Radar: o impacto da alta do petróleo para a Petrobras (PETR4), Itaú (ITUB4) tem problemas no app, AES Brasil (AESB3) registra prejuízo no 4T21
A defasagem entre os preços cobrados pela Petrobras (PETR4) e os das principais bolsas de negociação do mundo chegou a 24%, para a gasolina, e 27%, para o óleo diesel, segundo cálculo do consultor em Gerenciamento de Risco da consultoria Stonex, Pedro Shinzato. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Nesta quinta-feira (3), o barril de petróleo WTI operava em queda de 1,70%, a US$ 108,71. Já o barril de petróleo Brent, -1,32%, a US$ 111,42.
De acordo com os dados de Shinzato, a Petrobras quer evitar que a alta corroa seu caixa, e portanto tenta recorrer aos estoques que foram comprados dois meses atrás, por valores menores. Mas o risco é de que a reserva acabe e o abastecimento interno seja afetado. A direção da empresa está discutindo a situação atualmente.
Caso a companhia decida repassar integralmente a alta do petróleo para os seus clientes, o preço do litro da gasolina nos postos pode subir de R$ 6,56 para R$ 7,15 e o do óleo diesel, de R$ 5,65 para R$ 6,64. As altas nas bombas seriam de 9% e 17%, respectivamente, pelas contas de Shinzato. Destes números, algumas desconsiderações foram feitas, como o possível valor de impostos.
“Desde o início do ano, a Petrobras vem mantendo preços ligeiramente abaixo do PPI (de equiparação ao mercado internacional). Essa diferença coloca em xeque a política de preços da empresa”, disse o consultor. Parte do resultado recorde de R$ 106 bilhões de 2021 ocorreu em função do repasse da alta do petróleo no mercado externo para o interno.
A Petrobras acabou perdeu a contribuição dos demais importadores para atender ao mercado interno, por causa dos preços, que se mantêm sem nenhuma alteração desde o início de 2022. A concorrência parou de competir e, desde janeiro, não fornece mais gasolina ou diesel. Por outro lado, a demanda continua aumentando, como vem acontecendo desde 2020. Apesar de o Brasil ser superavitário em petróleo, possui déficit em refino e, por isso, o consumo interno é coberto também com importação.
Além da Petrobras, confira outros destaques desta quinta-feira:
O gerente enlouqueceu? Clientes do Itaú (ITUB4) reportam saques e depósitos indevidos nas contas
- Clientes do Itaú Unibanco (ITUB4) notaram mudanças nos seus saldos na manhã desta quinta-feira (03). Alguns verificaram uma quantia maior do que deveria e outros viram o valor cair sem fazer movimentações.
- A inconsistência do sistema do Itaú foi parar nas redes sociais, com os clientes do banco compartilhando suas situações. De acordo com os internautas, os valores somados ou subtraídos pelo banco variam entre R$ 100 e R$ 300.
- O banco não se manifestou oficialmente sobre o assunto, mas, no Twitter, o perfil do Itaú chegou a responder alguns dos clientes e explicou que o sistema está apresentando oscilações depois do feriado.
- “Já identificamos essa falha no sistema e nossa equipe está corrigindo para que volte ao normal e corrija os valores”, respondeu na rede social.
- O assunto está no trend topics do Twitter com mais de 3.600 postagens nas últimas horas.
- Em resposta ao G1, o Itaú informou que está atuando para corrigir o problema de intermitência que afeta seus sistemas, com impacto na demonstração do extrato e saldo de conta corrente para parte de seus clientes.
- Além disso, o banco acrescentou no comunicado que lamenta o transtorno e trabalha para que a situação seja corrigida o mais rapidamente possível.
- Houve ainda relatos de pessoas que não conseguiram entrar no aplicativo do Itaú. O banco reconheceu o problema e afirmou, à tarde, trabalhar para resolver a situação o “mais rápido possível”.
- “Sumiu dinheiro da minha conta Itaú”, comentou um usuário no Twitter. “É erro do Itaú? Meu SALDO aumentou 129 reais DO NADA”, postou outro correntista do banco. “Meu deus, o Itaú bugou de vez. Paguei minhas contas ontem e do nada o dinheiro voltou todo pra minha conta”, ressalta outra correntista.
