Radar: Petrobras (PETR4) anuncia alta de combustíveis, Renner (LREN3) vai investir em startups, B3 (B3SA3) tem queda no volume diário
A Petrobras (PETR4) anunciou nesta quinta-feira (10) aumento nos preços de venda da gasolina e diesel para as distribuidoras a partir de amanhã. Às 11h20, após o anúncio, as ações da Petrobras subiam 2,06% no caso das preferenciais e 1,30% no caso das ordinárias. Em Nova York, os ADRs da companhia têm alta de 1,09%.
Sob pressão do cenário internacional, este é o primeiro aumento em 57 dias. Desde 11 de janeiro, a cotação do petróleo Brent acumula valorização de 38,9%.
De acordo com a companhia, “apesar da disparada dos preços do petróleo e seus derivados em todo o mundo, nas últimas semanas, como decorrência da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Petrobras decidiu não repassar a volatilidade do mercado de imediato, realizando um monitoramento diário dos preços de petróleo”.
A partir de amanhã, o preço médio de venda da gasolina da Petrobras para as distribuidoras terá um aumento de 18,8% e passará de R$ 3,25 para R$ 3,86 por litro, diferença de 61 centavos.
Nos postos de combustíveis, considerando a mistura de 27% de etanol anidro e 73% de gasolina A, a parcela da Petrobras deve ter aumento de 18,6%, ou 44 centavos.
Para o diesel, o aumento é maior e o preço de venda às distribuidoras terá alta de 24,9%: passará de R$ 3,61 para R$ 4,51 por litro, diferença de 90 centavos.
Nos postos, considerando a mistura de 10% biodiesel e 90% diesel A, a parcela da Petrobras sobe 24,9%, um aumento de R$ 0,81 por litro.
“Esses valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia. Mantemos nosso monitoramento contínuo do mercado nesse momento desafiador e de alta volatilidade”, informou em nota.
A Petrobras disse reiterar o compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos, das volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.
Outro afetado pela alta do petróleo é o gás de cozinha, ou o gás liquefeito de petróleo (GLP), que teve aumento de 16,1%, de R$ 3,86 para R$ 4,48. Para o botijão de gás de 13 kg, a mudança equivale a uma aumento de R$ 58,21
O último aumento do GLP havia sido em outubro do último ano, há 152 dias.
Além da Petrobras, confira outros destaques desta quinta-feira:
Renner (LREN3) lança fundo de R$ 155 milhões para investir em startups
- A Lojas Renner (LREN3) lançou nesta quinta-feira (10) o RX Ventures, um fundo de Corporate Venture Capital (CVC), que tem como objetivo investir no crescimento de startups focadas em soluções inovadoras para todo o ecossistema de moda e lifestyle.
- O RX Ventures da Renner chega ao mercado com R$ 155 milhões de capital, como um dos maiores fundos de corporate venture capital já lançados no País e o primeiro do varejo de moda brasileiro estruturado dentro do modelo de FIP (Fundo de Investimento em Participações).
- Os aportes pela varejista de moda prevê um período de quatro anos de investimento e mais quatro para desinvestimento, buscando pelo menos dez empresas. Além disso, a operação do RX Ventures prevê uma dinâmica de gestão integrada com a gestora parceira escolhida, a PortCapital.
- Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a varejista de moda afirma que irá priorizar cinco segmentos. São eles:
- Fashion & Retail Tech (varejo de moda),
- E-Commerce e Marketplace,
- MarTech (conteúdo, marketing e branding),
- FinTech (soluções financeiras) e
- LogTech (logística e supply chain).
- Os critérios para alocação dos recursos pela Renner incluirão também o comprometimento das startups com boas práticas ESG (ambientais, sociais e de governança), um dos pilares da estratégia e das operações da companhia.
- “No encerramento do ciclo de aporte, cada participação do CVC poderá evoluir para uma aquisição de controle, uma venda ou então contribuir para a abertura de capital”, afirma a empresa.
