A Genial Investimentos reiterou recomendação de compra para ações da Sabesp (SBSP3), após a companhia ter o projeto de lei (PL) sobre sua privatização aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). Segundo a Genial, a Sabesp deveria valer pelo menos R$ 79 por ação caso negociasse em linha ao seu valor patrimonial. A ação é negociada a R$ 67 no Ibovespa hoje. Mas esse valor pode subir ainda mais nos próximos cinco anos, preveem os analistas.
“Em nossa opinião, o verdadeiro valor a ser destravado pela empresa advém da materialização da privatização da Sabesp. Nos termos atuais, vemos uma empresa que opera com números abaixo daqueles estabelecidos em suas tarifas (EBITDA Real vs Regulatório)”, afirma a Genial.
Para os analistas da casa, em 2024 será importante acompanhar a evolução de alguns pontos relacionados à formatação do processo de desestatização da Sabesp, entre eles:
- Regulação de Tarifas pela Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (ARSESP);
- Adesão dos Municípios ao URAE (Unidades Regionais de Saneamento Básico)
- Formatação da oferta em si
Outros riscos que podem prejudicar o processo de privatização são a queda no preço dos ativos e a não adesão dos municípios ao URAE, principalmente São Paulo.
Concluída a privatização, a Genial acredita que a empresa tem “potencial transformador em termos de ganho de governança e ganhos de eficiência”.
Além de Sabesp, confira outros destaques desta quinta-feira:
CPFL (CPFE3) anuncia quando vai pagar R$ 532,6 milhões em dividendos; Veja quem recebe
- A CPFL (CPFE3) anunciou ao mercado a data de pagamento de duas distribuições adicionais de dividendos que foram aprovadas em 2023. O valor total desses proventos é de aproximadamente R$ 532,6 milhões.
- Cerca de R$ 350 milhões vão ser pagos pela CPFL em 15 de dezembro de 2023, e correspondem ao valor de R$ 0,30375 por ação CPFE3. Esse valor só será pago aos que detinham ações da empresa até o dia 28 de abril de 2023.
- A outra parcela de dividendos da CPFL, de R$ 182,627 milhões, vai ser distribuída em 20 de dezembro deste ano, para os detentores das ações em 17 de agosto de 2023.
- Com esses pagamentos, os dividendos da empresa somam quase R$ 3,325 bilhões em 2023, dos quais 2,422 bilhões, ou R$ 2,88558 por ação, foram declarados na Assembleia Geral Ordinária (AGO) de abril.
- Além disso, quase R$ 902,628 milhões (R$ 0,783358 por ação) foram declarados na reunião do conselho de administração do dia 10 de agosto de 2023.
Dividendos da CPFL
- Valor: R$ 532.627.837,13
- Valor por ação: R$ 0,462248457
- Data de corte: 28 de abril de 2023 e 17 de agosto de 2023
- Data de pagamento: 15 de dezembro de 2023 e 20 de dezembro de 2023
- No caso dos investidores com ações da CPFL custodiadas no Banco do Brasil, que é a instituição responsável pela escrituração dos papéis da empresa, os valores vão ser distribuídos por meio de crédito em conta corrente, de acordo com os dados cadastrados no banco.
- No caso dos pagamentos referentes às ações depositadas na custódia da B3, o valor será creditado primeiramente para a própria B3. Assim, as instituições custodiantes irão repassar os rendimentos para os acionistas titulares desses papéis.
- No caso dos investidores com ações depositadas no Banco do Brasil, eles devem comparecer a uma agência do banco para fazer a atualização do cadastro, indicando o banco, a conta e a agência para crédito, e portando seus documentos pessoais e documento comprobatório de desbloqueio das ações.
- Por fim, também existem os investidores com ações da CPFL custodiadas na CBLC. Nesse caso, eles devem fazer o pedido de atualização cadastral diretamente na agência de custódia que geralmente opera.
B3 (B3SA3) quer distribuir até 120% do lucro em 2024 e aprova programa de recompra de ações
- A B3 (B3SA3) planeja distribuir aos acionistas entre 90% e 120% do lucro líquido em 2024, conforme documento arquivado nesta quinta-feira (7) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- A B3 reafirmou também a previsão anterior de distribuir entre 110% e 140% do lucro líquido deste ano.
- A operadora da bolsa de valores prevê investimentos no próximo ano na faixa de R$ 200 milhões a R$ 280 milhões. A B3 projetou desembolsos totais entre R$ 2,6 bilhões e R$ 2,940 bilhões.
- Dentro desse montante, as despesas ajustadas no negócio principal devem ficar entre R$ 2,140 bilhões e R$ 2,320 bilhões. As despesas relacionadas ao faturamento devem oscilar entre R$ 260 milhões e R$ 340 milhões.
- A companhia também estimou depreciação e amortização de R$ 570 milhões a R$ 630 milhões para 2024, quando espera atingir uma alavancagem financeira de 2,0 vezes, medida pela relação entre dívida bruta e Ebitda recorrente.
