Radar: Vale (VALE3) tem queda na produção de minério no 2T22, Petrobras (PETR4) reduz preço da gasolina, Netflix (NFLX34) cobrará adicional

A produção de minério de ferro da Vale (VALE3) totalizou 74,1 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2022 (2T22), o equivalente a uma queda de 1,2% na comparação anual e alta de 17,4% ante o 1T22, de acordo com relatório divulgado nesta terça-feira (19).

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A Vale também informou que a comercialização do minério foi de 64,3 milhões de toneladas no 2T22, diminuição de 2,3% ante o mesmo período de 2021 – porém, com aumento de 22,9% sobre o trimestre imediatamente anterior.

De acordo com o relatório da Vale, os resultados da produção vieram “pelo sólido desempenho dos Sistemas Sudeste e Sul no período seco”. Além disso, ressaltou que a produção do Sistema Norte aumentou 4% contra o primeiro trimestre deste ano, “beneficiando-se da sazonalidade climática usual, que foi parcialmente compensada por atividades pontuais de homogeneização de estoques em Ponta da Madeira para ajustar níveis de umidade.”

Devido ao efeito pontual e a venda do Sistema Centro-Oeste, a Vale revisou o guidance para baixo para 2022, com expectativa de produção de 310 a 320 milhões de toneladas de minério de ferro. Originalmente, a projeção era de 320-335 milhões de toneladas. “A estimativa revisada está em linha com nossa filosofia de value
over volume“, diz o texto.

Além da Vale, confira outros destaques desta terça-feira:

Petrobras (PETR4) anuncia redução do preço da gasolina a partir desta quarta (20)

  • Petrobras (PETR4) anunciou nesta terça-feira (19) que vai reduzir o preço da gasolina em aproximadamente 5% a partir desta quarta-feira (20) nas refinarias.
  • valor do litro da gasolina passa a ser de R$ 3,86, R$ 0,20 a menos do que o preço anterior (R$ 4,06/litro). A Petrobras ainda não se pronunciou a respeito do preço do diesel.
  • A redução segue um movimento de queda moderada do preço do petróleo e ocorre após a Acelen, controladora da Refinaria de Mataripe, na Bahia, reduzir o preço da gasolina em cerca de 7% na última sexta-feira.
  • “Considerando a mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro para a composição da gasolina comercializada nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará de R$ 2,96, em média, para R$ 2,81 a cada litro vendido na bomba”, disse a Petrobras, em nota.
  • Outro fator importante para a queda do preço da gasolina é a pressão vinda do governo federal, com a intenção de que, em conjunto a limitação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em um teto entre 17% e 18% ajude a frear a inflação, um dos obstáculos para a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
  • “Essa redução acompanha a evolução dos preços internacionais de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para a gasolina, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio”, informou a companhia.
  • O último reajuste foi em 17 de junho, quando a Petrobras elevou em 5,18% o preço da gasolina e em 14,26% o valor do diesel vendido em suas refinarias.
  • Conforme a equipe de Research da Ativa Investimentos, a queda é relativamente esperada, embora o rigor matemático não corrobore tais expectativas.
  • Sob um galão de petróleo no Golfo a US$ 3,11, o litro a US$ 0,82 (R$4,43) e o dólar a R$ 5,39, a defasagem atual por parte dos R$ R$ 4,06 cobrados pela companhia nas refinarias chegava a 9,5% em comparação aos preços do Golfo.
  • “Com a queda proposta, nosso modelo aponta que a defasagem aumentaria para 14,7%, mantidos os preços atuais no Golfo e a atual relação cambial”, dizem os analistas. “Entendemos que a ação aumenta a defasagem frente aos preços internacionais, o que via de regra, é negativo para as finanças da companhia.”
  • A Ativa ressalta, portanto, que por mais esperada que fosse a ação por parte do mercado, devido a função da conjuntura doméstica atual, as medidas como aumentam a percepção de risco do mercado perante a empresa.

Embraer (EMBR3) anuncia parceria com empresa britânica para ‘carro voador’

