Radar: analistas rebaixam Renner (LREN3), lucro da XP (XPBR31) cresce 29% no 1T24 e Magazine Luiza (MGLU3) tem preço-alvo cortado

A deterioração do cenário macroeconômico prevista por especialistas neste trimestre (2T23), com um ciclo mais lento de corte de juros, aumento da inflação de alimentos e um dólar mais forte, levou a XP Investimentos a revisar a recomendação das Lojas Renner (LREN3) de compra para neutro e reduzir o preço-alvo de R$ 19 para R$ 18. A decisão foi comunicada ao mercado por meio de relatório nesta terça-feira (21).

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Para os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Laryssa Sumer, esses fatores aumentam a cautela em relação à recuperação do consumo já que há expectativa de resultados mais fracos da Renner até o próximo semestre.

O clima adverso também afetou a avaliação. Temperaturas mais altas desde o início do segundo trimestre comprometeram as vendas do Dia das Mães da Renner, segundo os analistas. Eles projetam que temperaturas acima da média em junho e julho poderão impactar negativamente as vendas do Dia dos Namorados. A possível ocorrência do fenômeno La Niña, dizem eles, deve resultar em um verão mais ameno no segundo semestre.

Além disso, os especialistas pontuam no texto que a rentabilidade da Renner está em risco. Essa análise vem à tona enquanto a empresa já começa a remarcar as Unidades de Manutenção de Estoque (SKUs) de inverno. Um mix de produtos mais leves e baratos, observam eles, deve limitar a expansão de margem bruta.

Esse fator é um problema para o caixa da companhia já que um desempenho fraco da receita leva a um desafio para a expansão da margem Ebitda da Renner (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), uma vez que a diluição das despesas gerais e administrativas (SG&A) depende da alavancagem operacional.

As projeções de lucro líquido da Renner para este ano permanecem inalteradas, mas houve uma redução de 10% para 2025. O segundo trimestre pode desencadear uma revisão negativa no lucro, conforme avaliam os analistas. Apesar de o valuation estar abaixo dos níveis históricos, isso se aplica à maior parte do setor, e a dinâmica dos resultados tem sido fundamental para o desempenho das ações de varejo.

O novo preço-alvo para a Renner, de R$ 18representa um potencial de valorização de 22,5% em relação ao fechamento de segunda-feira (20).

Além de Lojas Renner, confira outros destaques desta terça-feira:

XP (XPBR31) vê lucro crescer 29% no 1T24, para R$ 1,03 bilhão

  • A XP Inc (XPBR31) reportou um lucro líquido de R$ 1,03 bilhão no primeiro trimestre de 2024 (1T24), segundo balanço da empresa divulgado nesta terça-feira (21). A cifra representa um aumento de 29% em relação ao mesmo período do ano passado (1T23), mas uma ligeira queda de 1% em comparação ao quarto trimestre de 2023 (4T23), período tradicionalmente mais forte. A corretora de valores diz que esse resultado é graças ao foco em disciplina de custos.
  • O lucro antes de impostos (EBT) da XP no 1T24 foi recorde, alcançando R$ 1,08 bilhão, um crescimento de 33% ano a ano. Isso resultou em uma melhoria na margem, que subiu quase 1 ponto percentual, chegando a 26,9%, segundo balanço da empresa. “Na comparação anual, tivemos incrementos de lucro e melhora significativa da nossa eficiência operacional, com diversificação de receita, e foco constante nas necessidades dos nossos clientes”, diz o CEO da XP Inc, Thiago Maffra.
  • O Retorno sobre o Patrimônio Médio (Roae) foi de 20,7% no balanço da XP. Isso representa uma queda de 42 pontos-base em comparação ao trimestre anterior da XP Inc, mas um aumento de 198 pontos-base em relação ao primeiro trimestre de 2023.
  • Apesar de um período de captação líquida mais fraca da XP, as receitas aumentaram 28% em comparação ao primeiro trimestre do ano passado, totalizando R$ 4,3 bilhões. A divisão de atacado, que inclui grandes empresas e transações no mercado de capitais, teve um aumento significativo de 91% nas receitas, somando R$ 509 milhões.
  • No segmento de varejo, de janeiro a março deste ano a receita da XP atingiu R$ 3,13 bilhões, um crescimento de 22% em relação ao mesmo período de 2023. A renda fixa destacou-se com um crescimento anual de 112%, alcançando R$ 704 milhões em receita no trimestre. As receitas com cartões subiram 45%, totalizando R$ 297 milhões, aponta o documento.
  • Mesmo com os juros elevados, a renda variável da XP contribuiu com mais de R$ 1,12 bilhão na receita bruta, um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
  • Em contrapartida, a receita Institucional da XP Inc foi de R$ 354 milhões no 1T24, uma redução de 14% em comparação ao trimestre anterior, mas um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado. A queda sequencial foi atribuída à menor atividade de clientes institucionais no Brasil.

