Cotado para assumir a presidência da Petrobras (PETR4) depois do anúncio da desistência de Adriano Pires, o secretário Caio Mario Paes de Andrade, secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia, pode não ocupar o posto. A informação foi divulgada pela jornalista Malu Gaspar, de O Globo.
Segundo a colunista, o secretário Paes de Andrade não preenche alguns requisitos estipulados pela Lei das Estatais para ser indicado ao comando da estatal, no lugar do general Joaquim Silva e Luna, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro no último dia 28. O secretário do Ministério da Economia não tem, pro exemplo, dez anos de experiência em empresas públicas ou de economia mista no setor de atuação da Petrobras.
Com o impasse na Petrobras sobre a indicação para a presidência, o governo cogita — para ganhar tempo na escolha de um nome para o cargo –, remover da pauta da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária da Petrobras, no próximo dia 13, a eleição dos novos integrantes do Conselho de Administração, informa o Globo. Como principal acionista da empresa, essa possibilidade poderia ser chancelada na assembleia.
Dois nomes de dentro da estatal podem ser aposta do governo para a presidência da Petrobras, caso Paes de Andrade não consiga ser aprovado. São diretores da Petrobras, de acordo com reportagem do site do jornal Valor Econômico:
- um deles é o de Rafael Chaves, diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade;
- e o outro é Fernando Borges, que ocupa o cargo de diretor de Exploração e Produção.
Segundo reportagem do Valor, Chaves é funcionário de carreira do Banco Central e já trabalhou como executivo na Vale (VALE3). Começou a trabalhar na Petrobras em 2019 como gerente executivo da companhia, indicado pelo ministro da Economia Paulo Guedes. Silva e Luna o promoveu a diretor de Relacionamento Institucional, diz a matéria do Valor.
O site do jornal lembra que, em 31 de janeiro último, Chaves foi citado em post no Twitter por Bolsonaro. O presidente teria gostado do discurso feito por Chaves na recepção ao chefe do Executivo numa unidade da companhia em Itaboraí (RJ). Chaves criticou a gestão da Petrobras, com denúncias de corrupção, durante os governos do PT, e exaltou a condução técnica de Bolsonaro nas estatais.
Borges entrou na lista de cotados para a presidência da Petrobras como funcionário de carreira por 38 anos na companhia. O Valor informa que o executivo tem função estratégica na área de Exploração e Produção. Também foi esteve na direção da Associação Brasileira de Empresas de Exploração e Produção de Petróleo e Gás (Abep), recomendado pela Petrobras.
O secretário de Guedes não atende, segundo a coluna de Malu Gaspar, outros dois critérios estabelecidos pela Lei das Estatais para assumir o cargo. Esses requisitos constam no artigo 17 da legislação, que estabelece:
- se o indicado não tiver dez anos comprovados de experiência em empresas públicas ou de economia mista no setor de atuação da Petrobras, poderia, em vez disso, ter no currículo quatro anos de atuação como diretor da companhia que irá comandar, em cargos comissionados de alta hierarquia no Executivo federal. Outra possibilidade é ter ocupado cargos de docência ou pesquisa em setores similares aos da Petrobras.
- o outro requisito incluem quatro anos de experiência como profissional liberal em áreas direta ou indiretamente ligadas à petroleira.
Paes de Andrade não tem esses pontos no currículo, de acordo com a Lei da Estatais, elaborada durante o governo Michel Temer. O secretário de Guedes já foi entrevistado pelo ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, segundo Malu Gaspar. A jornalista conversou com conselheiros da estatal, que preferiram se manter no anonimato.
Caio Mario Paes de Andrade tem formação em Comunicação Social pela Universidade Paulista, pós-graduação em Administração e Gestão pela Harvard University e Mestre em Administração de Empresas pela Duke University. Paes de Andrade trabalhou na Embrapa, antes de ser chamado para trabalhar como secretário do governo federal.