Lucro da C&A (CEAB3) cresce 41% no 4T21, para R$ 154,4 milhões
- A varejista de moda C&A (CEAB3) lucrou R$ 154,4 milhões no quarto trimestre de 2021 (4T21), alta de 41,2% frente ao mesmo período do ano passado, quando o lucro líquido foi de R$ 109,3 milhões. Já a margem subiu 2,0 pontos percentuais na comparação anual, de 6,3% para 8,3%.
- Em relatório trimestral divulgado na noite de terça-feira (10), a C&A destaca que, no quarto trimestre, houve impacto com aumento na pressão inflacionária resultando em alta expressiva da taxa de juros. “A maior inflação observada no ano é ainda mais crítica para a população de renda média e baixa, público-alvo predominante da C&A”, diz o balanço.
- Com isso, a receita líquida teve uma expansão menor do que o lucro, de 6,6% na comparação anual, somando R$ 1,86 bilhão no período de outubro a dezembro de 2021.
- O desempenho da C&A no 4T21 se deve o aumento da receita de vestuário, que cresceu 15% na comparação com o 4T20, para R$ 1,60 bilhão. Já a receita de “Outros – Fashiontronics” apresentou queda de 23,2% na mesma comparação, para R$ 231,3 milhões.
- A categoria Outros – Fashiontronics é composta por aparelhos celulares, beleza e relógios. “Os ambientes competitivo e de abastecimento de celulares e smartphones foram desafios constantes durante o ano e o impacto é notado tanto no desempenho da receita, como na margem bruta“, informa a empresa em balanço.
- O lucro operacional da C&A medido pelo Ebitda ajustado teve resultado positivo entre outubro e dezembro de 2021. Somou R$ 201,4 milhões ante os R$ 164,3 milhões do mesmo período do ano passado. Trata-se de uma alta de 22,6% na comparação anual.
- Já a margem Ebitda ajustada avançou 1,4 pontos percentuais em um ano e fechou o 4T21 em 10,8%.
- Segundo a varejista, o negócio de serviços financeiros do C&A Pay foi detrator para o Ebitda ajustado total, “comportamento que deve se repetir até o atingimento da maturidade [do projeto]”, afirma o balanço financeiro da C&A.
Via (VIIA3) revela estratégia para superar “tempestade perfeita” do cenário macro
- O mercado projetava prejuízo na ordem de R$ 100 milhões para a Via (VIIA3) nos resultados do 4T21. A varejista surpreendeu e entregou um lucro contábil de R$ 29 milhões – pequeno, mas ainda lucro. Só não foi o suficiente para agradar os especialistas.
- De olho no cenário macro duro, que prejudica os negócios da empresa por diminuir o poder de compra dos consumidores, as ações da Via caem mais de 6% no pregão desta quinta-feira (10), avaliadas em quase R$ 3,00.
- Em teleconferência com analistas, realizada hoje, o CEO da Via, Roberto Fulcherberguer, afugentou preocupações maiores com a perspectiva de deterioração econômica do País. Para ele, a Via está bem posicionada e tem diferenciais frente à concorrência para superar esse momento: os serviços financeiros do banQi, por exemplo, com destaque para as operações de crédito.
- O banQi opera com empréstimo pessoal, cartão de crédito e carnê, além de outros serviços como benefícios no e-commerce e recargas. “Nenhum outro player tem tanta autoridade, vocação e experiência para oferecer crédito quanto a Via”, diz o balanço financeiro da empresa.
- A carteira de crédito da empresa cresceu 10% na comparação anual do 4T21, para R$ 5 bilhões. Em empréstimo pessoal, que é uma modalidade nova, o banQi somou 93 mil contratos, com uma produção de R$ 159 milhões. Já os carnês – clássicos das Casas Bahia – registraram R$ 913 milhões em pagamentos.
- O próximo passo da Via é estender os serviços de crédito do banQi para terceiros, Fulcherberguer acredita no crescimento e rentabilidade da carteira por meio desse próximo passo.