Localiza (RENT3) anuncia quando vai pagar R$ 407,09 milhões em JCP; veja a data

  • Os juros sobre capital próprio da Localiza serão distribuídos no dia 23 de maio de 2024, próxima quinta-feira, mas somente aos investidores que terminaram o pregão de 1º de abril de 2024 comprados nas ações da companhia.
  • Assim, os investidores que compraram ações da empresa a partir de 2 de abril deste ano não receberão esses proventos, ou seja, os papéis RENT3 passaram a ser negociados como “ex-JCP” a partir desta data.
  • Os JCP da Localiza correspondem a um valor de R$ 0,383547112 por ação, que serão pagos por meio do depósito na conta corrente dos acionistas aptos a receberem. Os valores serão distribuídos nas contas que foram informadas por esses investidores ao banco Itaú, que é a instituição financeira depositária das ações.
  • Conforme regras aplicáveis a esse tipo de rendimento, os proventos da Localiza estarão sujeitos a retenção do Imposto de Renda na fonte. Essa tributação só não será devida aos investidores que comprovarem ser isentos ou imunes.
  • Desde que se tenha direito a receber, outra forma de ter acesso a esses juros sobre capital próprio é se apresentando em uma agência do Itaú (ITUB4). Nesse caso, o investidor precisará levar os documentos que comprovem que ele é titular das ações RENT3.
  • No caso das ações custodiadas na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), o pagamento será feito primeiramente a esse órgão, e o valor será repassado aos investidores por meio das corretoras depositantes.

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Magazine Luiza (MGLU3): Citi corta preço-alvo com dívida bilionária da varejista no radar

  • Em novo parecer sobre o Magazine Luiza (MGLU3), o Citi manteve sua recomendação neutra, mas realizou um corte expressivo no preço-alvo, de R$ 2,50 para R$ 1,80.
  • Os especialistas da casa apontam que uma das principais preocupações é a dívida do Magazine Luiza, que aumentou para R$ 4,3 bilhões.
  • O número preocupa mesmo em meio a um foco da gestão do Magalu na geração de caixa e no progresso da rentabilidade – que melhorou substancialmente a margem Ebitda da companhia no seu último resultado trimestral.
  • “A desvantagem desta estratégia é que o Magazine Luiza está crescendo menos online. Se observamos as vendas líquidas consolidadas aumentaram apenas 2% na base anual e ficaram 5% abaixo das nossas projeções”, diz o Citi.
  • Com isso, a casa enxerga uma “vantagem limitada” para o MGLU3 crescer – o que contribui para manutenção da recomendação da companhia e o corte de preço-alvo.

PetroRecôncavo (RECV3) fará emissão bilionária de debêntures

  • A emissão de debêntures da PetroRecôncavo será feita em duas séries, em uma oferta pública de distribuição.
  • A companhia detalha que os recursos que serão levantados com essa emissão serão utilizados exclusivamente para o pagamento futuro e/ou reembolso de gastos, despesas e/ou dívidas relacionados à implantação dos projetos, em prazo igual ou inferior a 24 meses da data de encerramento da oferta.
  • No total cada debênture terá um valor nominal de R$ 1 mil, totalizando 1.129.500 títulos a serem emitidos pela companhia.
  • Serão emitidos R$ 753 milhões na primeira série e outros R$ 376,5 milhões na segunda série.
  • Ambos terão prazo de 2.551 dias, vencendo em 15 de maio de 2031.
  • As debêntures da PetroRecôncavo de primeira série terão uma incidência de juros remuneratórios de 7,32% ao ano, ao passo que as da segunda série terão juros prefixados correspondentes a 12,8% ao ano.
  • RECV3, no âmbito dessa operação, contratou SWAPS (instrumentos derivativos) com o objetivo de dolarizar a Emissão.
  • Com isso, a emissão em conjunto com os instrumentos derivativos resultará em um custo médio dolarizado de aproximadamente 7,05% ao ano e duration aproximada de 5,1 anos.

Da Lojas Renner à Localiza, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Vanessa Loiola

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