Além da Petrobras, confira outros destaques desta terça-feira:
Vale (VALE3) inicia obras da planta da Tecnored, de ferro gusa verde, em Marabá (PA)
- A Vale (VALE3) informou nesta terça-feira (5) que deu início às obras de implantação da primeira planta comercial da Tecnored, em Marabá, no Pará, em um evento organizado pela companhia.
- De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o evento foi feito em conjunto ao governo do estado do Pará e é “um importante passo para apresentar à cadeia de siderurgia uma solução tecnológica viável para seus investimentos de descarbonização.”
- “A tecnologia Tecnored é inovadora no mercado e permite produzir o chamado ferro gusa verde”, diz a nota da Vale. O ferro gusa verde é feito a partir da substituição de carvão metalúrgico por biomassa, reduzindo assim as emissões de carbono em até 100%. Ou seja, diz a empresa, é um passo importante na contribuição para a descarbonização da siderurgia.
- “A implantação da Tecnored contribui para tornar a cadeia do processo cada vez mais sustentável. O projeto Tecnored é de grande importância para a Vale e para a região e trará ganhos de competitividade, sustentabilidade ambiental e desenvolvimento para a região”, afirma o presidente da Vale, Eduardo Bartolomeo.
- A companhia informou que a unidade em Marabá terá capacidade inicial de produção de 250 mil toneladas de ferro gusa verde por ano. A previsão é de que pode chegar, futuramente, a 500 mil toneladas a cada doze meses. A projeção de início das operações é de 2025, com investimento estimado em aproximadamente R$ 1,6 bilhão.
- Em função do menor número de etapas, como a ausência da sinterização e coqueificação, estima-se que a tecnologia possui investimento e custo operacional de 10% a 15% inferior à rota tradicional de produção via alto-forno.
- A planta comercial da Tecnored no Pará faz parte “do esforço da Vale de desenvolver novas tecnologias e oferecer a seus clientes siderúrgicos soluções tecnológicas para ajudar nos seus investimentos para descarbonização de seus processos produtivos”. A estratégia, lembra a companhia, também contribui para que a Vale alcance o compromisso de reduzir 15% das emissões líquidas de Escopo 3 até 2025.
- “A Vale busca reduzir suas emissões absolutas de Escopo 1 e 2 em 33% até 2030 e alcançar neutralidade até 2050, em linha com o Acordo de Paris, liderando o caminho em direção à mineração sustentável”, disse a empresa.
Gol (GOLL4): demanda total por voos cresce 113,9% em março
- A Gol (GOLL4) divulgou nesta terça-feira (5) que registrou aumento de 113,9% na demanda total (RPK) por voos no mês de março deste ano, comparado ao mesmo mês em 2021.
- A oferta total (ASK) da companhia aumentou em 93,0%, resultando em uma taxa de ocupação de 79,5%. O total de assentos cresceu 100,5% e o número de decolagens evoluiu 101,5%.
- Outro índice que cresceu foi o da taxa de ocupação, que avançou 80,3%.
- No mercado doméstico, a oferta da Gol aumentou 86,1% e a demanda subiu 106,4%. A taxa de ocupação doméstica da companhia foi 79,6%. O volume de decolagens aumentou 98,0% e o total de assentos cresceu 97,1%.
- No mercado internacional, a oferta foi de 111 milhões, a demanda da Gol, de 87 milhões, e a taxa de ocupação chegou a 78,0%.
Elon Musk fará parte do Conselho de Diretores do Twitter (TWTR34); ação sobe 5%
- Após adquirir 9,2% em participação no Twitter (TWTR34), o CEO da Tesla (TSLA34), Elon Musk, será nomeado diretor de classe 2 no Conselho da empresa, segundo informou documento protocolado na Securities and Exchange Comission (SEC), em comunicado nesta terça (5).
- As ações do Twitter sobem 4,9% na Nasdaq, após a notícia sobre Elon Musk.
- Segundo o informe, enquanto exercer a posição, Musk concordou em não obter mais de 14,9% dos papéis da operadora de uma das mais populares redes sociais do mundo.
