O conselho de administração da Vale (VALE3) aprovou o pagamento de juros sobre o capital próprio (JCP) no valor de R$ 1.319.000.000,00, conforme documento divulgado ao mercado nesta quinta-feira (01). O valor bruto por ação corresponde a R$ 0,2908.
Segundo fato relevante, a soma foi apurada com base no balanço da Vale apurado em 30 de setembro e refere-se à antecipação da destinação de resultado do presente exercício.
Além disso, o valor do JCP da Vale será abatido do montante a ser deliberado referente ao segundo semestre deste ano, conforme Política de Remuneração aos Acionistas. O documento afirma que o comitê executivo ainda deverá deliberar sobre a forma e a data de pagamento.
Valorização recente das ações da Vale
Atualmente, as ações da Vale estão em nível abaixo da máxima deste ano, de R$ 105, registrado no início de março. Apesar disso, os ativos vêm apresentando uma tendência de alta ao longo do mês de novembro, e estão sendo cotados em cerca de R$ 80.
A valorização da ação da Vale acontece em meio às perspectivas de que as ações políticas da China elevariam a demanda por aço.
Segundo divulgado por analistas do Goldman Sachs, a tendência observada recentemente foi desencadeada por um ritmo mais claro de abertura anunciado pela nação asiática — e, posteriormente, alimentado pelas 16 medidas anunciadas pela China para estabilizar o segmento imobiliário.
Contudo, depois de conversar com investidores do setor, o banco americano concluiu que o rali recente do minério de ferro foi, especialmente, puxado pela cobertura de posições vendidas e investidores ajustando suas posições recentes bastante baixas em commodities e materiais.
Os estrategistas do Goldman Sachs interpretam que o movimento recente parece exagerado. Em meio a isso, a instituição alega que os investidores têm buscado avaliar se continuarão no rali, de modo a agregar “smart money“, ou acessar os lucros.
Cotação da Vale nesta quinta-feira
Nesta quinta-feira (01), as ações da Vale fecharam em alta de 0,55%, com papéis cotados a R$ 86,18.
Além da Vale, confira outros destaques desta quinta-feira:
Carrefour (CRFB3) vai pagar JCP no total de R$ 153 milhões; veja valor por ação
- O Carrefour (CRFB3) anunciou o pagamento de R$ 153 milhões em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas, segundo fato relevante divulgado nesta quinta-feira (1).
- O valor dos proventos por ação será de R$ 0,072, que serão pagos em 19 de dezembro.
- Apenas os investidores com ações do Carrefour no dia 6 de dezembro poderão receber os rendimentos. A partir do dia 7 de dezembro, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos do Carrefour fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.
- O valor dos JCP do Carrefour terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%, e pode ser modificado em razão das variações na quantidade de ações decorrentes de emissões de ações ou negociações com as próprias ações da companhia.
- JCP do Carrefour
- Valor total: R$ 153.000.000,00
- Valor por ação: R$ 0,072730893
- Data de corte: 6 de dezembro de 2022
- Data do pagamento: 19 de dezembro de 2022
- Rendimento (dividend yield): 1,81%
- Resultado do 3T22
- No terceiro trimestre, o Carrefour Brasil reportou um lucro líquido ajustado de R$ 256 milhões. O valor representa uma queda de 58,8% em comparação ao mesmo intervalo do ano passado.
- O Ebitda ajustado (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) consolidado foi impulsionado pelo crescimento robusto das bandeiras de atacarejo e pela melhoria da rentabilidade do Varejo.
- Entre julho e setembro, o Ebitda do Carrefour ajustado chegou a R$ 1,69 bilhão. Isso equivale a um aumento de 14,0% na comparação anual.
- Se a operação do Grupo Big não fosse considerada, o Ebitda ajustado do Carrefour seria de R$ 1,6 bilhão, o que representaria uma elevação de 8,2% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior.
- As vendas brutas do Carrefour totalizaram R$ 29,3 bilhões no trimestre, equivalentes a um avanço anual de 41,4%.
- As venda líquidas, por sua vez, somaram R$ 26,3 bilhões, o que representa uma alta de 40,2% em relação ao terceiro trimestre de 2021.
- Cotação
- No pregão de hoje, a cotação das ações do Carrefour caiu 5,4%, cotada a R$ 15,10. No ano, o papel acumula alta de 5,4%.
Fleury (FLRY3) fecha contratos de energia renovável
- O Grupo Fleury (FLRY3) fechou contratos de fornecimento de energia fotovoltaica para as suas unidades de São Paulo e do Rio de Janeiro, segundo informações do Valor Econômico.
- O acordo de fornecimento de energia renovável da Fleury foi firmado com a Voltx Energia e prevê dez anos de parceria com 14% de desconto lastreado.
- As duas plantas no estado de SP, uma em Pirapora e a outra em Vargem Grande Paulista, ficaram prontas recentemente.
- No Rio de Janeiro, há uma fazenda solar. Um acordo com outras duas plantas deve ser assinado nos próximos dias, diz o Valor.
