Radar: Taesa (TAEE11) recebe recomendação de venda de ações, Braskem (BRKM5) tenta atenuar preocupações sobre Maceió e a surpresa do Nubank (ROXO34)

Após investor day da Taesa (TAEE11), o BTG Pactual manteve recomendação de venda para a companhia, com preço-alvo de R$ 34, ante a cotação atual de R$ 36. Segundo o banco, os leilões de transmissão ainda são o principal impulsionador de crescimento da empresa.

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Contudo, a Taesa informou que não vai participar do leilão de linhas de transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em dezembro. “A companhia espera que seja dominado por empresas que já operam linhas de alta voltagem (ou seja, Eletrobras (ELET3) e State Grid)”, diz o BTG. 

No investor day, a Taesa informou que iniciou estudos para o leilão de março de 2024, que contará com R$ 18 bilhões em RAP (Receita Anual Permitida) distribuídos em 15 blocos de tamanhos variados. A competição deve ser intensa, segundo o BTG, com cortes médios de 40 a 50% no RAP.

“A administração da Taesa acredita que pode garantir bons retornos por meio de uma extensa due diligence pré-leilão, incluindo acordos preliminares com fornecedores, hedge de materiais, mapeamento de sinergias e planejamento ambiental e fundiário”, apontam os analistas. 

Em relação aos dividendos da Taesa, a administração não planeja alterar a métrica da política da empresa para ganhos regulatórios (em comparação com o IFRS atualmente) e ainda espera que os resultados do Ifiquem parelhos a curto prazo devido à normalização do IGP-M. A empresa, diz o BTG, também não projeta que as isenções de juros sobre capital próprio e imposto presumido sejam eliminadas completamente. 

Outro ponto destacado é que, com R$ 3,5 bilhões em capex a serem investidos nos próximos anos, a Taesa espera atingir uma alavancagem máxima de aproximadamente 4x no final deste ano, em comparação com 3,7x no 3T23. 

Além de Taesa, confira outros destaques desta segunda-feira:

Braskem (BRKM5) tenta atenuar preocupações sobre Maceió e diz que “solo vem se acomodando”

  • O presidente da Braskem (BRKM5), Roberto Bischoff, afirmou nesta segunda-feira (4) que a petroquímica tem feito esforços consistentes para minimizar os impactos ambientais provocados pelo afundamento do solo em Maceió (AL).
  • Em situação de emergência desde a última quarta-feira (29), a cidade de Maceió vive um clima de espera, aflição e revolta por causa da possibilidade de colapso de uma mina de sal-gema da petroquímica Braskem, no bairro do Mutange. É mais um capítulo de uma história que se arrasta desde 2018, quando foram registrados afundamentos em cinco bairros. Estima-se que cerca de 60 mil residentes tiveram que se mudar do local e deixar para trás os seus imóveis.
  • Roberto Bischoff, CEO da Braskem, disse que a empresa identificou a aceleração da instabilidade na região em novembro, a partir de um relatório interno. Em seguida, compartilhou informações com as autoridades.
  • O risco de colapso em uma das 35 minas da Braskem vem sendo monitorado pela Defesa Civil de Maceió e foi detectado devido ao avanço no afundamento do solo. Ontem (3), houve uma diminuição no ritmo, que passou para 0,3 centímetro (cm) por hora. Pela manhã, esse número era de 0,7 cm. Nas últimas 24 horas, o afundamento foi de 7,4 cm. Desde terça-feira (28), a mina 18 acumula 1,69 metro de afundamento.
  • Nesta segunda-feira, novo boletim da Defesa Civil informa que o deslocamento vertical acumulado da mina 18 é de 1,77 m, e a velocidade vertical reduziu-se para 0,25 cm por hora, apresentando um movimento de 6 cm nas últimas 24 horas.
  • O coordenador da Defesa Civil de Maceió, Abelardo Nobre, em entrevista à Agência Brasil, destacou que as áreas que podem ser mais afetadas já foram evacuadas, e que o órgão trabalha com um cenário mais brando, de afundamento lento e sem ruptura total, e um cenário de ruptura, com possibilidade de formar uma cratera. A Defesa Civil descarta a possibilidade de que a água nas minas esteja “vazando” para a Lagoa do Mundaú.
  • Nobre lembrou que esse é um cenário inédito no país, mas que a Defesa Civil teve tempo para se preparar e conta com o auxílio de técnicos da Defesa Civil Nacional. Ele evitou ainda falar sobre a responsabilidade da Braskem na tragédia.
  • “Percebemos a partir de um monitoramento que realizamos uma mudança no comportamento do solo e imediatamente informamos às autoridades. O bairro já estava desocupado, quem estava na região eram apenas as equipes da Braskem e 23 famílias resistentes que não haviam deixado o local, mas foram retiradas após ordem judicial”, afirmou Bischoff durante o 28º Encontro Anual da Indústria Química (Enaiq), evento tradicional do setor químico promovido pela Associação Brasileira de Indústrias Química (Abiquim).
  • O executivo afirmou que decidiu falar sobre o colapso em Maceió durante a realização do evento em função de, segundo ele, haver uma grande quantidade de informações veiculadas nas redes sociais e que “não necessariamente são precisas”. Completou: “Temos bons indicativos de que o solo vem se acomodando.”
  • Bischoff disse ainda que nos últimos quatro anos foram realocadas 40 mil pessoas em 14,5 mil imóveis e mais de 97% das propostas de indenização foram aceitas e pagas por meio do Programa de Compensação Financeira (PCF).

