Radar: Nubank (ROXO34) supera Itaú (ITUB4), analistas recomendam venda das ações de Gol (GOLL4) e Yduqs (YDUQ3) vai às compras

Nubank (ROXO34) fechou o pregão desta terça-feira, 28, como a instituição financeira brasileira mais valiosa pela primeira vez desde 21 de fevereiro de 2022. Desde então, a fintech havia encerrado as sessões das Bolsas com valor inferior ao do Itaú Unibanco (ITUB4), que é o maior banco da América Latina, embora, durante os pregões, tenha ultrapassado o conglomerado de forma pontual ao longo da última semana.

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O Nubank é avaliado em US$ 58 bilhões, o equivalente a R$ 299,2 bilhões pelo câmbio desta terça. O Itaú vale R$ 288,6 bilhões, sendo o banco mais valioso entre os que são listados na B3. O Nu tem listagem somente na Bolsa de Nova York.

No primeiro trimestre, o Nubank teve lucro líquido de US$ 378,8 milhões, equivalente a R$ 1,952 bilhão, e um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 23%. O Itaú teve resultado de R$ 9,771 bilhões no mesmo período, com ROE de 21,9%. Os números, porém, não são diretamente comparáveis: o Itaú tem licenças bancárias, o que gera maiores exigências de capital, além de atuar em um espectro mais amplo de atividades do que o Nubank.

As tendências distintas dos dois ativos explicam o “encontro” e a ultrapassagem do Nubank após dois anos e três meses. Neste ano, a ação do Itaú cai 3,2%, em linha com o movimento do Ibovespa. Os grandes bancos são portas de entrada e também de saída de investidores na Bolsa brasileira, dada a forte liquidez de seus papéis e, na frente operacional, sua correlação com a economia brasileira.

Além de Nubank, confira outros destaques desta terça-feira:

Gol (GOLL4) derrete na Bolsa: BTG recomenda venda das ações após novo plano de recuperação

  • Na segunda-feira (27), a Gol (GOLL4) divulgou o seu Plano Financeiro de 5 Anos de base para o planejamento de reorganização da companhia no Chapter 11. Para o BTG Pactual, o plano aborda muitos dos desafios que dificultaram o retorno das operações da empresa aos níveis pré-pandêmicos. No entanto, o banco reitera recomendação de venda das ações. Hoje (28), as ações despencaram quase 6%, cotadas em R$ 1,28.
  • “Embora o plano de recuperação da Gol anunciado traga alguma clareza, consideramos que a diluição de capital relacionada ao surgimento do Chapter 11 deve ser significativa, levando-nos a manter nossa classificação de venda por enquanto. Esperamos que o mercado monitore os desenvolvimentos no processo do Chapter 11”, afirma o BTG. 
  • Segundo o BTG, os principais destaques incluem: a capacidade (ASM) que deve cair 5% este ano, aumentando 19% em 2025; o Ebtida (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deve alcançar R$ 4,3 bilhões em 2024 (6% abaixo das estimativas do banco) e R$ 6 bilhões em 2025 (17% acima do BTG e 29% acima do consenso). 
  • Além disso, o financiamento de Devedor em Posse (DIP) de US$ 1 bilhão foi totalmente utilizado, e o plano inclui um potencial aumento de capital de US$ 1,5 bilhão. A alavancagem deve cair para 3,6x em 2025 e 1,7x em 2029.
  • “Para garantir este financiamento de saída crítico, o Plano de Reorganização, se aprovado pela maioria requerida dos credores da Gol e pelo Tribunal de Falências dos EUA, precisará comprometer substancialmente a dívida não garantida da empresa e outras reivindicações não garantidas”, comenta o BTG. 