  • A gigante brasileira do setor aeronáutico Embraer (EMBR3) anunciou nesta terça-feira (19) uma parceria (joint-venture) com a britânica BAE Systems para a formação de um novo negócio voltado ao desenvolvimento de variantes do “carro voador” (eVTOL, na sigla em inglês) especializado no setor de defesa, área em que a Embraer também tem tradição.
  • O anúncio foi feito durante o Farnborough Airshow, evento do setor aeronáutico na Inglaterra. Com a utilização do eVTOL na área de defesa, as empresas estimam uma encomenda adicional de 150 unidades, que se somam aos 1.910 pedidos que a Embraer já angariou para o modelo, que só deve começar a operar a partir de 2026.
  • “Nosso eVTOL pode ser adaptado para atender diversas aplicações essenciais neste mercado, como resposta humanitária e socorro em desastres. Essa colaboração também indica que o mercado de defesa pode ser mais sustentável e, ao mesmo tempo, permite que a Eve permaneça focada em explorar o mercado de Mobilidade Aérea Urbana”, disse o copresidente da Eve (empresa da Embraer que desenvolve os carros voadores), André Stein.
  • “As equipes da BAE Systems e da Embraer continuarão trabalhando juntas para explorar como a aeronave, projetada para o mercado de mobilidade urbana, pode fornecer capacidade econômica, ser sustentável e adaptável como uma variante de defesa,” disse o presidente e CEO da Embraer Defesa e Segurança, Jackson Schneider.
  • O diretor de Operações da BAE Systems Air, Ian Muldowney, disse que o ambiente operacional dos clientes está cada vez mais complexo. “O eVTOL é apenas um exemplo de como estamos olhando para tecnologias emergentes, incluindo aquelas do mercado comercial. Estamos explorando como podemos adaptar essas soluções para trazer capacidade operacional vital para nossos clientes de forma rápida e a um menor custo, ao mesmo tempo apoiando as metas ambientais e de sustentabilidade”, comentou.
  • Em dezembro de 2021, a Embraer e a BAE Systems haviam divulgado planos para colaborar no desenvolvimento do eVTOL da Eve como uma potencial variante de defesa. “Este acordo reforça a confiança das principais organizações aeroespaciais no veículo da Eve e sua adaptabilidade para outros fins além da mobilidade aérea urbana”, disse a empresa, em nota.

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Netflix (NFLX34) cobrará adicional por cada casa; entenda

  • Netflix (NFLX34) passará a cobrar um adicional de usuários que acessem suas contas em mais de uma residência.
  • A decisão foi comunicada oficialmente pela Netflix nesta segunda (18), e deve valer para um total de cinco países latino-americanos, mas não inclui o Brasil.
  • Os clientes da empresa na Argentina, República Dominicana, Honduras, El Salvador e Guatemala que quiserem utilizar o serviço em mais de uma casa terão que pagar um adicional entre US$ 1,70 e US$ 2,99, a depender do país.
  • “Estamos explorando com cuidado diferentes maneiras para que as pessoas que querem compartilhar suas contas paguem um pouco mais”, afirmou a Netflix em comunicado.
  • Segundo a companhia de streaming de filmes, serão uma a três casas adicionais diferentes, dependendo do tipo de assinatura, mas isso não deverá afetar o acesso em um notebook ou tablet em uma viagem.
  • Vale lembrar que, atualmente, Chile, Costa Rica e Peru têm um recurso semelhante desde março deste ano, mas que funciona a partir de usuários, e não de endereços.
  • A cada membro adicional na conta, é necessário pagar um adicional.
  • “A disseminação do compartilhamento de contas mina, no longo prazo, a nossa habilidade de longo prazo de investir e melhor nosso serviço”, diz o comunicado da Netflix.
  • A decisão vem em meio a uma deterioração dos números de assinantes da companhia.
  • Segundo a dados da Similarweb, a Netflix perdeu quase 25% de seu tráfego de streaming para outras plataformas de conteúdo nos últimos três anos.

Marfrig (MRFG3) sobe 8,2% e empresas do setor seguem alta. O que motivou os ganhos?

  • Marfrig (MRFG3) figurou em segundo lugar no ranking dos maiores ganhos nesta terça-feira (19) no Ibovespa, com forte alta de 8,26%, a R$ 12,75.
  • No Ibovespa hoje, outras empresas do setor frigorífico também acompanharam os ganhos — Minerva (BEEF3) sobe 4,68%, a R$ 13,65 e BRF (BRFS3) valorizou 2,12%, a R$ 14,96 –, devido principalmente aos dados da Secex (Secretaria Especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais) de julho, que mostraram evolução no preços de exportação e fluxo, o que tende a reforçar melhores perspectivas para a temporada de balanços corporativos do segundo trimestre.
  • “Especificamente para Marfrig, um grande banco norte-americano melhorou suas estimativas de Ebitda e margens para a companhia no 2º trimestre e para o ano, apesar de cortar a projeção de preço-alvo da ação”, diz Alexsandro Nishimura, economista, head de conteúdo e sócio da BRA.
  • Outro ponto que colabora para a alta das companhias do setor frigorífico é que os preços dos grãos também estão caindo, o que tende a refletir positivamente para as empresas, uma vez que a commodity é a matéria-prima delas.
  • De acordo com Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital, esse fator também pode tirar o aperto sentido nas margens dos balanços trimestrais vistos anteriormente.
  • A Marfrig reflete um momento positivo na América do Sul, de acordo com Sérgio Berruezo, analista de Research da Ativa Investimentos. “Temos uma expectativa de que a parte de América do Sul melhore. Isso porque estamos vendo um ciclo bovino muito mais favorável aqui”, disse Sérgio.
  • O analista destaca que está se construindo uma oferta maior de bois aqui no Brasil.
  • “A gente já estava vendo a queda da arroba, então isso deve aumentar as margens. Por outro lado, parte de demanda está muito forte, sobretudo a da China, Ásia em geral, que não arrefeceu nem um pouco”, explica Sérgio. “Lá, a demanda por carne está muito forte esse ano, o que está levando todo mundo a revisar os números e estão saindo vários relatórios, as prévias de varias corretoras refletem isso.”
  • O banco americano, que revisou as estimativas das ações da Marfrig, ressalta a situação da empresa em relação à sua exposição ao ciclo doméstico norte-americano. Assim como a JBS (JBSS3), é uma empresa cuja maior parte da receita vem dos EUA.
  • Para a Marfrig, o ciclo visto ano passado foi muito mais favorável. Hoje, os Estados Unidos passam por um ciclo contrário ao brasileiro, com muito mais restrição de oferta, “o que tende a indicar um aumento da arroba por lá e uma maior demanda por importação. A gente está vendo que nos EUA o efeito é contrário, menos favorável para frigoríficos”, disse Sérgio.
  • Por fim, o analista da Ativa relembra que a Marfrig até então estava sofrendo em desempenho. A empresa chegou a cair mais de 40% em 2022.

