Radar: Via (VIIA3) salta 11,5% na bolsa, balanço da Gerdau (GGBR4) impressiona analistas, PetroRio (PRIO3) dobra o lucro líquido no 2T22
A Via (VIIA3) foi uma das empresas que se destacaram no Ibovespa hoje, com alta de 11,49%, cotada a R$ 2,62. Outras empresas do setor de varejo, como Magazine Luiza (MGLU3), que subiu 8,12% e Natura (NTCO3), com +11,17%, também sentiram um impacto positivo que beneficiou os ativos.
De acordo com Eduardo Melo, CEO da Prime Investe, é necessário levar em consideração alguns aspectos sobre a alta da Via de hoje.
“De meados de 2020 até agora a empresa teve uma queda de 90% uma perda considerável de valor, saindo de R$ 22 para abaixo de R$ 2, próximo ao pior fundo da história da empresa que foi em 1,11 em 2015”, disse o CEO. “Com níveis próximos às mínimas históricas de um ativo, nos Traders Profissonais sempre ficamos atentos a possíveis subidas fortes devidos a recompra de investidores.”
Ele ainda destaca que no início de julho houve uma subida intensa nas ações da Via, o que representava uma entrada forte de investidores acreditando potencial do papel. “Logo, a alta de hoje de 11% é apenas uma continuação de movimento em regiões compradoras”, ressaltou. Eduardo também lembra que é necessário ter cautela com o ativo, uma vez que a tendência primária dele ainda é continuar em queda.
Já na visão de Waldir Morgado, sócio da Nexgen Capital, a alta do setor de varejo, assim como o de tecnologia de hoje, veio por três fatores principais:
- A Nasdaq, em Nova York, fechou em alta forte de 2,59%, a 12.668,16 pontos, e por esse motivo as ações domésticas, como a da Via, acompanharam o otimismo no Ibovespa hoje;
- A decisão do Copom, com mercado esperando alta de 0,5 ponto percentual na taxa de juros básica, a Selic.
- Os papéis estão, de fato, bastante descontados em relação aos múltiplos e preços históricos, o que leva os investidores a enxergarem como oportunidade de compra com preço mais atrativo.
Sobre a Selic, Waldir ressalta que há uma expectativa do mercado sobre algum comunicado do Banco Central, afirmando que o ciclo de alta de juros está chegando ao fim. “Se isso for confirmado, os juros não subindo muito mais do que o patamar atual, favorecem o setor de varejo como um todo”, disse. Mas o comunicado do Copom, divulgado às 18h30, acena com novos aumentos, embora de menor magnitude.
Os resultados do segundo trimestre de 2022 (2T22) da Via e outras empresas do setor de varejo, como Magazine Luiza e Americanas (AMER3), serão divulgados na quinta-feira (11), após o fechamento do mercado.
Além da Via, confira outros destaques desta quarta-feira:
Gerdau (GGBR4): números e dividendos robustos do 2T22 agradam analistas; recomendação é de compra
- Com a receita cobrindo os custos, a Gerdau (GGBR4) obteve um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 6,7 bilhões, 14,6% maior em relação ao trimestre anterior, com avanço de 13,3% na comparação anual.
- Os ajustes de preço e o aumento de volume da receita sobressaíram aos custos. Esses números do segundo trimestre de 2022 agradaram o mercado e chamaram atenção de analistas, que ressaltaram também o pagamento de dividendos bilionários da Gerdau.
- A Genial investimentos classificou o resultado como positivo e destacou que esse é o segundo melhor trimestre da história da companhia siderúrgica. A XP manteve a recomendação de compra para as ações da Gerdau, com preço alvo de R$ 33,80 por papel.
- A receita líquida da Gerdau foi de R$ 23 bilhões no 2T22, o número é 13% maior na comparação entre trimestres e 20,1% na comparação anual.
- A companhia anunciou o pagamento de R$ 1,2 bilhão para dividendos, sendo R$ 0,71 por ação, ou seja, 12% a.a do valor de mercado. Os pagamentos serão realizados a partir de 25 de gosto. O dividend yield foi de 2,09% para a cotação atual.
