O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) afirmou que julgará na terça-feira da próxima semana (30), em uma sessão extraordinária, a venda da Refinaria Isaac Sabbá (Reman), da Petrobras (PETR4), para a Reman Participações, do Grupo Atem. A informação foi publicada nesta quarta-feira (24) no Diário Oficial da União (DOU).
Essa vai ser a terceira tentativa de votação do caso pelo tribunal do Cade.
O negócio é parte de acordo firmado em 2019 com o Cade, em que a Petrobras se comprometeu a vender oito refinarias para aumentar a concorrência neste mercado, e inclui também o repasse de ativos logísticos, como dutos e um terminal aquaviário (TUP Reman).
Em maio, a Superintendência-Geral do Cade chegou a aprovar a operação. A conselheira Lenisa Prado, porém, reabriu a análise, o que levou o processo ao tribunal.
O colegiado começou a examinar a operação no último dia 3, mas um pedido de vista da relatora, Lenisa Prado, adiou o julgamento, que foi retomado em 17 de agosto. Contudo, o conselheiro Gustavo Augusto pediu um novo pedido de vista. Este foi feito logo após a relatora votar pela aprovação do negócio sem restrições.
Apesar do voto de Lenisa Prado, Atem e Petrobras apresentaram uma proposta de acordo porque, conforme a apuração do Broadcast, parte do conselho do Cade vê problemas concorrenciais na operação.
A proposta das empresas propõe garantir o acesso ao terminais portuários da Reman a concorrentes, bem como às estruturas de armazenagem, para permitir que distribuidoras possam comprar combustíveis de outras refinarias.
Augusto pediu vista alegando que analisará melhor a proposta do acordo, que foi considerada desnecessária pela conselheira relatora.
A sessão da próxima terça terá início às 10 horas e será realizada por meio remoto, com transmissão em tempo real pelo site do Cade e pelo canal do órgão no YouTube.
Além da Petrobras, confira outros destaques desta quarta-feira:
Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3): 5 ações que ganham com a queda da inflação
- A XP Investimentos divulgou relatório nesta quarta-feira (24) que analisa quais são as ações que mais se beneficiam da queda da inflação. Sem muitas surpresas, varejistas como a Magazine Luiza (MGLU3) estão entre as que mais se prejudicam quando o IPCA, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o medidor inflacionário oficial do país, passa a acumular alta. Mas e quando o IPCA e o IPCA-15 apontam deflação?
- “Junto ao receio de uma recessão global, o Brasil e o resto do mundo têm enfrentado o desafio de uma inflação em alta, puxada pela forte demanda pós reabertura econômica e pelos recentes choques causados pela guerra na Ucrânia e também as disrupções nas cadeias de suprimento”, diz o relatório da XP.
- Além de conseguir entender o cenário macroeconômico mundial, é importante distinguir quem ganha e quem perde na Bolsa de Valores quando se trata dos ativos mais afetados.
- “Em geral, empresas de consumo discricionário tendem a se beneficiar mais de uma inflação mais baixa, enquanto consumo básico e imobiliário vão bem no cenário oposto”, afirmam os analistas.
- Ou seja, as ações de Magazine Luiza e Via (VIIA3), por exemplo, se enquadram na descrição.
Americanas (AMER3) é questionada por movimentação atípica de ações
- Após subir 15% no fechamento da terça-feira (23), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questionou a Americanas (AMER3) por negociações consideradas atípicas na Bolsa de Valores brasileira, registradas desde 10 de agosto.
- A CVM também aponta que houve aumento de oscilações, além de crescimento no número de negócios e volume movimentado.
- A situação já havia sido identificada antes e depois do anúncio do novo CEO da Americanas, Sergio Rial, que ocorreu na noite da última sexta-feira (19). O executivo vai assumir o cargo na varejista a partir de janeiro de 2023.
- “Acerca da movimentação observada, a companhia destaca que não tem conhecimento de nenhum fato que tenha motivado as últimas oscilações registradas em suas ações”, afirmou o CEO e diretor de Relações com Investidores da companhia, Miguel Gutierrez, em comunicado na noite desta terça.
