A Vale (VALE3) registrou lucro líquido de US$ 5,4 bilhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), informou a mineradora nesta quinta-feira (24). O valor representa uma alta de 39,65% ante o lucro de US$ 3,88 bilhões registrado no 3T21. Já na comparação anual, a soma é sete vezes superior ao valor de US$ 739 milhões registrados no 4T20.
No acumulado de 2021, o lucro líquido foi de US$ 22,4 bilhões, valor que supera em 4,6 vezes o lucro de 2020, que foi de US$ 4,8 bilhões, mostra o balanço financeiro da Vale.
O resultado do 4T21 da Vale se deu, principalmente, devido ao maior resultado financeiro (US$ 3,5 bilhões) da reclassificação da variação cambial acumulada no patrimônio líquido, informa o relatório da mineradora. Além disso, a Vale aponta:
- efeito positivo parcialmente compensado por maiores despesas relacionadas a Brumadinho, principalmente pela provisão adicional de US$ 1,7 bilhão relacionada à descaracterização de barragens a montante, e
- menor resultado de participações (US$ 1,1 bilhão) pela provisão adicional relacionada a Fundação Renova.
Já na comparação anual, o maior lucro líquido da Vale se deu “principalmente devido ao maior Ebitda ajustado pro-forma e sólidos resultados financeiros”.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado, por sua vez, foi de US$ 3,9 bilhões. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o Ebitda da Vale subiu 4,3%, mas recuou 31,5% frente ao 3T21.
Em 2021, a soma do Ebitda ajustado da mineradora atingiu US$ 28,3 bilhões, alta de 98% frente ao valor de 2020, de US$ 14,3 bilhões.
Já o Ebitda ajustado pro-forma da mineradora, que exclui as despesas relativas a Brumadinho e à Covid-19, somou US$ 6,9 bilhões, queda de 23,5% na comparação anual e de 2,1% na comparação trimestral. No acumulado de 2021, chegou a US$ 33,7 bilhões, 54% maior do que em 2020.
Prejudicou os resultados da Vale no 4T21 o preço médio do minério de ferro de referência 62% Fe, que foi de US$ 109,6 no período de outubro a dezembro de 2021, ante US$ 133,7 registrado um ano antes e US$ 162,9 no 3T21.
Além da Vale, confira outros destaques desta quinta-feira:
Azul (AZUL4) desaba 10% e ações do setor de viagem lideram perdas no Brasil
- As ações das companhias ligadas ao setor de viagem desabam, na manhã desta quinta-feira (24), no mercado acionário brasileiro, golpeadas pela disparada do preço do petróleo, cujo querosene da aviação é o principal insumo das companhias aéreas. Entre as cinco maiores desvalorizações do Ibovespa, três eram do setor de viagem. Os papéis da companhias aéreas Azul (AZUL4) e da Gol (GOLL4) são os mais castigados, bem como a ação da operadora de pacotes turísticos CVC (CVCB3), que recua mais de 5%.
- A ação da Azul chegou a cair mais de 10%, cotada na mínima de R$ 24,99, em dia de divulgação do resultado financeiro do quarto trimestre (prejuízo de R$ 945,7 milhões). O papel da Gol chegou a perder mais de 6%.
- O Ibovespa, principal índice da B3, recuava quase 2% em meia hora de pregão.
- Hoje, o barril do petróleo ultrapassou a marca de US$ 100 após a notícia de que a Rússia atacou pontos em toda a Ucrânia. O brent chegou a subir mais de 7%, atingindo a cotação de US$ 103,38.
- Antes do agravamento do conflito entre Rússia e Ucrânia, o setor aéreo já estava pressionado pelo aumento dos custos com energia. No último dia 1º de fevereiro, a refinaria da Acelen (empresa criada pelo Mubadala Capital para assumir a refinaria Landulpho Alves, adquirida da Petrobras no ano passado) aplicou um reajuste no preço do querosene de aviação.
- Houve um aumento de R$ 411,12/ m³ do JET-A (querosene de aviação), produzido na Refinaria de Mataripe (ex-Landulpho Alves), na Bahia.
