A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse nesta segunda-feira, 27, em sua primeira entrevista coletivas como CEO da companhia, prometer “tempestividade, agilidade e efetividade” à frente da estatal. Magda falou também de lucros, dividendos, plano estratégico e energia renovável.
A nova presidente da Petrobras acrescentou: “Temos que agregar às promessas (de boa gestão) a tempestividade, a aceleração dos esforços dessa companhia. Esse é o meu perfil. Sou uma pessoa que busca fazer as coisas, mas fazer as coisas com tempestividade. O sistema petrolífero tem uma variável que é o tempo, as coisas tem que ser tempestivas”, disse Magda, ao pregar respeito à lógica empresarial.
Além de Petrobras, confira outros destaques desta segunda-feira:
Embraer (EMBR3) deve continuar com forte impulso de lucros, diz Itaú BBA
- Mesmo que a Empresa Brasileira de Aeronáutica, a Embraer (EMBR3), tenha apresentado valorização de cerca de 100% das ADRs nos últimos 12 meses, o Itaú BBA ainda vê potencial de mais ganhos após divulgação do balanço financeiro do primeiro trimestre deste ano (1T24) da companhia. A visão positiva em relação à Embraer fez o banco manter a recomendação ‘outperform’ (equivalente a compra), com preço-alvo de US$ 36, representando uma possível alta de 23% em relação ao fechamento mais recente.
- “Não vemos uma interrupção no forte impulso de lucros da Embraer que têm impulsionado a ação até agora. Pelo contrário, esperamos que cheguem novos pedidos comerciais, já que os principais concorrentes enfrentam gargalos”, diz o BBA em relatório.
- Para os analistas, a rentabilidade da Embraer deve continuar melhorando, à medida que a indústria pode aumentar os preços. “Além disso, a geração de FCF [Fluxo de Caixa Livre] deve acelerar, potencialmente se traduzindo em dividendos em breve, e a disputa legal com a Boeing (BOEI34) deve ser resolvida no segundo semestre deste ano (2T24). Defesa e Eve também são um ponto positivo na tese”, projetam.
- Em termos de valuation da Embraer, segundo o estrategista Daniel Gasparete, a ação está sendo negociada a 15% abaixo da média histórica ao considerar o valor da empresa/backlog.
- No critério valor da empresa/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) estimado para 2025, o desconto é de 50% em relação à Boeing e Airbus, principais concorrentes. “A Embraer tem atraído mais interesse de investidores estrangeiros que anteriormente ignoravam a ação. Essa maior atenção poderia levar a uma redução da diferença de valuation no futuro”, pontua Gasparete.
- O BBA também diz que a rentabilidade da Embraer tem mostrado uma tendência positiva nos últimos anos, apoiada pela melhoria da alavancagem operacional à medida que a empresa aumenta seus números de entregas nas divisões comercial e executiva.
- Além disso, o backlog da Embraer atingiu o maior nível dos últimos sete anos, conforme o relatório. Esse aumento recente foi impulsionado principalmente por pedidos comerciais, mas há potencial para um crescimento significativo também na divisão de defesa e segurança, que, de acordo com o especialista, tem se mantido relativamente estável nos últimos trimestres.
Nubank (ROXO34): ‘Para as fintechs, foi um 1T24 acima do esperado’, diz XP
- Em relatório sobre o saldo da temporada de balanços, a XP destaca que o segmento de Neobanks & Fintechs – que contempla Inter (INBR32) e Nubank (ROXO34) – “apresentou melhoras operacionais sequenciais”.
- “Os balanços das empresas do setor foram considerados positivos no primeiro trimestre de 2024. As empresas do nosso universo de cobertura focaram em eficiência, o que impulsionou os seus resultados”, diz a casa sobre o nicho do Nubank.
- No caso das fintechs, a XP destaca que essa melhora sequencial levou o nicho “a melhores resultados, mas as altas expectativas continuam a pressionar suas ações”.
- No geral, a casa considera que a temporada de balanços do primeiro trimestre 2024 foi mais favorável que o esperado.
- Segundo relatório de Fernando Ferreira, estrategista-chefe e Head do time de Research, e Jennie Li, estrategista de ações, “entre as empresas cobertas pela XP, 30% superaram as estimativas de receita, 25% ficaram aquém e 46% ficaram em linha com as projeções dos analistas”.
- “Quanto ao Ebitda (lucros operacionais), 34% superaram nossas expectativas, 54% vieram em linha, e 12% ficaram abaixo. Por fim, olhando para o lucro líquido reportado nos balanços, 43% superaram nossas estimativas, 18% ficaram em linha e 39% ficaram aquém”, dizem os especialistas.