- Durante o mês de julho, as ações da Americanas tiveram uma média diária de negociação aproximada de R$ 200 milhões, de acordo com a apuração do Bloomberg Línea. Esse indicador mais do que triplicou em 10 de agosto, quando o papel da companhia disparou mais de 7%. Nas duas sessões seguintes do Ibovespa, chegou a perder 9%, mas voltou a subir em 15 de agosto, quando ganhou 16%.
- Mas o pico da movimentação da Americanas foi na sessão de segunda-feira (22), primeiro pregão após o anúncio do novo CEO, quando os negócios superaram R$ 1 bilhão.
- A cotação estava em R$ 18,50, após alta de 22,49%. Considerando apenas os primeiros dias da semana, os ativos acumulam 41,98%. No ano, entretanto, perdem 39,92%.
Porto (PSSA3) pagará R$ 397,5 milhões em JCP; veja valor por ação
- A Porto Seguro (PSSA3) anunciou nesta quarta-feira (24) que vai pagar R$ 397,5 em Juros Sobre Capital Próprio (JCP) aos seus acionistas.
- O valor dos proventos por ação será de R$ 0,62, que serão pagos até 30 de maio de 2023.
- Apenas os investidores com ações da Porto no dia 29 de agosto terão direito de receber os rendimentos. A partir de 30 de agosto, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
- Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos obrigatórios do exercício de 2022.
- O valor dos JCP terá retenção do imposto de renda na fonte, com alíquota de 15%, resultando em aproximadamente R$ 0,52 por ação.
JCP da Porto
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- Valor total: R$ 397.575.000,00
- Valor por ação: R$ 0,62330389068
- Data de corte: 30 de agosto
- Data do pagamento: até 30 de maio de 2023
- Rendimento (dividend yield): 3,37%
Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) são as preferidas do BBA após o 2T22; entenda por quê
- Em relatório sobre as siderúrgicas da Bolsa, o Itaú BBA atualizou suas projeções para o setor e as empresas depois dos resultados do segundo trimestre de 2022, sinalizando preferência para as ações da Gerdau (GGBR4) e Usiminas (USIM5), nesta ordem.
- O BBA recomenda compra para as duas ações, projetando preço-alvo de R$ 15 para os papéis da Usiminas, equivalente a um upside de 54%, e preço-alvo de R$ 34 para a Gerdau, com upside de 39%.
- Para a CSN (CSNA3), a recomendação do Itaú é “neutra”, com o preço-alvo de R$ 17, que representa 5% de upside.
- O banco de investimentos reduziu cerca de 10% a 15% anualmente as projeções de preços do aço doméstico em 2023, principalmente devido aos preços globais mais baixos e à normalização da demanda doméstica. Além disso, também espera preços mais baixos do minério de ferro.
- A avaliação do Itaú sobre a Usiminas e a Gerdau é baseada nos resultados do 2T22. Isso inclui a projeção de curva de preços do minério de ferro, com média de USD 115/ton para 2022 e USD 90/ton para 2023, e suas premissas de custo de capital mais alto, que resultaram em “preços-alvo mais baixos em geral”.
- O BBA prefere exposição ao aço do que ao minério de ferro. “Gostamos da resiliência de diversificação geográfica da Gerdau e acreditamos que o sólido balanço patrimonial pode levar a fortes retornos aos acionistas”, disseram os analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares.
- Além disso, o banco diz que a Usiminas, apesar de ser a mais barata, é a mais volátil ação em em sua cobertura, negociando a 2,3x EV/EBITDA em 2023. Em comparação, a Gerdau está sendo negociada a 3,2x EV/EBITDA.
- “Gostamos da proposta de risco-recompensa da Usiminas e da forte geração de FCF [free cash flow]”, pontuam.
- O banco atualizou suas projeções para a Gerdau em 2022 e 2023, elevando a estimativa de Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 2022 para R$ 22,3 bilhões, seguindo o sólido desempenho nos Estados Unidos no primeiro semestre de 2022.
- Entretanto, os analistas esperam uma baixa no Ebitda da Gerdau em 2023 para R$ 12,7 bilhões, com uma queda de 10% ano a ano nos preços domésticos do aço e 15% ano a ano nos preços do aço nos EUA.
- Para a Usiminas, o Itaú BBA estima um Ebitda em 2022 de US$ 7,2 bilhões e US$ 5,6 bilhões em 2023.
Da Petrobras à Usiminas e Gerdau, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.