Bill Gates, fundador da Microsoft (MSFT34), é o novo acionista da Heineken. Segundo informações apresentadas ao público nesta quarta (22), o empresário desembolsou cerca de R$ 4,8 bilhões para adquirir 3,76% dos papéis da cervejaria.
De acordo com informações divulgadas pela Reuters, a compra das ações da Heineken por Gates ocorreu em 17 de fevereiro. O empresário pagou 883 milhões de euros por 10,8 milhões de ações da Heineken, investimento que equivale a R$ 4,8 bilhões.
Os papéis eram da Femsa (FMXB34), que vendeu todas as 18 milhões de ações da Heineken que tinha na bolsa holandesa.
Em 2018, Gates disse que não era um “grande bebedor de cerveja” durante um bate-papo no Reddit. “Quando acabo em algo como um jogo de beisebol, bebo cerveja light para entrar na vibe de todos os outros bebedores de cerveja. Desculpe desapontar os verdadeiros bebedores de cerveja”, escreveu ele na ocasião.
Na contramão do movimento de Gates, a empresa de tecnologia cortará 10 mil empregos até o final de junho. Essa demissão em massa corresponde a cerca de 5% da base total de funcionários da empresa.
Satya Nadella, presidente-executivo da Microsoft, afirmou em uma nota interna que os clientes querem “otimizar seus gastos digitais para fazer mais com menos” e “ter cautela, já que algumas partes do mundo estão em recessão e outras partes estão antecipando uma”.
Após um boom tecnológico no começo da pandemia da Covid-19, a empresa lida com uma queda no mercado de computadores pessoais.
“Estamos vivendo tempos de mudanças significativas. É importante no que, embora estejamos eliminando funções em algumas áreas, continuaremos a contratar em áreas-chave estratégicas”, complementou Nadella no comunicado interno.
Essa onda de demissões também atingiu outras empresas do mundo da tecnologia, como Amazon (AMZO34), Twitter (TWTR34), entre outras
Procurado pela Reuters, Bill Gates não comentou sobre o novo investimento.
Além da Microsoft, confira outros destaques desta quinta-feira:
Minerva (BEEF3) e BRF (BRFS3) desabam na Bolsa após suspeita de “vaca louca” no Brasil
- As ações da Minerva (BEEF3), BRF (BRFS3) e Marfrig (MRFG3) despencaram na bolsa de valores nesta quarta (22), no primeiro pregão após o Carnaval 2023. Essas quedas ocorreram após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmar que investiga um caso suspeito de encefalopatia espongiforme bovina, doença conhecida como mal da “vaca louca”, no Pará. No início da noite, o diagnóstico foi confirmado pelas autoridades do Estado.
- No Ibovespa hoje desta quarta, as ações dos frigoríficos fecharam da seguinte forma:
- Minerva (BEEF3): 7,92%
- BRF (BRFS3): 6,71%;
- Marfrig (MRFG3): 4,71%.
- Na segunda (20), o Mapa confirmou o caso suspeito de vaca louca e afirmou que todas as medidas cabíveis já estão sendo tomadas.
A suspeita já foi submetida a análise laboratorial para a confirmação ou não e, a partir do resultado, serão aplicadas imediatamente as ações cabíveis.
- De acordo com a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepara), os exames comprovam o diagnóstico da “vaca louca”. Segundo a pasta, o caso ocorreu em uma propriedade com 160 cabeças de gado, que já foi isolada. “A propriedade foi inspecionada e interditada preventivamente”, destacou a agência em comunicado ao jornal O Estado de São Paulo
- As últimas ocorrências do mal da “vaca louca” foram confirmadas em 2021 pelo Governo Federal, em frigoríficos de Belo Horizonte (MG) e Nova Canaã do Norte (MT).
- O controle sanitário é bem rígido em casos como estes e, na ocasião, as exportações de carne bovina do Brasil para a China chegaram a ser suspensas temporariamente.
- Em relatório enviado ao mercado, o time do Itaú BBA recordou que os casos anteriores de vaca louca causaram impactos variados no setor, conforme as proibições determinadas pelas autoridades.
- Além disso, o Bradesco BBI ressaltou que a China corresponde a 50%/60% das exportações de carne brasileira. Assim, o diagnóstico do caso suspeito e os próximos passos das autoridades neste caso podem trazer impactos para as operações de empresas como a Minerva, BRF, Marfrig, entre outras.
