Radar: Via (VIIA3) terá nome e ticker novos, Hapvida (HAPV3) tem preço-alvo elevado e banco projeta ‘dividendos adicionais’ bilionários para o Itaú (ITUB4)
O conselho de administração da Via (VIIA3) aprovou uma nova alteração da denominação social da empresa para “Grupo Casas Bahia S.A.”, conforme comunicado nesta terça-feira (12), após decisão tomada em assembleia geral extraordinária.
Além da mudança na denominação social, a Via informou que a partir do pregão do dia 20 de setembro de 2023, suas ações passarão a ser negociadas na bolsa de valores com um novo código de negociação, o BHIA3.
O ticker BHIA3 vem em substituição ao código atual VIIA3. O nome de pregão da empresa passará a ser somente “Casas Bahia”, em substituição à “Via”.
“O novo posicionamento da marca institucional, nova assinatura corporativa e agora a alteração do ticker para BHIA3 reforçam a estratégia da companhia de focar no DNA da sua principal bandeira, resgatando o histórico de bons resultados das categorias core, nas quais somos especialistas e reconhecidos como destino de compras”, explicou a Via em seu comunicado.
Outra novidade anunciada foi a retomada do uso do slogan da Casas Bahia, identificado por muitos anos no Brasil como: “dedicação total a você”.
Conforme noticiado pelo Valor em meados de agosto, a mudança no nome social da Via já estava sendo discutida nesse período.
Além de Via, confira outros destaques desta terça-feira:
Hapvida (HAPV3): analistas explicam por que elevaram o preço-alvo dos papéis; ações fecham em alta
- O Itaú BBA elevou o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3), após resultados sólidos no 2º trimestre de 2023 (2T23). Em relatório divulgado nesta terça-feira (12), a instituição financeira classifica a Hapvida como a favorita no setor de saúde, recomendando compra. Hoje à tarde, as ações da companhia sobem no Ibovespa.
- “Após resultados sólidos do 2T23 da Hapvida, estamos revisando nossas projeções para Hapvida (HAPV3) para cima em todos os aspectos. Nosso novo valor justo para o final de 2024 é de R$ 7 por ação [antes era R$ 6]”, cita a equipe do BBA.
- Para analistas, o desempenho fraco anualizado da Hapvida é atribuído a fatores macroeconômicos – os microeconômicos têm menos impacto. Além disso, o BBA aponta que a empresa está negociando com um P/E (Preço/Lucro) de 14x em 2024 e 10x em 2025, representando um ponto de entrada atrativo para os investidores.
- “Os resultados do 2º trimestre de 2023 da Hapvida mostraram tendências melhores do que as expectativas, concentradas em um crescimento do ticket médio mais rápido do que o esperado, que resultou em um MLR melhor do que a sazonalidade sugeriria”, explica o BBA.
Itaú (ITUB4) deve pagar R$ 6 bilhões em ‘dividendos adicionais’, diz BBI
- Estimativas do Bradesco BBI indicam que o Itaú Unibanco (ITUB4) deve pagar adicionalmente dividendos de R$ 6 bilhões no segundo semestre deste ano.
- Com isso, os dividendos do Itaú a serem pagos adicionalmente representariam um rendimento (dividend yield) de 2%.
- Além disso, o BBI já projeta um payout de 30% para os dividendos do banco, com distribuição de R$ 10,2 bilhões aos acionistas, mostrando um yield de cerca de 4%.
- Com isso, a projeção é de que os dividendos do Itaú em 2023 somem R$ 16,2 bilhões, representando 48% de payout e 6% de dividend yield.
- Apesar de os especialistas verem os prováveis novos proventos com bons olhos, destacam, em análise, que os números ficam abaixo da mediana do payout dos anos anteriores, que ficou entre 70%-90% entre 2018-2020.
Minerva (BEEF3): de olho em dividendos maiores e em outro dado operacional, banco recomenda compra das ações
- O BTG Pactual manteve recomendação de compra para as ações da Minerva (BEEF3) após reunião com o alto escalão da companhia. Para os analistas, a aquisição de ativos da Marfrig (MRFG3) pode ser um marco importante na escala global e regional da Minerva.
- “Para uma empresa que consistentemente buscou construir sua posição como um importante produtor de carne bovina, em algumas das regiões de criação de gado mais competitivas do mundo, este acordo possui um claro valor estratégico”, explicam os analistas do BTG.
- De acordo com o banco, a diretoria da Minerva acredita possuir capacidade de gerenciar riscos associados aos preços da carne bovina e flutuações cambiais. “A aquisição de ativos da Marfrig certamente colocará essa capacidade à prova, mas esta deverá ser precisamente sua maior fonte de valor.” Ao longo da sua história, a Minerva já concluiu 20 aquisições.
