Radar: ação do Nubank (NUBR33) afunda 16%, B3 (B3SA3) vê queda no volume diário, Assaí (ASAI3) tem queda de 10,8% no lucro do 1T22
O Nubank (NUBR33) teve novo dia de forte queda no valor de suas ações e já caiu 50% em relação ao preço que alcançou na abertura de capital (IPO, em inglês). Em dezembro, o papel estreou na Bolsa de Nova York (Nyse) a US$ 9, com a fintech avaliada em US$ 41 bilhões.
Na mínima desta segunda-feira, 9, foi negociada a US$ 4,35, com o banco valendo US$ 20,5 bilhões. Ao final do pregão os papéis do banco digital caíram 16,25%, a US$ 4,38, menor valor desde o IPO. As BDRs, as ações negociadas na B3 (B3SA3), seguiram o mesmo caminho e derreteram 14,41%, cotadas a R$ 3,80.
O Nubank surpreendeu ao entrar na Nyse valendo mais que o Itaú (ITUB4), em uma badalada oferta inicial de ações. Hoje, porém, a fintech brasileira vale a metade do maior banco privado brasileiro. O Itaú não teve muita alteração em seu valor de mercado desde dezembro e vale US$ 40,6 bilhões hoje. Com a queda, o Nubank não só perdeu o posto de banco mais valioso da América Latina como, no Brasil, passou a valer menos que o Santander (SANB11). O banco espanhol tem valor hoje no mercado brasileiro de US$ 24 bilhões.
Nesta segunda-feira, além do novo dia de mau humor generalizado no mercado internacional, com a Nasdaq caindo mais de 2% em meio a preocupações com a inflação elevada e temor de mais altas de juros nos Estados Unidos, um fator local ainda pesou para o papel do Nubank cair mais que seus pares.
O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, mostrou cautela na teleconferência de resultados do banco com as operações de cartões, sobretudo no meio digital, principal produto do Nubank. “Estamos reduzindo em 40% a aquisição (de clientes) em cartões, por entender que é um produto mais volátil.”
Maluhy afirmou que o Itaú tem privilegiado a venda de cartões a clientes que já estão no banco, por já conhecer o perfil de crédito. Cartão é um produto de relacionamento, que ajuda a fidelizá-los à instituição. Mesmo assim, tem tido cautela diante da alta dos juros, da inflação e da perda de renda da população.
O Itaú é líder de mercado em cartões de crédito no Brasil. Por meio da Itaucard, da Credicard e do Iti, seu banco digital, detém cerca de um terço do mercado, de acordo com estimativas. Atrás dele vêm Bradesco, Banco do Brasil, Santander e por fim, o Nubank.
Além do Nubank, confira outros destaques desta segunda-feira:
B3 (B3SA3) vê queda de 11,4% no volume diário em abril, para R$ 28,8 bi
- A B3 (B3SA3) registrou volume financeiro médio diário de R$ 28,8 bilhões em abril, totalizando uma queda de 11,4% na comparação com abril de 2021.
- Em relação a março de 2022, houve baixa de 13,4%. A B3 divulgou os valores em seus destaques operacionais nesta segunda-feira (9). Os maiores volumes vieram do mercado à vista de ações, com R$ 27,9 milhões na média diária, queda anual de 11,4%, e desvalorização mensal de 13,2%.
- O número total de contas na depositária chegou a 5,1 milhões, 37,5% a mais que em abril de 2021. Ante os números de março, a B3 apurou crescimento de 0,9%. Os investidores pessoas físicas somaram 4,3 milhões, alta anual de 40,4% e mensal de 1%.
- O número de empresas listadas passou de 429 para 453 em 12 meses. O valor de mercado das companhias recuou 8,7% na mesma base de comparação, e diminuiu 0,2% em um mês, para R$ 4,795 bilhões.
Méliuz (CASH3) reverte lucro e registra prejuízo líquido de R$ 6,5 milhões no 1T22
- O Méliuz (CASH3), empresa de tecnologia especializada em cashback, reportou prejuízo líquido consolidado de R$ 6,5 milhões no primeiro trimestre de 2022. Com isso, reverteu o lucro de R$ 3,017 milhões registrado no mesmo período de 2021.
- O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou em R$ 17 milhões negativos, contra R$ 7,6 milhões positivos um ano antes. No entanto, a cifra representa uma melhora de 67% em relação aos R$ 30,3 milhões negativos informados no quarto trimestre de 2021.
