Radar: analistas não veem Vale (VALE3) valorizada, banco recomenda ações do Bradesco (BBDC4), Cyrela (CYRE3) vai pagar dividendos milionários
Nesta quarta-feira (16), a Cosan (CSAN3) recebeu aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para aumentar sua participação acionária na Vale (VALE3). Os analistas da Genial Investimentos acreditam que a medida deve tornar a Cosan “uma acionista de relevância dentro da mineradora”.
A Cosan poderá aumentar sua participação na Vale dos atuais 4,90% para 6,50%.
No entanto, segundo a Genial, ao considerar os resultados para curto prazo em termo de equivalência patrimonial para a Cosan, o entendimento “é de que a participação anterior de 4,9% [na Vale] já traria um ganho de valorização do ativo”.
Os analistas não acreditam “que a elevação adicional da Cosan (1,6%) irá trazer grandes benefícios no curto prazo, mediante um cenário ainda incerto sobre o mercado imobiliário chinês”.
A casa de análises ainda não observa mudanças na gestão de custos da Vale que justifiquem a reprecificação da mineradora acima do preço-alvo indicado no relatório de resultados do terceiro trimestre da empresa.
Liberação gradual do Covid Zero não surpreende
Nas últimas semanas, o governo da China vem flexibilizando medidas anti-Covid para a retomada gradual das atividades econômicas, o que “ajuda a arrefecer o temor dos investidores”.
De qualquer modo, essa liberação gradual não surpreende a Genial, de forma que a casa ainda prefere adotar um tom mais neutro para o setor de mineração.
“Em virtude de um cenário ainda incerto sobre a demanda relacionada ao mercado imobiliário chinês, preferimos aguardar os próximos movimentos da companhia e da dinâmica das commodities ferrosas para reavaliarmos o preço alvo da Vale”, afirmam os analistas.
Recomendação para as ações da Vale
Em meio a um mercado mais otimista pela gradual liberação das políticas de Zero Covid na China, os analistas observam um encurtamento de suas avaliações de preço justo para Vale, e a precificação feita pelo mercado.
A Genial Investimentos mantém o preço-alvo de R$ 90 para a Vale. No entanto, em função de “uma assimetria menor”, a casa passou a recomendação de ‘Compra’ para ‘Manter’. O preço-alvo representa um potencial de alta de 9,17% em relação ao valor de fechamento nesta quarta-feira (18).
A Genial diz se manter favorável aos fundamentos da Vale. No entanto, a casa acredita “que deve haver uma necessidade maior de clareamento do cenário macro para alteramos para cima o preço-alvo”.
Nesta quinta-feira (17), as ações da Vale operaram em baixa na bolsa de valores brasileira. A ações da Vale fecharam em queda de 0,33%, a R$ 82,16.
Apesar disso, no acumulado deste mês, as ações da Vale seguem em forte valorização, acima dos 20%. As da Cosan subiram 0,47%, a R$ 17,14.
Bradesco (BBDC4): após derreter 20%, JPMorgan recomenda compra
- Após uma queda de 20% em somente dois pregões – sucessivos à divulgação do balanço trimestral – o Bradesco (BBDC4) passou a ser recomendado pelos analistas do JPMorgan, que viram uma boa oportunidade de compra com a desvalorização das ações preferenciais do banco. Nesta quinta (17), as ações do Bradesco operam em alta de 1,5% e lideram altas no Ibovespa.
- Segundo a casa, o Bradesco só foi negociado nesses múltiplos em três ocasiões:
- Durante a recessão brasileira em 2015-2016
Pandemia de Covid-19
Resultados pós 3T22
Com recomendação de compra e preço-alvo de R$ 21, os analistas cortaram a projeção para o faturamento previsto para Bradesco em 5% em 2023 para R$ 27 bilhões. - Ou seja, o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) estimado é de 16%, 4 pontos percentuais abaixo do consenso Bloomberg.
