Radar: Telefônica (VIVT3) anuncia redução de capital, Santander (SANB11) vai recomprar units e B3 (B3SA3) pode aumentar valor de dividendos
Os acionistas da Telefônica Brasil (VIVT3), dona da Vivo, aprovaram, durante assembleia geral extraordinária, a redução do capital social da operadora em R$ 1,5 bilhão. Com isso, o capital passará de R$ 63,571 bilhões para R$ 62,071 bilhões.
De acordo com a companhia, a redução do capital da Telefônica acontecerá mediante restituição aos acionistas, no valor de R$ 0,90766944153 por ação ordinária, considerando o número de ações em circulação. O pagamento será feito em parcela única, até o dia 31 de julho de 2024.
Terão direito ao recebimento os acionistas da Telefônica com papéis no dia 10 de abril deste ano – após esta data, as ações serão consideradas ex-diretos da restituição.
Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a tele explicou ainda que a mudança mantém inalterado o número de ações e o porcentual de participação dos acionistas no capital social da Telefônica.
Além de Telefônica, confira outros destaques desta quarta-feira:
Santander (SANB11) anuncia programa de recompra de até 36,2 milhões de units
- O conselho de administração do Santander (SANB11) aprovou, nesta quarta-feira, 24, um novo programa de recompra de até 36,205 milhões de units, que equivalem a mesma quantidade de ações ordinárias e preferenciais, totalizando 1% do capital social da companhia.
- Em comunicado enviado ao mercado, o banco explicou que o programa de recompra de units do Santander tem como objetivo maximizar a geração de valor para os acionistas e viabilizar o pagamento de funcionários, administradores e empregados de nível gerencial.
- O programa do Santander, que terá prazo de 18 meses, contados a partir de 6 de fevereiro de 2024 e 6 de agosto de 2025, dependerá da “existência de recursos disponíveis no momento da aquisição das ações”. Em dezembro de 2023, a instituição detinha nas contas de reserva de capital e de lucros o montante de R$ 28,47 bilhões.
- No final do ano passado, o Santander possuía 348,147 milhões de ações ordinárias e 375,952 milhões de ações preferenciais em circulação, excluindo os papéis em tesouraria e detidas pelos controladores e administradores da empresa.
B3 (B3SA3) deve aumentar dividendos, mas analistas mantêm cautela; entenda
- Em novo relatório sobre companhias do segmento financeiro, analistas do Santander reiteraram recomendação neutra para as ações da B3 (B3SA3), apesar de projetaram um aumento expressivo do pagamento de dividendos da companhia neste e no próximo ano.
- Os especialistas esperam que as ações da B3 somem um dividend yield (DY) de 6,7% neste ano e que ele suba para 7,3% no ano de 2025.
- Atualmente, conforme os dados do Status Invest, os dividendos da B3 representam um yield de cerca de 3%, com R$ 0,4185 pagos por ação no acumulado dos últimos 12 meses.
- O Santander, contudo, aumentou suas projeções mas ainda mantém cautela com os papéis B3SA3. Com recomendação neutra, a casa mira um preço-alvo de R$ 17, ante uma cotação de menos de R$ 14 atualmente.
- “Projetamos crescimento de ADTV (Volume médio diário negociado) de cash equity de 15% na base anual, para R$ 29 bilhões, levando a companhia a ter um lucro líquido ajustado de R$ 5,257 bilhões, 5% acima das projeções do consenso. Os ganhos de eficiência deverão desempenhar um papel importante em 2024, de acordo com o guidance da B3, o que implica um aumento em relação ao nosso valor estimado para 2024″, observa a casa.
- “Atualizamos novamente nossa análise prática: para cada aumento de R$ 5 bilhões em ADTV, nosso preço-alvo aumentaria em cerca de R$ 3,00. Nesse sentido reiteramos nosso preço-alvo de R$ 17,00 por ação para o exercício de 2024, pois mantemos nossa classificação Neutra”, completa.
- O otimismo do Santander, assim, fica reservado às ações da XP e do Pátria, com recomendações de compra e preços-alvo de US$ 33 e US$ 23, respectivamente.
- “O mês de agosto de 2023 registrou o primeiro corte na Selic desde 2020, e nossa equipe macro espera que os cortes continuem gradativamente até o final de 2025, quando a Selic poderá atingir 7%”, observa o Santander.
- “Em ciclos de flexibilização tão longos, empresas com beta alto como a XP tendem a ter um bom desempenho, e nós acreditam que provavelmente será o país que mais se beneficiará com uma Selic mais baixa: o desempenho do preço da XP está ~80% correlacionado à taxa Selic, de acordo com dados históricos”, completa.
Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Banco do Brasil (BBSA3): quais ações devem pagar os maiores dividendos em 2024?
- Três empresas despontam como robustas pagadoras de dividendos, prometendo retornos atrativos. Segundo João Daronco, analista CNPI da Suno, o Banco do Brasil (BBAS3), Vale (VALE3) e Petrobras (PETR4) são as principais ações para o investidor ficar de olho em 2024.
- Quanto ao Banco do Brasil, o setor bancário é conhecido por oferecer oportunidades lucrativas, notadamente por meio de dividendos generosos. Para Daronco, o Banco do Brasil apresentou valorização expressiva no ano anterior e continua projetando dividendos atrativos para o atual exercício.
- Dessa forma, é estimado ao Banco do Brasil um dividend yield anual entre 9% a 10%, potencialmente superando a taxa Selic, caso esta sofra reduções ao longo do ano. “A gente continua bem otimista com o banco. Ele tem uma participação muito relevante no agronegócio, que corresponde a 30% da carteira de crédito do banco”, diz Daronco em live no Canal Suno no Youtube.