- Ainda havia ainda relatos de dificuldade de acessar o aplicativo do banco. “O Itaú bloqueou o acesso ao app, não estou conseguindo acessar”, afirma uma correntista, reclamando que precisa pagar uma conta.
- Procurado pela reportagem, o Itaú Unibanco informa que está “atuando para corrigir o problema de intermitência que afeta seus sistemas na manhã desta quinta-feira”, com impacto na demonstração do extrato e saldo de conta corrente para parte de seus clientes.
- “O banco lamenta o transtorno e trabalha para que a situação seja corrigida o mais rapidamente possível”, afirma a nota.
- A instituição também está respondendo às mensagens, algumas raivosas, de seus clientes nas redes sociais. “Olá! Pedimos desculpas por isso. Nosso time responsável está trabalhado pra regularizar”, respondeu o Itaú em uma delas.
- O aplicativo e o site do banco Itaú voltaram ao ar no fim da tarde de hoje (3). O acesso eletrônico às contas foi suspenso por algumas horas durante a tarde, após clientes apontarem erros no processamento de dados bancários.
- Neste momento, os clientes que abrem o aplicativo do banco recebem um aviso de que os saldos estão sendo atualizados. “Prezado cliente, o seu saldo foi atualizado. Se algum pagamento foi realizado em duplicidade, ele será corrigido automaticamente ao longo do dia. Pedimos desculpas pelo transtorno”, informa a nota exibida no aplicativo.
- Por meio da rede social Twitter, o Itaú informou que os horários para movimentações bancárias foram estendidos. As transferências eletrônicas diretas (TED) puderam ser feitas até as 18h15. As operações via Pix foram estendidas até a 0h, com a manutenção dos limites em vigor no horário diurno. Os boletos poderão ser pagos até as 20h30.
- O problema começou pela manhã, quando clientes reclamaram de erros em saldos bancários. Alguns correntistas afirmaram terem acordado com saldo zerado ou negativo nas contas. Outros informaram depósitos a mais na conta ou a devolução de pagamentos. Há também relatos de saques não identificados e de filas em pontos de atendimento.
- Em nota, o banco informou que erros estão ocorrendo por causa de atraso no processamento de dados bancários. A instituição descartou um ataque hacker e afirma que os problemas observados hoje não têm relação com eventos externos.
- “O Itaú Unibanco informa que está atuando intensamente para solucionar a inconsistência de informações verificada no extrato e saldo das contas correntes de parte de seus clientes nesta quinta-feira (3). A origem do problema está relacionada com um atraso no processamento de dados bancários, o que gerou a necessidade de reprocessamento destes. Portanto, a causa não tem relação com quaisquer eventos externos. O banco lamenta o transtorno e trabalha para que a situação seja corrigida o mais rapidamente possível”, destacou o comunicado.
AES Brasil (AESB3) reporta prejuízo líquido de R$ 34,8 milhões no 4T21
- A AES Brasil (AESB3) divulgou nesta quinta-feira (3) que registrou prejuízo líquido de R$ 34,8 milhões no quarto trimestre de 2021, revertendo o lucro líquido de R$ 602,8 milhões de um ano antes.
- O resultado levou a uma margem líquida de 113,2%, o que representa uma baixa de 118 pontos porcentuais no ano a ano. No acumulado de 2021, a AES Brasil conseguiu fechar com lucro líquido de R$ 516,5 milhões, mas 39,1% abaixo do total de 2020.
- “Mesmo em um ano desafiador, com situação hidrológica complicada, juntamente com a estratégia de diversificação de fontes, conseguimos entregar lucro em 2021. Assinamos quase um 1 gigawatts (GW) de PPA (contrato de energia)”, afirmou o diretor Vice-Presidente e de Relações com Investidores da AES Brasil, Alessandro Gregori.
- O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do 4T21 foi de R$ 205,8 milhões, uma queda de 82,4% contra mesmo período do ano passado. De janeiro a dezembro de 2021, o Ebitda caiu 56,3% ante 2020 e somou R$ 903,9 milhões.
- Por outro lado, a receita líquida da companhia subiu 37,5% no quarto trimestre, para R$ 731,9 milhões. Em 2021, a linha subiu 25% e totalizou R$ 2,5 bilhões.
