NotíciasNegóciosRadar: lucro da Tesla (TSLA34) mais que dobra no 3T22, Nubank (NUBR33) anuncia criptomoeda própria e Copel (CPLE6) propõe JCP de R$ 970 mi
A Tesla (TSLA34) registrou lucro líquido de US$ 3,292 bilhões no terceiro trimestre, alta de 103% ante o mesmo intervalo no ano passado. O resultado representa US$ 1,05 por ação, acima dos US$ 1,618 bilhão, ou US$ 0,62 por ação, de igual período de 2021.
O resultado da Tesla foi também superior à previsão de US$ 1,00 dos analistas ouvidos pelo Wall Street Journal.
A receita da Tesla ficou em US$ 21,454 bilhões no terceiro trimestre deste ano, de US$ 13,757 bilhões em igual período do ano passado. A receita com automóveis teve alta de 55% na mesma comparação anual, a US$ 18,692 bilhões.
A Tesla diz que segue focada em “aumentar a produção de veículos o mais rápido possível”.
“Continuamos acreditando que as restrições da cadeia de suprimentos de baterias serão o principal fator limitante para o crescimento do mercado de veículos elétricos no médio e longo prazo. A volatilidade da logística e os gargalos da cadeia de suprimentos continuam sendo desafios imediatos, embora estejam melhorando”, pondera.
Às 17h50 (de Brasília), a ação caía 3,49% no after hours em Nova York.
Dia 4 de outubro, a Tesla amargou quedas de mais de 12% em seus BDRs após divulgar dados sobre entregas de veículos elétricos abaixo do esperado para o mercado no terceiro trimestre do ano,.
A Tesla reportou que entregou 343.830 carros elétricos em todo o mundo no terceiro trimestre. Apesar de recorde, o número veio abaixo das expectativas do mercado, de cerca de 360 mil unidades. Com o dado abaixo do esperado, o mercado colocou pontos de preocupação sobre a capacidade de vendas da empresa.
“As entregas trimestrais estão entre os indicadores mais observados da Tesla, pois sustentam os resultados financeiros e são bons indicativos para estimar seu volume de vendas”, diz a XP.
“À medida que nossos volumes de produção continuam a crescer, é cada vez mais desafiador garantir a capacidade de transporte de veículos e a um custo razoável nos picos de logística”, informou a Tesla.
(Com informações do Estadão Conteúdo)
Além da Tesla, confira outros destaques desta quarta-feira:
Nubank (NUBR33) anuncia lançamento de criptomoeda própria
O Nubank (NUBR33) divulgou nesta quarta-feira (19) que lançará o token Nucoin, sua própria criptomoeda, no primeiro semestre de 2023.
Apoiada por Warren Buffet, a fintech emitiu um comentário à imprensa afirmando que o Nucoin é “uma nova maneira de reconhecer a fidelidade do cliente e incentivar o envolvimento com os produtos Nubank”. O banco digital também informou que planeja oferecer descontos e vantagens para quem investir no token.
“O projeto é mais um passo à frente em nossa crença no potencial transformador da tecnologia blockchain e para democratizá-la ainda mais, indo além da compra, venda e manutenção de criptomoedas no aplicativo Nu”, disse Fernando Czapski, gerente geral da Nucoin da Nubank, em um comunicado.
O ativo do Nubank foi construído na rede Polygon, a partir do protocolo “camada 2”, que pretende aliviar o congestionamento no blockchain Ethereum. A Polygon afirma que sua plataforma é capaz de suportar milhares de transações por segundo, apensar de a Ethereum apresentar transações caras e com longo tempo de processamento.
O Nubank também comunicou que convidará dois mil clientes para fazer parte de um fórum, que orientará no desenvolvimento do Nucoin. “Nesta fase, mais do que feedback, a proposta é explorar um processo descentralizado de criação de produtos, característico da Web3”, disse Nubank.
O banco digital brasileiro não é o primeiro a lançar o próprio criptoativo. A JP Morgan tem a stablecoin, um ativo que mantém a cotação de um a um para o dólar americano. Diferente da moeda da JP Morgan, a moeda do Nubank tem o preço flutuante com base na oferta e demanda, assim como o bitcoin.
