Radar: Nvidia (NVDC34) vira 2ª empresa mais valiosa do mundo, BRF (BRFS3) tem preço-alvo elevado e analistas veem ‘produção fraca’ afetando ações da Ambev (ABEV3)
O valor de mercado da Nvidia (NVDC34) ultrapassou US$ 3 trilhões em market cap pela primeira vez nesta quarta-feira (5), chegando a superar a Apple (AAPL34) como a segunda maior empresa de capital aberta do mundo, impulsionada pela demanda por seus chips de inteligência artificial durante o último ano. As ações da Nvidia fecharam em alta de 5,2% em Nova York. A Microsoft (MSFT34) se mantém como a empresa mais valiosa do mundo.
Os títulos da fabricante de chips utilizados para tarefas de inteligência artificial (IA) já registraram um aumento de 147% neste ano na Nasdaq, a bolsa de empresas de tecnologia dos EUA, em meio à animação do mercado com investimentos em empresas relacionadas ao desenvolvimento de IA.
A Apple perdeu sua posição de maior empresa do mundo em valor de mercado para a Microsoft (MSFT34) no começo deste ano. Investidores têm focado nas ações da Nvidia à medida que empresas de tecnologia como Google (GOGL34), Microsoft e Meta (M1TA34) gastam bilhões de dólares em seus chips, sem sinais de que esses gastos devem diminuir em breve.
A Nvidia detém a maior fatia do mercado de soluções de computação de inteligência artificial, abrangendo GPUs, bem como os componentes de switch NVLink que conectam GPUs individuais dentro de um servidor. Os switches estão se tornando cada vez mais essenciais na era dos data centers de inteligência artificial porque influenciam diretamente a velocidade de transmissão de dados entre servidores.
Os chips da Nvidia suportam modelos de IA que, segundo o CEO Jensen Huang, vão iniciar uma nova “revolução industrial”, transformando negócios globais com recursos que aumentam a produtividade.
Nos últimos meses, a Nvidia se tornou uma das grandes apostas dos investidores. Em maio, a empresa reportou resultados financeiros acima das expectativas, com receitas 262% maiores que no ano anterior, impulsionadas principalmente pelas vendas dos chips da geração Hopper. A Nvidia também anunciou um desdobramento de ações de 10 para 1, a ser implementado em 7 de junho.
A Nvidia contribuiu para mais de um terço dos ganhos do índice S&P 500 neste ano, segundo dados da Bloomberg, levantando preocupações em alguns setores sobre uma possível bolha. Isso quer dizer que a empresa foi avaliada em cerca de 42 vezes seus lucros esperados para os próximos 12 meses, um aumento em relação às 23 vezes no início do ano e acima das 29 vezes da Apple.
Apesar das iniciativas de concorrentes como AMD (A1MD34) e Intel (ITLC34) para conquistar parte do mercado da Nvidia, ela continua liderando na corrida global para fornecer o hardware mais avançado para cargas de trabalho de IA, bem como as ferramentas de software necessárias para criar aplicativos com essa tecnologia.
Huang revelou em março a linha Blackwell, afirmando que gerará uma grande parte da receita deste ano, antes do previsto por muitos analistas.
Em uma apresentação surpreendente na conferência Computex em Taiwan no fim de semana, Huang também deu uma prévia da próxima geração de processadores, Rubin, que começará a ser enviada em 2026.
Além de Nvidia, confira outros destaques desta quarta-feira:
BRF (BRFS3) encorpada: banco eleva preço-alvo das ações em 31%; veja por quê
- Em relatório divulgado nesta quarta-feira (05), o Santander manteve recomendação neutra para as ações da BRF (BRFS3), apesar de aumentar preço-alvo de R$ 16 para R$ 21, alta de 31%. Os analistas avaliam que a maior parte do impulso de lucros já está precificada pelo mercado.
- “O impulso nos ganhos tem sido forte recentemente e esperamos que essa tendência continue ao longo do ano”, diz o Santander. O banco prevê para 2024 um Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 8,6 bilhões e um EV/Ebitda de 5x.
- Embora esse nível possa parecer descontado em relação à média histórica de 3 anos de 6x, o Santander acredita que o potencial de alta da BRF é limitado e, portanto, não espera uma revisão nas estimativas de consenso, dado os riscos de alta nos preços do milho e a visibilidade limitada das operações no exterior da BRF.
- A BRF apresentou resultados melhores do que o esperado no 4T23 e no 1T24, principalmente devido ao forte desempenho das operações da BRF no exterior, que cresceram significativamente desde a apresentação de Ebitda negativo no 1T23.
- “Embora esse forte desempenho possa ser uma questão de preço de transferência e maximização de lucros no exterior, também pode ser um reflexo de disrupções logísticas no Mar Vermelho. De qualquer forma, a visibilidade sobre esse desempenho é baixa, e não estimamos nenhuma mudança estrutural na demanda global para sustentar uma visão otimista de longo prazo nos mercados internacionais”, comenta o Santander.
Analistas recomendam ações da Sabesp (SBSP3), com ‘potencial ganho de valor’
- Na terça-feira (4), a Sabesp (SBSP3) divulgou novos detalhes sobre a venda das ações ordinárias da companhia detidas pelo estado de São Paulo. O estado manterá pelo menos 18% do capital social da empresa. Segundo a Genial Investimentos, essa operação tem potencial para um destravamento significativo de valor, levando os analistas a recomendarem a compra das ações, com um preço-alvo de R$ 77.