Entenda a ‘grande surpresa’ do Nubank (ROXO34) citada pelo BTG

  • Em novo relatório sobre o Nubank (ROXO34), os analistas da research do BTG Pactual destacaram que foi uma ‘grande surpresa’ com o desempenho dos papéis do banco listados na NYSE.
  • Segundo os especialistas da casa, a surpresa é pelo fato de que, apesar de no acumulado de 2023 as ações do Nubank terem dobrado de preço, elas ficaram com uma performance abaixo da média nas últimas semanas – período em que ativos de risco subiram no mundo todo.
  • Nessa janela, o Ibovespa subiu 12,5% e a Nasdaq avançou 11%, e ativos comparados com o banco digital também tiveram altas relevantes, incluindo 15% de avanço nos papéis do Inter (INBR32) e 57% de alta nos papéis da Stone (STOC31).
  • Segundo o BTG, as possíveis explicações para isso são:
  • Expectativas do investidor já estavam muito altos e acima do sell-side
  • Desvalorização do Real atrapalhou o números e muitos investidores temiam uma desaceleração do crescimento (o que não aconteceu)
  • Houve pequenas alterações na forma como eles relatam alguns dados
  • ‘Faíscas de preocupação’ por conta da pressão vendedora de investidores de Venture Capital ou Private Equity
  • Dito isso, o time de research do banco destaca que o problema foi o fato de que as expectativas dos investidores para com a empresa eram extremamente altas.
  • “No início desta semana, realizamos nossa terceira pesquisa com investidores e encontramos conclusões interessantes sobre a companhia, que agora é a quarta escolha dos investidores, atrás de Itaú, XP e BTG Pactual”, relata o BTG.
  • “Em linha com a última pesquisa, 34% disseram possuir ações da fintech, 26% estão pensando em comprar as ações e 41% não. A maioria dos investidores (31%) espera que a sua capitalização de mercado seja de US$ 45-60 bilhões daqui a três anos (vs. US$ 30-50 bilhões na última pesquisa), e 26% esperam US$ 60-75 bilhões”, segue.

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Eletrobras (ELET3) anuncia venda de SPEs para fundos da Pátria Investimentos

  • A Eletrobras (ELET3) assinou um novo acordo para vender 49% do capital social das Sociedades de Propósito Específico (SPEs) Chapada do Piauí I Holding e Chapada do Piauí II Holding.
  • Conforme anunciado nesta segunda-feira (4), o acordo da Eletrobras foi assinado com a Infraestrutura Brasil Holding XX, uma companhia controlada por fundos gerenciados pela Pátria Investimentos.
  • O comunicado aponta que as participações nos ativos contabilizavam R$ 222 milhões no terceiro trimestre de 2023 (3T23). No ano de 2022, eles trouxeram um prejuízo por equivalência patrimonial de R$ 9,8 milhões.
  • A Eletrobras diz que as outras características dessa transação estão cobertas por cláusulas de confidencialidade.
  • Depois da avaliação de seu portfólio e da verificação da proposta feita pela Pátria Investimentos, a Eletrobras optou por confirmar a venda dos ativos por meio de seu exercício de direito de venda conjunta (tag along), conforme os termos estabelecidos entre a Eletrobras e a ContourGlobal, sócia majoritária das sociedades.
  • Segundo a Eletrobras, essa decisão foi tomada na busca pela “otimização de sua alocação de capital”.
  • Existem 15 Sociedades de Propósito Específico (SPEs) na composição dos complexos eólicos. Além disso, eles contam com uma capacidade instalada de 377,5 megawatts (MW). Esses complexos estão localizados no estado do Piauí.
  • Embora tenha comunicado o fechamento do acordo de venda, a co0mpanhia pondera que a conclusão dessa transação ainda está sujeita a condições precedentes usuais.
  • “A operação reforça o compromisso da Eletrobras com a otimização de participações minoritárias, seguindo a disciplina de capital, e simplificação de sua estrutura conforme previsto em seu Plano Estratégico”, conclui o comunicado.

