Radar: Dividendos da Petrobras (PETR4), Odontoprev (ODPV3) distribuirá proventos milionários e Aegea, da Itaúsa (ITSA4), pode comprar fatia da Sabesp (SBSP3)
O governo alega que está aguardando informações da Petrobras (PETR4) para definir qual posição defenderá no Conselho de Administração da estatal sobre a distribuição de dividendos extraordinários. A informação consta de declaração, desta quarta-feira (3) do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Haddad se reuniu no fim desta tarde com os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, para discutir a questão que envolve a Petrobras.
No mês passado, a Petrobras decidiu não distribuir os dividendos extraordinários de R$ 43,9 bilhões aos acionistas.
O dinheiro ficou parado numa conta de reserva que pode ser usada para cobrir futuros investimentos.
A decisão causou grande frustração no mercado, dado que uma fatia relevante dos investidores e analistas tinha expectativas do pagamento desses proventos.
Em março, os dividendos da Petrobras foram apenas o mínimo de R$ 14,2 bilhões previstos na Lei das Sociedades Anônimas, após divulgar que obteve lucro de R$ 124,6 bilhões em 2023.
Segundo Haddad, o governo aguarda uma avaliação da companhia para saber se a Petrobras pode bancar o plano de investimentos dos próximos anos com os recursos disponíveis em caixa ou se precisará usar parte ou totalmente os dividendos retidos na conta remunerada.
O ministro disse que a diretoria da Petrobras “testará” as informações disponíveis.
“Essa reunião foi um desdobramento das outras três reuniões que nós já tivemos”, disse Haddad.
“A decisão sobre o dividendo é um desdobramento da execução do plano de investimento. Toda a questão que está para ser debatida pela diretoria e, depois, pelo conselho é se vai ou não faltar recurso para execução do plano de investimentos.”
Na reunião, informou o ministro, o governo definiu um cronograma para que as informações da Petrobras cheguem o quanto antes para que o governo possa tomar uma posição embasada no Conselho de Administração da estatal. Haddad não detalhou o cronograma.
Além de Petrobras, confira outros destaques desta quarta-feira:
Odontoprev (ODPV3) pagará R$ 427 milhões em dividendos; veja quando
- Os investidores da Odontoprev (ODPV3) aprovaram hoje (3) um novo pagamento de dividendos, no valor total de R$ 427,25 milhões. Essa aprovação ocorreu em Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária.
- A administração da empresa propôs a distribuição desses novos dividendos da Odontoprev no dia 28 de fevereiro deste ano, que são equivalentes a R$ 0,775920169 por ação.
- Desse montante total, R$ 200 milhões serão distribuídos em 21 de agosto de 2024, com a quantia equivalente a R$ 0,3632130140 por ação. O restante do valor, de R$ 227,25 milhões, ou R$ 0,4127071550 por ação, vai ser pago em 18 de dezembro deste ano.
- Em ambos os pagamentos, os proventos da Odontoprev serão destinados somente aos investidores que tiverem ações da companhia até o final da sessão de 12 de abril de 2024.
- Em outras palavras, as ações da Odontoprev passarão a ser negociadas como “ex-direito” a dividendos da sessão do dia 15 de abril de 2024 em diante, ou seja, sem direito a receber esses proventos.
Aegea, da Itaúsa (ITSA4), deve comprar fatia relevante da Sabesp (SBSP3) em privatização, diz CEO
- A Aegea, que está sob o guarda-chuva da Itaúsa (ITSA4), está montando um consórcio em parceria com fundos de investimentos para se tornar acionista de referência da Sabesp (SBSP3) – que deve ter sua oferta de privatização realizada em breve.
- O CEO da Aegea, Radamés Casseb, disse em evento do Bradesco BBI nesta quarta (3) que o objetivo da companhia é arrematar os 15% de ações, dos 30% de papéis que o estado de São Paulo deve colocar à venda.