- Além disso, para 2022 o JP Morgan vê provisões crescendo 69% na base anual, superior aos níveis observados em 2016.
- Segundo os analistas do JPMorgan, a perspectiva de retorno para as ações BBDC4 é alta, mas também implica maior volatilidade, sendo mais recomendada para investidores que toleram mais risco.
- Em termos de margem financeira líquida (NII). analistas estimam melhora para o ano que vem, virando a receita de mercado do negativo para o positivo em 2023.
- Apesar do Bradesco, Itaú segue como o ‘queridinho’
- Ainda que a casa tenha mostrado otimismo com o Bradesco, o Itaú (ITUB4) ainda é citado como o top pick do setor bancário e de instituições financeiras da bolsa brasileira.
- As ações do banco tiveram seu preço-alvo elevado de R$ 30 para R$ 33. Já o Banco do Brasil tem recomendação, com preço-alvo passando de R$ 47 para R$ 50.
- “O Banco do Brasil continua sendo uma boa escolha no momento, dada a política atual e a discussão sobre o papel dos bancos estatais, enquanto o Santander Brasil é o menos recomendável em nossa opinião, embora também reconheçamos que o banco desacelerou à frente de seus pares e pode retomar o crescimento em breve”, diz o JPMorgan.
- Indicadores de BBDC4
- Segundo dados do Status Invest, as ações do Bradesco negociam a um múltiplo de 6,95 em termos de preço sobre lucro, ante 1,02x em termos de preço sobre valor patrimonial (VPA). Foram R$ 0,662 pagos por ação preferencial nos últimos 12 meses, representando um dividend yield (DY) de 4,3%.
Americanas (AMER3): Após queda de 17%, analistas cortam recomendações
- Após um acumulado de 17% de retração nos últimos dois dias, as Americanas (AMER3) enfrentam revisão de tese de analistas, que parecem não ter gostado tanto do balanço financeiro da companhia.
- O BB Investimentos, por exemplo, rebaixou sua recomendação para neutra para AMER3 com preço-alvo de R$ 23,70 ao final de 2023 após ver os R$ 211,6 milhões de prejuízo líquido no 3T22 da Americanas.
- “O resultado da Americanas no terceiro trimestre foi negativo, em nossa visão. A companhia sofreu de forma intensa a piora do cenário macroeconômico para eletrônicos, impactando de forma expressiva as suas vendas, especialmente no canal on-line com estoque próprio”, destaca Georgia Jorge, analista do BB-BI.
- “O resultado operacional foi consumido pela elevação das despesas financeiras, reflexo da elevação da taxa de juros e do aumento de sua alavancagem financeira, o que implicou no prejuízo no trimestre”, segue, sobre as ações da Americanas.
- Com queda na receita e no Ebitda, a varejista recua perante um movimento de queda do setor. Além dos dados mais fracos de atividade no varejo, os resultados financeiros de companhias no trimestre não animaram o mercado, embora alguns ainda tenham ficado acima do consenso Bloomberg.
XP endossa tese de ‘resultados fracos’ da Americanas
- A XP, da mesma forma, endossa a recomendação neutra, com preço-alvo ainda mais baixo para as ações ordinárias, de R$ 20.
- “A Americanas reportou resultados fracos do 3T, com receita em queda na comparação anual e R$ 2,1 bilhões de queima de caixa. O GMV total apresentou uma queda de 8% a/a, puxado pela fraca performance do e-commerce, enquanto o varejo físico apresentou um crescimento de 12%, puxado pelo crescimento inorgânico da companhia, enquanto as vendas mesmas lojas (SSS) da LASA vieram negativas em -3% na base anual”, dizem os especialistas da casa.
- Segundo a XP, essa performance pode ser explicada pelo efeito negativo do cenário macro mais desafiador na demanda por eletrônicos, que levou a uma queda no ticket médio da Americanas.