- Outra empresa que merece destaque como pagadora de dividendos é a Vale, uma das maiores mineradoras de minério. Além de produzir predominantemente minério de ferro, a empresa tem operações em níquel, cobre e cobalto.
- Daronco projeta um dividend yield em torno de 8% a 9% no ano para Vale, impulsionada por uma forte geração de caixa e a perspectiva favorável para os preços do minério de ferro,
- Por fim, o analista cita a Petrobras (PETR4), estatal que saiu de uma posição de extremo endividamento para se tornar uma das principais distribuidoras de dividendos do mundo.
- Embora a previsão para 2024 aponte para um montante menor em comparação aos anos anteriores, devido à queda nos preços do petróleo e às novas diretrizes de investimento do governo, a Petrobras ainda mantém um dividend yield estimado entre 12% e 15%.
Banco do Brasil (BBAS3) deve seguir como empresa do setor com as ações mais atrativas em 2024, dizem analistas
- Após um ano de 2023 marcado por mudanças regulatórias e por alguns players do setor de bancos sofrendo com inadimplência elevada, a expectativa do mercado é de que o início de 2024 mantenha um cenário razoavelmente semelhante, com Banco do Brasil (BBAS3) e Itaú (ITUB4) tendo predileção em relação ao Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11).
- O Banco do Brasil, especificamente, teve um ano glorioso em 2023, com um rali expressivo de mais de 40% após ter iniciado o período com ruídos e com um valuation que era considerado extremamente atrativo, dada a saúde financeira da companhia, o prêmio em relação aos pares privados e o teor da carteira de crédito.
- José Eduardo Daronco, analista CNPI da Suno Research, destaca que as ações do Banco do Brasil já não estão mais tão baratas – contudo ainda são as que reservam o maior otimismo por parte da casa.
- “A nossa visão é de que BBAS3 vai se sair bem, mas não tanto quando em 2023, porque uma parte do preço já foi corrigida”, observa o especialista.
- A opinião vai ao encontro do consenso do sell side, dado que de 14 analistas que cobrem a companhia, 11 recomendam compra para os papéis, ante duas recomendações neutra e somente uma de venda.
- O preço-alvo médio é de R$ 66, ao passo que os papéis negociam a cerca de R$ 56 em bolsa.
- Daronco acrescenta que esse cenário não tem somente a ver com a carteira de crédito mais segura do BB – com exposição ao setor do agronegócio e servidores públicos – mas também do preço.
- “O banco tem um deságio em relação aos pares privados, por conta de ser uma empresa controlada pelo governo. Mas quando analisamos, vemos um ROE perto do Itáu (ITUB4). Olhando para os múltiplos, tem uma diferença grande em relação à média histórica. O Banco do Brasil nunca foi um banco tão rentável quanto hoje”, explica.
GM (GMCO34) anuncia investimento de R$ 7 bilhões no Brasil entre 2024 e 2028
- A General Motors, a GM (GMCO34), anunciou nesta quarta-feira, 24, um novo ciclo de investimento para suas operações no Brasil. O valor corresponde a R$ 7 bilhões, que serão aplicados no período de 2024 a 2028, tendo foco na mobilidade sustentável.
- Os investimentos da GM abrangem a renovação completa do portfólio de veículos da General Motors, desenvolvimento de tecnologias adaptadas ao mercado local. Serão seis novos modelos de veículos a serem lançados nos próximos anos. Haverá também investimento na estruturação das fábricas.
- O presidente da GM International, Shilpan Amin, havia se reunido mais cedo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto.
- O encontro contou com a participação do vice-presidente da República e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, além do ministro da Casa Civil, Rui Costa.
Superintendência do Cade aprova operações entre Petrobras (PETR4) Enauta (ENAT3) e Gas Opportunity
- A Superintendência Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições os atos de concentração envolvendo a Petrobras (PETR4), a Enauta (ENAT3) e a Gas Opportunity.
- As operações aprovadas pelo Cade que envolvem a Petrobras são duas operações distintas que configuram dois atos de concentração.
- O despacho favorável aos negócios está publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira (24).
- Segundo parecer do Cade, a operação consiste na aquisição, pela Enauta Energia, dos seguintes ativos localizados na Bacia de Santos: da totalidade da participação (100%) detida pela Petrobras nos Campos de Uruguá e Tambaú da Concessão BS-5007 e no Gasoduto Uruguá-Mexilhão; e do FPSO Cidade de Santos MV20, detido pela Gas Opportunity, que está afretado para a Petrobras para a própria operação desses campos.
- A Superintendência esclarece, no parecer, que a operação envolve dois atos de concentração de notificação obrigatória ao Cade.
- Por considerar dois atos distintos, a superintendência requereu o recolhimento de uma taxa processual adicional, mas manteve a análise dos atos de concentração em conjunto, “por eficiência processual”.
- O valor da operação é de acesso restrito e não foi dado publicidade, de acordo com o parecer do Cade.
- “Como justificativa para a realização da Operação, as Requerentes explicam que, para a Compradora, a Operação está em linha com sua estratégia de valorização e diversificação de seu portfólio na indústria brasileira de óleo e gás por meio de aquisições de campos de petróleo e gás natural que apresentem potencial de incremento de produção e reservas”, diz o documento da superintendência do Cade.
- “Para a Gás Opportunity, a Operação está alinhada às suas estratégias de otimização de portfólio e à melhoria de alocação do capital. Já para a Petrobras, a Operação está alinhada com o direcionamento de seus investimentos no segmento de exploração e produção, com foco em ativos mais aderentes à sua estratégia, que envolve, dentre outras, a descarbonização crescente de suas operações”, completa.
- A operação está sujeita à aprovação da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Da Telefônica à B3, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.