- Em seu relatório a XP destacou a dívida líquida de R$ 4,7 bilhões (o,18x Ebitda) e a dívida bruta de R$ 12 bilhões “Em nossa visão pode resultar em maiores pagamentos de dividendos nos próximos trimestres”, dizem os analistas da XP.
- A Gerdau anunciou também um programa de recompra de ações. O programa, aprovado em 5 de maio de 2022, deu sinal verde para a recompra de até 55.000.000 ações preferenciais, cerca de 5% do free-float, com prazo máximo de 18 meses.
- Até 18 de junho de 2022 a Gerdau havia adquirido 17.769.500 ações preferências, o que corresponde a cerca de 32% do total previsto. O preço médio foi de R$23,88.
- Para a XP, os resultados continuam fortes e impulsionados pelo recorde de Ebitda e margens Ebitda nos Estados Unidos – R$ 2.836 milhões, maior da divisão América do Norte -, que se destacaram novamente nos resultados trimestrais.
- Para a Genial, os próximos passos da mineradora dependerão, sobretudo, da situação global e conjuntura econômica dos Estados Unidos e Brasil.
- A gestora também destacou que a Gerdau apresentou os melhores números do segmento no trimestre. “Além disso, com base nas nossas percepções acerca das outras companhias, dificilmente alguma outra do setor superará esses números no trimestre.”
3R Petroleum (RRRP3) contrata empréstimo de US$ 500 milhões para a compra do Polo Potiguar
- A 3R Petroleum (RRRP3) informou na noite de terça-feira (2) que sua subsidiária integral, a 3R Lux, contratou um empréstimo de US$ 500 milhões para pagar a aquisição do Polo Potiguar (RN).
- Atualmente, o polo é operado pela Petrobras (PETR4). O empréstimo vence dentro de 54 a 60 meses, a partir de 2 de agosto.
- De acordo com o fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a 3R Petroleum afirmou que o empréstimo será concedido por um grupo de credores liderados pelo Morgan Stanley Senior Funding, incluindo Banco do Brasil (BBAS3), Citibank, Deutsche Bank AG, HSBC Mexico, Itaú BBA International e Santander (SANB11).
- “A principal destinação dos recursos captados está relacionada à conclusão da aquisição do Polo Potiguar, ativo de upstream (campos produtores de óleo e gás) e de mid & downstream (terminal de uso privado, refinaria e tancagem), localizado na Bacia Potiguar, no Estado do Rio Grande do Norte, e atualmente detido e operado pela Petrobras”, diz o comunicado.
- A 3R Petroleum destaca que: Até a conclusão da aquisição do Polo Potiguar, a companhia pagará uma taxa inferior à taxa de juros a ser cobrada após o desembolso do financiamento; O desembolso do Financiamento está sujeito ao atendimento de condições precedentes usuais para operações similares no mercado e previstas no contrato de empréstimo.
- Em janeiro, a Petrobras aprovou a venda de 22 concessões de um grupo de ativos na Bacia Potiguar para a 3R Petroleum por US$ 1,38 bilhão.
Irani (RANI3) e Tegma (TGMA3) vão pagar R$ 48,2 milhões em dividendos; veja valor por ação
- O valor dos proventos por ação da Irani será de R$ 0,09, a ser pago no dia 31 de agosto.
- Apenas os investidores com posição acionária no dia 8 de agosto terão direito de receber os rendimentos. No dia 9 de agosto as ações serão negociadas sem direito aos dividendos. O mesmo vale para as ações da Tegma.
- Já para a Tegma, que vai distribuir dividendos intercalares e Juros Sobre Capital Próprio (JCP), o valor por ação será dividido da seguinte forma: Dividendos = R$ 0,27 por ação; JCP = R$ 0,09 por ação
- Segundo os documentos arquivados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos da Irani e da Tegma fazem parte dos dividendos do exercício de 2022, referentes ao segundo trimestre.