O momento é de recessão e os novos tokens chegam em um cenário não muito favorável para as criptomoedas. Para dado de comparação o bitcoin já perdeu metade de seu valor desde o início de 2022.
Os Estados Unidos e a União Europeia começaram a introduzir regulamentações para os ativos. No Brasil a demanda pela regulação anda a passos lentos, com uma proposta aprovada pelo Senado aguardando para ser votada.
Questionado se havia solicitado aprovação regulatória no Brasil antes de lançar seu token, um porta-voz do Nubank disse que “avalia constantemente a estrutura regulatória como uma parte importante do nosso processo de desenvolvimento de produtos”.
Copel (CPLE6) propõe JCP de R$ 970 milhões, com pagamento em duas parcelas
A Copel (CPLE6) comunicou, nesta quarta-feira (19), que o Conselho de Administração da empresa propôs a distribuição de Juros sobre o Capital Próprio (JCP) de R$ 970 milhões em 2 parcelas. O tema será submetido à aprovação na Assembleia Geral Extraordinária (AGE), em novembro, .
O JCP da Copel seria dividido em:
JCP no valor de R$ 600 milhões com pagamento em 30 de novembro;
JCP no valor de R$ 370 milhões com pagamento até o final de junho de 2023.
“A distribuição proposta está em linha com a Política de Dividendos, que tem como objetivo garantir a adequada remuneração de seus acionistas”, disse a Copel em comunicado ao mercado.
A Copel afirmou ainda que não haverá atualização monetária dos valores creditados a título de JCP entre a data de declaração e a de efetivo pagamento.
Se aprovada a proposta de JCP na AGE, as ações e units da Copel serão negociados ex-proventos a partir de 22 de novembro de 2022.
Ou seja, apenas os investidores com ações da Copel no dia 21 de novembro terão direito de receber os rendimentos.
Data do pagamento: A ser definida (até final de junho de 2023)
A subsidiária integral, Copel Geração e Transmissão, da Copel, recentemente assinou contrato para adquirir os Complexos Eólicos Santa Rosa & Mundo Novo (SRMN) e Aventura, no Rio Grande do Norte.
A aquisição está em linha com a estratégia da companhia de adicionar fontes renováveis ao seu portfólio e diminuir o risco hidrológico, disseram os analistas da XP.
O valor total da transação (Enterprise Value) é de R$ 1,803 bilhão, com um Equity Value de R$ 965 milhões, sujeito a ajustes até a data de fechamento da transação.
A companhia disse que a aquisição faz parte da estratégia da Copel de crescimento em energia renovável, amplia a diversificação da matriz de geração e está totalmente aderente à sua política de investimentos.
No pregão de hoje, a cotação das ações da Copel subiu 2,47%%, cotada a R$ 6,65. No ano, o papel acumula alta de 3,42%.
Grupo Soma (SOMA3): Hering é investigada pela CVM por uso de informação privilegiada
Nesta quarta-feira (19), o Grupo Soma (SOMA3) informou ao mercado que sua subsidiária, a Hering, está sendo investigada pela Comissão de Valores Imobiliários (CVM) por um possível “insider trading“, que teria ocorrido quando a empresa foi comprada pelo grupo.
O insider trading acontece quando há o uso de informações privilegiadas para obter lucros e vantagens no mercado financeiro.
“O Processo Sancionador foi instaurado para apurar o suposto uso de informação relevante ainda não divulgada para o mercado, por ocasião das recompras realizadas pela Hering em abril de 2021, previamente à celebração do acordo de associação com o Grupo Soma”, diz a companhia no comunicado.
Repercutindo o Fato Relevante, a ação SOMA3 chegou a cair mais de 4% nesta quarta-feira (19), se recuperando ao longo do pregão com a investigação sobre o uso de informação privilegiada, explicou Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil.
