Radar: Uber (U1BE34) tem lucro pela primeira vez, resultado de Suzano (SUZB3) salta no 2T23 e Banco do Brasil (BBAS3) é destaque do setor na Bolsa
O Uber (U1BE34) divulgou pela primeira vez desde a sua fundação em 2009 um lucro operacional de US$ 326 milhões (cerca de R$ 1,5 bilhão), de acordo com balanço do segundo trimestre deste ano divulgado na terça-feira, 1º.
A empresa já havia reportado lucro líquido trimestral em outros episódios, mas sempre alimentado, em grande parte, por ganhos de investimento, como foi o caso do resultado do Uber do primeiro trimestre deste ano.
Nos três meses encerrados em 30 de junho, a empresa gerou lucro líquido de US$ 394 milhões (R$ 1,8 bilhão), superando as previsões do mercado. Analistas esperavam que a companhia registrasse perda de US$ 49,2 milhões (R$ 236 milhões).
A receita total saltou 14% para US$ 9,2 bilhões (R$ 44,2 bilhões) durante o período. Apesar dos resultados, a empresa viu cair 5,1% suas ações no pregão de terça-feira. “O mercado não acredita que a Uber pode manter o crescimento de primeira linha nesses níveis”, disse Mandeep Singh, analista da Bloomberg Intelligence.
Além de Uber, confira outros destaques desta quarta-feira:
Suzano (SUZB3): lucro dispara no 2T23 e chega a R$ 5,078 bilhões
- O lucro líquido da Suzano (SUZB3) no segundo trimestre de 2023 somou R$ 5,078 bilhões, o que representa alta de 2690%, quase 28 vezes mais os R$ 182 milhões do mesmo período de 2022, quando a companhia sofreu um forte revés em seu resultado financeiro devido às oscilações do câmbio. Na comparação com os três primeiros meses de 2023, porém, houve queda de 3% sobre o lucro de R$ 5,243 bilhões.
- O texto sobre o release de resultados da Suzano diz que essa queda em relação ao trimestre anterior “foi decorrente da queda do resultado operacional e da maior despesa de IR/CSLL diferidos (por sua vez explicada principalmente pelo maior resultado positivo com variações cambiais e operações com derivativos)”.
- “Esses efeitos foram parcialmente compensados pelas variações positivas no resultado financeiro e pela reavaliação positiva do ativo biológico na rubrica outras receitas/despesas operacionais”, acrescenta a Suzano.
- O Ebitda ajustado da Suzano (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da Suzano atingiu R$ 3,919 bilhões no segundo trimestre do ano. O valor é 38% menor na comparação anual e representa recuo de 36% ante o trimestre imediatamente anterior.
- Para justificar o recuo do Ebitda em relação ao mesmo período de 2022, a Suzano cita o menor preço médio líquido da celulose em dólar (-21%), o menor volume vendido (-6%), o aumento do CPV base caixa (+2%), em função do maior custo caixa de produção, e o maior G&A base caixa (+18%), sobretudo por maiores despesas administrativas função da elevação dos gastos com pessoal.
- Quanto à receita líquida da Suzano, o resultado foi de R$ 9,16 bilhões no segundo trimestre de 2023. O valor representa queda de 20% na comparação anual e uma redução de 19% ante os três meses imediatamente anteriores.
- Ainda segundo a Suzano, a queda em relação ao segundo trimestre de 2022 “é explicada principalmente pelo menor preço médio líquido da celulose em dólar (-21%) e pelo menor volume de vendas no período (-6%)”.
Banco do Brasil (BBAS3) sobe e outros bancos oscilam no Ibovespa; commodities caem
- As ações do Banco do Brasil (BBAS3) fecharam em alta no Ibovespa na tarde desta quarta-feira (2). Outras empresas do setor bancário oscilaram. O mercado repercutiu, entre outros fatores, o rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela Fitch na terça-feira, o que acabou pressionando a maioria dos mercados globais. Ações de empresas relacionadas a commodities também são penalizadas.
- No Fechamento as ações de Banco do Brasil avançaram 0,44%, cotadas a R$ 47,47. No lado oposto, papéis de outros bancos cediam em bloco. Confira:
- Itaú Unibanco (ITUB4): queda de 0,31%, a R$ 28,62;
- Bradesco (BBDC4): alta de 0,40%, a R$ 16,67;
- Santander (SANB11): queda de 0,42%, a R$ 28,51;
- BTG Pactual (BPAC11): queda de 1,75%, a R$ 33,21.
- No mesmo horário, papéis de empresas relacionadas à commodities, como CSN (CSNA3), recuavam 2,70%, cotados a R$ 13,33. As ações ordinárias de São Martinho (SMTO3) também caíam 2%, a R$ 32,36.