- “Nossa expertise em dar crédito via crediário segue como uma ferramenta para o aumento de rentabilidade no canal online próprio do 1P e agora também no 3P, para terceiros. É um serviço que oferece oportunidade de compras online, principalmente para a população que não tem acesso a crédito”.
- Surpresa da Via no balanço financeiro do 3T21, as provisões com processos trabalhistas assustaram menos no 4T21. Um dos motivos são os números terem vindo dentro do estimado pela companhia, de modo que o mercado já estava preparado para seus valores.
- No quarto trimestre de 2021, as despesas trabalhistas da Via totalizaram R$ 195 milhões, dentro do intervalo previsto pela companhia, que ia de R$ 100 milhões até R$ 200 milhões.
- Já o desembolso real de caixa ficou 7,5% acima do intervalo previsto, de R$ 300 a R$ 400 milhões, totalizando R$ 430 milhões no período de outubro a dezembro de 2021. De acordo com varejista, “o desvio é resultado de uma estratégia pró-ativa da companhia de acelerar acordos que julgou convenientes”, diz o balanço da Via.
- Na teleconferência, a empresa ressaltou que o plano de monetização de créditos fiscais está em linha com “destravamento de liquidez mais do que suficiente para compensar os desembolsos das despesas trabalhistas”. No ano de 2021, a monetização rendeu R$ 1,572 bilhão, enquanto as despesas com os processos judiciais somaram R$ 1,505 bilhão.
B3 (B3SA3) tem queda de 17,1% no volume diário em fevereiro, para R$ 32,7 bi
- A B3 (B3SA3) registrou volume financeiro médio diário de R$ 32,7 bilhões em fevereiro, totalizando uma queda de 17,1% na comparação com fevereiro de 2021.
- Em relação a janeiro de 2022, houve aumento de 6,8%. A B3 divulgou os valores em seus destaques operacionais nesta quinta-feira (10). Os maiores volumes vieram do mercado à vista de ações, com R$ 31,735 bilhões na média diária, queda anual de 16,9%, e avanço mensal de 7%.
- O número de investidores ativos chegou a 5,064 milhões, 44,8% a mais que em fevereiro de 2021. Ante os números de janeiro, houve crescimento de 0,3%. Os investidores pessoas físicas somaram 4,287 milhões, alta anual de 47,3% e mensal de 1,2%.
- O número de empresas listadas passou de 420 para 458 em 12 meses. O valor de mercado das companhias recuou 8,9% na mesma base de comparação, e cresceu 5% em um mês, para R$ 4,766 trilhões.
- No mercado de derivativos e futuros, o volume de contratos caiu 10,5% na comparação anual e 6% na mensal, para 4 milhões. Ainda no mercado de futuros, a receita média por contrato caiu 0,6% na comparação com fevereiro de 2021, para R$ 2,230. Em relação a dezembro, o indicador cresceu 5,7%.
- A B3 também anunciou que vai retomar o horário normal de funcionamento a partir de 14 de março.
- De acordo com o comunicado, a abertura se mantém às 10h, mas o encerramento retorna para as 17h, no horário de Brasília. Como de costume, as alterações visam acompanhar o funcionamento do mercado americano, que continua com o horário de verão nos Estados Unidos.
- Além disso, a mudança de horário também sinaliza a antecipação do after-market para o mercado de ações, que volta a ser entre 17h30 e 18h. Já o índice futuro do Ibovespa será negociado entre 9h e 17h.
- O dólar futuro, por sua vez, funcionará das 9h às 17h, enquanto os juros futuros iniciam no mesmo horário, mas fecham às 16h15, com abertura da sessão estendida até às 18h.
- A B3 ressalta que permanecerão inalterados os horários de negociação vigentes para a operação estruturada de forward points com contrato futuro de dólar para abertura de posições em D0 (FUT FRP0).
Da Petrobras a B3, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.