Radar: Telefônica (VIVT3) anuncia JCP milionário, Nubank (ROXO34) reverte prejuízo no 2T23 e ações da Via (VIIA3) acumulam perdas de 53%
O conselho de administração da Telefônica (VIVT3) aprovou a declaração de juros sobre capital próprio (JCP) no valor de R$ 265 milhões, conforme comunicado pela empresa nesta terça-feira (15).
Considerando a retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%, o JCP da Telefônica tem o valor líquido de R$ 225,25 milhões, conforme balanço patrimonial de 31 de julho de 2023.
Assim, o valor bruto por ação será de R$ 0,15982. Descontado o valor referente ao imposto de renda de R$ 0,02397, o valor líquido é de aproximadamente R$ 0,13585 por ação.
Os juros sobre capital próprio da Telefônica serão distribuídos aos investidores que detiverem ações da empresa ao final da sessão de 31 de agosto de 2023. Assim, a partir do dia 1º de setembro, os papéis da companhia serão negociados sem direito aos JCP.
O pagamento dos juros vai ser realizado até 30 de abril de 2024, mas a data precisa ainda será definida pela companhia. Esses proventos foram declarados hoje (15) e serão imputados ao dividendo obrigatório referente ao exercício social de 2023.
O valor por ação dos proventos da Telefônica ainda poderá ter reajustes no futuro, conforme apuração da base acionária em 31 de agosto de 2023, em meio a aquisição de ações da empresa no programa de recompra de ações para continuarem em tesouraria, ou para posterior venda ou cancelamento.
Para não precisar pagar o imposto de renda referente ao valor, os investidores precisarão comprovar serem isentos ou imunes da tributação até o dia 5 de setembro de 2023, juntamente ao banco Bradesco (BBDC4), que é a instituição depositária de ações escriturais.
JCP da Telefônica
- Valor total: R$ 265.000.000,00
- Valor bruto por ação: R$ 0,15982350352
- Valor líquido por ação: R$ 0,13584997799
- Data de corte: 31 de agosto de 2023
- Data de pagamento: 30 de abril de 2024
As ações da Telefônica, negociadas sob o ticker VIVT3, terminaram a sessão de hoje (15) na Bolsa de Valores em queda de 0,85%, cotadas a R$ 42,12, acumulando avanço de 0,52% em agosto até o momento.
Considerando a cotação de fechamento de 2022 em R$ 36,41, o desempenho dos papéis da empresa na B3 em 2023 é de +15,68%.
Além de Telefônica, confira outros destaques desta terça-feira:
Nubank (ROXO34) reverte prejuízo e tem lucro de US$ 224,9 mi no 2T23, acima das estimativas
- O Nubank (ROXO34) divulgou nesta terça-feira (15) que obteve lucro líquido de US$ 224,9 milhões no segundo trimestre de 2023, revertendo prejuízo de US$ 29,9 milhões no mesmo intervalo do ano passado, considerando o resultado da holding, que inclui também as operações no México e Colômbia.
- O lucro ajustado do Nubank somou US$ 262,7 milhões, bem acima do resultado ajustado de US$ 17 milhões de um ano antes. O retorno do banco digital (ROE, em inglês) foi de 19% no segundo trimestre.
- O resultado do lucro do Nubank no 2T23 superou média das estimativas dos analistas consultados pelo Broadcast (US$ 170,4 milhões). A expectativa da XP era de US$ 191 milhões de lucro para o resultado do Nubank no 2T23.
- “O segundo trimestre do Nubank teve um sucesso operacional significativo”, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o fundador e presidente do Nubank, David Vélez. O resultado foi impulsionado pelo aumento dos clientes e também pelas pessoas usando mais produtos do banco digital.
- Entre abril e junho, foram adicionados 4,6 milhões de clientes. Ao final de julho, ou seja, após o segundo trimestre, a fintech ultrapassou a marca de 85 milhões de clientes globalmente e 80 milhões no Brasil. Segundo Vélez, são 1,5 milhão de novos clientes a cada mês, em média.