- O mandato do bilionário se estenderá até a assembleia anual de 2024.
- Na segunda-feira, a ação do Twitter disparou 27% em Nova York após documento mostrar que Musk havia se tornado o maior acionista individual da empresa.
- Em enquete na rede social, o empresário perguntou se os usuários gostariam de ver a função de editar publicações incluída na plataforma. A opção “sim” concentrava 73,5% dos votos na manhã desta terça.
- As ações do Twitter (TWTR) dispararam na Nasdaq após Musk anunciar que comprou uma fatia de 9,2% da companhia.
- Foi a maior alta da ação desde setembro de 2016 e o preço negociado foi o mais elevado de fechamento desde novembro do ano passado. A Tesla encerrou subindo 5,61% no Nasdaq, a US$ 1.145,45, maior valor de fechamento desde novembro do ano passado.
- Com a compra, Elon Musk torna-se o maior acionista ‘externo’ do Twitter. Sua participação é de 73,4 milhões de ações do Twitter, segundo comunicado na SEC.
- De acordo com o documento, Musk comprou a participação em 14 de março. A participação vale US$ 2,89 bilhões, com base no preço de fechamento do Twitter na sexta (1º).
- A compra de Musk ocorre menos de duas semanas após o CEO da Tesla criticar e questionar a empresa, fazendo uma enquete em seu perfil sobre os princípios de liberdade de expressão da companhia.
- “Dado que o Twitter serve como a praça pública de fato, não aderir aos princípios da liberdade de expressão mina fundamentalmente a democracia”, tuitou Elon Musk. “O que deveria ser feito?”
B3 (B3SA3) registra recorde de follow-on na Bolsa entre janeiro e março
- O mar não está para peixe para novas ingressantes na Bolsa brasileira. No primeiro trimestre de 2022, a B3 (B3SA3) não recebeu o registro de nenhuma abertura de capital. Ao contrário: muitas empresas desistiram de realizar o IPO entre janeiro a março.
- Os motivos para as desistências de IPO na B3 são muitos: guerra entre Rússia e Ucrânia, alta taxa de juros, forte inflação, riscos político-econômicos, entre outras questões setoriais que reduziram o interesse das companhias com a justificativa de “condições adversas do mercado”.
- Segundo um levantamento realizado pelo CNN Brasil Business, com dados da B3, é a primeira vez em quatro anos que nenhuma empresa conclui a abertura de capital no primeiro trimestre.
- Para quem já está listado em Bolsa, a saída para captação financeira em meio à crise foi a emissão de novas ações. A quantidade de follow-on no período foi recorde, segundo a base de dados da B3.
- Pela primeira vez, desde 2004, oito companhias fizeram ofertas secundárias de ações entre janeiro e março de 2022, foram elas:
- BR Partners (BRBI11),
- 3Tentos (TTEN3),
- BRF (BRFS3),
- Arezzo (ARZZ3),
- Equatorial Energia (EQTL3),
- Livetech da Bahia (LVTC3),
- Alpargatas (ALPA4) e
- Allied (ALLD3).
- Para que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprove a abertura de capital de uma empresa na B3, a companhia precisa apresentar o histórico financeiro dos últimos três anos.
- Ou seja, para estrear na B3 em 2022 a análise dos números vai até 2019, sendo que tem dois anos de pandemia no meio do caminho. Essa dificuldade fez com que 39 companhias optassem por cancelar suas operações somente neste começo de ano.
- Já a dinâmica de ofertas subsequentes de ações é outra. Por já estarem listadas na Bolsa de Valores, os acionistas e investidores interessados conseguem ter acesso a uma base histórica de resultados muito maior. Assim é possível realizar uma nova emissão e atrair atenção para a oferta.
- Embora seja mais fácil, não se trata de uma missão trivial. A preocupação com o cenário macroeconômico do País também influencia essas ofertas na B3, visto que a emissão de novas ações pode sair por um valor muito abaixo do preço histórico dos papéis.
Da Petrobras a B3, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.