Radar: Vale (VALE3) se pronuncia após renúncia de conselheiro, analistas projetam dividendos de Taesa (TAEE11) e Natura (NTCO3) tem ‘resultados mistos’ no 4T23
A Vale (VALE3) veio a público se pronunciar após um dos seus conselheiros de administração, José Luciano Duarte Penido, renunciar ao seu cargo e alegar ‘interferência política’ e ‘manipulação’ no processo sucessório do CEO.
“Em atenção às notícias de imprensa que reproduzem o conteúdo da carta de renúncia assinada pelo Sr. José Luciano Duarte Penido, o Conselho de Administração da Vale esclarece, no que tange ao processo de definição do Presidente da Companhia, que sua atuação está rigorosamente em conformidade com o Estatuto Social da Vale, o Regimento Interno do órgão e políticas corporativas”, diz o pronunciamento da Vale.
Segundo o comunicado, o Conselho de Administração da Vale “seguirá desempenhando as ações previstas nos processos de governança da companhia e executando sua missão de forma diligente”.
Na última sexta-feira (8), os conselheiros da Vale deliberaram pela renovação do mandato do atual CEO, Eduardo Bartolomeo, até o fim do ano. Ele teve 11 votos a favor de sua permanência e dois contra – dos quais um foi de Penido.
Em sua carta de renúncia, Penido disse: “No Conselho se formou uma maioria cimentada por interesses específicos de alguns acionistas lá representados, por alguns com agendas bastante pessoais e por outros com evidentes conflitos de interesse”.
Além de Vale, confira outros destaques desta terça-feira:
Taesa (TAEE11): Dividendos vão cair em 2024? Entenda
- Após os últimos resultados trimestrais e as sinalizações mais recentes da Taesa (TAEE11), o mercado segue cauteloso com relação às ações da companhia e projeta uma retração no patamar de proventos pagos aos acionistas.
- Conforme dados atualizados do Status Invest, os dividendos da Taesa representam um dividend yield (DY) de 6,3% – dado que foram pagos R$ 2,24 por unit nos últimos 12 meses.
- Especialistas do BTG Pactual, que recomendam venda de TAEE11, projetam que o yield da companhia deve cair para 4,8% neste ano de 2024.
- A tese da casa é de que a companhia deve seguir pressionada pelo seu patamar de alavancagem e também pelo custo de capital com novos projetos.
- Atualmente, a Taesa é a mais alavancada dentre os pares (3,7x Dívida Líquida/Ebitda).
- Em recente relatório, a alavancagem da Taesa foi um dos motivos para o Itaú BBA projetar dividendos da companhia mais fracos para 2025 em comparação com os anos anteriores.
- “Esperamos que a alavancagem da Taesa permaneça alta nos próximos anos (4x Dívida Líquida/Ebitda), dada a grande quantidade de capex a ser implementada para os projetos em construção”, diz o BBA, que recomenda venda das ações, com preço-alvo de R$ 35,95.
Natura (NTCO3) tem ‘resultados mistos’ no 4T23, dizem analistas. Veja por que ações dispararam no Ibovespa
- A Natura (NTCO3) encerrou o quarto trimestre de 2023 (4T23) com prejuízo líquido consolidado de R$ 2,662 bilhões. Segundo os analistas do BB Investimentos (BB-BI), a companhia reportou um trimestre de resultados mistos.
- Para o BB-BI, a companhia reportou elevação de margens na comparação anual, refletindo a alta de preços e melhora do mix de produtos, além de evoluir na geração de caixa operacional.
- No entanto, ainda é observada retração de vendas da Natura no 4T23. A marca Avon, mesmo passando por um projeto de reestruturação desde sua aquisição em 2020, ainda sofre para conquistar sua relevância nos diferentes mercados em que atua.
- “Nesse contexto, o Grupo divulgou, em fevereiro, que está estudando uma possível separação da Natura&Co Latam e da Avon em duas companhias de beleza independentes de forma a gerar mais valor para os acionistas da Avon”, explica o BB-BI, que tem recomendação neutra para as ações, com preço-alvo de R$ 17,33.
- Nesta terça (12), as ações da Natura saltaram 6,64%, cotadas a R$ 18,48. Foi a segunda maior alta do Ibovespa, em em dia de ganhos para o varejo na Bolsa.
- Os analistas enxergam que uma potencial separação pode proporcionar maior visibilidade sobre o desempenho financeiro, estrutura, perspectivas de crescimento e teses de investimento das respectivas companhias.
