Radar: Oi (OIBR3) vende 8 mil torres para a Highline, Banco do Brasil (BBAS3) atualiza valores por ação de dividendos, Americanas (AMER3) dispara após anúncio de novo CEO
A NK 108 Empreendimentos arrematou 8 mil torres de telefonia fixa da Oi (OIBR3) por R$ 1,697 bilhão na tarde desta segunda-feira (22), em leilão dos ativos da empresa de telefonia.
A companhia é afiliada da Highline Brasil, que já adquiriu torres de rede móvel e sites da infraestrutura da Oi em 2020, por R$ 1 bilhão.
A NK 108 havia feito oferta viculante no início de agosto, convocando o leilão como única proponente.
O certame foi conduzido por Fernando Viana, juiz da recuperação judicial da Oi, da 7ª vara empresarial do Rio de Janeiro.
A venda da SPE (sociedade de propósito específico) Torres 2 da Oi foi uma determinação da recuperação judicial da empresa de telefonia. A Torres 2 é batizada de Lemvig Serviços de Televisão por Assinatura S.A., cujas ações são todas pertencentes à Oi.
A conclusão da recuperação judicial deve sair após a conclusão de operação de venda dessesativos, segundo fontes próximas ao processo.
Além disso, a venda das torres de telefonia fixa depende da aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
As torres da Oi fazem parte do conjunto estrutural para oferecer a transmissão de radiofrequência e outros equipamentos.
O leilão da Oi envolveu contratos, direitos, obrigações, licenças e demais equipamentos necessários à operação.
A American Tower e a IHS Brasil haviam sido apontadas como possíveis interessadas no leilão, entretanto, tanto a American Tower do Brasil quanto a IHS do Brasil não fizeram propostas pelos ativos até o início do leilão.
Em 2021, a American Tower comprou a CoreSite, nos EUA, por mais de US$ 10 bilhões, e a Telxius Towers, do grupo Telefônica, por US$ 9,4 bilhões.
Já a IHS adquiriu a então FiberCo (renomeada I-Systems), rede de fibra independente da TIM, por R$ 1,96 bilhão. A IHS chegou a levantar US$ 378 milhões no mercado ao abrir seu capital na bolsa de Nova York, em 2021, para financiar seu crescimento.
Além da Oi, confira outros destaques desta segunda-feira:
Nubank (NUBR33): Itaú BBA corta preço-alvo e reforça recomendação de venda; entenda por quê
- O Itaú BBA reiterou recomendação de “underperform”, equivalente a “venda”, para as ações do Nubank (NUBR33), e cortou o preço-alvo de R$ 4,50 para R$ 3,50.
- O banco permanece “cauteloso” com os preços atuais para os papéis do Nubank e explica que a desaceleração do crédito pessoal e os índices de inadimplência estão altos, acima das expectativas dos analistas e dos números de outros bancos, indicadores que, de acordo o BBA, merecem atenção dos investidores.
- A fintech teve prejuízo líquido de US$ 29,9 milhões no período, alta de 96,7% sobre os US$ 15,2 milhões do 2T21.
- O macro jogou contra a qualidade do crédito do Nubank, na avaliação do BBA, e “há uma curva de aprendizado para escalar o produto do roxinho tão rápido”.
- Assim, o Itaú BBA também diminuiu suas estimativas de 2023 e médio prazo, para R$ 2,6 bilhões de lucro líquido contra os R$ 3,1 bilhões previstos anteriormente. “A dinâmica dos lucros provavelmente permanecerá negativa”, explicam os analistas Pedro Leduc, Mateus Raffaelli e William Barranjard no relatório.
- A inadimplência teve elevação de 3,5% para 4,1%, considerando os atrasos acima de 90 dias e a operação no Brasil. Ao final de março, a taxa de calotes estava em 4,2% e há 12 meses, ao final de junho de 2021, em 2,9%. A taxa para atrasos entre 15 a 90 dias também ficou estável, em 3,7%. “Damos limites muito baixos”, admitiu ao Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, o CEO e fundador do Nubank, David Vélez..
- O banco vê a avenida de crescimento do Nubank desafiadora e espera que as previsões de crescimento de empréstimos pessoais caiam significativamente. “Esptimamos que a carteira de empréstimos pessoais cresça modestos 28% em 2022 e 7% em 2023. Nosso valor de R$ 19 bilhões em 2025 está provavelmente ~50% abaixo do que analistas otimistas carregam”, pontuam.