- Todavia, a casa aponta que as receitas reportadas pelas empresas sob sua cobertura vieram 2% abaixo das estimativas, enquanto o número agregado do Ebitda foi levemente abaixo em 1,7% e do lucro líquido foi 5,3% menor.
- “Mas, olhando para o crescimento na comparação anual, nós vimos uma recuperação nesses últimos trimestres. Em relação ao primeiro trimestre de 2023, as companhias sob cobertura da XP apresentaram um crescimento de receita e Ebitda consolidados de 2,2% e 6,6%, respectivamente”, observam os analistas.
- A visão é de que os segmentos de Materiais e Telecomunicações foram os que mais tiveram uma revisão positiva de lucro por ação, ao passo que os setores de Energia e de Saúde tiveram as revisões mais negativas.
No preço atual, Itaú (ITUB4) é ‘queridinho’ dos analistas do BB-BI
- Conforme novo relatório do BB-BI, o Itaú Unibanco (ITUB4) e o BTG Pactual (BPAC11) seguem como os ‘queridinhos’ da casa, marcando presença na carteira fundamentalista e também na Seleção BB 2024.
- Além das ações do Itaú e do BTG, os especialistas mantêm recomendação de compra para praticamente todos os players do setor financeiro, como BMG (BMGB4), Inter (INBR32), ABC Brasil (ABCCB4) e Santander (SANB11).
- As exceções são Banrisul (BRSR6) e Bradesco (BBDC4), que têm recomendação neutra.
- Para os papéis ITUB4 o preço-alvo é de R$ 40, implicando em uma valorização de cerca de 25% ante a cotação atual, que fica na faixa dos R$ 31.
- “Falando dos bancos de nossa cobertura, finalizamos a temporada de balanços do 1T24 com os destaques positivos ficando principalmente por causa de Itaú, BTG e Inter, com os primeiros mais uma vez apresentando resultados robustos, e o último reforçando novamente a clareza do caminho da transformação do crescimento em rentabilidade”, diz a casa.
- Olhando para os dados recentes de crédito divulgados pelo Banco Central (BC), os especialistas apontam como destaques:
- Avanço da carteira de crédito SFN no comparativo mensal (+0,2%), com variações positivas em praticamente todas as modalidades, à exceção de PJ livre (-1,4%).
- Elevação marginal da inadimplência de forma disseminada
- Queda do spread geral, que atingiu 19,2%, enquanto o ICC ficou estável na passagem do mês
- Sobre o primeiro ponto, o BB-BI aponta que com este movimento, a variação ano contra ano do saldo de operações de crédito, passou de 8,3% em março para 8,7% em abril.
Nubank (ROXO34): Itaú BBA mantém recomendação de compra de olho em expansão rápida de clientes
- A recomendação do Nubank (ROXO34) para os analistas do Itaú BBA segue positiva em classificação de outperform (“compra”).
- Considerado “uma das nossas principais escolhas no setor financeiro do Brasil”, os analistas do BBA Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard avaliam as ações do Nubank em um bom momento, diante do cenário de crescimento do banco digital.
- “O Nu continuou a aumentar a penetração de crédito por cliente em um ritmo rápido, como mostrado no primeiro trimestre. Ao expandir a oferta de produtos, a elegibilidade dos clientes e/ou aumentar o limite por cliente, o ROXO34 monetiza mais e ganha relevância entre os brasileiros de renda média-alta na sua base de cerca de 90 milhões de clientes”, comentam os analistas.
- Além disso, na avaliação do BBA, as métricas de crédito do Nubank subjacentes permanecem saudáveis e os indicadores macroeconômicos são favoráveis, o que deve refletir no crescimento do lucro nos próximos trimestres – assim como um portfólio de maior risco.
- Com isso, a indicação do banco segue para comprar ações do Nubank (“outperform”), com o valor justo para o final de 2024 mantido em US$ 13, alterar demais estimativas. Na visão do banco, as ações estão sendo negociadas a 24x P/L de US$ 2,1 bilhões em 2024 e 15x em 2025.
Gol (GOLL4) anuncia aumento de capital de R$ 7,78 bilhões em novo plano de recuperação judicial
- A Gol (GOLL4) divulgou o seu Plano Financeiro de 5 Anos de base para o planejamento de reorganização da companhia no Chapter 11.
- Em recuperação judicial nos Estados Unidos desde janeiro deste ano, a companhia aérea Gol está em vias de dar os primeiros passos de sua reestruturação financeira.