- O GMV (valor bruto de mercadorias) consolidado chegou a R$ 1,6 bilhão entre janeiro e março, alta anual de 66%. Do montante total, R$ 1,3 bilhão é referente ao Méliuz, R$ 197,7 milhões ao shopping internacional e R$ 43,2 milhões à Promobit.
- No período em questão, as despesas operacionais totalizaram R$ 108,9 milhões, redução de 28% em relação ao trimestre anterior. Os gastos com cashback, destaque negativo do balanço anterior do Méliuz, fecharam em R$ 53,5 milhões, queda de 21% na mesma base comparativa, mas crescimento de 152% ante os R$ 21,2 milhões registrados um ano antes.
- A receita líquida atingiu R$ 90 milhões, recorde para um primeiro trimestre, representando alta de 74% na comparação anual, mas queda trimestral de 8%. A empresa atribui esse recuo ao maior reconhecimento da receita relativa ao período da Black Friday no próprio quarto trimestre.
- A companhia finalizou os primeiros três meses de 2021 com um total de 23,6 milhões de contas abertas no Méliuz, avanço de 44% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já em comparação ao quarto trimestre de 2021, aumentou a base em 1,2 milhão.
BB Seguridade (BBSE3): lucro sobe 20,7% no 1T22 e chega a R$ 1,2 bi
- A BB Seguridade (BBSE3) divulgou nesta segunda (9) os resultados do primeiro trimestre de 2022. A empresa apurou lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, o que representa um aumento de 20,7% em relação aos três primeiros meses de 2021. Em relação aos três últimos meses do ano passado, houve queda de 3,8%.
- A empresa diz que o desempenho poderia ter sido ainda melhor “não fossem os R$ 2,2 bi em sinistros avisados do seguro agrícola no 1T22, em função do efeito climático La Niña, que impactou as culturas de soja e milho do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso do Sul.”
- A holding e suas empresas investidas anotaram resultado financeiro consolidado de R$ 232 milhões no trimestre, alta de 258,9% em relação ao mesmo período do ano passado e o aumento da exposição a títulos pós-fixados beneficiaram a empresa, em um período de aumento dos juros básicos. O resultado financeiro respondeu por 19,7% do lucro da empresa.
- A maior contribuição positiva veio da Brasilprev, que teve resultados mais robustos diante do aumento do saldo médio de ativos rentáveis e da expansão da margem financeira, impulsionada pelo aumento da taxa Selic. Por outro lado, o menor impacto negativo da marcação a mercado de títulos e a menor taxa de atualização dos passivos também ajudaram, bem como o crescimento do desempenho operacional.
- O resultado financeiro específico da holding foi de R$ 6,523 milhões, queda de 30,1% em um ano.
- A companhia explica, em documento ao mercado: “A elevação da taxa média Selic e a expansão do saldo médio de ativos em quase todas as empresas foram os principais motivos que levaram a esse aumento.” E acrescenta: “Mesmo com o grande volume de perdas avisadas no seguro agrícola, o resultado operacional não decorrente de juros (ex-holdings) cresceu 7,7% no período comparado, demonstrando mais uma vez a resiliência do modelo de negócios da companhia.”
- Em março deste ano, 60,3% das aplicações do grupo eram indexadas pela inflação, ante 55,4% um ano antes. Os pré-fixados respondiam por 23,6%, de 17% um ano antes, e os pós-fixados eram 16%, de 27,5% em março de 2021, o que reflete a busca da holding por mais ativos atrelados ao movimento dos juros.
- A BB Seguridade obteve R$ 2,8 bi em prêmios emitidos, crescimento de 19% em relação ao 1T21. Os prêmios superaram o intervalo de estimativas do guidance, “graças aos seguros rurais (+44,9%), ainda em função da alta nos custos de produção e da contratação de custeio para a safra de inverno.”
- As seguintes modalidades mostraram forte crescimento, de acordo com a BB Seguridade:
- vida (+8,4%), suportado pelas renovações anuais de apólices;
- residencial (+31,4%)
- e empresarial/massificados (+13,7%), ambos impulsionados por um melhor desempenho de vendas novas.
- O volume de sinistros decorrente de casos de Covid-19 caiu 83,3% em relação ao mesmo período de 2021, para o montante de R$ 42,4 milhões. A principal causa para essa redução foi o aumento da cobertura vacinal da população, “o que fez com que a elevação no número de infecções no início do ano decorrentes da variante Ômicron não refletisse em aumento de óbitos na mesma proporção no país.”