- A Genial destaca vários fatores que justificam a estimativa de um potencial significativo de destravamento de valor para a companhia após a conclusão da privatização da Sabesp. Entre esses fatores estão:
- Evolução da Base de Remuneração Regulatória e a reprecificação em termos de múltiplos.
- O caso da Equatorial (EQTL3), cujo valor de mercado se multiplicou mais de 20 vezes nos últimos 10 anos.
- O momento atual do setor de saneamento no Brasil, que representa uma grande oportunidade para a Sabesp.
- Em relação ao capital social, cujo Estado de São Paulo manterá de 18%, a research avalia que esse sempre foi esse o cenário-base, associado a empresa tocando o novo fluxo de investimentos sem a necessidade de novos recursos.
- “Outro ponto interessante é a indicação do tamanho da operação: considerando a fatia mínima a ser alcançada versus a fatia atual que o governo do estado de SP tem na Sabesp, imaginamos que a operação possa alcançar um volume de até R$16 bilhões se considerarmos os preços atuais de mercado – ou seja, uma operação de tamanho relevante onde o possível grupo vencedor deve ser formado via consórcio”, comenta a Genial.
- A oferta envolverá a entrada de um grupo de controle e a inclusão de um investidor de referência, que terá até 15% de participação neste grupo. O grupo vencedor estará sujeito a um lock-up das ações da Sabesp, impedindo a venda dessa fatia da empresa até dezembro de 2029, período em que a fase mais intensa dos investimentos deverá estar próxima do fim.
- “Esse fator não surpreende, por também já ser amplamente esperado. Achamos essa medida interessante por dar uma “cara” ao controle da nova empresa. Diversos grupos manifestaram interesse em participar dessa privatização, sendo muito precoce cravar um grande vencedor – que imaginamos que vá se materializar via consórcio”, acrescenta a research.
Cosan (CSAN3): BlackRock passa a deter 5,5% das ações das companhia
- A BlackRock, gigante financeira dos EUA, passou a deter 5,5% das ações da Cosan (CSAN3). A informação foi comunicada pela companhia nesta quarta-feira (5) em documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- Além da participação em 5,5% nas ações da Cosan, a BlackRock detém 1.988.215 instrumentos financeiros derivativos referenciados em ações CSAN3.
- Isso representa aproximadamente 0,106% do total de ações ordinárias emitidas pela Cosan.
- A companhia não deu mais detalhes sobre a participação da BlackRcok em seu Comunicado ao Mercado.
- Conforme os dados da área de Relação com Investidores (RI) da companhia, o grupo de controle detém 35,9% de participação societária.
- Na tesouraria ficam 0,7% das ações ao passo que os demais 63,4% ficam com o grupo chamado de “outros acionistas” – que inclui Administradores e Total Return Swap.
Vale (VALE3) e Wabtec assinam acordo de R$ 1,8 bilhão
- A Vale (VALE3) e a Wabtec Corporation anunciaram nesta quarta (5) um novo acordo para a gestão de desempenho na Estrada de Ferro Carajás (EFC).
- Segundo a mineradora, a o acordo com a Wabtec irá “elevar ainda mais a confiabilidade e segurança operacional das locomotivas EVO “. O investimento da Vale será de R$ 1,77 bilhão nos próximos dez anos.
- Com isso, a companhia espera ampliar a disponibilidade física e confiabilidade das locomotivas por meio de um serviço de consultoria técnica que irá identificar e antecipar ações de manutenção preventiva e corretiva nos trens da EFC, ferrovia que interliga o sudeste do Pará à capital do Maranhão, São Luís.
- A Wabtec, por sua vez, analisará dados de desempenho dos últimos três anos na EFC e fará o monitoramento de 5 mil parâmetros das locomotivas EVO que operam na ferrovia.
- Os dados são enviados em tempo real ao Centro de Monitoramento da Wabtec nos Estados Unidos para que sejam avaliadas oportunidades de melhoria contínua de desempenho e otimização do ciclo de manutenção, reduzindo os índices de reboque e falha.
Água no chope: volume fraco de produção de bebidas da Ambev (ABEV3) deve pesar sobre ações da empresa, diz XP
- Os analistas financeiros estão preocupados com as ações da Ambev (ABEV3). É que após um período de desempenho sólido, a ponto de superar expectativas e gerar otimismo entre os investidores antes da divulgação dos resultados do primeiro trimestre deste ano (1T24), a produção de bebidas começou a mostrar sinais de grande queda, ocasionando dados fracos em março e abril, segundo relatório da XP Investimentos.
- Os analistas observam que dados de abril da Ambev indicam uma queda, seguindo uma tendência já observada em março, confirmando a perda de momentum na produção de bebidas, mesmo com um clima mais quente do que o usual nos últimos meses.
- “Estimamos que esses dados fracos do setor pesarão sobre as ações da Ambev, uma vez que o forte desempenho operacional no Brasil foi, de certa forma, a única razão pela qual o mercado manteve algum otimismo com a tese”, diz o relatório.
- Especialistas dizem que tanto a produção da Ambev tanto de de bebidas alcoólicas como a de não alcoólicas ficaram abaixo das estimativas em abril, com uma diferença de 3,7% e 2,5%, respectivamente.
- Com a atualização do modelo de regressão com os dados de abril, os analistas da XP dizem que identificam riscos significativos para as estimativas de volume de Cerveja Brasil, indicando uma possível queda da Ambev de 3,6% para o segundo trimestre e de 9,5% para o terceiro e quarto trimestres.
Da Nvidia à Ambev, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.