SNCI11 chega à marca de 35 mil cotistas pagando R$ 1,3 por cota em dividendos

  • O fundo imobiliário Suno Recebíveis, ou SNCI11, chegou à marca de 35 mil cotistas nessa segunda quinzena de julho, há menos de 10 meses desde o seu IPO.
  • O fundo imobiliário da Suno, agora com uma base de investidores ainda maior, segue pagando dividendos acima da média da indústria de FIIs, com dividend yield (DY) de 1,25%, referente à próxima distribuição de proventos. Isso pois, no dia 25, os cotistas do SNCI11 receberão R$ 1,30 por cota.
  • Além disso, nesta quarta-feira (20), será publicado o relatório gerencial do fundo imobiliário, referente à operação do FII no mês. Primando pela transparência, a Suno Asset realizará uma live no mesmo dia, com a Head de Produtos Estruturados da gestora, Amanda Coura.
  • Na ocasião, serão abordados os números do relatório gerencial, além da performance e dos dividendos do fundo imobiliário, e das dúvidas a serem tiradas pelo chat.
  • Ainda no início de maio o fundo havia alcançado a marca de 30 mil cotistas.
  • Além disso, nas últimas semanas o fundo finalizou sua terceira emissão de cotas com sucesso, captando todo o montante inicial e acionando o lote adicional, dada a demanda dos investidores.

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Carrefour (CRFB3) vende fatia de 60% em operação no Taiwan por 2 bilhões de euros

  • Carrefour (CRFB3) anunciou nesta terça-feira (19) que fechou acordo para a venda de sua fatia de 60% na operação em Taiwan para a Uni-President.
  • A Uni-President, anteriormente sócia na operação, se torna a única dona da companhia no país. “Esta operação avalia o Carrefour Taiwan em 2 bilhões de euros”, diz a nota divulgada pelo Carrefour.
  • A companhia foi fundada em 1987 via uma joint venture entre o Carrefour e a Uni-President, atualmente com aproximadamente 15 mil funcionários e 340 lojas, sendo 68 hipermercados e 272 supermercados e lojas premium, e ainda 129 shopping centers. A Uni-President é um conglomerado de serviços e varejo de Taiwan que opera a 7-Eleven no país.
  • O Ebitda do Carrefour Taiwan em 2021 foi de 243 milhões de euros, e a receita excluindo impostos, 2,5 bilhões.
  • Por fim, a empresa anunciou que o Carrefour Taiwan continuará a usar a marca da empresa nos próximos anos, sem especificar prazos. O fechamento do negócio está sujeito à autorização das autoridades de concorrência de Taiwan e, se aprovado, deve entrar em vigor em meados de 2023.
  • “Após a conclusão da aquisição do Grupo Big no Brasil em junho passado, esta transação completa o reequilíbrio geográfico do Carrefour e reforça o peso de seus principais mercados na Europa e na América Latina”, afirma o comunicado global.

Hypera (HYPE3): Credit Suisse recomenda compra e eleva preço-alvo; mas aponta riscos

  • O Credit Suisse manteve recomendação de compra de ações da Hypera (HYPE3), elevando o preço alvo de R$ 44 para R$ 50, conforme divulgou em novo relatório sobre a empresa.
  • Com o novo valor considerado justo pelos analistas Maurício Cepeda e Pedro Caravina, o potencial de valorização das ações da Hypera ronda os 24%.
  • “A empresa vem apresentando crescimento orgânico consistentemente acima do mercado, otimizou despesas favorecida por ganhos de escala e agora está entrando no mercado farmacêutico não destinado ao varejo” afirmou o banco.
  • O Credit Suisse atribui a elevação do preço-alvo à frente de negócios non-retail da empresa — segmento farmacêutico de alto custo, com remédios financiados por órgãos públicos e planos de saúde, como os de tratamento para câncer.
  • O banco ainda ressaltou que a companhia deve apresentar melhores resultados no varejo, devido ao aumento de preços acima do esperado e desempenho sustentado de volume.
  • Segundo o relatório, a Hypera apresenta fluxo de caixa estável e crescente. A margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) tem avanço consistente, variando entre 35% e 36%.

Da Vale à Hypera, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

Jorge C. Carrasco

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