Amazon (AMZO34) conclui compra bilionária de empresa na área da saúde
- A Amazon (AMZO34) concluiu a aquisição da empresa de serviços de saúde americana One Medical por US$ 3,9 bilhões, cerca de R$ 20,1 bilhões. A efetivação significa que a compra não foi bloqueada pela Comissão de Comércio americana (FTC, na sigla em inglês).
- As ações da Amazon fecharam em alta de 1,39% na Nasdaq, em Nova York. Às 17h30, os papéis da Amazon recuavam 1,28%. Aqui no Brasil, os BDRs da gigante do comércio eletrônico encerraram o dia em queda de 1,99%, ao preço de R$ 24,65.
- A compra foi primeiramente anunciada em julho de 2022 e indicava que a Amazon teria acesso a uma rede que opera mais de 180 consultórios em 25 mercados dos Estados Unidos, trabalhando com mais de 8 mil empresas no fornecimento de serviços médicos aos funcionários com atendimento presencial e virtual.
- “Temos a missão de tornar muito mais fácil para as pessoas encontrar, escolher, pagar e se envolver com os serviços, produtos e profissionais de que precisam para obter e se manter saudáveis, e unir-se à One Medical é um grande passo para essa jornada”, afirmou o vice-presidente sênior da Amazon Health Services, Neil Lindsay, em nota oficial da empresa.
A One Medical estabeleceu um padrão para uma experiência de cuidados primários de qualidade, conveniente e acessível. Estamos inspirados por sua abordagem centrada no ser humano e avançada em tecnologia e entusiasmados em ajudá-los a continuar a crescer e atender mais pacientes.
- Andy Jassy, CEO da Amazon, ressaltou que a One Medical trabalha há mais de uma década para melhorar o serviço de atendimento médico nos Estados Unidos, que funciona de uma forma bem diferente e muito mais cara do que ocorre no Brasil.
- “Se você avançar para daqui há dez anos, as pessoas não vão acreditar em como os cuidados primários foram administrados”, ressaltou o líder da Amazon.
BB Seguridade (BBSE3) atualiza valor dos dividendos bilionários de 1º de março
- A BB Seguridade (BBSE3) atualizou o valor dos dividendos que serão pagos aos acionistas no dia 1º de março. Segundo informações divulgadas nesta quarta (22), o valor será de R$ 1,87857717977 – antes, era de R$ 1,83987360636.
- Em comunicado publicado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa afirmou que a atualização no valor dos dividendos é decorrente da correção da taxa Selic do valor até o dia 1º de março.
- Inicialmente, o valor dos dividendos da BB Seguridade foi orçado em R$ 3,6 bilhões. A quantia era equivalente a 106% do lucro líquido conquistado pela empresa no segundo semestre de 2022.
- Apenas os investidores com ações da BB Seguridade no dia 14 de fevereiro de 2023 terão direito aos dividendos. Desde o dia 15 de fevereiro, os papéis são negociados sem direito a essa remuneração.
Banco do Brasil (BBAS3) pode aumentar patamar de dividendos, diz XP
- Analistas da XP Investimentos esperam que o Banco do Brasil (BBAS3) aumente o patamar proporcional de dividendos por ação neste e no próximo ano – representado pelo indicador de dividend yield (DY).
- Segundo a casa, os dividendos do Banco do Brasil devem representar um yield de 10,6% neste ano e de 11,2% no ano seguinte.
- Atualmente, segundo dados do Status Invest, as ações BBAS3 ostentam um yield de 9,9%, com R$ 4,17 pagos por ação ordinária nos últimos 12 meses.
- Com essa projeção, a XP espera que o Banco do Brasil seja a companhia do setor financeiro a pagar mais proventos aos seus acionistas neste e no próximo ano.
- Além disso, deve ser a única companhia dentre bancos e derivados que pagará dividendos de dois dígitos.
- A segunda maior projeção é para a B3 (B3SA3) neste ano, de 7,7%. O Banrisul (BRSR6), por sua vez, tem a segunda maior projeção para 2024, de 9,9% de yield.
- Analistas da XP esperam que, nominalmente, o Banco do Brasil pague uma cifra de R$ 14 bilhões em dividendos neste ano.
- Essa projeção dos dividendos do Banco do Brasil leva em consideração a projeção de lucros para este ano (que consta no guidance).
- Isso porque o BB estima que lucrará entre R$ 33 bilhões e R$ 37 bilhões, e o Conselho de Administração aprovou a distribuição de uma fatia do lucro líquido (payout) de 40% em meados de janeiro.
