Os analistas do BB Investimentos (BBI) divulgaram, nesta quinta-feira (28), a Carteira BB Dividendos para abril deste ano, destacando as empresas selecionadas pelo banco com base em seu potencial trimestral de valorização e histórico de pagamento de dividendos.
Composta por dez ações, a carteira é referenciada pelo Índice de Dividendos da B3 (IDIV) e serve como aposta para ter bons retornos financeiros para o próximo trimestre. Os analistas retiraram uma gigante da carteira – a Vale (VALE3) -, mantiveram outros como a Petrobras (PETR4) e incluíram gigantes, a exemplo da Cemig (CMIG4) e CSN Mineração (CMIN3).
Para o trimestre em curso, cinco ações no total foram substituídas na carteira de dividendos, segundo Rafael Reis, estrategista do BBI.
A Cielo (CIEL3) é uma das empresas que deixaram a lista após obter lucro líquido recorrente de R$ 480,8 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), uma alta de 5,3% em relação ao trimestre anterior, mas apresentar redução de 1,9% na comparação com o mesmo período de 2022.
O BBI disse em relatório, em fevereiro deste ano, quando o balanço da Cielo foi divulgado, que a empresa “apresentou um resultado negativo” e que a Cielo “segue tendências negativas observadas em trimestres anteriores”.
A Vale, também retirada da carteira de dividendos do BBI, teve um lucro líquido das operações continuadas de US$ 2,442 bilhões no 4T23, o que representa uma queda de 34,75% em relação ao mesmo período do ano anterior (4T22), quando o resultado foi de US$ 3,743 bilhões.
Após a divulgação dos resultados do 4T23, o BB Investimentos cortou o preço-alvo das ações da Vale de R$ 94 para R$ 89. A instituição revisou seu modelo financeiro para a empresa, levando em consideração o último balanço divulgado, novas estimativas da Vale e projeções atualizadas de preço do minério de ferro e câmbio.
A indicação da Vale na Carteira BB de Dividendos acontece um dia após a mineradora fechar um novo acordo para comprar a participação de 45% da Cemig GT, empresa controlada pela Cemig (CMIG4), na Aliança Energia, companhia de capital fechado. O valor da aquisição é de R$ 2,7 bilhões.
Além de Vale, confira outros destaques desta quinta-feira:
TIM (TIMS3) anuncia pagamento de R$ 1,31 bilhão em dividendos; veja o valor por ação
- A TIM (TIMS3) anunciou um novo pagamento de dividendos complementares, no montante total de R$ 1,31 bilhão. Essa distribuição se refere ao exercício social terminado no dia 31 de dezembro de 2023.
- Conforme comunicado nesta quinta-feira (28), os dividendos da TIM correspondem ao valor de R$ 0,54126661369 por ação. Eles serão distribuídos nos meses de abril, julho e outubro deste ano.
- Sobre o valor dos proventos da TIM, não haverá qualquer aplicação de atualização monetária. Os rendimentos foram aprovados em Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária, que aconteceu no dia 28 de março de 2024.
- O valor será distribuído somente aos investidores comprados nas ações da companhia até o encerramento da sessão de 9 de abril de 2024. Em outras palavras, as ações da TIM que foram adquiridas a partir da sessão seguinte (10), não serão contabilizadas no pagamento dos proventos.
- Vale destacar que o valor pago em assembleia no dia 28 de março de 2024 contou ainda com um acréscimo de R$ 0,00007826299 por ação.
- Esse reajuste se deu após o número de ações em tesouraria ter aumentado, o que fez com que o número de papéis com direito a receber os dividendos da TIMS3 diminuíssem.
- Apesar disso, a companhia lembra que o valor bruto por ação ainda pode ser alterado novamente por causa de outras variações no número de ações TIMS3 mantidas em tesouraria que eventualmente ocorram, visando atender ao plano de incentivo de longo prazo da empresa.
Cemig (CMIG4): venda de fatia da Aliança Energia para Vale (VALE3) deve potencializar dividendos da estatal mineira, dizem analistas
- A Vale (VALE3) fechou um acordo para adquirir a participação de 45% da Cemig (CMIG4) na Aliança Energia, uma empresa de capital fechado. Para os analistas da XP, o valor obtido, cerca de R$ 2,7 bilhões, é positivo, podendo potencializar o pagamento de dividendos nos próximos períodos.
- Após a venda, a XP afirma que a Cemig passará a deter 45% da indenização que a Aliança Energia poderá receber pelo Desastre da Barragem de Fundão, que afetou uma de suas UHEs (Usinas hidrelétricas).
- Segundo os analistas, a Cemig já havia informado que esta participação fazia parte de seus planos de desinvestimento. “A venda para a Vale poderá gerar valor para ambas as empresas visto que na Vale a Aliança poderá obter sinergias relevantes”, diz a equipe da XP, que recomenda compra das ações da Cemig, com preço-alvo de R$16/ação.
- O valor de venda foi definido de acordo com as demonstrações financeiras de 30 de junho de 2023 e está sujeito a atualização de dividendos e correção monetária do CDI. O preço implica um múltiplo de 8,3x EV/EBITDA 2023, que está acima da estimativa da XP, mais próximo do valor de R$ 2 bilhões.
- O Itaú BBA também avalia que a operação pode resultar em uma maior distribuição de dividendos da Cemig. “Embora a empresa reitere em reuniões com investidores que o payout deve permanecer em 50% a curto prazo, esse impacto não recorrente da venda da Aliança poderia impulsionar suas capacidades de dividendos e aproximar o rendimento de dividendos de 10% para 2024”, comentam os analistas. A research tem recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 14,75.