- O Itaú BBA explica que a inadimplência do Nubank provavelmente está subindo mais rápido do que o esperado, e ajustes de originação estão sendo realizados, que devem reduzir o crescimento de volume no curto prazo.
- Outro ponto de preocupação para o Itaú BBA é a mudança na contabilidade do Nubank. O roxinho acabou reduzindo o prazo de baixa de crédito ruim para empréstimos pessoais atrasados de 360 dias para o atuais 120 dias, segundo o banco digital.
- Essa mudança indicou para o Itaú que o Nubank está sugerindo que os empréstimos pessoais têm um potencial de recuperação menor, ou seja, mais arriscados, quando comparados com seus cartões de crédito.
- “Parece que o risco neste produto foi provavelmente subestimado e terá que ser redesenhado”, disseram os analistas.
- O Itaú adicionou que a maioria dos outros grandes bancos brasileiros usam o padrão de 360 dias em empréstimos pessoais, então os números de inadimplência do Nubank não serão mais “comparáveis” com o sistema.
- A expansão do cartão de crédito do Nubank também parece estar em risco, assim, o Itaú reduziu a previsões de crescimento do saldo de cartões de crédito para 63% em 2022 e 15% em 2023.
BTLG11: Justiça suspende liminar que impedia fusão com BLCP11; entenda
- O fundo imobiliário BlueCap Renda Logística (BLCP11), em fato relevante ao mercado nesta segunda-feira (22), informou que a Justiça revogou a decisão que suspendia a aprovação em assembleia sobre a incorporação do FII pelo BTG Pactual Logística (BTLG11).
- O fundo de logística do BTG Pactual dá um passo importante no processo de fusão com o BLCP11 – embora a a questão ainda vá ser discutida em outra esfera judicial.
- Mas, com o pedido de limitar negado pela Justiça, as deliberações da Assembleia Geral Extraordinária do BLCP11 que aprovou a fusão com o BTLG11 já têm valor legal.
- No dia 5 de agosto, o principal cotista do fundo, que possui 72% das cotas, votou pela aprovação da consolidação dos dois FIIs de logística. Por isso, a gestora entrou com uma liminar para suspender os efeitos da assembleia.
- Em comunicado ao mercado, a administradora do fundo disse que apresentou uma “manifestação solicitando que o pedido da gestora não fosse acolhido”. Hoje “foi proferida decisão negando o pedido de liminar formulado pela gestora”.
- Porém, a decisão da Justiça de derrubar a liminar obtida pela BlueCap Gestão de Recursos não anula ainda a ação iniciada pela gestora. O fato relevante detalha que esse processo segue na 1ª Vara Empresarial e Conflito de Arbitragem do Tribunal de Justiça de São Paulo.
- A gestora do BLCP11 vê conflito de interesses na proposta de incorporação do fundo pelo BTLG11, afirmando que a divulgação dos investidores que defendem a fusão não ocorreu em tempo suficiente para a realização da AGE que debateu e decidiu sobre a fusão dos fundos.
- A gestora do BTLG11 deixou claro que o fundo considera positiva esse tipo de oportunidade dentro do mercado – seja por meio da aquisição ou incorporação de cotas.
- Além disso, o fundo disse estar aberto a negócios que contribuam com o aumento de valor patrimonial, melhoria de rendimentos e potencial destrava de lucros. Desde o mês de maio que o BTLG11 segue em discussão para a incorporação do BLCP11 e do VVPR11.
Via (VIIA3) reforça caixa com R$ 300 milhões em créditos tributários e ações sobem
- A Via (VIIA3), em meio à um cenário complexo para o segmento de varejo, fez uma venda de R$ 300 milhões em créditos tributários de ICMS.
- A transação foi comunicada pela Via nesta segunda (22), em comunicado arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As ações VIIA3 fecharam em alta de 1,93%.
- “Dessa forma, além da monetização recorrente, a companhia já totaliza transações de venda de créditos fiscais no valor de R$ 800 milhões neste exercício social“, diz o comunicado.