- No setor de Previdência, a BB Seguridade reportou 21% de crescimento e volume de R$ 13 bi, captação bruta que representou o melhor resultado em um primeiro trimestre da companhia.
- A alocação de ativos sob gestão de planos PGBL e VGBL em fundos multimercado encerrou o primeiro trimestre representando 32,5% do total das reservas, “mantendo patamar semelhante ao do final de 2021 – com aumento de 18,2 p.p. em 12 meses e +0,7 p.p. sobre dezembro de 2021.”
- A taxa média de gestão anualizada, de acordo com a empresa de seguros, chegou a 1,03%, “equivalente a um incremento de 0,02 p.p. no comparativo com o 1T21”, diz a seguradora.
Petrobras (PETR4) anuncia reajuste e diesel ficará mais caro nesta terça (10); veja valores
- A Petrobras (PETR4) elevará o preço do diesel nas refinarias em medida que passa a valer já nesta terça-feira (10). O preço médio de venda de diesel para as distribuidoras passará de R$ 4,51 para R$ 4,91 por litro. Segundo o comunicado da petrolífera, os preços de gasolina e do GLP permanecerão inalterados.
- A Petrobras justificou o aumento no preço do diesel ressaltando que o último reajuste ocorreu há cerca de dois meses, em 11 de março, quando “refletia apenas parte da elevação observada nos preços de mercado“.
- “Esta decisão observou tanto o desalinhamento nos preços quanto a elevada volatilidade no mercado”, afirmou a Petrobras, em nota.
- “Desde aquela data, a Petrobras manteve os seus preços de diesel e gasolina inalterados e reduziu os preços de GLP, observando a dinâmica de mercado de cada produto”, completou.
- A petroleira aponta que, no momento, há uma redução na oferta de diesel, que pressiona os preços globalmente.
- “Os estoques globais estão reduzidos e abaixo das mínimas sazonais dos últimos cinco anos nas principais regiões supridoras. Esse desequilíbrio resultou na elevação dos preços de diesel no mundo inteiro, com a valorização deste combustível muito acima da valorização do petróleo. A diferença entre o preço do diesel e o preço do petróleo nunca esteve tão alta”, frisou.
- As refinarias da petroleira operavam com utilização de 93% da capacidade instalada no início de maio, “considerando as condições adequadas de segurança e de rentabilidade”, ou seja, perto do nível máximo, mas ainda aquém da demanda doméstica.
- “Dessa forma, cerca de 30% do consumo brasileiro de diesel é atendido por outros refinadores ou importadores. Isso significa que o equilíbrio de preços com o mercado é condição necessária para o adequado suprimento de toda a demanda, de forma natural, por muitos fornecedores que asseguram o abastecimento adequado”, argumentou a Petrobras.
Assaí (ASAI3): lucro líquido cai 10,8%, para R$ 214 mi, no 1T22; receita tem alta de 21,1%
- O lucro líquido do Assaí (ASAI3) totalizou R$ 214 milhões no primeiro trimestre de 2022, com margem líquida de 1,9%. O resultado representa queda de 10,8% em relação ao registrado no mesmo período de 2021.
- Já o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 752 milhões, uma alta de 17,3% ante o apresentado um ano antes.
- A margem Ebitda foi de 6,6% no trimestre, queda de 0,2 ponto porcentual (p.p.). A margem bruta ficou estável em 16% e a margem líquida caiu 0,6 p.p.
- A companhia afirma que o patamar de margem foi alcançado “mesmo diante da expansão recorde, com a abertura de 32 novas lojas nos últimos 12 meses, e custos pré-operacionais das conversões” de lojas.
- A receita líquida avançou 21,1% e atingiu R$ 11,4 bilhões. A companhia credita o ganho à “alta performance das 32 lojas abertas nos últimos 12 meses, com alta de 15,4%, e vendas em “mesmas lojas” com crescimento de 6,7%.
- A empresa diz que as vendas em mesmas lojas aceleraram ao longo do trimestre e tiveram crescimento de duplo-dígito no acumulado de fevereiro e março, “apesar da forte base de comparação (alta de 11,2% no trimestre correspondente de 2021) e da persistência do movimento de tradedown (troca por produtos mais baratos) dos consumidores.
Do Nubank ao Assaí, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.