A mineradora Vale (VALE3) divulgou na noite desta o seu balanço corporativo relativo aos três primeiros meses de 2024 com um lucro líquido aos acionistas de US$ 1,679 bilhão — 9% menor do que o registrado no primeiro trimestre de 2023 e abaixo do consenso de mercado (de US$ 1,83 bi).
Segundo a companhia, a cifra foi impactada pelo Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) — que sofreu com os menores preços praticados por finos de minério de ferro, níquel e cobre, apesar de parcialmente compensados pelo maior volume de vendas —, redução de valores não recuperáveis, Ebitda de empresas coligadas e joint ventures e tributação.
A queda foi apenas na margem de lucro da Vale. A receita se manteve estável, a US$ 8,459 bi, mas novamente frustrando o consenso dos analistas, de US$ 8,64 bi. Na comparação trimestral, quando a cifra anterior foi de US$ 13,054 bilhões, houve recuo de 35%.
O Ebitda ajustado foi de US$ 3,438 bilhões — queda de 7% na comparação anual. A companhia alterou a metodologia anteriormente adotada para o cálculo ajustado e passou a incluir também o Ebitda de coligadas e joint ventures, além de excluir do cálculo resultados financeiros líquidos, depreciação, impostos e impairments. As mudanças foram feitas nos trimestres anteriores para título de comparação e incluídas como proforma.
A dívida líquida da Vale registrou um aumento de 23% no comparativo com o mesmo período de 2023 — indo a US$ 10,105 bi. Despesas com vendas, gerais e administrativas subiram 9%, a US$ 5,8 bi. No trimestre, os custos relacionados a Brumadinho tiveram queda de 63%.
Além de Vale, confira outros destaques desta quarta-feira:
Magazine Luiza (MGLU3) aprova grupamento de ações; veja o que muda
- O Magazine Luiza (MGLU3) anunciou a aprovação do grupamento de ações ordinárias da companhia, na proporção de 1 para 10. Isso significa que cada grupo de 10 ações da empresa serão grupados em 1 ação, não estando previstas mudanças no valor do capital social.
- O novo grupamento de ações do Magazine Luiza foi aprovado em Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária realizada hoje (24).
- Com esse grupamento, o capital social da empresa de varejo passou a ser dividido em 738,995 milhões de ações ordinárias, de modo que todas elas são nominativas, escriturais e sem valor nominal. Por outro lado, o montante desse capital continua em R$ 13,802 bilhões.
- Os investidores poderão ajustar suas posições nas ações do Magazine Luiza em lotes múltiplos de 10, dentro do período compreendido entre 25 de abril e 24 de maio de 2024. Esses ajustes podem ser realizados por meio da negociação privada ou na própria Bolsa de Valores brasileira.
- As ações MGLU3 serão negociadas apenas de maneira grupada a partir de 27 de maio de 2024, que é a data da primeira sessão depois do encerramento do prazo para realizar o livre ajuste das posições acionárias.
Petrobras (PETR4) recebe decisão favorável em acordo trabalhista com impacto bilionário
- O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou uma decisão favorável à Petrobras (PETR4) ao anular uma condenação trabalhista. A discussão poderia causar um rombo de R$ 47 bilhões aos cofres da companhia.
- Alexandre de Moraes anulou a condenação que foi acertada em um acordo coletivo em meados de 2007 no Tribunal Superior do Trabalho (TST), chamado de Remuneração Mínima por Nível e Regime (RMNR).
- O ministro considerou que a 1ª Turma do STF já firmou um entendimento no sentido de que o acordo RMNR foi realizado mediante ampla negociação.
- Segundo o magistrado, a decisão do TST “criou uma nova cláusula contratual” que invade a autonomia privada e é “extremamente onerosa para apenas um dos contratantes”.
- “Além disso, não se vislumbra, no caso, supressão ou redução de qualquer direito trabalhista apta a justificar a intervenção judicial, a fim de alterar o que foi livremente negociado pelas partes”, consta na decisão do ministro do STF.
- O magistrado ainda acrescentou que o acordo desrespeita a jurisprudência do STF, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso.
- Além disso, também contraria uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) de Gilmar Mendes “pelos quais confirmou-se a constitucionalidade do art. 7o, XXVI, da CF, que reconheceu as convenções e acordos coletivos de trabalho com direito dos trabalhadores”.
Assaí (ASAI3) registra queda de 16,7% no lucro do 1T24, para R$ 60 milhões
- A rede de supermercados Assaí (ASAI3) divulgou um lucro líquido de R$ 93 milhões no primeiro semestre deste ano (1T24), valor 19,2% superior em comparação com os R$ 78 milhões registrados no mesmo período do ano passado (1T23). Quando incluem os efeitos da International Financial Reporting Standards, ou Normas Internacionais de Relato Financeiro, em português, o lucro líquido cai para R$ 60 milhões no primeiro trimestre deste ano (1T24), valor 16,7% inferior ao do mesmo período de 2023.
- O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 1,2 bilhão no 1T24 do Assaí, alta de 28%. A margem Ebitda ajustada do grupo Assaí atingiu 5,2% entre janeiro e março deste ano, um aumento de 0,9 ponto percentual em comparação com a margem registrada no 1T23.