- As usinas em SP entraram em operação após trâmites de licença ambiental, parecer de acesso em áreas de concessão e implantação de placas fotovoltaicas da China, conta o o diretor de Expansão e Facilities da Fleury, Clóvis Porto ao jornal.
- Em 2023, o Grupo Fleury prevê que cerca de 21% do consumo elétrico da empresa em SP vai ser suprida por fontes renováveis. Em SP, a Fleury tem 52 unidades.
- Enquanto as plantas do RJ não ficam prontas, a Fleury tem uma parceria de curto prazo de energia gerada com biogás em um contrato de geração distribuída (GD) compartilhada.
- Além disso, Porto afirmou que as usinas foram 100% financiadas pela Voltxs por meio de um fundo imobiliário. “O Fleury não investiu nenhum centavo. O investimento foi feito pelo parceiro e o grupo só pagará pela compra da energia”, explicou.
- No Rio de Janeiro, há uma usina em construção na área de concessão da Light que deve entrar em operação no segundo trimestre de 2023 e que abastecerá 45 unidades da empresa.
- A expectativa do Fleury é de que as cinco plantas de SP e RJ gerem 11,9 gigawatt-hora – 5,2 GWh serão gerados em São Paulo, com 5,4 mil painéis solares, e 6,7 GWh no Rio, com 7 mil painéis.
- A Fleury deve reduzir 24% dos custos em R$ 2,8 milhões por ano, ressalta o jornal.
Dividendos: veja as ações preferidas do BTG (BPAC11) para dezembro
- Nesta quinta-feira (1º) o BTG Pactual (BPAC11) divulgou a carteira recomendada de dividendos para dezembro. O banco promoveu três mudanças na lista mensal. As “preocupações fiscais e baixa visibilidade” tornaram os analistas “mais cautelosos”.
- Na carteira recomendada de dividendos para dezembro, o BTG Pactual incluiu as ações da Engie (EGIE3), PetroRio (PRIO3) e BB Seguridade (BBSE3) no lugar de Bradesco (BBDC4), B3 (B3SA3) e Minerva (BEEF3).
- Em relatório sobre a carteira recomendada de dividendos para dezembro, os analistas afirmam que ficaram mais cautelosos com as ações brasileiras diante da “proposta agressiva de expansão fiscal do novo governo e as incertezas em torno do novo ministro da Fazenda, que assustaram os mercados (o Ibovespa caiu 3,1% em reais e 4,6% em dólares em novembro)”.
- Os analistas comentam que essa redução fez com que o principal índice da bolsa de valores brasileira voltasse a níveis de valuation próximos das mínimas históricas.
- “O Ibovespa está sendo negociado a 9,1x P/L de 12 meses projetados. O P/L está negociando a quase dois desvios padrão abaixo de sua média histórica. Incluindo Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3), o Ibovespa está sendo negociado em níveis de P/L vistos pela última vez em 2005 (7,2x)”, complementam os analistas em relatório da carteira recomendada de dividendos.
- Sobre as empresas que integraram a carteira indicada de dividendos, o BTG justifica que a Engie conta com “um sólido histórico de boa alocação de capital, juntamente com uma das melhores equipes de gestão do setor de Serviços Básicos”.
- Com relação à PetroRio, os analistas afirmam que “muitas conquistas operacionais foram alcançadas e as perspectivas para Frade e Albacora Leste (ABL) melhoraram”.
- Já no caso da BB Seguridade, também inserida na carteira recomendada de dividendos, o banco observa “uma perspectiva de resultados muito construtiva para 2023”.
- Carteira recomendada de dividendos para dezembro
- Estas são as ações que integram a carteira recomendada de dividendos para dezembro, segundo definido pelo BTG Pactual:
- BB Seguridade (BBSE3): setor Financeiro ex-Bancos
- Alupar (ALUP11): setor de Serviços Básicos
- Eletrobras (ELET3): setor de Serviços Básicos-
- Vale (VALE3): setor de Metais & Mineração
- Energisa (ENGI11): setor de Serviços Básicos
- Itaú Unibanco (ITUB4): setor de Bancos
- Cury (CURY3): setor de Construção Civil
- Engie (EGIE3): setor de Serviços Básicos
- PetroRio (PRIO3): setor de Petróleo & Gás 5,9%
- Vibra Energia (VBBR3): setor de Petróleo & Gás
- De acordo com o BTG Pactual, para desenvolver a carteira recomendada de dividendos, foi realizada uma análise focada em ativos de alta qualidade, com resiliência de entrega de resultado e geração de caixa.
BRF (BRFS3): ações recuam 9% com notícia sobre dívida; entenda
- As ações da BRF (BRFS3) caíram 9% nesta quinta-feira (1), cotadas a R$ 8,57. A queda veio um dia após a Veja publicar reportagem em que apontava que a empresa tem uma dívida multimilionária com a Ipiranga, que ultrapassaria R$ 800 milhões.
