Radar: Vale (VALE3) é acusada de calote pela Cemig (CMIG4), Cielo (CIEL3) projeta lucro alto e valoriza papéis, Azul (AZUL4) tem alta de 40% na demanda em junho

Vale (VALE3) está sendo acusada pela Cemig (CMIG4) de não cumprir com compromisso firmado entre as empresas que envolve repasses na casa dos R$ 781 milhões. As informações são do Valor Econômico.

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Segundo a Cemig, a Vale teria se comprometido a compensar danos financeiros em razão da perda de geração de energia da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves, após o rompimento da Barragem do Fundão, da Samarco — empresa que tem a Vale como sócia.

Entenda a disputa

A Usina Hidrelétrica Risoleta Neves é detida pelo Consórcio Candonga, formado pela Vale e pela Aliança Energia, empresa que tem como acionistas a própria Vale e a Cemig.

Com o rompimento da Barragem do Fundão, em Mariana (MG), a usina foi inundada por uma onda de lama e rejeitos, inviabilizando sua operação. Mesmo sem gerar energia, a usina recebeu por cinco anos recursos de um sistema de compartilhamento de riscos para evitar desabastecimentos. Esse sistema é chamado de Mecanismo de Realocação de Energia (MRE).

A Cemig argumenta que o Consórcio pode ser enquadrado como uma das vítimas do desastre de Mariana, cuja responsabilidade recai sobre a Samarco e, consequentemente, a Vale. Assim, caberia à mineradora devolver os valores recebidos por sua participação no Consórcio.

Segundo a Cemig, a Vale, enquanto acionista da Samarco, reconheceu a responsabilidade na tragédia ao assinar o Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC) com o Ministério Público Federal, se comprometendo a reparar danos ocorridos.

Além disso, a Cemig ressalta que a Vale publicou, em setembro de 2021, um comunicado comprometendo-se a devolver os cerca de R$ 781 milhões (valor corrigido) recebidos pelo Consórcio por parte do MRE.

Em nota enviada ao Valor, a Cemig afirma que a Vale não pagou o valor acordado, o que acabou prejudicando a Aliança e, indiretamente, a própria Cemig.

Judicialização

Segundo a Cemig, o pagamento por parte da Vale seria realizado mês a mês, em liquidações na Câmara de Comercialização de Energia (CCEE), até dezembro de 2022.

Ao Valor Econômico, a CCEE informou que o Consórcio Candonga liquidou, em novembro de 2021, todos os débitos existentes. A liquidação se deu após uma suspensão, por parte do Superior Tribunal de Justiça, da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves do MRE.

Entretanto, o Consórcio ainda mantém processo ativo que pode gerar nova reviravolta na situação — uma possível decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF – 1) pode o recolocar no sistema do MRE.

A Samarco disse que executa obras para reparação dos danos do rompimento da barragem em Mariana, especialmente promovendo o desassoreamento na área alagada e obras para a liberação do enchimento do reservatório, prevista para o final de 2022.

Além da Vale, confira outros destaques desta quarta-feira:

3R Petroleum (RRRP3) e PetroRecôncavo (RECV3) avaliam parceria nas bacias Potiguar e Recôncavo

  • 3R Petroleum (RRRP3) e a PetroRecôncavo (RECV3) divulgaram nesta quinta-feira (7) que assinaram um memorando de entendimentos para analisar oportunidades de compartilhamento de instalações e recursos.
  • O acordo é relacionado aos ativos de produção de petróleo e gás natural das empresas, localizados nas Bacias Potiguar e do Recôncavo.
  • O memorando aponta a intenção das companhias para coordenar esforços e iniciativas, com objetivo de ampliar eficiência operacional, logística e comercial.
  • “Neste sentido, as companhias destacam os benefícios resultantes dessas análises em relação a alocação de investimentos e a busca por soluções integradas para os ativos”, diz o fato relevante da 3R Petroleum.
  • Nem só de Petrobras (PETR4) se faz o setor e Óleo & Gás do Ibovespa. Nesta temporada de balanços do primeiro trimestre de 2022, petroleiras menores também devem surfar o bom momento do preço do petróleo na cotação internacional.
  • Números de PetroRio (PRIO3)PetroRecôncavo (RECV3) e 3R Petroleum (RRRP3) são bastante aguardados pelo mercado.
  • Para o BTG, os dados de produção e venda da 3R no 1T22 demonstraram um operacional sólido por parte da empresa. A produção expandiu 21% na comparação trimestral e 68% ano a ano.