- Os R$ 800 milhões ainda são uma pequena parte do que a companhia ainda tem para converter, segundo comunicados anteriores.
- Ao fim de 2021, a empresa dispunha de R$ 9,5 bilhões em créditos tributários para reforçar o caixa da Via.
- O impacto esperado no fluxo de caixa da Via por conta dessas transações ocorrerá ao longo dos próximos 18 meses, disse a empresa.
- O reforço no caixa vem em meio à uma retração forte no lucro da companhia, que caiu 95% no segundo trimestre de 2022, conforme resultado financeiro divulgado no dia 11 de agosto.
- A companhia teve lucro líquido contábil de R$ 6 milhões no trimestre, com lucro comparável de R$ 16 milhões, queda de 64,4% sobre o 2T21 e margem líquida de 0,2% no trimestre.
- No período, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Via, foi de R$ 690 milhões, crescimento equivalente a 42,3% na comparação de base anual.
- A margem Ebitda ajustada ficou em 9%, acima dos 6,2% de um ano antes.
Banco do Brasil (BBAS3) atualiza valores por ação de dividendos e JCP bilionários
O Banco do Brasil (BBAS3) comunicou nesta segunda-feira (22) uma atualização sobre o valor por ação de dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) que serão pagos em 31 de agosto. Os proventos foram anunciados em 10 de agosto.
O valor bruto total informado foi de R$ 2,2 bilhões, sendo R$ 571,2 milhões em dividendos e R$ 1,6 bilhão em JCP.
Agora, o valor dos proventos por ação será dividido da seguinte forma:
- Para os dividendos, passam de R$ 0,20018899819 para R$ 0,20389622620;
- Para o JCP do Banco do Brasil, R$ 0,57067846688 para R$ 0,58124665604.
Os valores brutos foram atualizados com base na taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 13,75% ao ano.
O pagamento continuará com a mesma data, 31 de agosto, conforme fato relevante.
Apenas os investidores com ações do Banco do Brasil no fechamento de hoje, 22 de agosto, terão direito de receber os rendimentos. A partir de 23 de agosto, as ações serão negociadas sem direito aos dividendos.
Segundo documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), esses proventos fazem parte dos dividendos complementares, referentes ao segundo trimestre de 2022.
Americanas (AMER3) dispara 22,49% após eleição de Sergio Rial para a presidência
- As ações da Americanas (AMER3) dispararam desde o anúncio de que Sergio Rial será o novo presidente da companhia a partir de 2023.
- O novo presidente substituirá o marcante CEO Miguel Gutierrez, à frente da Americanas há mais de 20 anos, conforme anunciou a empresa em comunicado na sexta-feira (19).
- Presidente dos conselhos de administração do Santander Brasil e da Vibra (VBBR3), Sergio Rial é também vice-presidente do conselho de administração da BRF (BRFS3), dona da Sadia e da Perdigão.
- A notícia foi encarada como positiva pelo Itaú BBA, que acredita que Rial poderá trazer ideias frescas à gigante do varejo brasileiro.
- Os analistas Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi e Gabriela Moraes esperam que, com a mudança, mais investidores estarão propensos a dar o benefício da dúvida ao papel que foi deixado de lado nos últimos trimestres devido à sua volatilidade e problemas de comunicação, fazendo-o subir de preço.
- O BBA afirmou enxergar as negociações dos papéis rondando o múltiplo de 5 vezes o valor da empresa sobre o Ebitda, o que considera barato.
- O Goldman Sachs, por outro lado, afirmou ainda ser cedo para cravar potenciais mudanças na estratégia da companhia, mas que a chegada de um agente com experiência em vários cargos de gestão de outras grandes empresas não deixa de ser encorajadora.
- A XP cortou seu preço-alvo para as ações da Americanas, saindo de R$ 21 e indo para R$ 20, e reiterou sua recomendação neutra para as ações da empresa, por preferir estar exposta outros varejistas com relação de risco/retorno mais “equilibrada”, na visão dos analistas.
- No modelo da casa, que também vê a mudança de CEO como positiva, foram incorporados os resultados operacionais do segundo trimestre, com resultados de curto prazo desafiadores e premissas de custo de capital atualizadas.
- Nesta segunda-feira (22), os papéis da Americanas fecharam em forte alta de 22,94%, sendo negociados a aproximadamente R$ 15,96.