- O custo de operação e despesas operacionais da AES Brasil alcançou R$ 88,7 milhões no 4T21, o que simboliza um avanço de 3,0% no ano e ano, enquanto no acumulado do ano, o indicador subiu 18,2%, chegando a R$ 402,4 milhões.
- Além disso, no trimestre, os investimentos da companhia totalizaram R$ 395,5 milhões. No ano inteiro, o valor chegou a R$ 983,4 milhões. A AES Brasil encerrou o ano com uma dívida líquida de R$ 3,915 bilhões, enquanto a alavancagem, medida pela relação dívida por Ebitda era de 3,95x.
Irani (RANI3) anuncia dividendos de R$ 15,8 milhões; veja valor por ação
- O Conselho de Administração da Irani (RANI3) aprovou nesta quinta-feira (3) a distribuição de dividendos intercalares aos acionistas, referentes ao quarto trimestre de 2021, no valor total de R$ 15,8 milhões.
- Desse montante, o valor unitário do dividendo da Irani é de R$ 0,0634698 por ação ordinária, com base nas demonstrações financeiras da companhia de 31 de dezembro de 2021.
- Serão considerados aptos para receber a remuneração da Irani os acionistas detentores de ações da companhia até o final do pregão do dia 8 de março. A partir do pregão seguinte, os papéis serão negociados na bolsa como “ex-dividendos”, sem conceder direito de recebimento.
- A empresa não deu data exata para o pagamento dos dividendos, informando apenas que deve ocorrer até o dia 30 de março de 2022.
- A companhia informou ainda, em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que os dividendos intercalares referentes aos 1º, 2º, 3º e 4º trimestre de 2021 correspondem a 25% do lucro líquido apurado ao longo do ano.
QuintoAndar compra app Noknox para tentar melhorar a vida em condomínios
- A startup brasileira QuintoAndar, conhecida por fazer a intermediação entre inquilinos e proprietários de imóveis, está dando mais um passo para se tornar um ecossistema de serviços de moradia. A empresa anuncia nesta quinta-feira, 3, a compra do aplicativo para condomínios Noknox, que conecta síndicos, moradores, porteiros e prestadores de serviços, substituindo interfones e cartazes de elevadores. O valor da aquisição não foi divulgado.
- Fundada em 2018, a Noknox tem uma base de cerca de 34 mil usuários cadastrados e aproximadamente 100 mil unidades habitacionais. Pelo app da startup, é possível cadastrar correspondências e encomendas, controlar o acesso de visitantes, fazer comunicados, reservar espaços do condomínio e registrar ocorrências.
- “O QuintoAndar já é referência em transação dos imóveis. Agora, também queremos fazer parte da moradia das pessoas. Os condomínios ainda estão na década de 1990: até hoje os moradores conversam com os porteiros por interfones com fio”, afirma André Penha, cofundador do QuintoAndar, em entrevista ao Estadão.
- A plataforma da Noknox será integrada ao SíndicoNet, empresa adquirida em 2020 pelo QuintoAndar que oferece conteúdos, treinamentos e serviços para síndicos. Se o síndico tiver acesso ao SíndicoNet, o prédio ganhará 18 meses gratuitos de acesso ao Noknox – a versão premium do app custa atualmente R$ 3 mensais por apartamento.
- O CoteiBem, marketplace do SíndicoNet em que o síndico consegue contratar serviços relacionados ao condomínio, também será disponibilizado no app da Noknox – pela plataforma, os condôminos poderão solicitar consertos de encanamento, pinturas, entre outras tarefas.
- As operações das duas empresas continuarão independentes. A Noknox tem hoje nove funcionários – Joaquim Venancio, atual presidente executivo da startup, continuará no cargo. Segundo Penha, a ideia é que o QuintoAndar use sua equipe de tecnologia para impulsionar o app de condomínios. “O capital que vamos investir no crescimento da plataforma será maior do que o valor da aquisição em si”, diz.
- Depois de atingir a avaliação de US$ 5,1 bilhões em rodada de investimento captada no ano passado, o QuintoAndar não tirou os pés do acelerador. Hoje, a startup mantém ao mesmo tempo expansão geográfica e crescimento no portfólio de produtos – nesse sentido, a maior tacada da empresa aconteceu em dezembro, com a aquisição da Navent, multinacional argentina que detém portais de classificados em seis países da América Latina.