Yduqs (YDUQ3) compra Centro Universitário em BH por R$ 49 milhões

  • Yduqs (YDUQ3) comprou nesta terça-feira (28) o Centro Universitário Newton Paiva, localizado em Belo Horizonte (MG). A rede de educação diz operação custrou R$ 49 milhões.
  • “A Yduqs, maior grupo de ensino superior do país, anunciou hoje a entrada para o grupo do centro universitário Newton Paiva, instituição com 50 anos de atuação e referência de qualidade em Belo Horizonte (MG)”, diz a companhia.
  • “A Newton, como é carinhosamente conhecida pelos mineiros, abriga 7.643 alunos, em 26 cursos de graduação presencial (3.307 estudantes) e 9 cursos no formato semipresencial (957 alunos), além de ofertas em ensino a distância (2.933 estudantes) e pós-graduação (446 alunos)”, acrescenta.
  • “A instituição tem ampla tradição e reconhecimento nas áreas de Direito e nos cursos de Saúde, com destaque para o curso de Odontologia, em que lidera no mercado local, com cerca de 20% dos estudantes. O centro universitário irá continuar com sua marca, sinônimo de qualidade para os belo-horizontinos, bem com suas unidades atuais”, complementa a Yduqs.
  • Uma das instituições mais tradicionais da capital mineira, líder em cursos como Odontologia, será a mais nova integrante da rede Wyden, que também pertence ao grupo educacional Yduqs e reúne marcas em São Paulo e nas regiões Norte e Nordeste do país
  • O montante da compra do Newton Paiva Ferreira será desembolsado pela Yduqs em duas partes: R$ 34,3 milhões pagos à vista e os R$ 14,7 milhões restantes distribuídos ao longo de cinco anos, corrigidos pelo Certificados de Depósitos Interbancários (CDI).
  • Além disso, a compra do instituto pela Yduqs inclui a formalização de um contrato de aluguel de longo prazo para dois campi, com valores compatíveis aos custos médios de aluguel praticados pela Yduqs, conforme divulgado pela empresa.
  • A Yduqs acrescentou que, considerando as sinergias e os custos envolvidos na aquisição, sua alavancagem deverá alcançar 2,2 vezes o valor da empresa sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) até 2025.
  • “Somos reconhecidos no mercado por nossa disciplina, o que se aplica também às escolhas que fazemos com relação a aquisições”, diz Eduardo Parente, CEO da Yduqs.
  • “Hoje temos um cenário diferente do que experimentamos nos últimos anos, com demanda crescente e maior racionalidade em termos de preços dos ativos. Essa mudança ocorre justamente quando a Yduqs concluiu um ciclo profundo de transformação, e sai dele como uma forte geradora de caixa, com baixa alavancagem, e com muita tecnologia e qualidade no ensino. É uma conjunção que permite movimentos estratégicos de valor, como é o caso com a Newton.”

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Vamos (VAMO3): BofA eleva preço-alvo após balanço do 1T24, mas recomendação é neutra; veja por quê

  • O Bank of America (BofA) revisou para cima o preço-alvo das ações da Vamos (VAMO3), passando de R$ 9,50 para R$ 10,80, após a empresa apresentar “números robustos no primeiro trimestre do ano (1T24)”. No entanto, a recomendação do banco permanece neutra, mesmo com o potencial de valorização é de 32%. Nesta terça-feira (28), as ações da companhia subiram cerca de 1,10%, cotadas em R$ 8,25.
  • A revisão do preço-alvo da Vamos reflete a incorporação de uma redução no custo de capital próprio e a expectativa de juros mais baixos no Brasil a partir de 2026, além de uma ligeira elevação na margem de aluguel após os resultados positivos do primeiro trimestre de 2024.
  • O BofA considera que o risco-retorno das ações da Vamos está equilibrado, uma vez que o mercado já precifica um crescimento mais moderado para os próximos períodos. “Embora as ações pareçam atraentes com um preço sobre lucro (P/L) de 9,4 vezes para 2024, ajustes levando em conta o ciclo de alta dos caminhões no Brasil sugerem um múltiplo de 19 vezes”, diz o banco.
  • Os analistas do BoFA destacam que o capex (despesas de capital) da Vamos atingiu um recorde de R$ 2 bilhões no primeiro trimestre, com previsão de alcançar R$ 5 bilhões ao longo do ano. Esse aumento foi parcialmente impulsionado pela venda e leaseback de uma frota de 2.926 caminhões da Petrópolis. O BofA projeta um capex ligeiramente superior, de R$ 5,1 bilhões para este ano, crescendo para R$ 8 bilhões até 2030.
  • A análise também aborda a retomada de ativos pela Vamos, que foi significativa em 2023 devido à inadimplência de clientes.
  • No primeiro trimestre de 2024, a empresa retomou ativos no valor de R$ 270 milhões, representando 2,1% do valor da frota. A alta exposição ao agronegócio, setor afetado pela perda da safra de grãos no Brasil, é vista como uma das principais razões para essa situação. No entanto, com a melhora nas expectativas de safra para o segundo semestre de 2024, espera-se uma redução na retomada de ativos, segundo o BofA.

