou a fazer.
“Passamos por uma mudança de mentalidade. Antes o foco estava em ganho de GMV (vendas brutas) e aumento de canais de vendas, em crescer o negócio. Agora, o foco muda para gerar resultados”, afirma o novo CEO, à frente da companhia desde a última divulgação de resultados. Para ele, a escolha que a empresa tinha era de investir mais para crescer, ou usar o que já se tinha à mão para, em suas palavras, “ganhar dinheiro”.
Nesse sentido, nos últimos meses, a companhia demitiu 6 mil pessoas, o que, nas contas da empresa, gerou uma economia de R$ 370 milhões para a Via. Além disso, a empresa agora deve trabalhar com estoques menores. “O intuito agora é comprar aquilo que vendemos mais rapidamente”, afirma Franklin.
Além de Via, confira outros destaques desta quinta-feira:
Prejuízo da Oi (OIBR3) aumenta 70% no 2T23 e chega a R$ 845 milhões
- A Oi (OIBR3) divulgou os resultados do segundo trimestre de 2023 nesta quinta-feira (10), reportando um prejuízo de R$ 845 milhões. No mesmo período de 2022 (2T22), o prejuízo auferido pela empresa tinha sido de R$ 497 milhões – aumento de 70% no 2T23.
- No primeiro trimestre deste ano, o prejuízo da Oi tinha sido de R$ 1,267 bilhão. O prejuízo teve uma redução de 33,4% no 2T23, quando comparado ao trimestre imediatamente anterior.
- A receita líquida consolidada da Oi foi de R$ 2,434 bilhões, considerando apenas as operações no Brasil. Esse valor corresponde a uma baixa de 11,2% em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
- Conforme explicado no relatório de resultados da Oi, essa queda se deu com a “comparação assimétrica entre os períodos, visto que os resultados da InfraCo foram consolidados até a alienação desta UPI em 9 de junho de 2022”.
CPFL (CPFE3) lucra R$ 1,25 bi no 2T23, recuo de 1,2%; empresa anuncia dividendos de R$ 902,6 milhões
- A CPFL anunciou que vai pagar R$ R$ 902.627.837,13 em dividendos complementares aos seus acionistas, segundo fato relevante divulgado hoje.
- O valor dos proventos por ação será de R$ 0,783358090, que serão pagos até 31 de dezembro de 2023, “em data específica a ser oportunamente informada aos acionistas e ao mercado, sem a aplicação de atualização monetária ou incidência de juros entre a data de declaração e a data do efetivo pagamento”.
- Apenas os investidores com ações da CPFL no dia 17 de agosto terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 18 de agosto, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
Dividendos da CPFL
Valor total: R$ R$ 902.627.837,13
Valor por ação: R$ 0,783358090
Data de corte: 17 de agosto
Data do pagamento: até 31 de dezembro de 2023
Rendimento (dividend yield): 6,04%
- No pregão de hoje, a cotação das ações da CPFL subiu 0,14%, cotada a R$ 34,81.
Alupar (ALUP11): banco recomenda compra das ações, após números do 2T23, e destaca política de dividendos
- A Alupar (ALUP11) continua sendo uma das preferidas do Itaú BBA no setor. Segundo analistas do banco, os resultados operacionais foram em linha com as estimativas e sua avaliação, mais atraente, faz o banco manter recomendação de compra das ações.
- “O Ebitda recorrente da Alupar para o 2º trimestre de 2023 atendeu às nossas expectativas, apresentando um aumento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, impulsionado tanto pelo segmento de transmissão quanto pelo de geração”, diz o BBA.
- Outro ponto destacado foi a alavancagem da Alupar, que se manteve em 3,5x dívida líquida/Ebitda no segundo trimestre de 2023. “Esperamos uma desalavancagem acelerada nos próximos trimestres, após o início dos projetos em construção”, projetam os analistas.
- Além disso, em relatório, o BBA cita a nova política de dividendos da Alupar, que estabelece distribuições trimestrais. Segundo analistas, a expectativa é de um rendimento total de dividendos de 4,6% ao ano, considerando o pagamento obrigatório de dividendos de 50%.
- A Alupar anunciou a distribuição de dividendos no valor de R$ 36,57 milhões, representando um rendimento de 0,42%.
Localiza (RENT3) pagará mais de R$ 360 milhões em JCP em agosto
- A Localiza (RENT3) vai pagar R$ 368 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) os seus acionistas, segundo aviso aos acionistas publicado nesta quinta-feira (10).
- O valor dos proventos por ação da Localiza será de R$ 0,34, que serão pagos no dia 14 de agosto.
- Apenas os investidores que detinham ações da Localiza no dia 30 de junho terão direito de receber os rendimentos.
- Desde o dia 3 de julho os papéis RENT3 são negociados sem direito ao JCP.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses provento são frutos de deliberação do Conselho de Administração em reunião realizada em 16 de junho de 2023.
JCP da Localiza
- Valor total: R$368.384.854,03
- Valor por ação: R$ 0,349173632
- Data de corte: 30 de junho
- Data do pagamento: 14 de agosto
- Rendimento (dividend yield): 0,52%
- No pregão de hoje, a cotação das ações da Localiza subiu 0,50% a um preço de R$ 66,55. No ano, o papel acumula uma alta de 30%.
B3 (B3SA3) encolhe lucro para R$ 1,052 bilhão no 2T23
- A B3 (B3SA3), empresa controladora da Bolsa de Valores do Brasil, divulgou seus resultados financeiros, apresentando um lucro líquido atribuído aos acionistas de R$ 1,052 bilhão, indicando uma queda de 3,6% em relação ao período anterior.