Gol (GOLL4): ações tombam no Ibovespa nesta segunda-feira; saiba por quê

  • As ações da Gol (GOLL4) despencaram nesta segunda-feira (4) no Ibovespa, liderando as quedas do índice, com o mercado repercutindo a notícia de que a aérea contratou a Seabury Capital para auxiliar a empresa em uma “ampla revisão” de sua estrutura de capital.
  • No fechamento, as ações preferenciais de Gol (GOLL4) caíram 8,52%, cotadas a R$ 8,36. O Ibovespa fechou em queda de 1,08%, aos 126.802,79 pontos.
  • Na última sexta-feira (4), a Gol anunciou que contratou a Seabury Capital para auxiliar a empresa “em uma ampla revisão de sua estrutura de capital, que inclui a gestão de passivos, transações financeiras e outras medidas para melhorar a liquidez da companhia aérea, ao mesmo tempo em que ajusta a frota de curto e médio prazo, assim como outras obrigações financeiras”.
  • A Gol informou ainda que, “como parte desse contrato, a Seabury, trabalhando em conjunto com a Skyworks, prosseguirá com as negociações em andamento com seus arrendadores de aeronaves com o objetivo de alcançar uma reestruturação consensual abrangente das obrigações da frota da companhia”.
  • Em relatório, o Goldman Sachs (GSGI34) afirmou que, embora não tenha uma opinião sobre o resultado potencial dessas renegociações, acredita que esse anúncio poderá ser o primeiro passo para uma ampla reorganização das obrigações com os arrendadores e outros fornecedores, o que poderia potencialmente aliviar a pressão sobre o balanço no curto prazo.
  • “Para referência, a Gol reportou liquidez no resultado do 3T23 de R$ 994 milhões (incluindo caixa, investimentos de curto prazo, caixa restrito), que se compara à dívida de curto prazo (empréstimos e financiamentos correntes) de R$ 1,2 bilhão”, apontaram os analistas Bruno Amorin, João Frizo e Guilherme Martins.
  • Também em relatório divulgado pelo Estadão, os analistas Stephen Trent, Jay Singh e Filipe Nielsen, do Citi, pontuaram que “este anúncio também parece aprofundar o que já parece ser uma trajetória de difícil compreensão para os acionistas minoritários da Gol”.
  • Eles mencionam que, no final de setembro, o caixa e equivalentes da empresa eram de R$ 905 milhões, contra R$ 3 bilhões de empréstimos para o curto prazo.
  • O Citi tem recomendação de venda, sinalizando alto risco, para a aérea, com preço-alvo a US$ 3 para a ação da Gol negociada em Nova York.
  • “O mercado entendeu que a Gol ainda enfrenta desafios relevantes. É um cenário complicado à frente para a companhia que já vinha numa toada difícil”, destacou Fábio Lemos, sócio da Fatorial Investimentos.

Americanas (AMER3): Safra questiona plano de recuperação judicial e fala em tentativas de fraude; ação cai

  • O Banco Safra, que não assinou o acordo firmado entre Americanas (AMER3) e banco credores em novembro, partiu novamente ao ataque e questiona a legalidade do plano de recuperação judicial (PRJ) da rede de varejo. Em petição de 44 páginas nesta segunda-feira, 4, na Justiça, obtida pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), o banco pede a anulação do plano e fala que o acordo com credores tem cinco tentativas de fraude.
  • O questionamento do Banco Safra na Justiça repercutiu entre investidores e a ação da varejista aumentou perdas na Bolsa, caindo 1,08%, a R$ 0,92%.
  • plano de recuperação judicial da Americanas “encobre ilícitos civis, contábeis e criminais”, destaca a petição dos advogados do Safra, que tem R$ 2,5 bilhões a receber do grupo varejista. Para os advogados, o objetivo claro da Americanas, ao fazer uma “corrida” e tentar aprovar “a fórceps” o plano no “encerrar das luzes de 2023” se dá pela busca de benefícios tributários exclusivos, para a própria rede de varejo e “instituições financeiras coniventes com a fraude”. A assembleia de credores está marcada para o dia 19 deste mês.
  • Uma das tentativas de fraude é o compromisso que os bancos firmaram no acordo de não litigar contra a varejista e os acionistas de referência da Americanas – Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Os advogados do Safra argumentam que os credores precisaram renunciar aos seus direitos constitucionais para fazerem jus à opção de pagamento, o que, além de ser uma “coação”, é ilegal, pois é garantido pela Constituição o direito à ação na Justiça. “Nada mais absurdo”, conclui o texto.

Da Taesa ao Nubank, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Vanessa Loiola

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