- Os especialistas ainda detalham que neste ano serão oito pagamentos de dividendos, sendo quatro realizados ao longo dos trimestres de referência, de forma antecipada, e outros quatro pagamentos complementares, feitos após o encerramento dos trimestres de referência.
- Ainda na semana anterior, o BB anunciou um novo pagamento de dividendos logo após divulgar seu balanço financeiro referente ao quarto trimestre de 2022 (4T22).
- Conforme divulgado pelo Suno Notícias, são R$ 671,9 milhões em dividendos e R$ 1,63 bilhão em Juros sobre Capital Próprio (JCP), totalizando então R$ 2,3 bilhões em proventos aos acionistas que detém BBAS3.
- Com isso, serão R$ 0,58 pagos por ação ordinária no caso do JCP do Banco do Brasil e R$ 0,23 pagos por ação ordinária no caso dos dividendos.
- Segundo o Banco do Brasil, “os valores pagos serão atualizados, pela taxa Selic, da data do balanço (31/12/2022) até a data do pagamento (03/03/2023)”.
Em crise, Americanas (AMER3) devolve dois a cada dez galpões destinados ao e-commerce
- Antes da explosão do rombo bilionário, a Americanas (AMER3) já vinha devolvendo espaços de armazenagem destinados às suas operações digitais. Agora, enquanto vive um processo de recuperação judicial, a varejista prossegue com essa iniciativa e, a cada dez galpões para o e-commerce, dois já foram desocupados.
- Um levantamento nacional feito pela SDS Properties, imobiliária especializada em galpões em condomínios logísticos, ao jornal O Estado de São Paulo mostra que a Americanas chegou a ocupar 830 mil metros quadrados (m²) em 2022. Desse total, a empresa devolveu quase 20%. Foram desocupados 159 mil m2 distribuídos entre Betim (MG), Resende (RJ), Cajamar (SP) e Ribeirão Preto (SP).
- “As devoluções podem afetar pontualmente preços em mercados em que a vacância é elevada”, afirma Simone Santos, CEO da imobiliária e responsável pelo levantamento. Das devoluções feitas até o momento, ela aponta esse risco para Porto Alegre (RS), onde a taxa de vacância chega a quase 17%. A cidade tem uma taxa bem acima da média nacional, que é de 10,4%, diz a especialista.
- Já em outras regiões, como Grande Curitiba (PR), São Paulo e Grande Belo Horizonte (MG), o impacto das devoluções deve ser menor, pois são áreas muito demandadas, diz. A varejista fechou um centro de distribuição em Fortaleza (CE). Agora, a operação no Ceará terá como base o centro de distribuição em Recife (PE).
- O enxugamento e a devolução de áreas de armazenagem preocupam as empresas gestoras de condomínios de galpões logísticos, especialmente os localizados em regiões nas quais a taxa de desocupação já é alta ou onde a varejista tem grande participação na ocupação dos armazéns. Nestes casos, a devolução dos espaços pode ter impacto nos aluguéis.
- Em novembro de 2022, por exemplo, a varejista avisou que devolveria 26 mil m² de um galpão no condomínio logístico em Hortolândia (SP), da gestora RBR. Pelo contrato, a entrega do imóvel será em novembro.
- “A desocupação desse imóvel em Hortolândia não nos causa muita preocupação”, afirma Gabriel Martins, sócio da gestora. Localizado a 30 quilômetros da capital paulista, o empreendimento fica num raio onde a demanda por galpões está aquecida.
- Segundo Martins, o mercado na região de Hortolândia está mais favorável aos locadores em relação a 2021, quando o imóvel foi alugado. A vacância é baixa e ele acredita que poderá alugar por um preço maior e, ainda, antes do vencimento do prazo de aviso prévio. “Temos interessados visitando o imóvel”, conta.
- Das áreas onde a Americanas tem galpões alugados, cujas devoluções poderiam ter impacto no mercado, caso ocorram, Simone aponta Recife (PE) e Pará, onde a varejista ocupa 10% e 50% do estoque local, respectivamente. Rio de Janeiro também preocupa. A empresa ocupa cerca de 80 mil m² de galpões e a cidade tem uma das maiores taxas de vacância do Brasil, de 16%.
Via (VIIA3) vive dia de ressaca no pós-Carnaval e desaba mais de 8% no Ibovespa
- O pregão do Ibovespa desta quarta (22) não foi nada fácil para a Via (VIIA3). No primeiro dia de negociações após o Carnaval 2023, as ações da varejista caíram 8,41%.