- Com mais clientes e novos produtos, o Nubank registrou receitas de US$ 1,9 bilhão no segundo trimestre, um novo recorde histórico, o que representa um aumento de 60% em relação ao segundo trimestre de 2022, em base neutra de câmbio.
- A receita média mensal por cliente ativo (ARPAC, na sigla em inglês), indicador monitorado de perto em bancos digitais, atingiu US$ 9,30, superando pela primeira vez a marca de US$ 9,00 e também acima da previsão dos analistas. O crescimento do Nubank nesse indicador foi de 18% em 12 meses.
Via (VIIA3) soma queda de 53% nas suas ações
- As ações da Via (VIIA3) caíram 1,7% no pregão desta terça-feira (15), somando 7,6% de desvalorização nos últimos cinco pregões, a uma cotação atual de R$ 1,69.
- Com isso, as ações da Via caem 53% de retração nos últimos 12 meses.
- Os catalisadores recentes incluem realização de lucros – já que os papéis VIIA3 subiram no pregão que sucedeu o balanço da empresa – além de uma fatia do mercado que segue cautelosa com o longo prazo da empresa.
- No seu último resultado trimestral, a companhia mostrou R$ 492 milhões de prejuízo líquido. O resultado da Via no 2T23 reverte o lucro de R$ 6 milhões apresentado no mesmo período de 2022.
- Já o Ebitda ajustado da Via (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) foi de R$ 469 milhões, com queda de 32% frente ao reportado entre abril e junho de 2022, com margem de 9%, 2,7 pontos porcentuais (p.p.) menor do que um ano atrás.
- “A Via reportou resultados fracos mas em linha no segundo trimestre, com crescimento moderado de receita e rentabilidade pressionada em uma perspectiva macro ainda desafiadora para a demanda. Mantemos nossa recomendação neutra e preço-alvo de R$3 por ação”, disse a XP.
- Apesar disso, a companhia divulgou um plano de transformação em um fato relevante no mesmo dia do balanço – justamente o que animou o mercado e causou alta das ações.
- Renato Franklin, que é CEO da Via desde o dia 1º de maio último, concedeu entrevista exclusiva ao Suno Notícias e destacou que a companhia não tem um sinal vermelho dentre seus números financeiros, mas compreende que precisa deixar seu balanço menos frágil e ‘mais limpo’ para que a companhia ganhe tração.
- “A ideia, com o plano de transformação, é simplesmente focar naquilo que dá dinheiro. O plano é focar no ‘back to the basics’. Consideramos que é uma estratégia assertiva, mas não agressiva”, disse Franklin.
- Dentre os planos da Via estão o fechamento de 50 a 100 lojas, renegociação de aluguel, revisão de sortimento ideal e sublocação de espaço ocioso e a estruturação de um FIDC para facilitar a operação de crediário da empresa – com potencial de liberar R$ 5 bilhões de limite de crédito bancário.
- “Temos muito potencial de mercado para capturar, mas a premissa de um plano de crescimento é um balanço forte. Daí a questão. O ‘time to market’ no varejo é importante, e queremos arrumar a casa o mais rápido possível para acelerar rápido lá na frente”, relata o CEO da varejista.
Vibra (VBBR3): banco recomenda ações e chama atenção para um indicador positivo no “difícil 2T23”; empresa lidera altas no Ibovespa
- A Vibra (VBBR3) reportou um Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ligeiramente positivo. No segundo trimestre de 2023 (2T23), a companhia reportou um Ebitda de R$ 910 milhões, queda anual de 43,1%. Foi um trimestre “difícil”, disseram os analistas do Itaú BBA, que ainda assim recomendaram as ações. Hoje, os ativos da Vibra, no entanto, lideram as altas no Ibovespa, subindo 7,7%.
- A Vibra reportou um lucro líquido de R$ 133 milhões no segundo trimestre de 2023, valor 81,2% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado
- O trimestre, segundo o BBA, foi marcado por perdas significativas de estoque com a grande redução de preços pela Petrobras (PETR4) e também pela pressão negativa sobre as margens, especialmente no segmento B2B.
- Outro ponto desfavorável foi o excesso de oferta causado pelo considerável volume de diesel importado da Rússia.
