Em ano eleitoral, o mercado já avaliava os possíveis riscos para as ações da Petrobras (PETR4) em meio à escalada dos preços dos combustíveis em 2021. A situação se agravou neste ano com o cenário de guerra entre Rússia e Ucrânia, que pressiona os valores da cotação do petróleo já que o país de Vladimir Putin é um grande exportador do óleo – e o barril subiu ainda mais desde que os EUA anunciaram que vão discutir com aliados um veto à comercialização do petróleo russo. Como alternativa ao cenário que pode fazer disparar os preços dos combustíveis, o governo federal avalia agora suspender temporariamente os reajustes – o que derrubou os papéis da companhia na Bolsa de Valores nesta segunda.
Se o petróleo já estava caro, agora, o barril Brent, referência de preços para a Petrobras, está avaliado em US$ 123,21 – muito acima da marca significa de US$ 100 e alcançando o recorde histórico de US$ 147, registrado em 2008.
Com isso, estão pressionados os bolsos dos brasileiros – com o encarecimento da gasolina, gás de cozinha, etanol, entre outros aumentos que pegam carona – , e as chances de reeleição do presidente Jair Bolsonaro, com a insatisfação da população diante da alta de preços.
Para tentar amenizar os ânimos, o governo estuda anunciar, ainda nesta semana, um novo programa de subsídio aos combustíveis, com validade de três a seis meses, para compensar a alta do petróleo no mercado internacional e evitar o repasse do preço para a bomba.
Segundo fontes do Estadão que participam das discussões, o que está na mesa de negociação é reeditar o modelo adotado em 2018, quando o governo do então presidente Michel Temer subsidiou o consumo de diesel e congelou os preços, dando fim à greve dos caminhoneiros.
Esse subsídio temporário para o preço dos combustíveis pode custar cerca de R$ 37 bilhões, de acordo com reportagem de O Globo.
“São os investidores prevendo uma intervenção”, crava Rodrigo Barreto, analista da Necton. O movimento também pesou sobre o Ibovespa, que acentuou as perdas para 2,52%, aos 111.593 pontos.
Em paralelo, a equipe econômica de Paulo Guedes defende uma solução via Senado, com a aprovação de um projeto de lei para mudar a tributação dos combustíveis.
A Petrobras já perdeu R$ 29 bilhões de valor mercado desde a sexta (4), em meio ao debate político para impedir a escalada dos preços de combustíveis. Nesta segunda, técnicos de ao menos três ministérios se reuniram para debater uma forma de evitar que a disparada do preço do petróleo no mercado internacional chegue às bombas de combustíveis no País.
“Hoje o noticiário traz exatamente as possibilidades que muita gente temia, de alteração na política de preços da Petrobras por iniciativa do governo. Em todo e qualquer governo esse receio paira, mas os medos vem se tornando realidade nesse”, afirma Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos. “O fato é que o PL do Senador Jean Paul Prates pode ser apreciado essa semana, quando voltam os trabalhos presenciais, mas seu impacto é extremamente limitado e pioraria muito as expectativas de inflação pelo modelo de alívio.”
Sanchez calcula que, ao término da semana passada, mesmo com o câmbio cotado a R$ 5,06 o dólar, a Petrobras já tinha cerca de 25% de defasagem para corrigir. Caso o dólar permaneça nesse patamar e a gasolina suba os 7% que o Brent vai avançando hoje sobre o último fechamento, a defasagem estará em 35%.
Além da Petrobras, confira outros destaques desta segunda-feira:
Gol (GOLL4): demanda por voos cresce, mas ações derretem 17,36%; entenda por quê
- A Gol (GOLL4) divulgou nesta segunda-feira (7) que registrou aumento de 35% na demanda total por voos no mês de fevereiro.
- A oferta total (ASK) da companhia aumentou em 35,8%, resultando em uma taxa de ocupação de 80,3%. O total de assentos cresceu em 37,8% e o número de decolagens evoluiu 37,1%.
- Outro índice que cresceu foi o da demanda total (RPK), com alta de 35,0%, e a taxa de ocupação, que avançou 80,3%.
- No mercado doméstico, a oferta (ASK) da Gol aumentou 31,2% e a demanda (RPK) subiu 30,9%. A taxa de ocupação doméstica da companhia foi 80,7%. O volume de decolagens aumentou 34,9% e o total de assentos cresceu 35,7%.
- As ações da Gol fecharam com queda de 17,36%, cotadas a R$ 12,28, na esteira da alta do petróleo, que afeta as empresas aéreas. Nos últimos 12 meses, os ativos acumularam queda de 32,40%.