- Na sexta (17), as ações da Via haviam fechado o dia em R$ 2,26. Hoje, com essa queda, os papéis foram para a casa dos R$ 2,07. Até a semana passada, o valor de mercado da empresa era de R$ 3,3 bilhões.
- Essa queda ocorre perto da divulgação do balanço do quarto trimestre de 2022, marcado para 9 de março.
- O dia também foi difícil para outras empresas do setor varejista no Ibovespa hoje, como o Magazine Luiza (MGLU3), que caiu 3,83%, e as Lojas Renner (LREN3), que viram suas ações recuarem 4,74%.
Anatel mira acordo bilionário de 5G, entre Telefônica Vivo (VIVT3) e operadora do Grupo Pátria
- A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve decidir, nos próximos dias, se uma transação bilionária envolvendo operadoras de telefonia violou regras do leilão da tecnologia 5G. Na mira está um acordo entre a Vivo (VIVT3), que pertence à Telefônica, e a Winity Telecom, operadora de internet móvel criada pelo grupo Pátria.
- Até março, os cinco conselheiros da Anatel devem decidir se autorizam ou não o acordo entre as duas empresas por uma faixa do 5G. A parceria foi apontada como irregular pela área técnica da agência, que analisou o caso, e pela Procuradoria Federal Especializada da Anatel.
- O relator do caso, o conselheiro Alexandre Freire, tem sinalizado que busca algum tipo de ajuste possível antes de apresentar seu voto. O caso também é avaliado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
- A origem do imbróglio está nos leilões das redes 4G e 5G. Quando a Anatel fez a licitação das faixas de frequência, em 2021, a agência reservou uma fatia da tecnologia para uma nova companhia que estivesse interessada em entrar no negócio.
- As gigantes Vivo, TIM (TIMS3) e Claro já tinham arrematado as suas faixas e, por isso, ficaram proibidas de comprar uma nova parcela, que foi reservada a um novo operador. Foi quando surgiu a Winity, com a proposta de ser uma “operadora neutra”, que instalaria suas redes e venderia o serviço no atacado, para outras empresas de menor porte.
Arezzo (ARZZ3): compra da Vicenza é aprovada pelo Cade; operação custou R$ 103,8 milhões
- O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a compra da Calçados Vicenza pela Arezzo (ARZZ3). A atualização do negócio foi informada ao mercado nesta quarta (22). A operação foi anunciada em janeiro e custou R$ 103,8 milhões.
- “A companhia esclarece que, caso não haja qualquer manifestação do Tribunal do Cade ou de um eventual terceiro interessado no período, em 10 de março de 2023 será publicada certidão atestando o trânsito em julgado da referida decisão, que será então considerada definitiva”, ressaltou a empresa de moda em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
- Em janeiro, a Arezzo explicou que a compra da Vicenza estava incluída na estratégia de ampliar os negócios no setor de moda e varejo.
- “Por meio da diversificação de produto e expansão de marcas em seu portfólio, a Arezzo&Co segue reafirmando o seu posicionamento como uma das maiores ‘house of brands’ do Brasil”, comentou a empresa na ocasião.
- A Vicenza conta com mais de 30 anos de atuação no mercado de calçados e bolsas. Em 2022, a companhia teve uma receita operacional bruta de aproximadamente R$ 89 milhões, e um Ebitda [Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização] de aproximadamente R$ 13 milhões.
- A XP Investimentos e o Goldman Sachs viram a operação de compra da Vicenza como positiva para a Arezzo.
- “Conforme antecipado em seu Investor Day, a Arezzo está totalmente preparada para mais aquisições, com expertise para integração e diversas oportunidades estratégicas para expandir o mercado endereçável da empresa”, afirma os analistas da XP Danniela Eiger, Thiago Suedt e Gustavo Senday.
- Os especialistas do Goldman Sachs também enxergam essa aquisição como um ponto positivo estratégico na empresa de moda, porém, “em pequena escala”.
- “Acreditamos que a aquisição se encaixa na estratégia da Arezzo de se tornar uma casa de marcas, aumentando sua presença no setor de calçados femininos, mas para uma situação relativamente diferente em comparação com seu portfólio atual”, complementa os analistas do Goldman Sachs Irma Sgarz, Felipe Rached e Gustavo Fratini.
Da Microsoft à Arezzo, essas foram as empresas que se destacaram hoje. Para ler todas as matérias clique aqui.