- “Para enfrentar esse contexto, a Vibra decidiu focar em sua rede de marcas próprias e substituir o suprimento importado por fontes nacionais, aumentando assim as margens ao longo do caminho”, diz o BBA.
- Mesmo diante dificuldades, o BBA avalia que a companhia se saiu bem, mantendo recomendação outperform, equivalente a compra, para as ações. Além disso, definiram o preço-alvo em R$ 28.
BRF (BRFS3) dispara 7% na bolsa com ‘surpresa positiva’
- As ações da BRF (BRFS3) chegaram a subir 7,3% por volta das 12h30 desta terça-feira (15), após a companhia divulgar seu resultado trimestral na véspera. Fecharam em alta de 6,9%, cotadas a R$ 10,53.
- A alta ocorre mesmo depois de a companhia ter apurado um prejuízo 196% maior – já que a BRF reportou R$ 1,33 bilhão de prejuízo líquido no 2T23.
- Segundo analistas da XP, a companhia teve um “trimestre melhor do que o esperado” e com uma “nostálgica surpresa positiva”.
- Os números internacionais foram mistos, segundo a XP, com:
- Melhores preços em dólar
- Taxa de câmbio (BRL/USD) mais baixa
- Menores volumes Halal devido ao efeito sazonal do Ramadã
- “No geral, a receita líquida diminuiu ligeiramente na base trimestral para R$ 6,0 bilhões e ficou 7% acima de nossas estimativas. O EBITDA ajustado foi uma surpresa positiva, atingindo R$ 241 milhões, resultando em uma margem de 4,0% – melhor sequencialmente, mas ainda fraca”, diz a casa.
- A XP ainda destaca margens em queda em outros segmentos.
- “A evolução do indicador de desempenho no programa de eficiência da BRF, embora beneficie o portfólio principal, reduz a oferta de produtos disponíveis para o segmento de Ingredientes”, diz a casa.
- A XP aponta que o programa BRF+ continua surpreendendo com a captação de R$ 540 milhões no 2T23, somando R$ 1,2 bilhão desde sua implantação.
- “Além disso, Ingredientes foram afetados negativamente por preços e volumes mais baixos. Isso levou a receita líquida a diminuir 3% na base trimestral para R$ 609 milhões e a margem do EBITDA ajustado a diminuir 220bps na base trimestral, resultando em um EBITDA ajustado de R$ 101 milhões”, completa.
- Atualmente a XP não tem recomendação de compra ou venda para as ações BRFS3.
- “A empresa está restrita para cobertura por determinação da nossa área de Compliance”, diz a XP sobre sua recomendação para as ações da BRF.
Eletrobras (ELET3): analistas mantêm recomendação de compra, mesmo após saída de Wilson Ferreira; mas ações desabam
- A renúncia de Wilson Ferreira Jr. ao cargo de presidente da Eletrobras (ELET3) é surpreendente, avalia o Itaú BBA. Na visão de alguns investidores, a renúncia de Ferreira está relacionada à pressão do governo federal contestando a privatização da companhia. Hoje as ações da empresa despencam no Ibovespa. No entanto, o cenário não é suficiente para o BBA mudar a posição sobre sua recomendação.
- “O anúncio sobre a renúncia do CEO da Eletrobras foi uma surpresa especialmente depois de participarmos do recente evento Eletrobras Investor Day, durante o qual o Ferreira apresentou a estratégia da empresa a ser implementada nos próximos anos”, comentam os analistas do Itaú BBA.
- Entre as suspeitas que motivaram a renúncia de Ferreira, analistas apontam as contestações que o governo federal fez na Justiça referente à privatização da Eletrobras. Atualmente, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisará cinco ações diretas (ADI) contestando a privatização.
- Segundo o BBA, houve notícias sobre uma possível negociação entre a Eletrobras e o governo federal para resolver essa disputa. “Alguns rumores mencionaram a possibilidade de o governo federal indicar alguns membros para o conselho da Eletrobras, o que vemos como muito improvável.”
- Para o banco, o cenário mais factível seria antecipar os pagamentos da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) para reduzir as tarifas de energia nos próximos anos.
Da Telefônica à Eletrobras, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.