- Além do maior risco do cenário geopolítico, que tem potencial de elevar os preços de diversos insumos, a ação da Azul também tem o desempenho limitado pela frustração no seu plano de adquirir a concorrente Latam.
- O grupo chileno tem ampliado o apoio dos credores à sua proposta de reorganização e, em março, pode dar mais um passo para deixar o Capítulo 11, da lei americana de falências. A proposta da Azul para comprar as operações da Latam não foi considerada.
- Em janeiro, o papel da Azul tinha acumulado valorização de 19,91%, refletindo o movimento de retomada das viagem em 2021, com a recriação de sua malha aérea, reabertura das fronteiras e volta dos brasileiros aos seus destinos preferidos.
- A companhia aérea divulgou hoje o resultado financeiro do quarto trimestre. O prejuízo de R$ 945,7 milhões no período, revertendo lucro de R$ 543,4 milhões em igual período do ano passado, foi atribuído ao câmbio e às despesas financeiras.
- No ano, o prejuízo da Azul totalizou R$ 4,2 bilhões, queda de 61% na comparação ao ano anterior.
Camil (CAML3) anuncia pagamento de JCP de R$ 25 milhões
- O Conselho de Administração da Camil (CAML3) aprovou nesta quinta-feira (24) a distribuição de remuneração aos acionistas por meio de Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor total de R$ 25 milhões.
- Deste montante, o valor unitário bruto do JCP da Camil será de R$ 0,069441840 por ação ordinária. Porém, o pagamento de JCP está sujeito à incidência de 15% de imposto de renda na fonte, levando ao valor líquido de R$ 0,059025564 por ação.
- Será considerado apto para receber o pagamento da Camil o acionista dono de ações da companhia até o final do pregão do dia 3 de março de 2022. A partir do dia seguinte, as ações serão negociadas sem conceder direito de recebimento.
- Os JCP serão pagos no dia 14 de março de 2022, sem atualização monetária ou remuneração correspondente entre a data de declaração e de efetivo pagamento, informou a companhia em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Sanepar (SAPR11) reporta lucro líquido de R$ 332 mi no 4T21, alta de 14%
- A Sanepar (SAPR11), Companhia de Saneamento do Paraná, divulgou nesta quinta-feira (24) seus resultados do quarto trimestre de 2021. A empresa apresentou lucro líquido de R$ 332 milhões, 14% maior que o resultado obtido no mesmo trimestre no ano anterior.
- De janeiro a dezembro de 2021, a empresa teve lucro líquido de R$ 1,177 bilhão, alta de 18,2% ante 2020.
- O resultado da Sanepar foi impactado pelo crescimento de 11,8% da receita operacional líquida, com R$ 1,3 bilhão de outubro a dezembro de 2021. No acumulado de 2021, a receita ficou em R$ 5,2 bilhões, totalizando aumento de 8,4% contra o mesmo período do ano anterior.
- O aumento na receita operacional líquida da Sanepar foi afetado por quatro fatores:
- reajuste tarifário de 5,11% a partir de 5 de fevereiro de 2021,
- revisão tarifária de 5,77% a partir de 17 de maio de 2021,
- crescimento dos volumes faturados de água e esgoto
- e do aumento no número de ligações.
- O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) chegou a R$ 576,5 milhões, avanço de 5,4% em relação ao mesmo período em 2020. Na comparação total do ano, o valor ficou em R$ 2,2 bilhões, alta de 17,6%.
- Já a margem Ebitda registrada foi de 41,7%, ante 44,2% reportado no mesmo período do ano passado, recuo de 2,5 ponto porcentual. Já no acumulado do ano, foi de 43,7%, aumento de 3,4 p.p.
- O desempenho do Ebitda da Sanepar ocorreu principalmente pelo crescimento de 11,8% da receita líquida, segundo o release de resultados da empresa. A geração de caixa operacional do quarto trimestre foi de R$ 386,6 milhões, aumento de 42,9% ante o mesmo período do ano passado.