- Penha reconhece que a expansão acelerada traz riscos, como perder o foco, mas afirma que o QuintoAndar está organizado para segurar as pontas.
- “Estamos dividindo a bola. Temos uma equipe gigante focada em expandir o negócio principal e uma equipe menor que está pensando nessa nova área de condomínios”, diz. “Mas os serviços de aluguel e compra e venda continuam sendo nossa prioridade. Estamos inclusive fortalecendo parcerias com imobiliárias para ampliar esse segmento de transações”.
Qestra, empresa de participações em tecnologia, pede registo para IPO
- A Qestra, plataforma de participações e investimentos em companhias de tecnologia de informação, protocolou na noite desta quinta-feira (3) um pedido de oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- A Qestra tem participações em 18 empresas que atuam em negócios de softwares, cibersegurança, infraestrutura de nuvem e serviços de TI.
- “Nós somos uma plataforma de criação de valor concebida e desenhada para alavancar e levar empresas B2B de Software e Tech-Enabled Services a um outro nível de performance, governança e acesso a capital, buscando permitir o aumento de sua penetração de mercado via crescimento orgânico e inorgânico, e a melhora da sua rentabilidade”, diz a companhia em seu prospecto.
- Segundo a companhia, o IPO será realizado para captar recursos destinados em 85% para aquisições estratégicas (M&As), 13% para investimentos em pesquisa e desenvolvimento, além do reforço das estruturas e atividades comerciais e 2% para capital de giro. Sua oferta será coordenada pelo BTG Pactual (BPAC11), Citigroup e Itaú BBA.
- A Qestra registrou em 2021 uma receita líquida de R$ 758 milhões e EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 210 milhões.
- Segundo o documento, o capital social da companhia é de R$ 73,6 milhões, equivalente a 593.360.000 ações ordinárias.
Oi (OIBR3): associação recorre contra decisão sobre venda da empresa
- O processo de compra da Oi (OIBR3) pela Claro, Tim (TIMS3) e Telefônica Vivo (VIVT3), aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), foi contestado nesta quarta (3) pela Associação Brasileira das Prestadoras de Serviços de Telecomunicações Competitivas (Telcomp).
- De acordo com a associação, os termos do Acordo em Controle de Concentração (ACC) negociado pelas empresas com o Cade são diferentes do que aqueles impostos pela conselheira-relatora, Lenisa Rodrigues Prado, e informados durante a sessão de julgamento. O recurso apresentado pela associação deve ser julgado pelo tribunal do Cade.
- No julgamento em que foi aprovado, no início do mês de fevereiro, o pacote de “remédios” negociado com as empresas foi considerado suficiente pela maioria do Cade para manter a concorrência entre as empresas.
- Os termos do acordo são sigilosos e não foram divulgados para o público, mas, segundo o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) apurou, incluem o aluguel de 10% a 15% do espectro adquirido da Oi, entre outras ações. As empresas também venderão metade das antenas e equipamentos.
- As empresas já pretendiam vender 30% desses aparelhos, mas aumentaram a oferta na negociação com o Cade. Elas também se comprometeram a alugar uma faixa de 900 Mhz, usada em locais de menor densidade populacional, como áreas rurais.
- “A partir da disponibilização do ACC, foi possível verificar, além de sua potencial incapacidade para mitigar todas as sérias e reconhecidas preocupações concorrenciais, um verdadeiro descompasso entre o voto-condutor e a certidão de julgamento”, apontou a Telcomp no documento.
- De acordo com a entidade, o Tribunal do Cade “determinou outras condições” para aprovação da operação, como regras de precificação de determinadas ofertas de serviços no atacado, que, segundo a a TelComp, deveriam ter sido refletidas e incorporadas ao texto no final do acordo.
- Durante o julgamento, o conselheiro Luis Braido, que votou contra a aprovação da operação, apontou questionamentos semelhantes, ao afirmar que os termos trazidos pelo voto de Lenisa Prado durante a sessão eram diferentes daqueles negociados com as empresas no ACC.
Da Petrobras a Oi, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.