Porto Seguro (PSSA3) pagará R$ 778 milhões em JCP
- A Porto Seguro (PSSA3) vai pagar R$ 778 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas, segundo Aviso aos Acionistas divulgado nesta quinta-feira (28).
- Desse valor dos JCP da Porto Seguro, R$ 550 milhões serão imputados ao dividendo mínimo obrigatório referente ao exercício de 2023, conforme deliberado pelo Conselho de Administração da Companhia.
- Conforme detalhado pela empresa, no dia 10 de abril de 2024 será realizado o pagamento de juros sobre o capital próprio no valor de R$ 617.761.218,70, líquidos, correspondentes a 73,68% do total dos proventos (considerando a soma do valor líquido dos juros sobre o capital próprio e dos dividendos).
- Já até o dia 31 de dezembro de 2024, para pagamento do saldo restante dos proventos, no valor líquido de R$ 220.713.907,44, correspondente a 26,32% do total dos proventos (considerando a soma do valor líquido dos juros sobre o capital próprio e dos dividendos).
- Além disso, a PSSA3 destaca: “A AGOE aprovou o pagamento de dividendos adicionais ao dividendo mínimo obrigatório referente ao exercício de 2023 no valor de R$ 60.067.875,50, correspondentes a R$ 0,09380122264 por ação.
BMG (BMGB4) vai distribuir R$ 49 milhões em JCP
- O Banco BMG (BMGB4) vai pagar R$ 49 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas, segundo fato relevante divulgado nesta quinta-feira (28).
- O valor dos proventos por ação do BMG será de R$ 0,0840, que serão pagos em 16 de maio deste ano.
- Apenas os investidores com ações do BMG no dia 22 de abril deste ano terão direito a receber os rendimentos. A partir do dia 23 de abril, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do primeiro trimestre deste ano.
- O valor dos JCP do BMG terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%, resultando em aproximadamente R$ 0,0714 por ação.
Azul (AZUL4): após redução de prejuízo no 4T23, Itaú BBA vê ‘ambiente saudável’ e recomenda compra
- O Itaú BBA reiterou recomendação de compra para Azul (AZUL4), com preço-alvo de R$ 24, após a companhia divulgar seus dados operacionais do quarto trimestre de 2023 (4T23). Segundo o BBA, a receita líquida da Azul ficou ligeiramente acima do consenso, mas o crescimento maior que o esperado em algumas linhas de despesas impactou um pouco o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
- A ação da Azul opera em queda nesta quinta, após o balanço do 4T23: -6,09%, a R$ 13,26.
- “Em nossa visão, o aumento de 4% no yield no 4T23 da Azul (apesar da dinâmica positiva do câmbio e do custo do combustível no trimestre) demonstra a demanda resiliente na indústria aérea brasileira, bem como um ambiente competitivo saudável no geral”, afirma o BBA.
- Além disso, os analistas apontam que a Azul mostrou uma melhora nos níveis de alavancagem, com a relação dívida líquida/EBITDA reportada caindo para 3,7x no 4T23.
- A empresa também revisou sua orientação de Ebitda em 2024 para cima, agora prevendo R$ 6,5 bilhões (antes eram R$ 6,3 bilhões e a estimativa do BBA ficava em R$ 6,2 bilhões), apoiada por um crescimento de 11% em ASKs (assentos-quilômetro oferecidos).
- O CASK (Custo por ASK, Assentos Oferecidos por Quilômetro) diminuiu 1% em relação ao ano anterior, beneficiando-se de uma queda de 17% nos preços do combustível e da frota mais eficiente da Azul, que consome menos combustível por ASK, informa o BBA.
- Por outro lado, as despesas com pessoal dispararam 32% em relação ao ano anterior (aumento de 24% por ASK), atribuídas a um aumento de 5,5% nos salários após acordos com sindicatos, internalização de algumas atividades e expansão da equipe para apoiar o crescimento futuro.
- “Embora reconheçamos esse forte nível de Ebitda da Azul, ele ficou ligeiramente abaixo das expectativas de R$ 1.53 bilhão, principalmente devido ao aumento das despesas com pessoal”, conclui o BBA.
Magazine Luiza (MGLU3): BTG aumenta participação na varejista; saiba mais
- Em comunicado divulgado nesta quinta-feira (28), o Magazine Luiza (MGLU3) informou que fundos sob a gestão do BTG Pactual (BPAC11) aumentaram a participação para 5,79% do total de ações ordinárias da companhia.
- No âmbito do aumento de capital privado realizado pelo Magalu, o BTG Pactual subscreveu 424.624.373 ações ordinárias. “Tal subscrição foi realizada por meio de determinados contratos e acordos de derivativos com o BTG cuja contraparte são os acionistas controladores da companhia”, informou o Magazine Luiza.
- Em adição a posição supracitada, o BTG informa que possui 106.156.093 opções de compra de MGLU3 compradas, por meio de liquidação financeira e 42.462.437 opções de compra de MGLU3 vendidas, por meio de liquidação financeira.
- Segundo o BTG, a aquisição da participação acionária tem por objetivo “a mera realização de operações financeiras, e não objetiva alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa da companhia”. Disse ainda que “não tem o objetivo de atingir qualquer participação acionária em particular”.
Da Vale à Cemig, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.
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