- A Sanepar informou um crescimento de 2,3% nas ligações de água na comparação anual, chegando a 3,3 milhões, com 76,4 mil novas adições. Ainda, as de esgoto subiram 3,1% na mesma base comparativa, ao somar 2,3 milhões. No período em questão, foram feitas 71,5 mil novas ligações desse tipo.
- O índice de alavancagem, medido pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda no acumulado de 12 meses permaneceu estável em 1,4x. Os custos e despesas operacionais aumentaram no ano contra ano, indo de R$ 783,7 milhões em 2020 para R$ 908,4 milhões, elevação de 15,9%.
Caixa tem lucro líquido de R$ 3,2 bilhões no 4T21 em queda de 43%
- A Caixa Econômica Federal anunciou lucro líquido de R$ 3,218 bilhões no quarto trimestre de 2021, queda de 43% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado de 2021, o ganho do banco público somou R$ 17,268 bilhões, expansão de 31%.
- As ações da Caixa Seguridade (CXSE3) caem 2,5% no intradia desta quinta (24), cotadas a R$ 8,19.
- O aumento do crédito e das receitas com prestação de serviços contribuíram para o crescimento do lucro em 2021.
- Já no quarto trimestre, a forte queda é explicada pela base de comparação, que foi inflada nos meses finais de 2020 por conta de valor recebido pelo banco com a conclusão da parceria estratégica nos ramos de seguros de vida, prestamista e previdência com a Caixa Seguridade. Por isso, no quarto trimestre de 2020 chegou a R$ 5,7 bilhões.
- Segundo o balanço da Caixa, em 2021, a companhia concedeu R$ 436,5 bilhões em crédito, aumento de 3,9% em relação a 2020. A carteira de crédito ampliada da Caixa terminou o ano em R$ 867,6 bilhões, crescimento de 10,2% em 12 meses.
- A expansão foi puxada por linhas como o financiamento imobiliário, o carro-chefe do banco, com avanço de 9,2%, e no crédito comercial para pessoa física, com alta de 19%. A carteira de agronegócio, novo foco do banco, disparou 113%.
- A Caixa terminou 2021 com ativos totais de R$ 1,452 trilhão, mostrando estabilidade em relação ao quarto trimestre de 2020. Com a inclusão dos recursos do FGTS, os ativos administrados pelo banco somam R$ 2,674 trilhões, consta no resultado da Caixa.
- Já o patrimônio líquido somou R$ 111,5 bilhões, aumento de 20,2% em 12 meses.
Vale (VALE3) anuncia dividendos no total de R$ 17,93 bi; confira o valor por ação
- A Vale (VALE3) anunciou nesta quinta-feira (24) que pagará aos acionistas dividendos no valor total de US$ 3,5 bilhões (aproximadamente R$ 17,93 bilhões).
- Desse montante, o valor unitário do dividendo da Vale é de R$ 3,701840165 por ação ordinária — ou US$ 0,73 por ação. A companhia informa que o montante foi calculado com base no balanço de 31 de dezembro de 2021, incluindo um dividendo extraordinário de US$ 1,25 bilhão.
- Serão considerados aptos para receber o provento da mineradora os acionistas detentores de ações da empresa até o final do pregão do dia 8 de março de 2022. A partir do dia seguinte, os papéis serão negociados sem conceder direito de recebimento. O pagamento da remuneração ocorrerá em 16 de março.
- Os dividendos por papel sofrerão pequena variação em razão do programa de recompra de ações e do pagamento da remuneração de longo prazo aos seus executivos, alterando o número de ações em tesouraria. A companhia se comprometeu a fazer um novo aviso aos acionistas para informar o valor final por ação.
Americanas (AMER3) tem lucro de R$ 489,7 milhões no 4T21, crescimento de 20,5%
- A Americanas (AMER3) registrou lucro líquido no quarto trimestre de 2021 de R$ 489,7 milhões, alta de 20,5% ante o mesmo intervalo em 2020, anunciou a companhia nesta quinta (24).