- Na década de 1990, a Perdigão, controlada pela BRF, e a Texaco, cuja unidade no Brasil foi vendida em 2008 para o Grupo Ultra (UGPA3), do qual a Ipiranga faz parte, formaram uma joint venture para um projeto industrial na Amazônia.
- A Veja afirma que a BRF decidiu vender o controle a terceiros sem consultar a Texaco.
- A decisão foi à Justiça em 2012, mas algumas fontes do mercado afirmam que a BRF protela o cumprimento da sentença e da dívida, cuja existência não é mencionada nos relatórios da empresa de frigoríficos.
- Segundo a Veja, o valor atualizado dessa dívida está acima de R$ 800 milhões.
- Esta falta de informação nos balanços assustou o mercado, disse Apolo Duarte, sócio e head da mesa de renda variável da AVG Capital: “Isso está pesando forte nas ações da BRF hoje, o mercado ficou preocupado com a notícia.”
- BRF responde
- Após o repercussão, a BRF emitiu uma nota de esclarecimento:
- “A companhia esclarece que o processo de liquidação de sentença está ainda em curso, seguindo os trâmites judiciais apropriados e que não há ainda qualquer fixação de valores. Não obstante, atendendo às regras contábeis, a companhia mantém em suas demonstrações financeiras provisão devidamente constituída e cujo destino dependerá do deslinde do processo judicial.”
- Rodrigo Cohen, analista CNPI e co-fundador da Escola de Investimentos, comenta: “A empresa desmentiu, mas não explicou por completo. O mercado continua batendo. Não acho que vale a pena no momento comprar BRF“, ressaltou
- A BRF afirmou que irá manter os acionistas e o mercado em geral devidamente informados sobre qualquer novo fato relacionado ao tema do comunicado.
- A Marfrig (MRFG3), que possui 33,25% da companhia, acompanhou a queda das ações da BRF e fechou em baixa de 7%, cotada a R$ 8,14.
Klabin (KLBN11): XP vê “valuation atrativo” com modelo de negócios e investimentos bilionários
- A XP Investimentos reiterou sua recomendação de compra para as ações da Klabin (KLBN11), mantendo o preço-alvo a R$ 31,20. Segundo o relatório divulgado ontem (30), as perspectivas de futuro apresentada pela companhia, assim como seu modelo de negócios, animaram os analistas após o Klabin Day 2022.
- “A Klabin está focada em aumentar a exposição a produtos menos comoditizados, e vislumbra oportunidades no mercado de celulose fluff aumentando o mix de produtos — o que a nosso ver é positivo”, afirmam André Vidal e Helena Kelm, que assinam o documento.
- Durante o evento, o companhia atualizou seu guidance para o Capex [Capital Expenditure ou Investimentos em Bens de Capitais]. Segundo foi revelado, em 2023 estão previstos investimentos de R$ 5,4 bilhões, sendo destinados R$ 2,2 bilhões para manutenção (divididos em R$ 1,4 bilhão para continuidade operacional e R$ 0,8 bilhão para silvicultura) e R$ 1,1 bilhão em projetos especiais.
- Comparando o guidance do Klabin Day 2021 com a edição deste ano, houve um aumento de 34% em relação ao Capex de manutenção, visto que na ocasião o montante destinado era de R$ 1,53 bilhão. Porém, os analistas da XP destacam que o mercado tem a caldeira de Monte Alegre na mira desses investimentos.
- “A incerteza sobre quanto será necessário para Monte Alegre aumenta as preocupações de alguns investidores de que mais drenos de caixa possam ocorrer à frente”, pontuam.
- XP vê um valuation atrativo na Klabin
- Segundo os analistas, a Klabin vem sofrendo um processo de de-rating [operação abaixo da capacidade nominal] ao longo dos anos principalmente por conta do crescimento passado em produtos comoditizados (Puma 1 para celulose e PM 27 em Puma 2 em kraftliner).
- No entanto, eles apontam para a mudança para produtos de maior valor agregado nos últimos tempos. Sobretudo por causa de um “enfraquecimento do ímpeto de ganhos” — devido à queda nos preços da celulose e à inflação da madeira, juntamente preocupações com a inflação.
- “No entanto, ainda gostamos da resiliência e flexibilidade do modelo de negócios da Klabin a vemos um valuation atrativo, negociando a 6,5x EV/EBITDA 2023. Portanto, mantemos nossa recomendação de compra com preço-alvo de R $31,2/ação”, pontuam.
- MP28 da Puma II deverá atingir 100% de mix de produção de papelão até 2025
- A Klabin anunciou que entrada em operação da sua nova máquina de papelão, a MP28 está prevista para o segundo trimestre de 2023. Ela ainda não estará operando integralmente, mas já deverá atingir 70% da produção.
- “O cenário inicial apontava para atingir 100% da produção total da máquina em 2027, mas a empresa reduziu seu cenário para 2025, o que a nosso ver é positivo. A empresa já tem 60% do volume contratado”, afirmam.
- Cotação da Klabin
- As units da Klabin fecharam com alta de 0,25% nesta quinta-feira (1º), cotadas a R$ 19,75.
Da Vale ao Klabin, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.