- “Quando a gente olha para Sabesp, que tem um market cap [valor de mercado] gigantesco, que demanda para os 15% [de papéis] potenciais um volume de capital numa grandeza, ainda sem bid [oferta], sem ágio, em torno de R$ 10 bilhões, é necessário pensar numa estrutura de capital com novos parceiros, para que você possa fazer frente à competição”, afirmou Casseb
- “Nós estamos, neste momento, conversando com alguns parceiros estratégicos, do ponto de vista financeiro, de modo a compor um grupo nessa estrutura de capital”, completou.
- Atualmente o Governo do Estado de São Paulo detém uma fatia societária de 50,3% da Sabesp. Recentemente o CEO da ainda estatal afirmou que a oferta pode ir de R$ 15 bilhões a R$ 20 bilhões e deve ocorrer até o fim de maio.
- Segundo o executivo, as gestoras parceiras devem ser Perfin e Kinea.
- Além disso, os principais acionistas da Aegea – Itaúsa e o fundo soberano de Cingapura – também estarão colaborando.
- A Aegea também negocia com outros parceiros que ainda não tiveram os nomes revelados.
Kepler Weber (KEPL3) anuncia novo pagamento de dividendos milionários; veja o valor
- A Kepler Weber (KEPL3) anunciou um novo pagamento de dividendos, no valor de quase R$ 74,87 milhões. Esse montante é relativo ao exercício social que terminou em dezembro de 2023.
- Conforme comunicado nesta quarta-feira (3), os dividendos da Kepler Weber representam o valor de R$ 0,42356737 por ação ordinária.
- Na composição dos dividendos, estão os dividendos mínimos obrigatórios de aproximadamente R$ 27,87 milhões, ou R$ 0,15767046 por ação ordinária, e os dividendos adicionais de R$ 47 milhões, ou R$ 0,26589691 por ação ordinária. O montante foi aprovado em Assembleia Geral Ordinária.
- A distribuição estará de acordo com a quantidade de ações da Kepler Weber que os investidores detinham até hoje (3), sendo esta a data de corte que identifica os acionistas aptos a receberem.
- Dessa forma, as ações adquiridas a partir de amanhã, 4 de abril, vão ser negociadas como “ex-dividendos”, ou seja, sem direito aos proventos.
- O pagamento dos proventos da Kepler Weber vai acontecer em parcela única, no dia 15 de abril de 2024. Sobre o valor não haverá retenção de imposto de renda na fonte. Além disso, não está prevista remuneração ou atualização monetária.
Citi eleva preço-alvo da Sabesp (SBSP3) e aumenta estimativas com proximidade da privatização
- O Citi aumentou de R$ 84 para R$ 97 o preço-alvo das ações da empresa de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, a Sabesp (SBSP3), reiterando recomendação de “compra”, segundo relatório enviado ao mercado nesta quarta-feira (3). O preço ainda considera a companhia como estatal, com potencial de valorização de 18,2% ante o fechamento da terça-feira (2).
- Em um cenário de privatização da empresa, os analistas do Citi estimam o preço-alvo da Sabesp em R$ 150. Na visão contrária, calculam em R$ 71. Os estrategistas dizem que aumentaram as estimativas para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia, em 2024 e 2025, em 10% e 9%, respectivamente.
- O ajuste para cima reflete a redução da premissa de ineficiência de longo prazo para R$ 1,5 bilhão por ano, ante R$ 2,2 bilhões anteriormente. “A administração da Sabesp tem feito um bom trabalho no ajuste da base geral de custos da empresa e no tratamento adequado das receitas regulatórias, o que pode reduzir ainda mais as ineficiências”, afirmam os analistas Antonio Junqueira e Guilherme Bosso em relatório.
- O novo preço-alvo do Citi para a ação da Sabesp leva em consideração a atual condição da empresa estatal de saneamento básico em processo de privatização da Sabesp, mantendo recomendação de compra para o papel.
Da Petrobras à Aegea, da Itaúsa (ITSA4), essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.