- O setor de aviação vem sendo fortemente afetado pela escalada do preço do barril do petróleo decorrente de um possível novo embargo do governo americano ao petróleo russo, segundo a equipe da Ativa Investimentos.
- O petróleo superou na madrugada de hoje a marca de US$ 130 por barril, com o do tipo Brent se aproximando de US$ 140, refletindo novos ataques da Rússia à Ucrânia e acirramento da discussão no Congresso americano sobre possíveis embargos à commodity russa. No entanto, diminuiu o ritmo de alta – da faixa de 9% a 10% para quase 3% -, em meio a informações de que a Rússia anunciou um novo cessar-fogo e a abertura de corredores humanitários.
- “Óbvio que é bom para empresas petrolíferas. Só que chega em um momento em que os preços de energia nesses níveis provoca destruição de demanda enorme”, afirma o fundador e CEO da Ohmresearch, Roberto Attuch Júnior.
- Os preços do petróleo atingiram níveis não vistos antes da crise financeira de 2008, enquanto o setor de energia se fazia a outrora inimaginável questão: como lidar com o quadro se não houver petróleo da Rússia.
- Operadores de petróleo se preparavam para problemas imediatos nos mercados de energia, caso as empresas do Ocidente recebam ordem de desistir do petróleo da Rússia, terceiro maior produtor global, após EUA e Arábia Saudita, e buscar alternativas.
- Antes da guerra, as exportações da Rússia de petróleo e refinados atendiam cerca de 7,5% da demanda mundial por petróleo. Mas após o presidente Vladimir Putin invadir a Ucrânia no fim de fevereiro, muitas refinarias deram uma pausa nas importações. Elas enfrentam dificuldades para conseguir financiamento e navios-tanque para cargas de petróleo russo, e temem danos à reputação, além de sanções.
- De acordo com Jansen Costa, sócio-fundador da Fatorial Investimentos, a queda da Gol — que ocorre junto com a baixa da Azul (AZUL4), que despencou 18%, cotada a R$ 17,90 — já vem ocorrendo de alguns pregões para cá. “A relação é inversa entre o preço do petróleo e uma companhia aérea”, explicou, destacando que as empresas não podem repassar o valor alto do petróleo para os cliente final. Ele ainda fala que os pares internacionais, como American Airlines (AALL34) e United Airlines (U1AL34), também estão em queda desde janeiro, com a alta intensa do principal insumo.
Via (VIIA3) deve ter prejuízo milionário e queda nas vendas no 4T21, projetam analistas
- Com resultado trimestral a ser publicado em nesta quarta-feira (09), a Via (VIIA3) atrai a atenção dos investidores após uma maré negativa com perdas acima de 65% nos últimos 12 meses. O cenário competitivo e a inflação persistente fazem com que os analistas do Itaú BBA e da XP projetem prejuízo na casa de R$ 120 milhões para a varejista no quarto trimestre de 2021.
- No seu resultado do 4T21, a Via também deve manter o mercado atualizado sobre as suas intempéries negativas dos períodos anteriores – como encargos trabalhistas relativamente altos no balanço do 3T21, que ocasionaram quedas nos papéis da varejista.
- Para o Itáu BBA, o resultado trimestral da Via continuará a ser pressionado pelas provisões trabalhistas, levando a empresa a um prejuízo de R$ 127 milhões no 4T21, com R$ 594 milhões de EBITDA ajustado e 7,1% de margem Ebitda.
- Os analistas do banco veem um recuo de 20% nas vendas mesmas lojas no trimestre. Mas, por outro lado, acreditam em um crescimento anual de 15% no GMV (volume bruto de mercadorias) Online.
- “No entanto, ainda esperamos pressão na receita, que deve ficar em R$ 8,4 bilhões. Em relação à rentabilidade, não esperamos grandes mudanças em relação à dinâmica observada no 4T20, com apenas uma leve pressão sobre margem EBITDA bruta e ajustada, que devem permanecer em 29,0% e 7,1%, respectivamente”, dizem os analistas.
- “Por fim, conforme já divulgado pela empresa, o resultado final deve continuam a ser afetados por provisões trabalhistas, que aliadas a um maior custo da dívida, pode levar a um prejuízo de R$ 127 milhões (contra o lucro de R$ 209 milhões no 4T20)”, concluem sobre o balanço da Via.
- No seu parecer mais recente, seguindo o consenso de mercado, o Itaú BBA revisou suas projeções para as ações da varejista, cortando o preço-alvo para R$ 4,70 com rótulo marketperform.
- A justificativa é de uma cautela por conta da situação de contingência em antigos processos trabalhistas, além do cenário mais difícil para o e-commerce.