- O valor dos JCP terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%.
Dividendos e JCP da Tegma
- Valor total: R$ 24.589.334,12 no total
- Valor por ação: R$ 0,3729172729 no total
- Data de corte: 08 de agosto
- Data do pagamento: 18 de agosto
- Rendimento (dividend yield): 6,74%
Dividendos da Irani
- Valor total: R$ 21.980.000,00
- Valor por ação: R$ 0,0956838
- Data de corte: 08 de agosto
- Data do pagamento: 31 de agosto
- Rendimento (dividend yield): 8,72%
PetroRio (PRIO3) dobra o lucro líquido no 2T22, para US$ 139,9 milhões
- A PetroRio (PRIO3) divulgou nesta quarta-feira (3) seu balanço do segundo trimestre de 2022. A empresa registrou lucro líquido de US$ 139,9 milhões no período, alta de 112% em relação ao mesmo período de 2021.
- De acordo com o balanço da PetroRio, o resultado foi impactado principalmente pelo aumento do imposto de renda, consequência da alta de receita.
- A receita líquida da PetroRio alcançou US$ 377,3 milhão no trimestre, salto significativo de 95% na comparação anual. Contribuíram para o aumento de receita a alta no preço do barril Brent, que atingiu US$ 123,58 em junho, além da queda do custo de extração (lifting cost).
- De abril a junho, a petroleira vendeu aproximadamente 3,3 milhões de barris, um crescimento de 18% frente ao segundo trimestre de 2021. A produção média foi de 33,3 mil barris de óleo equivalente por dia, um avanço marginal na comparação com a produção média de um ano atrás, de 31,2 mil barris por dia.
- O Ebitda ajustado da PetroRio aponta crescimento de 122% ante o 1T21, com R$ 296 milhões .A margem Ebitda ajustada também aumentou ante o mesmo período do ano passado, para 71%, total de +8 pontos percentuais.
- O comunicado da empresa também ressalta que o Campo de Frade e o cluster de Polvo e TBMT foram responsáveis por 43,4% e 55,1%, nesta ordem, da receita total. Já o ativo de gás natural Manati teve parcela de 1,5% do total, se referindo à participação de 10% da companhia no consórcio.
- O resultado financeiro líquido da PetroRio foi negativo em US$ 35,7 milhões no segundo trimestre do ano, revertendo ganhos financeiros de US$ 19 milhões vistos na mesma época de 2021.
- O custo de extração (lifting cost) foi de US$ 11,1/bbl entre abril e junho, o menor já registrado pela PetroRio. O número é equivalente a uma baixa de aproximadamente 22% sobre o mesmo período do ano anterior.
- No final de junho, o caixa líquido da PetroRio estava em US$ 190 milhões, diminuição de US$ 158 milhões ante o 2T21.
- Por fim, o indicador de alavancagem financeira, medido pela dívida líquida/Ebitda ajustado, ficou em -0,2 vez em no trimestre, uma baixa de 0,5 vez na comparação de base anual.
Ultrapar (UGPA3) reverte prejuízo e lucra R$ 460 milhões no 2T22
- A Ultrapar (UGPA3) divulgou seu resultado referente ao segundo trimestre de 2022. A empresa dona dos postos Ipiranga reverteu o prejuízo de R$ 18,2 milhões que obteve no 2T21 e lucrou R$ 459,9 milhões no 2T22.
- Segundo a companhia, o resultado da Ultrapar foi fruto do maior Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) das operações continuadas, do ganho de capital com a venda da Oxiteno e do impairment da Extrafarma registrado no 2T21.
- O Ebitda ajustado da companhia totalizou R$ 1,4 bilhão no segundo trimestre do ano, alta de 197% na comparação anual.
- No mesmo período, a receita líquida da companhia atingiu R$ 37,4 milhões, crescimento de 31% ante o 2T21. A Ultrapar justificou o valor pelo aumento na receita líquida em todos os negócios, principalmente na Ipiranga, atenuado pelo fechamento da venda da Oxiteno e sua respectiva desconsolidação dos resultados no 2T22 .