- Se forem excluídos itens não recorrentes, como despesas de M&A, outras receitas não recorrentes, impactos fiscais e amortização de intangível, o lucro líquido da B3 teria alcançado R$ 1,168 bilhão, registrando uma diminuição de 4,3%.
- Enquanto isso, o lucro líquido recorrente ajustado apresentou uma queda de 12,9%, influenciada pelo término da amortização fiscal do ágio da combinação de negócios com a Cetip.
- O Ebitda recorrente (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu o total de R$ 1,632 bilhão, indicando uma diminuição de 2,2%. A margem correspondente foi de 73,6%, em comparação aos 74,4% registrados um ano antes.
- A receita líquida da empresa totalizou R$ 2,230 bilhões, exibindo um decréscimo de 0,5%, enquanto as despesas apresentaram um aumento de 2%, somando R$ 859 milhões.
- O resultado financeiro, por sua vez, apresentou uma virada, ficando positivo em R$ 102,8 milhões, em contraste com uma cifra negativa de R$ 15,3 milhões registrada no mesmo período do ano anterior.
Arezzo (ARZZ3): lucro tem queda de 7% no 2T23, com alta de despesa financeira
- A Arezzo (ARZZ3) viu o seu lucro do segundo trimestre cair em 7% em relação ao mesmo período do ano passado, para quase R$ 114 milhões, mas continuou tendo resultados operacionais fortes.
- A geração de caixa medida pelo Ebitda da Arezzo (lucro antes de impostos, depreciação e amortizações) cresceu 22,1% e foi a R$ 198 milhões.
- Já a receita líquida da Arezzo teve alta de 19,7%, sempre em relação ao segundo trimestre de 2022, e fechou o período em R$ 1,1 bilhão.
- O motivo pela queda no lucro da Arezzo já era esperado pelos analistas: o aumento da despesa financeira. Entre abril e junho de 2022, a empresa tinha no caixa R$ 360 milhões, parte do que havia captado por meio de um follow-on (emissão secundária) de R$ 830 milhões em fevereiro. Já no segundo trimestre deste ano, a companhia tinha uma dívida líquida no caixa de R$ 346 milhões.
- Segundo Rafael Sachete, diretor Financeiro da Arezzo, de lá para cá, os recursos foram usados em aquisições, investimentos, abertura de novas lojas e capital de giro, com os juros mais caros dos últimos 12 meses. “Só em aquisições, foram cerca de R$ 400 milhões”, disse. “Mas temos uma situação de endividamento bastante confortável, somos fortes geradores de caixa e, até o fim do ano, devemos reduzir essa percepção de endividamento e alavancagem.”
- Hoje, a dívida da Arezzo está em 0,5 vez a geração de caixa medida pelo Ebitda e a tendência é de melhoria a partir do segundo semestre porque as bases de comparação de despesas vão ser reduzidas, segundo Sachete.
- Outro ponto destacado em relatório recente de casas de análise, o da operação internacional, que estava sendo ajustada, teve melhoria nas vendas no varejo, com a inauguração de uma loja Schutz na Broadway, na cidade de Nova York, e nos preços cheios cobrados no comércio eletrônico. Mas as vendas como um todo sofreram, bem como o Ebitda no exterior, em função da retração das lojas de departamentos. “Os Estados Unidos são o maior mercado do mundo e nosso posicionamento é de longo prazo“, afirma Sachete. “Estamos construindo marcas, posicionamento e branding.”
Sem respiro: Magazine Luiza (MGLU3) deve apresentar prejuízo de R$ 160 milhões no 2T23, segundo analistas
- Previsto para ser divulgado na próxima segunda-feira (14), depois do fechamento do mercado, o resultado do segundo trimestre da Magazine Luiza (MGLU3) deve ser negativo, ainda refletindo um cenário macroeconômico adverso – embora menos nebuloso do que o registrado nos três primeiros meses do ano, de acordo com analistas.
- Em relatório, analistas do BTG Pactual pontuaram que a relação das varejistas com o cenário macroeconômico foi particularmente forte no primeiro semestre deste ano, levando inicialmente a grandes pressões de venda sobre ações do setor, à medida em que as empresas lidavam com pressões de alavancagem financeira e desaceleração da demanda.
- Assim, de acordo com o banco, o 2T23 do Magazine Luiza deve se parecer muito com os anteriores, mas com números piores, já que o mercado espera (e precifica parcialmente) melhorias somente no segundo semestre.
- Para o BTG, a Magazine Luiza deve apresentar um prejuízo líquido de R$ 160 milhões no segundo trimestre, acima do consenso Bloomberg de perdas de R$ 141 milhões. No mesmo período de 2022, a empresa havia apresentado um prejuízo de R$ 135 milhões e, no 1T23, prejuízo de R$ 391,2 milhões.
- Para o segundo trimestre deste ano, o BTG projeta que a receita líquida da Magazine Luiza se mantenha estável na base anual, para R$ 8,581 bilhões, abaixo do consenso de receita de R$ 8,954 bilhões. No mesmo período do ano passado, a varejista registrou R$ 8,546 bilhões no indicador.
- Já em relação ao lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, o Ebitda da Magazine Luiza, o BTG espera que o indicador chegue a R$ 491 milhões, abaixo do consenso de R$ 592 milhões. No mesmo período de 2022, o Ebitda da Magazine Luiza havia chegado a R$ 477 milhões.
Da Via à CPFL, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.