- Conforme divulgado pela imprensa nesta segunda-feira (27), as renegociações com os arrendadores foram bem sucedidos, e o plano de investir em seus próprios motores e aumentar o tamanho da frota operacional e de capacidade segue firme.
- “O novo Plano de 5 Anos da GOL que divulgamos hoje serve como um guia para nossa próxima fase, durante a qual continuaremos a avançar em nossas estratégias de longo prazo para expandir nossa posição como companhia aérea líder na América Latina”, afirma Celso Ferrer, CEO da Gol.
- Segundo o executivo, a companhia comemora ter alcançado mais um marco importante no processo de reestruturação financeira.
Fitch reafirma rating da JBS (JBSS3) em ‘BBB-‘, com perspectiva estável
- A Fitch Ratings reiterou os ratings de longo prazo em moeda estrangeira e moeda local da JBS S.A. (JBSS3) em ‘BBB-‘, enquanto o rating da escala nacional ficou em ‘AAA(bra)’.
- A agência também reafirmou a classificação de longo prazo da JBS USA Lux S.A. (JBS USA) e as notas seniores sem garantia em ‘BBB-‘, emitidas com os co-emissores JBS Luxembourg Company S.A. e JBS USA Food Company. As notas seniores sem garantia da JBS USA são garantidas pela JBS S.A. JBS USA Finance Inc. A perspectiva do rating foi classificada como estável.
- Em nota, a agência ressaltou que as classificações refletem “o forte perfil empresarial, a amortização favorável da dívida, o fluxo de caixa livre positivo esperado e a desalavancagem gradual nos próximos dois anos após atingir um pico em 2023″, disse em nota.
- Para o sólido perfil empresarial da empresa, a Fitch destacou o tamanho da empresa, sua variedade de proteínas e a diversificação geográfica, sendo uma das empresas mais diversificadas geograficamente no setor de proteínas avaliada pela agência, com presença expressiva na América do Norte, América do Sul, Austrália e Europa.
- Sobre a exposição da empresa fora dos EUA, a Fitch disse que a diversificação geográfica de vendas e produção “ajuda a mitigar o impacto das flutuações cíclicas do mercado de gado, restrições de importação, questões de saúde, questões sociais e riscos ambientais, incluindo aqueles decorrentes das complexidades de monitoramento da cadeia de suprimentos”.
- Em 2023, as exportações representaram aproximadamente 25% das vendas líquidas globais da companhia, com a China recebendo 25% desses embarques. A JBS Brasil contribuiu com cerca de 13% do Ebitda do grupo em 2023.
- Já nos Estados Unidos, a Fitch avalia como forte a ligação entre a divisão norte-americana e sua empresa controladora, “com altos incentivos legais, operacionais e estratégicos alinhados com os Critérios de Classificação de Vínculo entre Controladora e Subsidiária da Fitch”.
- “A JBS USA é indiretamente totalmente controlada pela JBS S.A. e gera a maior parte das receitas consolidadas da JBS S.A. Os títulos da divisão norte-americana são garantidos pela empresa controladora, que exerce controle sobre as estratégias empresariais e financeiras da JBS USA”, afirmou a agência.
- Além disso, a Fitch apontou como um dos fatores para a classificação atual uma possível redução da alavancagem líquida, projetada para cair abaixo de 3x até 2024 e diminuir ainda mais em 2025, com um aumento no Ebitda que deve ocorrer em virtude de um fluxo de caixa livre positivo e um desempenho forte em “várias divisões”, segundo a agência.
- “Especificamente, a Seara e os segmentos de aves e suínos nos EUA provavelmente verão melhorias por causa de preços mais baixos dos grãos e uma equação oferta/demanda mais equilibrada”, disse a Fitch, ressaltando que a lucratividade da divisão de carne bovina dos EUA pode seguir afetada pela desaceleração cíclica.
- A agência ressaltou, também, que vê o perfil empresarial da JBS (JBSS3) em linha com o da Tyson Foods, que, “embora menos diversificada internacionalmente, oferece uma gama mais ampla de alimentos preparados e não enfrenta os mesmos desafios ambientais que a companhia enfrenta no Brasil, especialmente em relação ao desmatamento”.
- Por fim, a Fitch citou como fatores que podem elevar a classificação da JBS: uma dívida líquida sobre Ebitda abaixo de 1,5x de forma sustentada e uma melhoria na governança. Já entre os fatores que poderiam levar a um “downgrade”, a agência destacou uma possível alavancagem líquida acima de 2,5x de forma sustentada em conjunto com um fluxo de caixa livre negativo e liquidez fraca.
Da Petrobras ao Nubank, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.