Weg (WEG3) anuncia investimentos de R$ 100 milhões em nova fábrica de tinta no México
- A Weg (WEGE3) investirá R$ 100 milhões em uma nova fábrica de tintas líquidas industriais no México, de acordo com comunicado enviado ao mercado nesta terça-feira, 12. A nova fábrica terá aproximadamente 5,3 mil metros quadrados de área construída e deve entrar em operação no início de 2026.
- Os investimentos da nova fábrica da Weg serão realizados em Atotonilco de Tula, onde a empresa já produz tintas em pó para os segmentos industrial e de infraestrutura.
- Segundo a companhia, a construção da nova unidade da Weg no México ampliará a capacidade produtiva atual da Weg Tintas e visa atender a América do Norte e Central.
- Além desta unidade da Weg, a companhia também produz tintas e vernizes industriais em Guaramirim (SC) e Mauá (SP), no Brasil, e em Buenos Aires, na Argentina.
Gerdau (GGBR4): BBA mantém cautela após menor margem em 9 anos
- Em novo relatório sobre a Gerdau (GGBR4) – após uma conversa com o CEO e o CFO da companhia – especialistas do Itaú BBA destacaram que a companhia está focada em aumentar a rentabilidade da sua operação no Brasil.
- No parecer, o BBA mantém sua tese cautelosa para as ações da Gerdau, com recomendação neutra e preço-alvo de R$ 24. Atualmente os papéis GGBR4 são negociados na faixa dos R$ 21.
- “A administração está focada em melhorar a rentabilidade no Brasil, principalmente através de maiores eficiência e otimização de custos/ativos. A empresa destacou que está trabalhando para aumentar a participação de produtos de valor agregado por meio de investimentos em Ouro Branco e espera ganhos significativos Ganhos de EBITDA com a nova plataforma de mineração”, diz o BBA.
- Para os EUA, a administração da Gerdau espera resiliência margens, mas não prevê embarques maiores em relação ao ano anterior em 2024.
- O BBA destaca que a margem EBITDA da Gerdau no Brasil atingiu 8,5% no 4T23, sendo o nível mais fraco desde 2015 – o que motivou essa movimentação por parte dos executivos.
- “A gestão está focado na melhoria das margens em 2024, principalmente através de maior eficiência e otimização de custos. A empresa destacou que está avançando na otimização de ativos, incluindo capacidade fechamentos, o que poderia aumentar a utilização da capacidade para 80% dos atuais 60%”, diz a casa.
- “No entanto, o a empresa espera uma melhoria mais significativa nas margens apenas no segundo semestre de 2024, pois antecipa compensar os impactos dessas iniciativas, como custos com rescisões no primeiro semestre de 2024”, completa.
B3 (B3SA3): É hora de comprar as ações, diz Safra
- Segundo analistas do Safra, o momento atual mostra ‘sinais de oportunidade de compra’ de ações da B3 (B3SA3). A casa reiterou a recomendação de compra apesar do que considera um “volume fraco” e também do ruído sobre concorrência – que veio à tona com os rumores de uma nova bolsa, no Rio de Janeiro, com influência do Mubadala.
- O preço-alvo do Safra para as ações da B3 é de R$ 17, ao passo que os papéis são negociados na faixa dos R$ 12 atualmente.
- “Recentemente, atualizamos a recomendação de B3SA3 de neutro para compra, à luz da transição dos bancos centrais globais de um ciclo de aperto monetário para um ciclo de flexibilização”, observa o Safra.
- “No entanto, os volumes de ações ainda não ganharam impulso, especialmente tendo em conta a reatividade do Fomc com a surpresas de dados negativos, passando rapidamente de um tom pacifista em dezembro para um tom um pouco mais agressivo, depois de enfrentar um mercado de trabalho resiliente e uma inflação ainda rígida em 2024, o que levou às projeções de apenas dois cortes nas taxas, ou possivelmente apenas um, este ano”, segue.
- Com isso, a casa destaca que no nível de valuation atual, há ‘um bom ponto de entrada’ para os papéis.
- “Em comparação com o preço sobre lucro (P/L) dos pares globais, vemos a B3 a ser negociada perto de um desvio padrão de -1 em relação à sua média de 10 anos, o que tem historicamente indicado uma oportunidade de compra”, observa o Safra.
- “Atualmente, vemos o desconto P/L em 50% em relação aos pares dos mercados emergentes e 41% em relação aos nomes dos mercados desenvolvidos, em comparação com médias de 37% e 32%, respectivamente”, completa.
- Os analistas ainda destacam que enxergam a bolsa de valores brasileira como “bem posicionada”, com um patamar de investimentos (CAGR) considerado sólido, ficando em 9% no período 2023–25.
Da Vale à Natura, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.