Multiplan (MULT3) anuncia 6ª expansão do MorumbiShopping com 13.141 m² de novas lojas
- A Multiplan (MULT3) anunciou nesta quinta-feira, 7, o lançamento da sexta expansão do MorumbiShopping, em São Paulo, com 13.141 metros quadrados (m²) de novas lojas, incluindo a adição de 7.377 m? de área bruta locável (ABL, a área disponível para lojas) e uma readequação do mix de 5.764 m?. Adicionalmente, o shopping revitalizará sua arquitetura, mobiliário e fachada, informou a companhia.
- As obras do MorumbiShopping estão previstas para iniciar em março de 2024, com inauguração prevista para o primeiro semestre de 2026. A ampliação do MorumbiShopping elevará a ABL do shopping para 63.332 m². O investimento total na expansão e readequação será de R$ 233 milhões, e a Multiplan contará com um investimento proporcional à sua participação no ativo.
- “Estes investimentos da Multiplan visam acelerar ainda mais a trajetória de crescimento contínuo deste ativo que, nos últimos 12 meses, encerrados em setembro, foi a maior venda/m2 do portfólio da Multiplan”, diz.
- A expansão do MorumbiShopping, que será distribuída em três andares, contará com 40 novas lojas, incluindo cinco que serão realocadas. O projeto oferecerá um rooftop, que contará com uma área gourmet com seis restaurantes. O mix ainda trará novas opções de serviços, conveniência, moda, gastronomia e entretenimento.
Petrobras (PETR4): combate à crise climática com investimentos de baixo carbono impacta os dividendos?
- Desde o início do ano, a Petrobras (PETR4) passou a ocupar manchetes em função de investimentos mais sustentáveis e voltados para descarbonização, tanto por sinalizações diretas de executivos quanto por movimentos de alocações de capital.
- As últimas novidades sobre o tema descarbonização incluem um aumento de cerca de 160% no orçamento direcionado pela Petrobras para investimentos de baixo carbono, conforme o plano estratégico mais recente da companhia.
- Além disso, na toada da COP28, a petroleira estatal assinou juntamente com outras gigantes globais do setor um acordo para reduzir as emissões de carbono das suas próprias operações.
- O próprio presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu substituição gradual dos combustíveis e fontes de energia fósseis rumo à descarbonização.
- “Temos a obrigação de nos reunir sobre essa bandeira, para melhorar o planeta passo a passo, sem soluções mágicas, com base na necessidade do mundo real e das pessoas reais. Precisamos nos preocupar com as pessoas, porque a transição energética só será válida se for justa”, declarou o CEO da estatal em Dubai, durante a COP28.
- O que causa dúvidas no mercado é o futuro da rentabilidade da companhia. Isso porque mais recursos direcionados a investimentos em projetos de baixo carbono podem significar menos lucro, e consequentemente menos dividendos da Petrobras.
- Atualmente a produção de petróleo é extremamente rentável para a companhia – como exemplo, o petróleo produzido no pré-sal custa cerca de US$ 5 por barril para a PETR4.
- Frederico Nobre, líder da área de analise de ações da Warren Investimentos, aponta que “as empresas estão seguindo esse mantra” de redução de emissões, mas o mercado segue atento à rentabilidade.
- O especialista relata, inclusive, que muito recentemente a casa zerou a posição em ações da Petrobras.
- “Todas as grandes petroleiras, as global majors, incluindo Shell e Chevron, estão direcionando mais investimentos para iniciativa ESG. Não à toa, o Capex para exploração e produção de petróleo está nas mínimas dos últimos anos”, explica.
- “Isso tem impacto na rentabilidade, porque quando se olha para essa iniciativa tem-se um retorno mais baixo do que exploração e produção de petróleo. Existe muita novidade no que tange à tecnologia e ainda pouca previsibilidade. Não sabemos a taxa de retorno exata, mas com certeza ela é menor do que exploração e produção de petróleo”, completa.
- Analistas da XP, da mesma forma, destacam que a nova dinâmica de alocação de capital da Petrobras – que vai além do aumento de investimentos em iniciativas de descarbonização – deve impactar os proventos da companhia.
- Segundo André Vidal, Head de Óleo, Gás e Petroquímicos da research da XP, e Helena Kelm, Analista da casa de Óleo, Gás e Petroquímicos, “os dividendos não são mais como costumavam ser”.
- “Considerando suas premissas macroeconômicas, com preços do Brent superiores ao SP anterior, a empresa espera que os pagamentos de dividendos nos próximos anos totalizem US$ 40-45 bilhões (em comparação com US$ 65-70 bilhões do SP anterior), o que pode incluir recompra de ações, com potencial para mais US$ 5-10 bilhões de dividendos extraordinários”, dizem os especialistas.
- “Os valores implicam em um dividend yield de aproximadamente 8%-9% em relação ao market cap atual e 9%-11% incluindo dividendos extraordinários, em comparação com 13%-14% no mínimo e 15%-17% incluindo dividendos extraordinários do plano anterior”, completam.
Da Sabesp à B3, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.