Radar: Vale (VALE3) conclui venda de US$ 2,5 bilhões, Equatorial (EQTL3) anuncia dividendos milionários e Weg (WEGE3) deve ter queda no lucro do 1T24
A Vale (VALE3) concluiu a transação de aproximadamente US$ 2,5 bilhões com a Manara Minerals, uma joint venture entre a saudita Ma’aden e o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. Sob este acordo, a Manara Minerals passa a ter 10% da Vale Base Metals Limited (VBM). A informação foi divulgada nesta terça-feira (30) em comunicado ao mercado.
A parceria estratégica entre a Vale e a Manara Minerals, anunciada pela primeira vez em julho do ano passado, visa acelerar a geração de valor dos ativos e projetos de primeira linha que a VBM possui em seu portfólio, segundo a mineradora. Nos próximos dez anos, a VBM diz que pretende investir em novos projetos no Brasil, Canadá e Indonésia, buscando aumentar significativamente a produção de cobre e níquel.
A Vale também anunciou em julho do ano passado um acordo de parceria estratégica com a Engine No. 1, mas ambas as partes concordaram em não seguir com os termos e condições previamente acordados, conforme informações da mineradora. No entanto, diz que permanecem abertas a futuras parcerias.
“Este investimento estratégico da Manara reflete a confiança em nossa dotação mineral única e em nossa capacidade de fornecer os metais necessários para a transição energética. A Manara traz experiência em mineração e é um parceiro estratégico fundamental que compartilha da nossa visão de longo prazo“, pontua o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo.
A empresa diz ainda que a parceria com a Vale deve destravar valor operacional e financeiro do portfólio de ativos de alta qualidade e se posicionar como a empresa líder em materiais de transição energética. Para a Vale, a parceria com a VBM também é uma forte declaração da ambição da empresa de obter globalmente minerais que são vitais para o crescimento econômico sustentável e diversificado.
Além de Vale, confira outros destaques desta terça-feira:
Equatorial (EQTL3) anuncia pagamento de R$ 516,1 milhões em dividendos; veja valor por ação
- A Equatorial Energia (EQTL3) informou que vai pagar R$ 516.198.688,66 em dividendos extraordinários aos seus acionistas, o equivalente a 0,44999346846 por ação ordinária. A empresa diz que a decisão foi tomada em assembleia geral ordinária e extraordinária nesta terça-feira (30).
- De acordo com condições estabelecidas, os dividendos complementares da Equatorial serão imputados aos dividendos obrigatórios a serem declarados com base no exercício de 2023. A companhia não divulgou quantos acionistas devem ser contemplados pelas ações ordinárias.
- Os valores devem ser pagos em 10 de junho, em parcela única, aos acionistas que estão listados na base acionária da Equatorial ao término do pregão desta terça-feira (30). A partir desta quinta-feira (2), os papéis serão negociados como ex-dividendos.
- No dia 25 deste mês, o conselho de administração da empresa aprovou o aumento do capital social em um valor correspondente ao dividendo distribuído. A operação deve ser realizada por meio de uma emissão privada de até 17.498.261 novas ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal, segundo a Equatorial. Durante a emissão, cada ação foi avaliada em R$ 29,50, com base na cotação entre 13 de março e 24 de abril. Um deságio de 8,46% foi aplicado no processo.
Weg (WEGE3) deve ter queda no lucro do 1T24, mas um número vai chamar atenção; veja projeções
- Com o resultado previsto para ser divulgado na próxima quinta-feira (2), antes da abertura do mercado, a Weg (WEGE3) deve trazer resultados mistos no 1T24, com queda no lucro, mas com receita impulsionada pelo mercado internacional.
- No quarto trimestre de 2023, a Weg (WEGE3) reportou um lucro líquido de R$ 1,744 bilhão, 46,2% superior na base anual.
- Para o primeiro trimestre de 2024, o BTG Pactual (BPAC11) projeta que o lucro líquido de Weg deve chegar a R$ 1,258 bilhão, ante R$ 1,307 bilhão reportados no mesmo período do ano anterior.
- Já a projeção do BTG para a receita líquida da Weg é de R$ 8,298 bilhões, ante R$ 7,696 bilhões registrados no mesmo período de 2023. Já o Ebitda da Weg, segundo o banco, deve ser de R$ 1,770 bilhão no 1T24, ante R$ 1,689 bilhão no 1T23.
- Em geral, o banco projeta que a Weg deve trazer um crescimento mais fraco no 1T24, porém com margens sólidas. “Esperamos resultados levemente positivos, refletindo uma expansão mais lenta do que os trimestres anteriores, mas com lucratividade decente (margem Ebitda e ROIC)”, escrevem os analistas Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Marcelo Arazi.
- Ainda de acordo com o BTG, a demanda por equipamentos energeticamente eficientes e produtos de ciclo longo permanece resiliente no Brasil e no exterior, sustentando o crescimento anual da receita.
- “Países como os Estados Unidos, México e Canadá continuam a gerar fortes entradas de pedidos, principalmente no segmento de transformadores, enquanto as entregas de energia renovável no Brasil desaceleraram”, acrescentam os analistas.
Allos (ALOS3) pagará R$ 611 milhões em dividendos
- A Allos (ALOS3) pagará R$ 611 milhões em dividendos, segundo Aviso aos Acionistas arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) durante esta terça (30).
- O valor dos dividendos da Allos por ação será de R$ 1,11 por ação ordinária.
- Os proventos serão pagos aos acionistas em duas parcelas de igual valor (R$ 0,55), sendo a primeira no dia 15 de maio e a segunda no dia 15 de junho.
- Apenas os investidores com ações da Allos nesta terça (30) terão direito de receber os rendimentos.
- Ou seja, a partir de quinta (2), os papéis ALOS3 passam a ser negociados sem direito aos dividendos.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os dividendos são fruto da deliberação da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE) da companhia, realizada também nesta terça (30).
- Além disso, o valor dos dividendos não sofrerá qualquer atualização entre esta data e a data do seu pagamento.
Dividendos da Isa Cteep (TRPL4) podem ser impactados com novos investimentos?
- A Isa Cteep (TRPL4) obteve um lucro líquido regulatório de R$ 409,2 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24). Segundo a Genial, a empresa reportou números ligeiramente acima das estimativas da casa, mas abaixo do consenso. A empresa teve um crescimento de receita de 24% em relação ao 1T23. No entanto, no radar dos investidores está o novo plano de investimento da companhia que pode impactar a distribuição de dividendos.
- “Além dos dados financeiros, salientamos os significativos investimentos em melhorias e reforços na estrutura (R&M), que futuramente vão compor a Receita Anual Permitida (RAP), sendo o principal diferencial da companhia para as outras empresas do setor, totalizando R$ 243 milhões no 1T24”, aponta a Genial.
- De acordo com os analistas, a Isa Cteep está prestes a entrar em uma fase de construção de novos projetos, com investimentos previstos na casa de R$ 7,1 bilhões (excluindo investimentos R&M).
- “Devido a esse volume de investimentos da Isa Cteep previstos pela frente, os dividendos deverão ser mantidos ao nível mínimo estipulado pela política de distribuição de lucros da empresa, sendo nossas estimativas de 8,1% de dividend yield para 2024”, projeta a research.
- Mesmo assim, apesar de a Isa Cteep continuar a ser uma empresa de execução e operacional, a Genial não vê espaço para uma recomendação mais agressiva para o papel e, com isso, a casa reitera recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 28, com os papéis negociados hoje a R$ 25.
Rumo (RAIL3) pagará R$ 170 milhões em dividendos
- A Rumo (RAIL3) pagará R$ 170 milhões em dividendos, segundo Aviso aos Acionistas arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) durante esta terça (30).
- O valor dos dividendos da Rumo por ação será de R$ 0,092 por ação ordinária.
- Os proventos serão pagos aos acionistas em até 60 dias, segundo o comunicado divulgado pela empresa, com o tempo passando a contar a partir desta terça (30).
- Apenas os investidores com ações da Rumo nesta terça (30) terão direito de receber os rendimentos.