- O resultado, porém, foi impactado pela provisão de Imposto de Renda diferido, de R$ 143,8 milhões. Assim, o lucro líquido ajustado recorrente foi de R$ 345,9 milhões. Como o balanço é referente ao período entre outubro e dezembro do ano passado, os números ainda não refletem os impactos do ataque hacker sofrido pela empresa, que deixou o site fora do ar por vários dias.
- No ano, o lucro líquido da Americanas atingiu R$ 730,9 milhões, crescimento de 131,9% comparado ao resultado de 2020, quando obteve R$ 315 milhões.
- Já a receita líquida da Americanas no último trimestre foi de R$ 9,09 bilhões, 21,7% maior que o número obtido no mesmo período do ano anterior. Em 2021 totalizou R$ 27,5 bilhões, que supera 2020 em 28,3%.
- No Ebitda ajustado (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização), o resultado foi de R$ 1,072 bilhão, queda de 10,8% em relação ao apresentado no período equivalente de um ano atrás. A margem bruta da companhia foi de 29,7%, queda de 3,5 pontos porcentuais; enquanto a margem Ebitda foi de 11,8%, queda de 4,3 pontos porcentuais.
- O resultado financeiro líquido da Americanas atingiu R$ 290,7 milhões no 4T21, crescimento de 37,4% em relação ao 4T20. Em 2021, o resultado financeiro líquido atingiu R$ 709,6 milhões, alta de 31,8% em relação a 2020.
Grendene (GRND3) pagará dividendos e JCP no total de R$ 73,2 milhões
- A Grendene (GRND3) informou nesta quinta-feira (24) que o Conselho de Administração aprovou o pagamento de dividendos e Juros sobre Capital Próprio (JCP) no valor bruto de R$ 73,2 milhões, referente ao exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2021.
- De acordo com a companhia, a divisão será realizada da seguinte forma: R$ 73 milhões vão ser pagos como JCP, imputado no dividendo obrigatório e R$ 222,5 mil em forma de dividendos complementares.
- Segundo fato relevante enviado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o valor bruto por ação é de R$ 0,081182054 por ação. Dividendos complementares e JCP serão pagos dia 18 de maio de 2022.
- O valor por ação dos rendimentos está sujeito a alterações em razão do saldo de ações em tesouraria na data do corte.
- Apenas os investidores com ações da Grendene no dia 2 de maio terão direito de receber os rendimentos. A partir do dia 3 de maio, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
- Em 2021, a companhia distribuiu antecipadamente R$ 321,9 milhões. Ao somar os R$ 73,2 anunciados no montante, a Grendene totalizou o valor bruto de R$ 395,2 milhões para distribuição relativo ao exercício de 2021.
SulAmérica (SULA11) dispara 15% após compra pela Rede D’Or (RDOR3) e potencial fusão
- As ações da SulAmérica (SULA11) chegaram a bater 22% de alta no pregão desta quinta-feira (24), cotadas a R$ 37,90, após a companhia divulgar que foi comprada pela Rede D’Or (RDOR3).
- Porém, com a guerra declarada entre Rússia e Ucrânia e os mercados globais operando no negativo no dia de hoje, os papéis devolveram parte dos ganhos e, por volta das 11h50 (horário de Brasília) a alta da SulAmérica era de 10,57%, com as ações valendo R$ 34,50. Fecharam com alta de 15,19%, cotadas a R$ 35,34.
- Já os papéis RDOR3 operação no lado oposto do Ibovespa, no ranking das maiores quedas. No mesmo horário, as perdas da Rede D’Or eram de 10,07%, valendo R$ 50,56. Encerraram o pregão em queda de 7,66%, a R$ 51,25.
- A notícia da compra da SulAmérica foi antecipada pelo colunista do jornal O Globo, Lauro Jardim, na tarde de quarta-feira (23). Com a especulação, as units SULA11 fecharam o pregão do dia com uma disparada de 25,16%, na máxima de R$ 30,94.
- A SulAmérica está avaliada em R$ 10,35 bilhões na Bolsa e é considerada a maior seguradora independente do Brasil. A empresa conta com cerca de 7 milhões de clientes e em 2020 registrou um lucro líquido de R$ 2,3 bilhões.
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