A Cosan (CSAN3) pode ganhar em diversificação, mas perder em performance de mercado, saúde financeira e complexidade operacional com a aquisição de 4,9% da Vale (VALE3), segundo o UBS BB.
A mais nova compra da Cosan agitou os mercados ao longo dos últimos dias, com analistas divergindo sobre os benefícios implícitos da transação.
A XP e o BTG viram a notícia como positiva, enquanto analistas do Credit Suisse mantiveram visão neutra.
O UBS BB é reticente com relação aos impactos que a compra da fatia da Vale pode trazer à Cosan.
A casa mantém uma visão que destoa do mercado com relação ao novo ativo do grupo, mantendo recomendação de venda para as ações da Vale.
“Há visibilidade limitada de como a Cosan pode agregar à Vale e esperamos que a ação da compradora ganhe exposição ao papel da mineradora de forma pouco clara no curto prazo“, pondera o UBS BB.
Para embasar a recomendação de venda da mineradora, cuja ação é bem vista por muitas outras casas, o UBS BB cita:
- a contínua queda da demanda do minério de ferro, puxada pela menor atividade de construção chinesa;
- fatores recessivos pesando sobre vendas globais;
- um movimento de substituição de matéria-prima por sucata
Financeiro e operacional da Cosan também estão no radar
A nova aquisição do grupo também pode adicionar pressões ao financeiro da Cosan, segundo o banco.
Mesmo que o endividamento da empresa não seja fortemente impactado pela transação, os analistas citam “bandeiras vermelhas” levantadas pela alavancagem e o custo de aquisição (estimado entre R$ 15 bilhões e R$ 19 bilhões) envolvidos na compra do ativo.
A casa de análise também vê um aumento de complexidade nas operações da Cosan com a chegada no novo ativo, algo que “já estava entre as principais preocupações dos investidores” com relação ao caso.
No caso, a estratégia da companhia até então era a de deter participações de controle em seus negócios, contribuindo para sua gestão e estratégia.
“A aquisição de uma fatia minoritária na Vale levanta a questão, então, de como isso se encaixa na Cosan”, diz o UBS BB.
Apesar das ponderações, a casa mantém recomendação de compra para os papéis da Cosan, com preço-alvo de R$ 26 por ação.
Free float da Petrobras (PETR4): B3 eleva limite de ações preferenciais
- A partir desta terça-feira (11), a B3, Bolsa de Valores brasileira, aumentou o limite de ações preferenciais da Petrobras (PETR4) listadas, passando de 35% para 45% do “free float“, que mede a porcentagem de ações da companhia que estão em livre circulação no mercado.
- Ao mesmo tempo que aumentou o free float da Petrobras, a B3 também diminuiu o limite de ações que podem ser “alugadas” por investidores, de 25% para 20%.
- As informações são do TradeMap.
- Atualmente, as ações preferenciais da Petrobras, PETR4, correspondem a 6,951% da carteira teórica do Ibovespa, principal índice da Bolsa de valores.
Ação da Braskem (BRKM5) salta 20,4% com nova proposta da Apollo
- Nesta terça-feira (11), colunistas e jornais informaram que a gestora Apollo fez nova proposta de compra de 100% da Braskem (BRKM5).
- As ações da Braskem fecharam em alta de 20,4%, cotadas a R$ 33,58.
- De acordo com o jornal Valor Econômico, o valor por ação da Braskem seria de R$ 47 por ação. Já o colunista do O Globo, Lauro Jardim, afirmou que seria de R$ 50 por ação, proposta que representa cerca de 25% a mais do que a anterior.
- Fontes ouvidas pelo jornal informaram que a oferta está sendo formalizada com a controladora Novonor, antiga Odebrecht. A avaliação da petroquímica seria de aproximadamente R$ 37 bilhões, considerando-se o número total de ações da companhia.
- Além disso, a gestora teria condicionado sua oferta à realização de due diligence (diligência prévia). O aspecto mais crítico até então, para a Apollo, seria a situação da Braskem em Alagoas.
- Mesmo com avanços da petroquímica nas tratativas com autoridades sobre o afundamento do solo em Maceió, referente à antiga operação de sal-gema da empresa, ainda existem diversos riscos.
- Oferta anterior da Apollo era baixa, na visão da Braskem e credores
- A Apollo fez uma oferta de R$ 45 por ação e sua proposta era de comprar a totalidade da companhia, colocando como condicionante da saída da Petrobras (PETR4) para concretizar a operação.
- Os bancos credores — Banco do Brasil (BBAS3), BNDES, Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) — por sua vez, não estão dispostos a conceder descontos no valor total das dívidas. No caso da Apollo, entendem que o valor de R$ 45 por ação e as condições impostas pela gestora apresentam riscos.
- Anteriormente, o Valor também divulgou ainda que a Unipar (UNIP6) e o grupo Ultra, em parceria com a gestora Lumina, correm for fora e fizeram uma proposta para a Novonor em um outro formato.
- Enquanto a Unipar chegou a oferecer R$ 10 bilhões pelos ativos da Braskem em São Paulo, o consórcio entre Ultra e Lumina propôs um aporte de R$ 1,3 bilhão na empresa, entrando no bloco de controle junto com Novonor e Petrobras. Na proposta, o consórcio chegaria a 51% de participação em aproximadamente três anos.
Lojas Renner (LREN3): “Hora de comprar as ações”, diz banco; veja por quê
- Com a alta nas ações da Lojas Renner (LREN3) nos último mês, o Goldman Sachs revisou sua visão para o ativo, reiterando “compra”, com preço-alvo de R$ 37.
- Ao mesmo tempo que veem a Lojas Renner reconhecida pelos investidores como uma companhia de alta qualidade, com execução e algoritmo de crescimento confiável, há uma maior preocupação com o risco de crescimento no longo prazo.
- Segundo o banco, os investidores de ações LREN3 estão levantando preocupações em torno do escopo de crescimento em seu conceito central e a ameaça de disruptores online.
- Assim, o Sachs avaliou que os próximos resultados do 3T22 da Lojas Renner podem não fornecer um catalisador positivo para o estoque, com as vendas no varejo prejudicadas por temperaturas adversas e financiamento ao consumidor ainda em um ciclo de inadimplência.
- Entretanto, se mantêm positivos, observando uma melhor “configuração” para 2023.
- Além disso, os analisas projetaram um crescimento da receita líquida de varejo da Lojas Renner crescendo 9% (em média) anualmente em 2023/2025.
- O Goldman Sachs também acredita que a Lojas Renner tem espaço para ganhar uma participação substancial no mercado varejista.
- “Nos últimos dez anos, a LREN mais do que dobrou sua participação no mercado varejista de vestuário do Brasil, de pouco menos de 4% em 2012 para acima de 9% em 2021”, disseram os analistas.
- Após a reabertura após a pandemia de Covid, a Lojas Renner “reacelerou” seus ganhos de share, saltando de 7% pré-pandemia em 2018 para 9% em 2021, diz o Sachs.
Da Vale à Lojas Renner, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui