A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) está investigando Claudio Costa, ex-gerente executivo de recursos humanos da Petrobras (PETR4), denunciado por insider trading.
Costa trabalhou na empresa durante a gestão de Roberto Castello Branco entre 3 de janeiro de 2019 a 13 de abril de 2021, sendo acusado de utilizar informações privilegiadas para lucro pessoal.
A denúncia foi realizada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro) por suspeitas de movimentações atípicas com ações, baseadas em informações privilegiadas. Nesta quarta-feira (20), a FUP divulgou que recebeu ofício da CVM informando que a investigação está em andamento.
O processo foi instaurado pela Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários (SMI), em março de 2021.
A CVM analisa operações com indícios de uso de informação privilegiada envolvendo ativos e derivativos relacionados à Petrobras nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2021.
“No que se refere à denúncia a respeito de eventual prática de crime de insider trading cometido pelo então gerente executivo de recursos humanos, Sr. Claudio da Costa, cumpre informar que, em 02.03.2021, foi instaurado pela Superintendência de Relações com o Mercado e Intermediários — SMI o Processo CVM SEI no 19957.001646/2021-76, cujo objeto é investigar, dentre outros assuntos, eventuais negociações atípicas e quaisquer irregularidades envolvendo administradores da Companhia, dentre os quais se encontra o referido ex-administrador”, afirma o ofício da CVM.
O ex-gerente foi demitido em 29 de março de 2021 por negociar ações da Petrobras na Bolsa poucos dias antes do anúncio do lucro recorde do quarto trimestre de 2020. Na ocasião, a Petrobras, em comunicado ao mercado financeiro, alegou que aquele era um “episódio pontual de insider trading”.
“A FUP aguarda para breve o resultado do processo da CVM contra Claudio Costa, demitido por prática de insider trading. A Petrobras, ela mesma, admitiu as negociações irregulares com informações privilegiadas, que quebraram as regras de governança e código de ética da companhia”, destacou o coordenador-geral da Federação, Deyvid Bacelar.
A ação preferencial da Petrobras fechou o pregão de hoje em queda de 0,034%, a R$ 29,17.
Além da Petrobras, confira outros destaques desta quarta-feira:
Claro coloca à venda quase 2 mil antenas antigas da Oi (OIBR3)
- A Claro lançou, nesta quarta-feira (20), uma oferta pública para vender aproximadamente 2 mil antenas recebidas no processo de aquisição das redes móveis da Oi (OIBR3).
- De acordo com a operadora, as antigas antenas da Oi são avaliadas em cerca de R$ 110 milhões. São 1.950 unidades, número que corresponde a 42% da base total recebida.
- Na semana passada, a TIM (TIMS3) e a Vivo (VIVT3) divulgaram processos similares ao da Claro. A Vivo colocou à venda 1.346 antenas pelo valor total de R$ 50,5 milhões. Já a TIM quer vender 3.610 pelo valor total de R$ 368,8 milhões.
- Cade
- Broadcast
- As ERBs são equipamentos colocados em postes, viadutos, prédios e torres para ativar o sinal de telefonia e internet. Juntas, Oi, TIM, Vivo e Claro tinham quase 100% do total de antenas de telefonia no mercado.
- Nas ofertas levadas a público há ERBs aptas a operar as tecnologias 2G, 3G e 4G, nas faixas de 900 Mhz, 1.800 Mhz, 2.100 Mhz e 2.600 Mhz. Há equipamentos das fabricantes Nokia, Ericsson e Huawei.
- No geral, os preços unitários vão preços unitários vão de R$ 3 mil a R$ 322 mil, dependendo da localidade, da conservação do item e das suas funções. Boa parte dos equipamentos funciona apenas no 2G e/ou 3G, que estão sendo desligados.
- Nesses casos, as ERBs são praticamente sucata.
- Mesmo no caso das antenas de 4G, alienar esses bens não é tarefa fácil, pois o uso das antenas têm pouca flexibilidade. Os equipamentos funcionam especificamente em uma faixa de frequência.
- Sendo assim, o possível comprador deverá possuir, principalmente, frequências de 1.800 MHz e 2.100 MHz, que foram muito usadas pela Oi. Ou então, o comprador terá que alugar esse espectro de terceiros (como TIM, Vivo e Claro) caso queira operar as antenas por conta própria.
Klabin (KLBN11) vai construir fábrica em Piracicaba (SP); investimento é de R$ 1,57 bi
- A Klabin (KLBN11) anunciou nesta quarta-feira (20) que o conselho de administração da companhia aprovou a construção de uma nova unidade de papelão ondulado, nomeada Projeto Figueira.
- O investimento da Klabin totaliza R$ 1,57 bilhão, incluindo cerca de R$ 200 milhões de impostos recuperáveis. A companhia afirma que o desembolso vai acontecer dentro do período de 2022 e 2024. Será financiado pela posição de caixa da Klabin.
- O início do projeto está previsto para o segundo trimestre de 2024.
- De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o projeto será implementado na cidade de Piracicaba, em São Paulo, “numa localização estratégica de 950 mil metros quadrados, além de possuir condições de receber futuros projetos de produção de papel reciclado e capacidade adicional de papelão ondulado”.
- A Klabin destaca que o escopo do projeto contempla a instalação de duas onduladeiras, nove impressoras, assim como o restante da infraestrutura e áreas de apoio. A capacidade anual da unidade será de 240 mil toneladas de papelão ondulado.
- Depois das otimizações dos ativos atuais, a capacidade líquida incremental de papelão ondulado da Klabin será de aproximadamente 100 mil toneladas por ano.
- Em conjunto ao projeto de Horizonte, a capacidade nominal de conversão do item será de 1,3 milhão de tonelada ao ano.
Eletrobras (ELET3) afirma desconhecer indicação de executivo para comandar a empresa
- A Eletrobras (ELET3) informou nesta quarta-feira (20) que não tem conhecimento sobre qualquer indicação de novos diretores.
- A companhia convocou para 5 de agosto uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE), para a eleição de novos membros do conselho de administração, após o processo de privatização.
- “O atual mandato dos diretores da companhia, incluindo o do presidente, tem vigência até julho de 2023, sendo que a eventual alteração de diretores é de competência do Conselho de Administração da Eletrobras”, diz o comunicado.
- Pela manhã de hoje, o presidente da Vibra Energia (VBBR3), Wilson Pinto Ferreira Júnior, disse que deve deixar o cargo após comunicar a gestão da companhia que tem intenção de se desligar da empresa.
- A informação foi revelada em fato relevante arquivado pela Vibra na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na manhã desta quarta-feira (20).
- “A companhia esclarece que iniciará os trâmites relacionados à sucessão do Diretor Presidente e reforça o seu compromisso de conduzir o processo de forma organizada, célere e harmoniosa, seguindo as melhores práticas de processos desta natureza”, diz o comunicado sobre a saída do presidente da Vibra.
- Wilson Ferreira deve permanecer no cargo até a data do seu desligamento, ainda não definida. A companhia deve divulgar o dia em comunicado.
- O executivo assumiu o cargo de CEO da Vibra ainda no início do ano passado, vindo do comando da Eletrobras (ELET3). Antes, Wilson Ferreira havia presidido a CPFL (CPFE3), de 2002 até o ano de 2016 – quando Michel Temer (MDB) o convidou para presidir a elétrica, que à época era estatal.
- Durante o fim de semana o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, noticiou que Wilson Ferreira estaria em conversas para justamente voltar à presidência da Eletrobras.
- O Radar Econômico da Veja também citou que Wilson Ferreira será o novo presidente da Eletrobras após deixar de ser CEO da Vibra para “buscar novos desafios em sua trajetória profissional”.
- O executivo foi um dos responsáveis por balizar a privatização da Eletrobras.
VGIA11: com rentabilidade de CDI + 8,26%, fiagro eleva dividendos e revela estratégia
- O Valora CRA Fiagro (VGIA11) informou sobre seus rendimentos referentes ao mês de junho. Em relatório gerencial publicado nesta última terça-feira (19), o fundo mostra dividendos maiores comparados ao mês anterior, alcançando uma rentabilidade de CDI + 8,26%.
- Os dividendos do VGIA11 foram de R$ 0,16 por cota, o equivalente a um dividend yield mensal de 1,59%. No mês anterior, o fiagro distribuiu R$ 0,15, mostrando crescimento nos seus rendimentos.
- A gestora do VGIA11 lembra que no primeiro semestre de 2022 o fiagro acumulou uma distribuição de dividendos total de R$ 0,88, equivalente a uma rentabilidade líquida de CDI + 8,20% ao ano sobre a cota patrimonial.
- O fundo fechou o mês de junho de 2022 com 99,9% de seu patrimônio líquido alocado em CRAs, distribuído em 16 ativos com valor total de R$ 336,3 milhões. O restante dos recursos está investido em instrumentos de caixa. O fundo alocou rapidamente os recursos captados 2ª emissão de cotas, encerrada no dia 19 de maio de 2022.
- Conforme informado no último relatório gerencial do fundo, a aquisição do CRA Cotribá foi realizada para garantir a alocação rápida dos recursos da 2ª emissão de cotas, para estabelecer melhor rendimento aos cotistas que ingressaram na oferta.
- Entre as operações realizadas pelo fiagro, a gestora destacou a venda de R$ 33 milhões do CRA citado, o que corresponde a 25% da posição inicial investido. O fiagro pretende diminuir ainda mais exposição neste ativo, usando o ganho de capital para investir em outros CRAs. A estratégia do VGIA11 é pulverizar sua carteira, a fim de aumentar a relação de risco-retorno e manter a tese de qualidade de crédito do fundo.
- A gestora explica que continua monitorando os possíveis impactos do conflito na Ucrânia sobre o mercado global de commodities e sobre o agronegócio no Brasil. Em sua visão, os ativos em carteira do VGIA11 não serão afetados, sendo que a demanda por emissão de CRAs deve continuar alta nos próximos meses.
- Deste modo, o fiagro fechou o mês de junho com 12.327 cotistas, um crescimento de 10,1% em relação ao mês anterior, com volume médio de negociação diária de R$ 1,75 milhão.
IRDM11 quer nova emissão de cotas para “turbinar” caixa; entenda os planos do fundo
- A gestão do fundo imobiliário Iridium Recebíveis Imobiliários FII (IRDM11) pretende fazer nova emissão de cotas. A gestora argumenta que precisa aumentar o volume do caixa do fundo. Nesta última terça-feira (20), o IRDM11 também informa em relatório gerencial mais detalhes sobre seus resultados e planos para manter seus rendimentos mesmo com a queda da inflação.
- “A equipe de gestão acredita que o ciclo atual é ideal para a realização de uma nova oferta de cotas com o objetivo estratégico de recompor o caixa do fundo”, diz a Iridium Gestão de Recursos. O fundo acredita que precisa de manter um caixa entre 5% e 10% do patrimônio líquido em momentos de alta volatilidade.
- Neste caso, como estamos passando por um período pré-eleitoral, o fundo precisa de mais recursos para aproveitar oportunidade “em emissões com spreads de crédito elevados e de oportunidades no mercado secundário”, ressalta a gestora.
- Por isso, o fundo convocou uma Assembleia Geral Extraordinária (AGE) de cotistas, a ser realizada no dia 22 de julho, por meio digital, para maiores detalhes e aprovação da nova oferta de cotas. A gestora avisa que o fator de proporção para subscrição de novas cotas será equivalente a 9,08%.
- Referentes ao mês de junho, os dividendos do IRDM11 foram de R$ 1,28 por cota, “valor equivalente a uma remuneração bruta de imposto de renda de 155,6% do CDI”, relata a gestora.
- Neste ponto, o fundo distribuiu menos que no mês anterior. A gestora explica que no último mês já foram observados sinais de redução da inflação, consequência dos constantes aumentos na taxa Selic e normalização da cadeia produtiva em determinados setores da economia.
- Mesmo assim, a gestora acredita que o IRDM11 produziu um resultado consistente, tanto em sua carteira de FIIs quanto de CRIs. A gestão acredita que a estratégia de priorizar fundos de papel segue acertada.
- No entanto, o IRDM11 continuará reduzindo sua posição em fundos imobiliários, aproveitando o ágio em alguns ativos da carteira. Já sobre os CRIs o fundo lembra que fez boas alocações em seus investimentos anteriores, com spreads de crédito maiores. Isso ajudou a diminuir o efeito da queda do IPCA.
- Por fim, a gestora afirma que alguns ativos indexados à inflação obtiveram resultados que superaram o estimado e que geraram em caixa. Essa diferença deverá ser distribuída ao longo dos próximos meses.
- O Iridium Recebíveis Imobiliários (IRDM11) é um fundo imobiliário de papel com investimentos em títulos de valores imobiliários. Seu maior foco é em operações no mercado de CRIs, desde que atendam aos critérios definidos na política de investimento.
Weg (WEGE3) cai após resultado do 2T22, mas analistas recomendam compra; entenda
- A ação da Weg (WEGE3) fechou em queda de 3,6%, cotada a R$ 25,99, nesta quarta-feira (20). Antes da abertura do mercado, a empresa divulgou seu balanço do segundo trimestre de 2022 (2T22).
- Apesar dos resultados considerados positivos, o resultado não impressionou os investidores. Mas a recomendação de compra para os papéis foi mantida.
- De acordo com relatório da XP Investimentos, mesmo com os bons números, “vemos a contração dos retornos como o principal fator de preocupação dos resultados (o que ajuda a explicar a performance negativa das ações após a divulgação dos resultados)”.
- Os analistas relatam os prós do balanço do 2T22 da Weg da seguinte forma:
- O Ebitda atingiu R$ 1,25 bilhão, alta de 15% na comparação de base anual e +4% trimestralmente, em linha tanto para a XP como para o consenso do mercado;
- Uma melhora no faturamento — principal destaque positivo, com receita líquida de R$ 7,2 bilhões, refletindo a forte perspectiva para fontes renováveis no Brasil e indicações positivas sobre o mercado externo (aumento de 20% contra o 2T21 e 12% ante o 1T22, em dólares).
- Sobre a contração mencionada, o ROIC (retorno sobre o capital investido) atingiu 26,9%, abaixo do reportado no 1T22, de 29,7%, e também dos 32,2% no segundo trimestre de 2021.
- O número, conforme os analistas, vem a partir de um giro de capital investido ainda em altos níveis, de cerca de 2,2 vezes, e se estabilizando em relação aos trimestres anteriores (comparado a 2,1x no 2T21), o que está sendo compensado pela contração da margem NOPAT (Net Operating Profit After Taxes, ou seja, lucro operacional líquido depois dos impostos) nos últimos 12 meses.
- A margem NOPAT deve continuar pressionada no próximo trimestre, trazendo uma melhora de perspectiva apenas a partir do 4T22.
- Na visão do Itaú BBA, os resultados da Weg vieram pouco acima das expectativas, mas ainda apontam para uma tendência de estabilização trimestral para receita líquida, Ebitda e lucro líquido.
- O grande destaque do mercado interno, na opinião do banco de investimentos, foram os equipamentos industriais. A receita líquida cresceu 11% contra o 1T22 e 30% ante o 2T21, devido à forte demanda por equipamentos de ciclo curto dos segmentos de agronegócio, papel e celulose e mineração.
- A GTD doméstica (Geração, Transmissão e Distribuição de Energia), por sua vez, teve uma receita estável no trimestre (implicando uma expansão de 67% A/A) após o forte nível alcançado no 1T22.
- A receita líquida de equipamentos industriais externos da Weg cresceu 6% na comparação do trimestre imediatamente anterior e alta de 24% no ano a ano, “sem sinais de que o cenário macro externo mais desafiador esteja impactando as vendas de equipamentos de ciclo longo ou curto”, conforme o relatório do Itaú BBA.
- A XP Investimentos recomenda a compra da ação da Weg, no preço alvo de R$ 45. O Itaú BBA tem recomendação neutra, com preço alvo de R$ 46 para 2022.
Da Vale à Hypera, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.