BRF (BRFS3): XP reitera compra e vê segundo trimestre do ano como impulso para as ações

  • A XP afirmou que os fundamentos de mercado da BRF (BRFS3) são robustos. Diante disso, a corretora revisou para cima sua projeção de Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado para a empresa, superando em 21% e 12% as estimativas do mercado para 2024 e 2025, respectivamente.
  • Segundo os analistas da XP, o segundo trimestre da BRF provavelmente será um novo impulsionador para revisões positivas nos lucros, dando continuidade ao forte desempenho dos papéis da BRF desde o final de 2023.
  • “Os fundamentos de oferta, demanda e custo permanecem sólidos, uma visão apoiada por nossos channel checks. Projetamos que o 2T24 da BRF provavelmente servirá como outro catalisador para revisões de lucros”, diz a XP.
  • A corretora também destaca os esforços significativos de reestruturação da nova administração, que têm sido a principal razão para a empresa superar consistentemente as expectativas do mercado.
  • “O envolvimento do novo acionista controlador e da administração catalisou uma reviravolta estratégica na BRF, o que deve promover um histórico sustentável de lucros e geração de caixa no futuro”, afirmam os analistas da XP.
  • Com o novo preço-alvo de R$ 21,8, a XP estima um potencial de valorização de 12,77% nas ações. A research recomenda compra das ações da BRF. Nesta terça (28), os papéis da empresa caíram 0,93%, a R$ 19,14.

Petrobras (PETR4): BTG vê alta percepção de risco após falas de Chambriard, mas mantém ‘compra’

  • Na noite da última segunda-feira (27), Magda Chambriard concedeu sua primeira entrevista coletiva como presidente da Petrobras (PETR4). Em relatório sobre as falas da nova CEO, o BTG Pactual citou uma alta percepção de risco, ainda que mantenha uma posição otimista sobre a empresa.
  • Segundo os analistas do BTG, Magda Chambriard sugeriu uma estratégia semelhante àquela que vem sendo seguida pela Petrobras (PETR4) nos últimos anos, com foco em investimentos.
  • A casa afirma que a percepção de risco sobre a empresa segue superior em relação a alguns meses atrás. No entanto, a posição otimista é mantida, baseada na “capacidade da empresa de continuar distribuindo dividendos volumosos”.
  • Entre os temas “mais controversos” das declarações de Chambriard, o BTG Pactual cita:
  • Plano de fornecer maiores oportunidades para a indústria local (inclusive naval)
  • Investimentos em fertilizantes
  • Acelerar a implantação de investimentos, o que poderia reduzir o ROIC da empresa
  • Além disso, destaca o BTG, a nova presidente da Petrobras reafirmou antigas diretrizes, como:
  • Atual política de preços dos combustíveis para evitar a volatilidade foi bem-sucedida e não deve ser alterada
  • Investimentos em refinarias permanecerão em vigor
  • Fusões e aquisições estão sendo estudadas
  • Transição energética continuará como parte da estratégia da empresa
  • Diante disso, o BTG segue com recomendação de compra para as ações da Petrobras, com preço-alvo de US$ 19 para as ADRs negociadas em Nova York.
  • “Mesmo assumindo potenciais fusões e aquisições e nenhum dividendo extraordinário (um cenário improvável), dividend yields de 11% em 2024 e 2025 continuam a acomodar a tese de investimento”, diz o relatório.
  • Os analistas ainda afirmam que estão ansiosos para ver os próximos passos da nova CEO da Petrobras em relação à possíveis mudanças na gestão, mas não acreditam que ela poderá minar a governança corporativa conquistada nos últimos anos.

Do Nubank à Yduqs, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.

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Vanessa Loiola

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