- “Após a inauguração de 115 lojas nos últimos 3 anos, que permitiu ao Assaí estar presente em regiões centrais e próximas aos consumidores, a companhia entra um novo momento. No 1T24, tivemos crescimento de tickets e aceleração das vendas ‘mesmas lojas’ em relação ao 4T23, levando a um faturamento de R$ 18,8 bilhões”, diz o diretor presidente da rede, Belmiro Gomes.
- A receita líquida do Assaí alcançou R$ 17,2 bilhões no 1T24, um aumento de 14,1% em comparação com o mesmo período de 2023, mas ficando abaixo dos R$ 17,4 bilhões previstos pelo consenso LSEG.
- Conforme o balanço do Assaí no 1T24, o lucro bruto atingiu R$ 2,795 bilhões, um aumento de 16,8% em comparação ao 1T23. A margem bruta foi de 16,2% no 1T24, um aumento de 0,4 p.p. em relação à margem do 1T23.
- As despesas com vendas, gerais e administrativas totalizaram R$ 1,923 bilhão no 1T24, registrando um crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2023.
- O resultado financeiro líquido foi negativo em R$ 510 milhões no primeiro trimestre de 2024, um aumento de 19,2% em relação às perdas financeiras do mesmo período de 2023.
- Em 31 de março de 2024, a dívida líquida da rede Assaí totalizou R$ 11,177 bilhões, um aumento de 31,2% em comparação com o mesmo período de 2023.
- O indicador de alavancagem financeira, medido pela relação dívida líquida/Ebitda ajustado, foi de 3,75 vezes em março/23, registrando uma queda de 0,94 p.p. em comparação com o mesmo período de 2023.
- O grupo Assaí diz que inaugurou quatro novas lojas no trimestre, somando 292 unidades em operação e uma área de vendas cerca de 1,5 milhão de metros quadrados.
Bradesco (BBDC4) troca diretor de Relação com Investidores; veja
- O Bradesco (BBDC4) acabou de nomear um novo encarregado para o cargo de Diretor, na função de Relações com Investidores: André Costa Carvalho.
- Com isso, Carvalho ocupa no RI do Bradesco o cargo que era de Carlos Wagner Firetti.
- Conforme o comunicado ao mercado do banco, Firetti foi “designado para outras funções na instituição”.
- Vale destacar que nos últimos meses o banco tem passado por uma reestruturação interna, que veio logo após a troca de CEO, com Octavio de Lazari deixando a cadeira e dando o lugar para Marcelo Noronha.
- Uma série de executivos e diretores trocaram seus cargos.
- As mudanças ocorrem em meio a um ambiente relativamente mais hostil para o Bradesco em relação aos seus pares, dado que o banco amargou perdas relevantes na bolsa após reportar resultados trimestrais drasticamente piores do que o esperado nas últimas temporadas de balanços.
- Em suma, o banco vinha sofrendo mais com a inadimplência do que seus pares, especialmente considerando que se trata de um player mais exposto a pessoas físicas e pequenas e médias empresas (PMEs).
- Fruto disso, o Retorno sobre Patrimônio Líquido (ROE) do Bradesco é o menor dentre os bancos incumbentes.
Nubank (ROXO34) e Mercado Pago lideram neobancos do México, aponta BofA
- Em uma análise dos neobancos no México, o Bank of America destacou o Nubank (ROXO34) e o Mercado Pago, do Mercado Livre (MELI34), como as presenças mais fortes no país.
- Atualmente, 15% da população mexicana, 19 milhões de pessoas, são usuários ativos dos novos bancos digitais, os neobancos.
- A penetração dos bancos como Nu e Meli é semelhante à observada no Brasil em 2018, quando houve uma decolada do setor para 80% da população nos três anos seguintes (até 2021). Os níveis se estabilizaram neste patamar.
- Com base nos dados da Sensor Tower, empresa de análise de mercado, os analistas do Bank of America comparam o cenário bancário atual com os “estágios iniciais da indústria de neobancos brasileira em 2018”, levando em conta essa relação de usuário.
- “No entanto, observamos algumas diferenças, como um ritmo de crescimento mais lento e maior concentração [entre os bancos],” diz o relatório do BofA.
Eletrobras (ELET3): venda de ações da Isa Cteep (TRPL4) é aprovada, diz jornal; ações das elétricas caem
- Os debenturistas da Eletrobras (ELET3) aprovaram a retomada da venda pública da participação da companhia em outra parceira do setor, a Isa Cteep (TRPL4), publicou a Bloomberg News, com informações de fontes familiarizadas.
- Segundo o jornal, a Eletrobras (ELET3) levantaria cerca de R$ 4 bilhões com a transação, que pode acontecer a qualquer momento. As fontes, que pediram para não serem identificadas, afirmaram que o momento da venda das ações da Isa Cteep vai depender da temperatura do mercado.
- Esta não é a primeira vez que a Eletrobras decide vender ações de outras companhia pares. Em setembro do ano passado, a elétrica vendeu sua fatia na Copel (CPLE6), por R$ 125,3 milhões.
Da Vale a Eletrobras, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.