Bradesco (BBDC4): Banco Safra ajusta as estimativas e eleva preço-alvo: “Números sólidos”
- O Banco Safra ajustou as estimativas para o Bradesco (BBDC4), com a incorporação dos resultados do segundo trimestre de 2022 (2T22).
- Os analistas decidiram elevar o preço alvo para as ações do Bradesco, indo de R$ 26 para R$ 28 em 2023, reiterando a recomendação de compra. A previsão do Safra é que as ações preferenciais serão negociadas a P/E 2023 de 9,5 vezes e P/BV de 1,8 vez.
- “O banco registrou sólido crescimento no volume de empréstimos, boa recuperação nos resultados de Seguros, apesar da ligeira deterioração da qualidade do crédito”, diz o relatório do Safra. “Esperamos que o Bradesco continue apresentando números sólidos para volumes de empréstimos e NII (renda líquida com juros), enquanto ainda vemos bom espaço para expansão nos resultados dos Seguros, o que deve levar o Bradesco a sustentar uma rentabilidade próxima a 18%.”
- Apesar de uma visão mais positiva para o banco, os analistas fizeram um corte marginal para as estimativas de lucro líquido do Bradesco, para R$ 28,4 bilhões, após o corte de expectativas da NII em -1% em 2022, “principalmente incorporando o impacto de juros mais altos, o que nos leva a reduzir significativamente a NII com os números de mercado para 2022”, de acordo com o relatório.
- Por outro lado, o Safra mantém uma visão construtiva de NII com os clientes (R$ 68,3 bilhões para 2022), superando o topo do guidance, que estava entre 18 e 22%.
- Na visão dos analistas, o número reflete sólido volume de empréstimos expansão de 12,3% no ano, dinâmica de spread e mix (crescendo especialmente em crédito mais arriscado linhas no segmento individual).
- “É provável que o custo do crédito continue a aumentar, após esta dinâmica de crescimento do crédito e ligeira deterioração da qualidade do crédito (e após o Crédito não produtivo (NPL), ou crédito não produtivo, recente acima de 90 dias)”, afirma o texto. Portanto, a expectativa sobre a provisão para créditos de liquidação duvidosa provisões no topo do guidance (em R$ 21,3 bilhões).
- Os analistas estimam, desta forma, que os NPLs acima de 90 dias encerrarem 2022 em 3,7%, 20 bps acima do modelo anterior.
- Os analistas do Banco Safra ressaltam que, com a alteração no preço-alvo, há um desconto dos dividendos do Bradesco de 13,8% e crescimento perpétuo de 5,5%.
- “Esperamos que o Bradesco tenha um payout de 40% em 2022 e 2023, representando um dividend yield de 5,4% e 6,1%, respectivamente”, afirmam.
- Com os novos números do Safra, o Bradesco está ligeiramente abaixo de seus pares — sendo a média 7,0 vezes e o Bradesco com P/E de 6,6 vezes.
- “Ainda temos alguma preocupação com uma eventual qualidade de crédito deterioração, que é o principal risco para nossa tese. Mas, por enquanto, tais riscos são bastante sob controle a nosso ver”, aponta o texto.
PetroRio (PRIO3) pode comprar a Dommo (DMMO3), diz colunista; ações caem
- No domingo (21), a coluna do O Globo de Lauro Jardim afirmou que a PetroRio (PRIO3), do empresário Nelson Tanure, pretende comprar a antiga OGX, de Eike Batista, a Dommo (DMMO3).
- O colunista aponta, entretanto, que a aquisição não será feita agora, mas quando os créditos tributários que a PetroRio possui forem validados pela Receita Federal.
- Na visão da equipe de Research da Ativa Investimentos, a compra da Dommo pela petroleira era de certa forma esperada pelo mercado e dispõe apenas de viés financeiro.
- “Ainda assim, o movimento pode ser positivo para compráveis de créditos tributários superarem os valores pagos efetivamente”, afirmam os analistas da Ativa, em nota.
- As ações da PetroRio encerraram o pregão desta segunda-feira (22) em queda de 2,29%, cotadas a R$ 23,42. As ações da Dommo despencaram 8,28%, a 1,55.
Da Oi à PetroRio, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.