- A dívida líquida da Ultrapar no período atingiu R$ 8,1 bilhões, contra R$ 10,9 bilhões no 2T21.
- O resultado financeiro da Ultrapar ficou negativo em R$ 510 milhões no 2T22, ante a despesa financeira líquida de R$ 50 milhões no 2T21 – segundo a empresa foi reflexo do resultado pontual negativo de R$ 272 milhões, da demarcação a mercado dos hedges no trimestre, comparado ao resultado pontual positivo de R$ 65 milhões no 2T21 e da elevação do CDI.
- As despesas gerais, administrativas e de vendas da Ultragaz cresceram 29% na comparação anual, totalizando R$ 206 milhões, do Ipiranga cresceram 31%, totalizando R$ 646 milhões e da Ultracargo cresceram 3%, totalizando R$ 35 milhões.
- O fluxo de caixa das operações da Ultrapar atingiu R$ 376 milhões no segundo trimestre, comparado a uma geração de R$ 1,1 bilhão no 2T21. A empresa afirma que o resultado é principalmente proveniente do maior investimento em capital de giro no 2T22, em função dos aumentos relevantes de preços de combustíveis, apesar do maior Ebitda no trimestre.
- A Ultrapar investiu R$ 412 milhões no segundo trimestre do ano, alta de 4% com relação ao 2T21.
Direcional (DIRR3) e Cury (CURY3): vendas devem favorecer construtoras no 2T22, diz XP
- Nos próximos dias, as empresas do segmento de construção civil devem divulgar seus resultados do segundo trimestre.
- Para a XP Investimentos, a venda de imóveis em estoque e o lançamento de novos empreendimentos podem fortalecer o lucro, aumentando a receita da maioria dessas companhias.
- Os analistas da XP pontuam que Cury (CURY3) e Direcional (DIRR3), construtoras focadas no segmento de baixa renda, devem ser os destaques do período. Segundo eles, essas duas companhias podem apresentar expansão de receita líquida e manter margem bruta acima da média do setor.
- “Esperamos resultados sólidos no resultado do 2t22 para a Cury, com receita líquida acelerando para R$ 567 milhões, em razão das fortes vendas líquidas em níveis recordes”, destaca Ygor Altero, head de real estate.
- Se confirmado, esse cenário representa um avanço de 27% em relação aos resultados do trimestre passado e 26% ao mesmo período de 2021.
- Sobre a Direcional, o analista espera um aumento de lucro líquido na faixa de R$ 46 milhões, o que somaria uma alta de 13%.
- “Projetamos resultados positivos para a Direcional, impulsionados por seu excelente desempenho operacional, com vendas recorde de R$ 836 milhões. Esperamos que a receita cresça significativamente para R$ 540 milhões”, projeta Altero
- Outras construtoras de imóveis populares podem revelar resultados mais tímidos, como Plano & Plano (PLPL3), MRV (MRVE3) e Tenda (TEND3). “Estimamos um desempenho de receita positivo para a maioria dos nomes da cobertura, porém com margens brutas mais brandas devido a custos sob pressão, principalmente de mão de obra e matérias-primas; e maiores descontos para melhorar as vendas”, crava o analista.
- De modo geral, as construtoras voltadas ao público de alta renda devem apresentar resultados neutros com poucos avanços em relação à receita divulgada no primeiro trimestre deste ano.
- O comportamento das vendas deve ditar o relatório de Cyrela (CYRE3), Lavvi (LAVV3), Melnick (MELK3), Trisul (TRIS3) e JHSF (JHSF3), diz a XP.
- A Even (EVEN3) é uma exceção positiva entre as construtoras: é esperada uma alta de 38% na receita do trimestre, motivada também por um forte aquecimento nas saídas de estoque. Da EzTec (EZTC3), porém, projeta-se uma desaceleração de 19% no lucro líquido em relação ao trimestre passado, sobretudo pela fraca performance nas vendas de imóveis.
Da Via à Direcional e Cury, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.