Nesta terça-feira (23), a Vale (VALE3) informou a realização de um depósito de R$ 1,2 bilhão como pagamento pelo Acordo de Reparação por Brumadinho. De acordo com a empresa, o valor, depositado em juízo, será transferido para o Estado de Minas Gerais.
Em fevereiro de 2021, a mineradora Vale e o governo de Minas Gerais assinaram um acordo de mais de R$ 37 bilhões pela reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, Brumadinho, em 2019. O rompimento deixou 270 vítimas, entre mortos e desaparecidos.
Até o momento, do total acordado entre o estado e a mineradora, a empresa já depositou R$ 18,5 bilhões.
O valor deve ser revertido para projetos de melhoria de mobilidade urbana e serviços públicos, como, por exemplo, a pavimentação de estradas e reformas de hospitais.
A companhia ainda esclareceu que o depósito de hoje é equivalente ao pagamento de parcelas corrigidas pela inflação para o Programa de Mobilidade Urbana de Minas Gerais. E também afirmou, além disso, que algumas obrigações do Acordo de Reparação já foram integralmente quitadas.
“Também foi transferido integralmente o saldo dos R$ 4,4 bilhões para implantação do Programa de Transferência de Renda (PTR), solução definitiva para os pagamentos emergenciais aos atingidos, pagos entre abril de 2019 e outubro de 2021 pela Vale”, afirma a mineradora.
Além da Vale, confira outros destaques desta terça-feira:
Oi (OIBR3) e BTG (BPAC11) anunciam parceria para oferecer soluções financeiras a pequenas empresas
- A Oi (OIBR3) e o BTG (BPAC11) se juntam em parceria para oferecer crédito e conta digital PJ para os clientes do Oi Seu Negócio, segmento da Oi (OIBR3) voltado para micro e pequenas empresas (PMEs).
- Os serviços são proporcionados pela plataforma digital de soluções para pequenas e médias empresas do banco, o BTG Pactual Empresas.
- O anúncio desta parceria foi anunciada nesta terça-feira (31).
- De acordo com comunicado das empresas, o acordo entre a tele e o banco vai permitir que os clientes do Oi Seu Negócio tenham acesso a diversos produtos do BTG Pactual Empresas – entre eles, linhas de antecipação de recebíveis de cartão, com taxa de desconto atrativa e possibilidade de receber no mesmo dia, antecipando as necessidades de caixa.
- A parceria também inclui linhas de capital de giro com taxas competitivas e conta digital PJ sem custo de abertura e sem taxa de manutenção, com processo de abertura 100% digital e facilidades como pagamento de impostos, folha de pagamento, emissão online de boletos e transferências via PIX ilimitadas.
- Segundo afirma o diretor de Consumidor e Empresarial da Oi, Roberto Guenzburge: “A Oi mantém os clientes sempre no centro da sua estratégia. Estamos trabalhando constantemente para identificar suas dificuldades e oferecer soluções completas que vão além da conectividade para ajudar a impulsionar os seus negócios. Entendemos que a concessão de crédito de forma fácil e sem burocracia será um grande diferencial no atendimento desse mercado”.
- Gabriel Motamura, sócio do BTG Pactual, acredita que a parceria reforça a missão do banco de fomentar o crescimento de pequenas e médias empresas por meio da “democratização do acesso ao crédito, reduzindo a burocracia de forma rápida, transparente e segura.”
Ação do IRB Brasil (IRBR3) sobe 4,63% no Ibovespa, mas analistas recomendam venda; entenda
- Nesta terça-feira (31), a ação do IRB Brasil (IRBR3) fechou em alta de 4,63%, a R$ 2,94. Mais cedo, às 13h27, as ações chegaram a bater 8,19%, a R$ 3,04.
- Segundo o chefe de análise da Órama, Phil Soares, o movimento altista da IRB Brasil ocorre a partir de uma especulação de curto prazo, sendo pontual.
- “As ações estão com pouca liquidez. Qualquer movimento já causa uma variação expressiva”, afirma Soares.
- Além disso, o analista comentou que a perspectiva para o IRB Brasil, segundo a avaliação da Órama, não é positiva.
- “A gente acha que [a IRB Brasil] ainda está acima do que o fundamento justifica. É uma indústria muito competitiva internacionalmente, com custo de capital muito alto. Além disso, não acreditamos que a companhia tenha especificamente alguma vantagem competitiva que faça a lucratividade ser excelente”, ponderou Soares.
- Para ele, há um crédito tributário muito grande no patrimônio líquido, tornando os múltiplos enviesados.
- A Órama não prevê que esses créditos vão se reverter, de fato, em lucratividade.
- Soares ainda ressaltou: “A gente observa alguns pontos negativos, inclusive orientamos nossos clientes a vender as posições [de IRB Brasil], caso eles tenham”.
- Alexandre Achui, head da Mesa Private de ações e sócio da BRA, destaca que a ação do IRB Brasil caiu 50% nas últimas 52 semanas, com volume negociado até 58% acima da média dos últimos 20 pregões.
- “Não temos notícia relevante hoje, somente grande fluxo de compra por corretoras estrangeiras, JP Morgan, Morgan Stanley (MSBR34), UBS”, comentou Achui.
- Analistas do BRA não reiteram recomendação de compra da ação.