Petrobras (PETR4) fará emissão bilionária de CRIs; veja
- A Petrobras (PETR4) finalizou o procedimento de bookbuilding da emissão de certificados de recebíveis imobiliários (CRI), em até três séries, resultando em um montante de R$ 1,5 bilhão. A companhia comunicou a decisão referente a sua 67ª operação securitizada nesta quarta-feira (16), na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- A emissão de CRIs da Petrobras contempla títulos com vencimentos em 2030, 2032 e 2037, sendo respectivamente da primeira, segunda e terceira série.
- Conforme a estatal:
- A primeira série será de R$ 790 milhões e pagará IPCA + 6,20% a.a.
A segunda série será de R$ 331 milhões e pagará IPCA + 6,25% a.a.
A terceira série será de R$ 392 milhões e pagará IPCA + 6,40% a.a.
Mesmo já aprovada, a emissão terá início somente após o atendimento de requisitos previstos nos documentos da oferta, a concessão do registro da oferta pela CVM, a divulgação do anúncio de início e a disponibilização do prospecto definitivo aos investidores, nos termos da Instrução CVM 400. - A expectativa é de que a a liquidação final da operação ocorra no dia 5 de dezembro.
- Petrobras fez redução do preço do gás de cozinha
- Ainda nesta quarta (16), a petroleira anunciou a diminuição do preço do gás de cozinha (GLP) vendido às distribuidoras.
- Com isso, já a partir desta quinta (17), o valor médio reduzirá de R$ 3,7842/kg para R$ 3,5842/kg. Isso representa um corte de 5,3%.
- Dessa forma, um botijão de gás de 13 kg passará a ter um preço médio de R$ 46,59. Esse reajuste divulgado pela Petrobras representa um corte médio de R$ 2,60 por 13 kg.
- Segundo a Petrobras, a redução no preço do gás de cozinha “acompanha a evolução dos preços de referência”.
- A estatal afirma ainda que a medida “é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio”.
Cyrela (CYRE3) vai pagar R$ 217 milhões de dividendos; veja o valor por ação
- A Cyrela (CYRE3) vai pagar R$ 217 milhões em dividendos aos seus acionistas, segundo fato relevante divulgado hoje.
- O valor dos proventos por ação será de R$ 0,56, que serão pagos em 14 de dezembro.
- Apenas os investidores com ações da Cyrela no dia 22 de abril de 2022 poderão receber os rendimentos. A partir do dia 25 de abril, as ações passaram a ser negociadas sem direito aos dividendos.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.
- Dividendos da Cyrela
- Valor total: R$ 217.159.668,05
Valor por ação: R$ 0,5647788378
Data de corte: 25 de abril de 2022
Data do pagamento: 14 de dezembro de 2022
Rendimento (dividend yield): 4,12% - Lucro da Cyrela no 3T22 tem alta de 21,5%, para R$ 289 milhões
- A Cyrela reportou um lucro líquido de R$ 289 milhões no terceiro trimestre de 2022, segundo balanço divulgado pela companhia nesta quinta-feira (10). Esse resultado representa uma alta de 21,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
- A receita líquida da Cyrela somou R$ 1,5 bilhão e indicou um avanço de 21,1% na mesma base de comparação anual.
- A companhia informou ainda que tem receita líquida a apropriar na ordem de R$ 5,108 bilhões com a venda de imóveis, com uma margem bruta a apropriar estimada de 36% – o que indica uma estimativa de melhora da lucratividade mais à frente.
- Já a margem bruta da Cyrela totalizou 33,9% nos meses de julho a setembro de 2022, o que representa uma queda de 0,8 ponto porcentual na comparação anual, além de uma melhora de 2,6 pontos porcentuais na comparação com o trimestre anterior.
- O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) não foi divulgado.
- Cotação
- No pregão de hoje, a cotação das ações da Cyrela caiu 3,59%, cotada a R$ 13,70. No ano, o papel acumula baixa de 5,65%.