- Além disso, antes da aquisição de novos ativos, a Minerva tinha apenas oito plantas com acesso à China. Agora, com o acordo entre a Marfrig passa a ter mais nove. Segundo o BTG, integrar as operações da frente e de back-office e maximizar a eficiência e os controles nos novos ativos será o passo-chave para que eles tenham a flexibilidade necessária para aproveitar diferentes oportunidades de arbitragem.
- Diante desse cenário, o BTG recomenda compra das ações da Minerva, com preço-alvo de R$ 12.
Via (VIIA3) derrapa, enquanto Magazine Luiza (MGLU3) tem ganhos no Ibovespa; veja motivos
- As ações de Via (VIIA3) oscilaram entre perdas e ganhos, e acabaram fechando em queda – enquanto as de Magazine Luiza (MGLU3) tiveram dia positivo no Ibovespa, em linha com a queda na curva de juros futuros após a divulgação dos dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) pela manhã, principal termômetro da inflação oficial no Brasil – o que tende a mexer com empresas do setor de varejo.
- No fechamento, as ações ordinárias de Via (VIIA3) caíram 1,69%, cotadas a R$ 1,16,. Já os papéis da Magazine Luiza (MGLU3) avançaram 2,65%, a R$ 2,61.
- O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal termômetro da inflação oficial no Brasil, registrou 0,23% em agosto, abaixo do consenso de mercado, que era de aumento de 0,28%. Os dados foram divulgados na manhã desta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
- Em 12 meses, a inflação acumulada no país é de 4,61%, também abaixo das expectativas do mercado, que era de +4,67%. Levando em consideração apenas os meses de 2023, a alta é de 3,23%.
- “Com os dados do IPCA vindo menores do que o esperado e a curva de juros inteira caindo, principalmente na parte do meio, que mostra mais ou menos uma expectativa de taxa final menor, incentiva bastante essas empresas mais endividadas. A parte de serviços vindo mais baixa, permitindo pensar em uma taxa final de Selic menor no ano que vem, estimula olhar empresas que terão um alívio maior”, diz Gustavo Cruz, analista da RB Investimentos.
- Sobre as empresas em específico, Cruz acredita em um impacto maior em relação à Via, diante de toda a desconfiança de sua reestruturação, anunciada recentemente, ao contrário de uma de suas principais concorrentes.
- “A Magazine Luiza já consegue ter uma alta mais considerável. Acho até que ainda seja considerada pelos gestores uma empresa bem promissora e que, embora tenha um ambiente de concorrência bem mais difícil do que nos últimos anos, ela deve ter um momento mais promissor no próximo ano”, acrescentou.
Ambev (ABEV3) entra na mira da Receita Federal por ‘operações irregulares’ no pagamento de IR; ações caem
- A Receita Federal questionou a Ambev (ABEV3) sobre as operações ligadas ao pagamento de imposto de renda sobre lucros no exterior, informa o Broadcast. As ações da empresa caem nesta terça (12) no Ibovespa.
- O centro dos questionamentos foi a prática de restituição bilionária de impostos que a Ambev pagou lá fora.
- Em suma, a cervejaria, assim como outras companhias, faz compensação do imposto de renda devido no Brasil com o imposto de renda anual pago pelas empresas multinacionais brasileiras no exterior.
- Na prática, a companhia usa o Imposto de Renda pago no exterior para abater no Imposto de Renda e CSLL que são pagos mensalmente no Brasil.
- Segundo a Receita Federal, a prática é irregular, já que é como se o governo pagasse o imposto que a companhia recolheu em outro país.
PL das debêntures de infraestrutura é aprovado pela CAE do Senado
- A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou nesta terça-feira (12), o relatório do projeto de lei dos debêntures de infraestrutura. O PL segue agora para a análise do plenário do Senado.
- O texto segue o já aprovado na Comissão de Infraestrutura do Senado, com uma única mudança em relação às alíquotas de Imposto de Renda incidentes sobre os rendimentos desses títulos.
- O relator, senador Rogério Carvalho (PT-SE), votou a favor do PL, que permite a emissão de debêntures voltados especificamente a ações de infraestrutura.
- Diferente dos debêntures incentivados, em que o benefício fiscal fica com o comprador do papel (ou seja, o investidor que adquire o título no mercado), os de infraestrutura darão incentivos aos emissores (ou seja, a concessionária responsável pelo projeto de infraestrutura que emitir o título para se capitalizar).
- Com isso, os juros que deverão ser pagos aos investidores serão deduzidos da base de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL).
- O projeto é tido como uma das prioridades da equipe econômica na pauta legislativa deste segundo semestre.
- Como o projeto passou por mudanças no Senado, terá de voltar à Câmara para uma última análise caso seja aprovado pelos senadores no plenário.
Da Via à Ambev, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.