- Segundo o BBA, a atual estratégia que mantém o foco em rentabilidade ao invés de crescimento, aliada a forte concorrência no segmento de varejo digital, pode levar a um efeito negativo na sua participação de mercado no futuro.
- “Isso, aliado a um cenário macro desafiador para a divisão física nos próximos trimestres, nos levou a mudar nossa recomendação”, apontam os analistas.
- Apesar de manter a mesma postura com relação às recomendações de Via, o Itaú BBA manteve recomendações de outperform para as concorrentes Americanas e Magalu, embora também tenha cortado o preço-alvo das mesmas para R$ 44 e R$ 12, respectivamente.
Omega Energia (MEGA3) eleva participação em complexo eólico
- A Omega Energia (MEGA3) anunciou nesta segunda-feira (7) que assinou um acordo para adquirir a totalidade dos direitos e obrigações do complexo de geração eólica Assuruá, na Bahia.
- Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Omega Energia afirmou que vai aumentar a participação nos parques em implantação: Assuruá 4 (211,5 MW de potência) e Assuruá 5 (243,6 MW).
- Além disso, vai realizar expansões do complexo, visando acrescentar mais 617,6 MW de capacidade instalada, com potencial de direito a 50% de desconto sobre tarifas de transmissão.
- A operação será concretizada por meio da aquisição de debêntures conversíveis de emissão da Assuruá 4 (com conversibilidade equivalente a 20% do capital total) e da Assuruá 5 (conversibilidade equivalente a 40%), por pagamento em espécie de R$ 57.200.208.
- Haverá, ainda, a incorporação da sociedade que será titular das debêntures remanescentes, em que serão emitidas mais 14.484.007 novas ações, atribuídas aos atuais debenturistas.
Vale (VALE3) comunica parada temporária nas operações da Estrada de Ferro Carajás
- A Vale (VALE3) informou nesta segunda-feira (7) que suspendeu temporariamente a circulação de trens na ferrovia Estrada de Ferro Carajás (EFC).
- A companhia disse que fortes chuvas causaram movimentação de terra na ferrovia EFC, no trecho KM378+200, no município Bom Jesus das Selvas (Maranhão), o que provocou a interrupção.
- “O incidente não gerou vítimas e o local afetado passa por avaliação. As operações de mina e porto seguem operando normalmente por meio de gerenciamento de estoques”, destacou a Vale, em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- Na nota, a Vale diz ainda que espera concluir as atividades de manutenção do trecho até quarta-feira (9).
- “Em função da tradicional sazonalidade de produção e embarques no Sistema Norte, em decorrência do período chuvoso no Norte do Brasil, o impacto na produção será mínimo e compensado ao longo do ano, sem afetar nosso guidance de produção de 320-335Mt para o ano”, concluiu a empresa.
iPhone SE 3: Apple (AAPL34) deve lançar opção mais barata com tecnologia 5G
- A Apple (AAPL34) lançará um iPhone de ‘baixo custo’ com tecnologia 5G. O modelo será divulgado nesta terça (8), numa versão do iPhone SE.
- Juntamente com o iPhone, a Apple deve lançar uma nova versão do iPad Air e um modelo atualizado do Mac Mini no evento.
- O smartphone será a primeira atualização do modelo iPhone SE em dois anos e há especulações de que o modelo deve vir com uma câmera aprimorada e um processador mais rápido.
- O modelo tem sido popular em vendas no Estados Unidos, Japão e Europa Ocidental. A Apple deve ter uma aposta nessas regiões, considerando que a tecnologia 5G ainda não é suficiente para criar uma boa experiência na maioria dos países.
- O hardware do iPhone SE 3 deverá ser composto pelo mesmo chip A15 Bionic da linha iPhone 13, e o suporte para redes 5G do novo celular deverá incluir as frequências mmWave e Sub-6 GHz.
- Já as opções de armazenamento devem ser de 64, 128 e 256 GB, assim como já acontece na geração atual do modelo. As cores disponíveis serão branco, preto e vermelho.
- A aparência deve manter traços semelhantes à da geração anterior: apenas uma câmera posterior e a parte frontal, que traz bordas bastante grossas acima e abaixo da tela, além do botão Home com Touch ID integrado.
- A produção em massa do novo iPhone SE deverá ser iniciada ainda em março, e espera-se que a quantidade de unidades vendidas neste ano fique entre 25 e 30 milhões.
- Além disso, a câmera principal deve seguir com apenas um sensor de 12 Megapixels, mantendo assim o mesmo corpo e aparência utilizados pela Apple desde o iPhone 8.
Da Petrobras a Apple, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.