- “As ações da CSN, em conjunto com o setor, perdem força hoje com a queda do minério de ferro lá fora, além da expectativa de balanço que deve ser fraca para o setor. Os balanços no setor de siderurgia devem ser marcado por uma performance ruim, com preços e demanda mais fracos afetando o faturamento e impactando nas margens das companhias”, disse Marcus Labarthe, especialista em mercado de capitais e sócio-fundador da GT Capital.
- O cenário também faz o dólar operar com instabilidade nesta quarta-feira. Perto das 16h40, a moeda americana subia 0,27%, a R$ 4.8040, operando entre altas e baixas.
- “Hoje há uma queda generalizada de bancos, commodities e varejo, principalmente com a repercussão do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos ontem pela Fitch. Temos petróleo caindo e DXY subindo, e isso traz cautela para as bolsas do mundo todo”, disse Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos.
Iguatemi (IGTI11): banco vê “salto nas vendas” no 2T23 e recomenda compra das ações
- O Iguatemi (IGTI11) registrou um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 195,5 milhões, crescimento de 17,3% na comparação anual. Para o BTG Pactual, os resultados do segundo trimestre (2T23) foram sólidos “em todos os aspecto”s, fazendo com que o banco mantenha recomendação de compra para as ações.
- A rede de shopping centers teve lucro líquido de R$ 77,3 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo o prejuízo de R$ 133,3 milhões registrado no mesmo período de 2022.
- “O semestre teve um forte crescimento da receita e sólidos números operacionais, vendas e aluguéis estão crescendo bem enquanto os inquilinos estão financeiramente saudáveis”, afirma a equipe do BTG.
- De acordo com o banco, a receita líquida do Iguatemi ficou dentro das projeções, totalizando R$ 308 milhões, alta de 16% na base anual. Analistas avaliam que o crescimento das receitas provenientes de aluguéis contribuíram para a alta.
- Neste contexto, o BTG recomenda compra das ações, com preço alvo de R$ 27.
Cielo (CIEL3): lucro sobe, mas alta das despesas pesa no 2T23, dizem analistas; ações lideram quedas no Ibovespa
- As ações da Cielo (CIEL3) despencaram no Ibovespa nesta quarta-feira (2), liderando as perdas do índice, com analistas chamando a atenção para maiores despesas da companhia no balanço do segundo trimestre, reportado ontem, ainda que tenha divulgado ganhos consideráveis.
- No fechamento, as ações ordinárias da Cielo caíram 9,15%, cotadas a R$ 4,27.
- No segundo trimestre, o lucro recorrente da Cielo, de R$ 486 milhões, representou crescimento de 26,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.
- Considerando os itens não recorrentes envolvendo as operações de Cielo Brasil e Cateno (joint venture criada pelo Banco do Brasil e pela adquirente para atuar na gestão de meios de pagamento), a empresa apresentou um lucro consolidado de R$ 708,5 milhões no 2T23, maior patamar desde o quarto trimestre de 2018 e alta de 11,5% frente ao mesmo período do ano anterior.
- A receita líquida da Cielo somou R$ 2,642 bilhões no segundo trimestre de 2023, apresentando um crescimento de 4% na comparação com igual etapa de 2022, impulsionada principalmente pelo crescimento de yield (retorno) em Cielo Brasil e volume e yield em Cateno.
- Apesar dos resultados positivos, a Cielo enfrentou uma queda no volume financeiro de transações capturado pela Cielo Brasil, que atingiu R$ 195,8 bilhões no 2T23, representando uma queda de 11,4% em relação ao 2T22.
- Esse resultado foi impactado pela redução de 7,7% nas transações com cartões de crédito e de 16,8% nas transações com cartões de débito.
Com fraude, Americanas (AMER3) empaca em acordo com credores
- Com influência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Americanas (AMER3), as negociações da varejista com credores empacaram.
- Segundo informações do Estado de S. Paulo, os bancos agora tem mais dúvidas sobre os impactos financeiros de uma fraude nas contas da Americanas.
- Além disso, a ausência de balanços – já que o mercado não possui dados concretos desde o terceiro trimestre de 2022 – também dificultam as negociações.
- Esse imbróglio pode exigir mais da Americanas, que pode ter de usar cerca de R$ 500 milhões do debtor in possession (DIP).
- Vale destacar que os bancos e a varejista firmaram um acordo de cessar-fogo, suspendendo ações judiciais contra a empresa e os envolvidos na eventual fraude em abril.
- As conversas tiveram andamento, especialmente com o acordo para um aporte bilionário dos acionistas de referência, e com a apresentação e o aceita do plano de recuperação judicial da empresa.
- A ideia é chegar à assembleia geral de credores, mas os diálogos não avançaram suficientemente para tal e não há data para que isso ocorra.
Da Uber ao Banco do Brasil, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.