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Cielo (CIEL3): banco projeta lucro nas alturas e reforça valorização do papel

  • Nesta quinta-feira (7), as ações da Cielo (CIEL3) observaram crescimento de 2,36%, mantendo-se em R$ 3,90. Analistas do banco JP Morgan publicaram relatório em que reforçaram a recomendação de compra e a valorização do papel. O texto aumenta estimativas para o lucro da empresa.
  • Em relatório aos clientes, o banco projetou a ação da Cielo para R$ 5 no final de 2022 e R$ 5,50 no final de 2023, reiterando recomendação ‘overweight’ para o papel.
  • A equipe do JPM agora espera que a companhia reporte lucro líquido de R$ 967,5 milhões neste ano, acima da projeção anterior de R$ 851,1 milhões. Para o próximo ano, o prognóstico passou de R$ 791 milhões para R$ 971,4 milhões.
  • Em termos ajustados, a estimativa passou de 1,12 bilhão para 1,24 bilhão de reais em 2022 e de cerca de 1,06 bilhão para 1,24 bilhão de reais em 2023.
  • A valorização, segundo os analistas do banco, está associada a alguns fatores, sendo um deles o maior volume esperado da indústria, que beneficia a empresa e o negócio de cartões Cateno.
  • Outro fator citado pela equipe de análise foi a venda da participação da Cielo na empresa norte-americana Merchant E-Solutions, que, estima o banco, irá gerar um ganho de R$ 20 milhões a R$ 40 milhões por trimestre a partir do 3T22, com impacto parcial no 2T22.

Azul (AZUL4) tem alta de 40% na demanda em junho

  • Azul (AZUL4) registrou aumento de 40,1% na demanda total em junho, ante igual mês do ano passado, enquanto a oferta teve aumento de 35,8%. A informação foi divulgada em documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta quinta-feira (7).
  • Já a taxa de ocupação da Azul subiu 2,5 pontos porcentuais para 79,3%
  • Nas rotas domésticas, a demanda cresceu 26,30% em junho e a oferta registrou avanço de 27,6%. A taxa de ocupação dos aviões da empresa teve leve recuo de 0,8 p.p. para 78%.
  • Nos voos internacionais a demanda cresceu 303%, enquanto a oferta teve aumento de 138,3%. A taxa de ocupação avançou 35,9 p.p. para 87,9%.
  • “O mês de junho foi marcado por um resultado de tráfego e receita unitária fortes. Nossas vantagens competitivas e disciplina na alocação de capacidade continuam a nos dar confiança na geração de receita daqui para frente”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul.
  • Durante o segundo trimestre o RPK da Azul cresceu 63,8% na comparação anual, ao passo que o ASK subiu 59,6% de abril a junho. Já a taxa de ocupação subiu 2,0 pp, para 78,7%.
  • No acumulado do ano de 2022, a demanda total de passageiros está 48,7% acima do visto no mesmo período do ano passado.
  • Enquanto isso, no mesmo período, a oferta subiu 42,9%. Já a taxa de ocupação está em 79,6%, crescimento de 3,1% pp ante janeiro a junho de 2021.
  • Essa melhora nos números da Azul acompanha um cenário nacional majoritariamente positivo. Dados da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) mostram que a oferta de voos domésticos superou, pela primeira vez, o período pré-pandemia.
  • Em maio, foram 6% a mais de assentos ofertados (ASK), segundo a agência.

Da Vale à Azul, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Jorge C. Carrasco

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