Neoenergia (NEOE3) terá ações negociadas na Bolsa de Madri a partir de junho
- A Neoenergia (NEO3) informou nesta terça (31), em fato relevante, que a bolsa de Madri aprovou o Pedido de Incorporação ao Mercado para as ações ordinárias da empresa, no segmento Latibex — que reúne valores de companhias latino-americanas.
- Os papéis da Neoenergia começam a ser negociados em 7 de Junho de 2022, sob o código de negociação XNEO.
- Diz o comunicado da Neoenergia: “A listagem na Latibex não alterará os direitos e vantagens conferidos às ações de emissão da companhia, que seguirão sendo negociadas no segmento Novo Mercado da B3.”
- A negociação das ações da companhia na Latibex é efetuada diretamente na plataforma da Bolsa de Madri e “visa canalizar investimentos europeus para a América Latina de forma simples e direta, buscando facilitar o acesso de investidores estrangeiros ao seu capital social, podendo, assim, gerar ainda mais liquidez para seus acionistas.”
- A Neoenergia também informou hoje que começou a geração do Parque Solar Luzia (PB), segundo a empresa em formato teste. A operação comercial, diz a companhia, terá início em julho.
- “O início de entrada em operação está em linha com o plano de negócios e a entrada completa em operação comercial se dará ao longo do segundo semestre de 2022. [O Parque Solar] Luzia terá capacidade total de 149,3 MWdc e sua energia gerada será destinada à comercialização no mercado livre com parcela relevante já contratada”, explica a companhia em comunicado ao mercado.
Marfrig (MRFG3) fecha com alta de 5,54% após compra de Molina
- Notando uma baixa de 34% nos últimos seis meses nas ações da Marfrig (MRFG3), o empresário Marcos Molina, fundador da empresa, foi às compras e apostou no crescimento com uma nova compra.
- O movimento ocasiona uma alta nas ações da Marfrig que fecharam a terça (31) com salto de 5,54%, cotadas a R$ 15,63.
- Segundo o comunicado ao mercado arquivado pelo frigorífico na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Molina e sua esposa agora detêm 345,9 mil ações MRFG3, volume que representa 50,04% das ações da empresa.
- Mesmo com isso, segundo o documento, “os controladores não celebraram qualquer acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da Companhia”.
- A posição anterior era de 49,72% dos papéis, que valiam cerca de R$ 5 bilhões. Segundo dados compilados pela plataforma Status Invest, a companhia é avaliada em R$ 10,56 bilhões.
- Ou seja, dada a cotação atual, de cerca de R$ 15, a MMS – holding pela qual Molina controla a empresa – investiu pouco mais de R$ 30 milhões para passar de 50%. As ações da Marfrig caem 27% no ano.
- Desta forma, o empresário segue na ‘queda de braço’ com a BRF (BRFS3), que é sua controlada desde março deste ano. A especulação sobre uma possível fusão entre as companhias vem de meses, mas não avançou.
- Vale lembrar que atualmente, com o consolidado da BRF, a empresa deve faturar algo em torno de R$ 140 bilhões, sendo negociada a preços próximos de concorrentes como a Minerva (BEEF3), que fatura R$ 30 bilhões ao ano.
Petrobras (PETR4): Cenários do BTG para Ebtida e dividendos da empresa
- O BTG Pactual divulgou nesta terça-feira (31) um relatório sobre os possíveis cenários futuros da Petrobras (PETR4) em relação aos preços do barril de petróleo e à possibilidade de a empresa subsidiar o preço dos combustíveis.
- De acordo com o relatório do banco, as alterações nos preços podem diminuir o Ebtida da empresa, assim como seus dividendos — independentemente de que haja ou não algum tipo de subsídio.
- Para os analistas do BTG, a dependência nacional da importação de combustíveis catalisa o impacto que a alta dos preços dos combustíveis já está tendo no país.
- O relatório do BTG indica ainda que, apesar de que o estatuto da petrolífera dificulte uma mudança radical de preços, a nova troca no comando da empresa pode se traduzir diretamente em novos riscos para a estabilidade da Petrobras.
- Nesse cenário, o banco deixou em evidência três possíveis cenários para a empresa, assim como suas possíveis consequências no Ebitda e nos dividendos da companhia.
- Um primeiro cenário seria que a empresa não subsidiasse a importação de combustíveis, mas vendesse combustíveis com desconto em relação à paridade internacional de preços.
- Seguindo essa previsão, com a empresa comprando o preço do barril do Brent em US$ 120 e com o câmbio em R$ 5 por dólar, estima-se uma perda de US$ 6 bilhões, ou cerca de R$ 30 bilhões no Ebitda,
- Isso reduziria US$ 3,6 bilhões do potencial pagamento de dividendos da Petrobras.
- Em um segundo cenário, se a petrolífera decidisse subsidiar o combustível importado e o barril continuasse na mesma faixa de preços, o BTG acredita que a perda seria potencialmente maior, de um total de US$ 7,5 bilhões em Ebitda, reduzindo US$ 4,5 bilhões dos possíveis dividendos.
- Em um terceiro cenário, com o subsidio das importações e com o barril de petróleo em US$ 70, a Petrobras poderia perder, para os analistas do banco, cerca de US$ 45 bilhões no Ebitda.
Da Vale à Petrobras, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.