As recompras, questionadas pela CVM, foram realizadas antes da combinação de negócios entre o grupo e a Hering, em setembro de 2021. Em resumo, a CVM investiga se alguém da Hering, já sabendo da fusão, vendeu ou comprou ações do Grupo Soma antes do anúncio.
“O que aconteceu já entrou no preço, em especial pelo posicionamento da direção que se manifestou no sentido de apurar e buscar os seus direitos, em detrimento de quem poderia ter se beneficiado da informação, postura que, se adotada, teria gerado mais dúvida no decorrer do processo”, explicou Alves.
Alves observa que, caso a acusação seja confirmada, o Grupo Soma pode ter de pagar uma “multa generosa” para CVM, e assinar um termo de compromisso para não cair em reincidência.
Além do prejuízo financeiro, diz o analista, a maior perda seria a de imagem e reputação do Grupo Soma, com questionamentos de investidores sobre a governança corporativa da empresa, que só poderá ser diluída com o tempo.
As ações do Grupo Soma caíram 2,23% nesta quarta-feira, cotadas a R$ 13,15.
Gerdau (GGBR4): ação é top pick do setor e BTG prevê forte valorização; veja por quê
Analistas do BTG recomendam a compra dos papéis daGerdau (GGBR4), avaliada pelos analistas como “top pick” do setor, com preço-alvo de R$ 43. O banco divulgou hoje o relatório, após encontro com o CFO da companhia, Rafael Japur, que aconteceu na semana passada.
A cotação máxima histórica das ações GGBR4 foi de R$ 42,10, em 29 de maio de 2008. Hoje está cotada em R$ 25,81.
Para o banco, a administração da Gerdau está antecipando resultados mais resilientes do que o mercado espera. Embora reconheçam que a base atual de resultados é muito alta (com Ebitda – Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização – na faixa de R$ 22- 24 bilhões), os analistas estão otimistas em relação à correção para o próximo ano: “Reiteramos nossa visão de que o ritmo de normalização de resultados da Gerdau será gradual e a queda deve ser tímida, sendo uma faixa de Ebitda de R$ 14-15 bilhões em 2023 parecendo cada vez mais conservadora”.
No relatório, analistas do BTG avaliam que “há muito espaço para acelerar os retornos de caixa para os investidores da Gerdau” e que “com a empresa se aproximando de zero (líquido) de endividamento, uma das principais áreas de foco dos investidores tem sido o potencial da Gerdau para aumentar significativamente os retornos aos acionistas”.
Sobre a forma de retorno, o destaque ficou com a recompra de ações: será mantida a distribuição atual de 30% do lucro líquido: “São a estratégia preferida para distribuição de caixa excedente, com a administração acelerando as recompras ultimamente (um novo programa pode ser aberto até o final do ano)”.
Para os analistas, os resultados de curto prazo devem ser pressionados por pressões momentâneas de custos no Brasil, o que deve levar as margens Ebitda para cerca de 19% no 3T22 (de 24%). O resultado forte nos Estados Unidos e estável em outras regiões deve compensar – por isso os analistas mantém o otimismo.
E lembram: “Ao todo, a geração Ebitda deve ficar um pouco acima de R$ 5 bilhões, mostrando uma contração sequencial de cerca de 20% t/t, o que não nos assusta. No final das contas, acreditamos que este exemplo reforça nossa visão de que a base é tão alta que, mesmo em meio a alguns desafios, a base resultante permanece altamente atraente”.
Ainda segundo o relatório: “Em última análise, vemos potenciais de retornos de caixa (cashflow yield) acima de 15% em 2023, o que coloca a Gerdau como uma das melhores histórias de geração de caixa em nosso universo de cobertura”, afirmam os analistas.
As ações da Gerdau (GGBR4) tiveram queda de 1,53% nesta quarta (19), com fechamento a R$ 25,81.
Da Tesla à Gerdau, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.
Repórter freelancer no Suno Notícias, cobre notícias diárias sobre economia, balanços trimestrais e pesquisas. Formada em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero e pós-graduanda em mercado de capitais pela Fecap, atuou como repórter de economia e finanças no portal CRC!News e Elas que Lucrem, além de social media para empresas do mercado financeiro.