- Ou seja, a partir de quinta (2), os papéis RAIL3 passam a ser negociados sem direito aos dividendos.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), os dividendos são fruto da deliberação da Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da companhia, realizada também nesta terça (30).
Vale (VALE3) e Caterpillar fecham acordo para testar caminhões elétricos
- A Vale (VALE3) e a Caterpillar assinaram um acordo para descarbonização de operações de mina, que inclui a realização de testes com caminhões de grande porte movidos a bateria elétrica e com sistemas de transferência de energia, informou a mineradora mais cedo.
- O entendimento da Vale também abrange a realização de estudos conjuntos para caminhões movidos a etanol.
- O objetivo é apoiar a Vale no atingimento das suas metas de redução de emissões de carbono diretas e indiretas (escopos 1 e 2) em 33% até 2030 e zerar as emissões líquidas até 2050.
- Os caminhões fora de estrada movidos a bateria estão em fase de desenvolvimento pela Caterpillar, de acordo com a mineradora. “Uma unidade com capacidade de 240 toneladas será testada pela Vale em suas operações em Minas Gerais”, informou a companhia. “A Caterpillar também desenvolve um sistema de transferência de energia para caminhões, que será testado nas operações da mineradora no Pará nos próximos anos.”
- As duas empresas iniciarão também um estudo conjunto para um motor a bicombustível para caminhões fora de estrada, que funcione com etanol e diesel, de acordo com comunicado da Vale.
Santander (SANB11) sobe no Ibovespa: analistas veem “melhora expressiva” no balanço do 1T24
- O Santander (SANB11) anotou um lucro líquido gerencial de R$ 3,021 bilhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), resultando em um ROE (Retorno sobre o Patrimônio Líquido) de 14,1%. Para os analistas, o resultado obtido foi positivo, com uma melhora expressiva em diversos indicadores. Na tarde desta terça-feira (30), as ações subiram (+2,74%) e lideraram o Ibovespa, cotadas a R$ 28,90.
- “O Santander apresentou resultados positivos, superando as nossas estimativas e em linha com o consenso. O banco registrou uma recuperação significativa da margem financeira e reduziu a sua provisão para perdas, retomando o caminho para entregar um ROE superior ao custo de capital (Ke)”, afirma a XP.
- Apesar da sazonalidade desafiadora no início do ano, a XP avalia que o banco conseguiu expandir sua carteira de crédito em 2% no primeiro trimestre do Santander em relação ao trimestre anterior e 8% na base anual.
- Segundo os analistas, este crescimento do Santander no balanço do 1T24 foi impulsionado principalmente por linhas de crédito sem garantia focadas no financiamento ao consumidor. “A inadimplência acima de 90 dias permaneceu em níveis confortáveis de 3,2%, com ligeiro aumento de 10bps em relação ao trimestre anterior. Prevemos uma reação ligeiramente positiva do mercado, refletindo a retomada do crescimento e da rentabilidade após um quarto trimestre desafiador”, diz a XP.
- Para o BB Investimentos, o 1T24 do Santander trouxe como pontos positivos o crescimento da carteira de crédito e da margem financeira. “Quanto à carteira de crédito ampliada, a variação no comparativo anual de 8,1% marca um retorno ao ritmo de crescimento do mercado, algo que o Santander, no auge da desaceleração por conta da escalada da inadimplência em períodos recentes, havia deixado de acompanhar.”
- O ROE em 14,1% representa a superação da estimativa de custo de capital próprio (13,9%) do BB Investimentos, dizem os analistas, sinalizando uma tendência mais clara de retorno à rentabilidade.
- “A empresa destaca um ímpeto de crescimento em linhas mais rentáveis, viabilizado pelo controle dos índices de qualidade; a intenção de otimizar custos por meio de um novo modelo de atendimento digital; e o aumento de clientes. Esses fatores nos levam a acreditar que os próximos trimestres continuarão a mostrar melhorias já iniciadas”, afirma o BB-BI, que recomenda compra das ações do Santander, com preço-alvo de R$ 34,70 (antes era de R$ 33,40).
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